Chapter twenty four (Taegi)
Min Yoongi
Eu estava quase dormindo, faltava bem pouco, já passava das 09h05PM, talvez seja muito cedo, mas para mim que tenho uma rotina um tanto agitada é até um pouco tarde.
Pelo Capitão Jeon estar de licença, acabamos por estar sob o comando de Mingyu e às vezes sou eu quem está no comando, isso porque nós dois somos os mais velhos e eles estão considerando bastante nos promover.
- Yoongi, seu telefone está tocando. - Hoseok me avisou, ele estava com os olhos focados no telefone enquanto jogava um jogo battle royale.
Peguei o aparelho e logo franzi o cenho ao ver quem estava me ligando.
- Yoongi?
- Capitão Jeon. - Eu bocejei.
Vou colocar meu pijama, já já.
- Taehyung pousou na Coréia.
- Ele veio sozinho?
- Sim, eu e Jimin vamos amanhã.
Mas por que ele veio hoje?
Meus lábios se curvaram em um sorriso.
- Capitão, está ordenando que eu vá até a casa de seu adorável cunhado e veja se ele está bem? Que cunhado dedicado o senhor é. - Eu já estava amarrando meu coldre em minha cintura e caminhando até a porta. - Vou sair e não sei se volto, não me espere. - Hoseok assentiu ainda olhando para o telefone.
Viciado.
- É, você sabe...
- Poxa, não se desobedece ordens dada do alto escalão. - Ele riu do outro lado da linha. - Seu mais fiel e competente Sargento, está indo verificar seu cunhado e olha que eu estava prestes a dormir. - Em partes não era mentira, eu realmente estava considerando.
- Claro, mais competente. Se você se oferecesse para certas tarefas com toda essa facilidade, eu seria mais feliz.
Finalizamos a chamada, eu coloquei meu capacete, logo sentei em minha moto e a liguei.
Ele mora no antigo apartamento de Jimin, sendo assim, é naquele mesmo lugar onde o Bam causou um pequeno tumulto.
Eu só precisava saber o número, mas como se a sorte estivesse ao meu favor, eu o vi apoiado na janela e reduzi também desligando os faróis.
A rua estava deserta, talvez porque aconteceu uma morte aqui perto, mas nunca vamos saber ao certo. Taehyung não me viu, eu parei a moto um pouco atrás de seu apartamento e quando voltei para lá, ele já havia saído.
Eu não aprendi a escalar montanhas e subir em árvores atoa, isso tudo servirá para esse momento de agora.
Comecei a escalar até a janela dele, passei por diversas janelas e tenho quase certeza que consegui derrubar um vaso de planta, tomara que ninguém descubra que fui eu, enfim, depois de longos minutos, eu finalmente alcancei a janela dele.
Eu estava ofegante, ainda bem que treino barra. Pelo visto era a sala e estava toda escura, a casa estava toda escura e se eu não tivesse uma boa audição e bons sentidos, eu nunca teria sentido ele quase que pular em minha frente e me acertar um soco.
Esse homem nunca perde a oportunidade de me dar um soco.
- TAEHYUNG! - Gritei com a mão em meu nariz.
- Yoongi? - Ele perguntou e ligou a luz da sala. - Você tá ficando maluco?! - Como ele pode ter a mão tão pesada e um soco tão forte? Ele é quase um príncipe! - Não se invade a casa dos outros assim, principalmente a casa do filho de um General, seu idiota!
Eu fiquei massageando o local com os olhos fechados.
- Aí, meu lindo nariz... - Eu estava quase chorando. - Por que você sempre machuca meu lindo rosto? Sua meta de vida é quebrar meu nariz? - Não sabemos como ele ainda não fez isso, já é o segundo soco.
O ômega bufou alto e ouvi seus passos para longe.
- Senta ali. - Taehyung me empurrou para sei lá aonde, até que senti o sofá e eu me sentei.
Lembrando que eu fiz isso tudo com os olhos fechados, ele segurou minha mão e depois eu senti o gelado sendo pressionado em meu nariz.
- TAEHYUNG!
- Sorte que meu soco não foi tão forte, só está um pouquinho vermelho. - Isso não foi tão forte? O que seria um soco tão forte? - O que você tem na cabeça para invadir meu apartamento essa hora da noite? Lhe falta um cérebro, grande prodígio.
- Ai, ai... Fica quieto, eu só vim vê-lo.
- Me ver? - Eu abri os olhos imediatamente.
Não.
Claro que não.
- Sim, o Capitão mandou eu vim ver se você está bem, se chegou bem e etecetera, sabe como ele é bem preocupado. - Taehyung enrugou o cenho.
Só agora eu pude notar seus trajes, ele estava usando um roupão branco e o cheiro de lavanda estava forte, ou seja, ele tinha acabado de sair do banho e estava praticamente em cima de mim.
- Mas que merda! - Ele pareceu ter notado meu olhar um pouco surpreso.
- Eu estou com sede, tudo isso me deixou com muita sede.
- Se você quiser, levante e pegue na geladeira, não sou obrigado a te servir.
Taehyung afastou-se de mim e foi para sei lá aonde, eu suspirei, olhei pelo espelho e realmente a marca já tinha saído, eu coloquei o saco com gelo de volta ao freezer e como ele mesmo mandou, eu abri a geladeira para pegar algo para beber.
Eu só não esperava encontrar tantos vinhos, ah, que se dane, ele é filho de um General, ele compra isso aqui igual eu compro pão de manhã.
Peguei uma garrafa que parecia ser a mais cara, abri o vinho, peguei duas taças e nos servi, ouvi uma porta ser aberta e sai até a sala com as taças para entregá-lo uma.
- Yoongi, me diga que esse não é o vinho com o lacre vermelho.
- É ele mesmo. - Eu estiquei meu braço esquerdo para entregá-lo enquanto bebia um pouco. - Hm... Ele é muito bom!
- Claro que é bom, um Château Ausone 2012 tem que ser maravilhoso! - Ele parecia estar prestes a explodir de raiva e eu me segurava para não rir.
- Já está aberto mesmo, agora beba comigo.
- Yoongi, eu sou muito grato por você ter salvo minha vida naquele dia.
- Fico feliz.
- Mas para a gratidão passar e o ódio entrar, é apenas um estalar de dedos. - Eu engoli a seco e mordi o lábio. - Tinha que ser logo esse?
- Vermelho é a cor que mais me chama a atenção, não me julgue, anda logo.
Ele se deu por vencido e pegou a taça em minha mão, Taehyung virou-se e eu reparei em seu belíssimo corpo.
O que ele tem de irritante, também tem de gostoso.
Ele está usando um shortinho cinza com uma regata fina que dava para ver suas curvas.
- Como foi sua viagem? - Perguntei sentando-me ao seu lado. - Boa, ruim?
- Um pouco dos dois.
- Sério? Por quê? - Realmente estava curioso.
Pelo o que o Capitão diz, eles são bem unidos, então por qual motivo ele não teria gostado de ir?
- Um motivo besta...
- Me conte.
- Você vai achar idiota.
- Hey, não! - Respondi e ele me olhou. - Eu juro que não, me conte. - Bebi mais um pouco do vinho.
Realmente, esse vinho é muito bom.
Taehyung suspirou e também bebeu um pouco.
- Bom, eu sou o único dos quatro irmãos que não é casado, então as vezes me sentia um pouco sozinho, mesmo tendo o Kibum-
- Quem é Kibum? - Eu o interrompi.
- Um amigo.
- Amigo? - Já perguntei sentindo algo estranho. - Em uma escala de 0 a 10, o quanto esse "amigo" é gostoso? - Fiz aspas com os dedos e Taehyung riu negando com a cabeça.
- Talvez 11.
Eu balancei a cabeça positivamente enquanto sentia todo um nervoso passar por meu corpo.
- Certo, continue sua triste história.
- Não seja idiota.
- Me desculpa, não pude evitar.
- Está com algum problema?
Ter ciúmes daquilo que não é seu, pode ser considerado um problema?
Se pode, então sim.
- Não, continue. - Ele assentiu.
- Antes, eu tinha o Jimin, mas agora ele tem o Jungkook, e mesmo que não fosse o tempo todo grudado um no outro, eu ainda me sentia um pouco deslocado.
- Mesmo tendo o Kibum. - Eu disse com sarcasmo.
- É... - Taehyung estava cabisbaixo. - As vezes, me arrependo um pouco de não ter seguido a tradição, quem sabe eu estaria casado e com alguém.
- Mas não seria porque você gostava.
- Se todos eles conseguiram amar os parceiros, por que eu não poderia? - O ômega me perguntou com o cenho franzido.
Eu suspirei.
- Não sei, Taehyung. - Fui sincero. - Você conseguiria amar alguém com quem foi forçado a se casar? Se fosse o caso, você não teria desistido da ideia. Felizmente, Jimin e o Capitão conseguiram porque desde sempre estiveram se preparando um para o outro, mesmo que talvez de forma inconsciente. E você desde sempre teria um sentimento de repulsa em relação a isso, então poderia ser completamente infeliz quando estivesse casado.
Ele abaixou a cabeça pensativo.
Desde quando fiquei tão inteligente? Deve ser influência de Jongho.
- É, talvez você esteja certo.
- Eu estou, confia. - Pisquei meu olho direito. - Vou pegar mais vinho.
- Traz logo a garrafa. - Ele disse irônico, mas eu fiz o que ele disse e enchi nossos copos de novo. - Eu não acredito nisso...
Eu ri baixo.
- Bom, talvez se eu me casasse com Kibum...
- Para! Eu não quero saber disso. - Taehyung riu. - Ele nem deve ser tão gostoso assim, eu sou mais e com certeza eu daria um pau nele.
- Ele é mais alto e mais sarado que você.
- Uma super vantagem, portanto eu sou mais rápido por ser mais leve e menor. - Rebati seu argumento.
Taehyung revirou os olhos bebendo seu vinho.
- Eu vou morrer sozinho mesmo.
Estalei a ponta da língua.
- Besteira! - Bebi e ele me olhou. - Mas quem sabe, na pior das hipóteses, eu vou ser seu alfa.
O ômega soltou uma risada enquanto bebia o vinho, o que fez o líquido esguichar um pouco e eu o olhei com tédio revirando os olhos.
- É, até parece... - Ele continuou a rir.
- Por que isso parece tão engraçado? - Perguntei quase que irritado.
- Você? Meu alfa?
- Por que não?
Taehyung voltou a rir alto.
- Há alguma epidemia doida, matando todos os alfas e restando somente eu. - Mordi o lábio. - Você sairia comigo? - ele riu mais uma vez.
- Então...
- Eu preciso achar alguém que me queira. - Ele levantou o olhar tão rápido que eu até me assustei. - 20 aninhos, preciso de alguém.
- Não acha que está apressado?
- Não acha que está atrasado? 21 aninhos.
- Se mete na tua vida.
- Hipócrita. - Eu chamei.
- Idiota.
- Sem noção.
- Criancinha. - É APENAS um ano mais velho.
- Principezinho.
- Sou mesmo. - Ele virou a taça em sua boca bebendo todo o líquido e eu fiz o mesmo. - Vai fazer, o quê? - Coloquei a taça em cima da mesa.
- Isso.
Não dei tempo dele responder algo, eu o beijei.
Eu nem mesmo sabia que queria tanto aquilo até estar beijando-o, Taehyung tem lábios tão macios, ele realmente é um príncipe, sinto a pele de seu rosto em minhas mãos e eu segurei algo que parecia ser tão precioso.
Ouvi Taehyung também colocar a taça em cima da mesa e suas mãos foram para meu pescoço subindo para minha nuca.
Maravilhoso desse jeito, com certeza o beijo também seria maravilhoso e incrível.
Parecia que eu estava conhecendo seus lábios pela primeira vez.
Eu nunca o vi tão tímido e um tanto retraído, mas ele estava timidamente inserindo a língua em minha boca e o contato me fez arfar, puxei mais seu rosto para mim e mordi seu lábio em seguida o chupei sentindo o gosto do vinho.
De repente tudo tinha mudado, parecia que todos os animais com asas estavam fazendo festa em meu estômago e o famoso clichê de sentir-se nas nuvens era real, não sei dizer, mas esse com certeza supera nosso primeiro beijo em diversos sentidos.
Nos separamos vagamente, mas continuamos com os rostos próximos, olhamos um para os olhos do outro.
- Seus olhos são azuis. - Comentei.
- Os seus são amarelos. - É bem raro meus olhos se acenderem assim.
Continuamos com aquela troca de olhares e alguns pequenos beijos, até que ele adormeceu apoiado em meu peito.
Provavelmente cansado pela viagem e também vinho dá um pouco de sono, eu o peguei em meu colo, o levei até sua cama, cobri-o até seu pescoço e Taehyung acomodou-se melhor em sua cama.
Sorri de lado com a cena.
Eu deixei um demorado beijo em sua testa e em seguida sai pela porta da sala, antes fechei as janelas, quando sai, joguei a chave por debaixo da porta após trancá-la.
Peguei minha moto e pilotei de volta ao quartel.
Quando estava prestes a abrir a porta, eu senti um cheiro doce misturado com lavanda em minha camisa, a segurei e levei até meu nariz inspirando fortemente seu cheiro.
Girei a maçaneta entrando no nosso dormitório, tirei minha camisa e a inspirei novamente.
- Aonde estava? - Mingyu perguntou enquanto comia yakisoba.
Eu coloquei a camisa em meu ombro e sentei-me em uma das cadeiras para tirar meus sapatos, eles também compraram uma tigela para mim, depois que terminei de tirá-lo fui lavar as mãos e peguei os hashis.
- Eu estava com Taehyung. - Respondi sorridente e Mingyu levantou as sobrancelhas surpreso.
- Sério?
- Sim. - Assenti. - E eu beijei ele e ele me beijou de volta. - Os mais novos estavam em seu décimo quinto sono.
Eu gostava desses momentos com Mingyu.
- Você gosta dele?
- Eu não sei. - Respondi sincero. - Sabe, nós discutimos muito desde aquela nossa saída no bar, mas sei lá, não tocamos nesse assunto em nenhum momento, inclusive tivemos uma possível pequena discussão. - Soltei uma risada, isso já é bem normal. - Mas eu gostei de estar na companhia dele nesse pouco tempo.
- Bom, eu espero que dê certo. - Ele colocou a mão em meu ombro.
- E você e Wonwoo? - Mingyu soltou uma risada nasal.
- Não existe eu e Wonwoo.
- Você vai na casa dele todos os dias.
- São ordens, tenho que ver se está tudo bem, prevenir que ele não seja capturado de novo.
- Falando nisso, você já descobriu o porquê? Ele tinha nos falado que era por conta de uma teoria, mas que teoria é essa? - Mingyu suspirou.
Olhou para os lados e aproximou-se.
- Eu descobri uma coisa.
- O quê? - Estávamos conversando baixo.
- Talvez ele estivesse investigando algum tipo de ligação do quartel com o tráfico, ele estava muito próximo...
- Você acha que ele estava perto?
- Bom, não sei se ele estava prestes a descobrir, mas ele estava com boas peças.
- E onde essas peças estão?
- Eu não faço ideia. - Ele respondeu e eu bufei.
- É por isso que ele disse que talvez o Capitão não acreditaria nele.
- Quando ele voltar, tentarei informá-lo sobre isso, precisamos investigar e rápido.
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