ESSE É O ÚLTIMO CAPÍTULO QUE FALTAVA REPOSTAR, O PRÓXIMO JÁ É CAPÍTULO NOVO!!

Boa leitura 💜

Jeon Jungkook

Eu abri os olhos sentindo um imenso cansaço no corpo e uma forte dor de cabeça, era sempre assim que eu acordava depois daquele maldito remédio e depois da morte do Jonghyun, eu passei a tomá-lo com mais frequência, ainda que eu tivesse seu colar em mãos, eu não conseguia ser forte o bastante.

Na verdade, agora eu queria saber onde foi que o eu, atual, colocou o colar.

Jonghyun disse que ele seria meu ponto de paz, é, acho que ele estava errado para variar.

Naquele momento em que eu me levantei, eu estava procurando o colar e bem, tudo acabou como já sabemos, eu olhei para meu corpo e fiz uma feição de tédio ao ver aquilo.

Eu não acredito que esse ômega me amarrou.

O calmante foi tão forte que me fez dormir praticamente a manhã inteira e mais um pouco da tarde, vejo que já são 03h15PM, soltei um longo suspiro e deitei minha cabeça no travesseiro novamente.

Espera aí, como eu vim parar na cama se cai no chão?

Ergui o corpo novamente.

Jimin não me aguentaria, não mesmo, de jeito nenhum.

A porta se abriu e era Jimin, ele provavelmente não esperava me ver acordado, mas também parecia aliviado, como eu queria me soltar...

- Jungkook, como está se sentindo? - Perguntou, como eu queria...

Só pela audácia dele em me prender feito um animal.

- Péssimo.

- Por quê?

- Minha cabeça está doendo. - Jimin colocou a mão em minha testa e em meu rosto, eu disse dor de cabeça, não febre. - Traga-me um remédio. - Usei meu tom mais casual possível embora eu não quisesse ser nem um pouco casual.

Onde será que ele arrumou essas cordas?

Jimin foi até o armário.

- Quem me colocou aqui? - Perguntei enquanto ele pegava o remédio.

- Yoongi e Mingyu, eles vieram ver como você estava, então pedi que o colocassem na cama.

Jimin veio até mim com o remédio na mão, colocou em minha boca e depois abriu uma garrafinha despejando a água em minha boca, eu engoli o remédio com a ajuda da água e depois soltei um suspiro.

Ele continuou a me observar, eu já estava ficando irritado com toda aquela situação.

Fiz menção em me soltar e Jimin pareceu se assustar.

Eu posso estar desmemoriado e o que for, mas eu nunca machucaria meu ômega.

- Dá para você me soltar? Eu realmente não estou gostando de ser tratado como um animal selvagem e não é como se eu fosse atacá-lo.

- Eu não sei se devo confiar em você. - Ele disse. - Me falaram sobre esse seu descontrole, mas eu não sabia que você realmente se transformaria dessa forma, como um animal selvagem.

Eu forcei uma risada.

- Eles foram super educados comigo, me trataram bem e em nenhum momento me desrespeitaram.

- Oh, vamos bater palmas! - Coloquei o copo na pia e bati palmas. - Palmas aos nobres, Jeon Suho e Bae Hoshi, por fazerem o mínimo ao esposo de seu primo.

- Por que você é desse jeito com sua família? - Ele estava bem irritado. - O que foi que fizeram para você ser assim? Você tem certeza que não é você o problema?

Então, é isso.

Ele não confia em minhas palavras, mas acredita facilmente nos outros.

Logo eu, que sou seu marido.

Jungkook, o que aconteceu com você para ter relevado tudo isso sem ao menos uma mínima revolta?

- Se não me soltar, aí sim, poderá me ver descontrolado de novo. - Eu sorri provocativo. - Eu só preciso de uma pequena chama para explodir, e pelo jeito que está, sinto que não vai querer ser a chama. - Ele engoliu a seco. - Não, de novo.

Ele olhou para baixo, como quem pensasse e respirou fundo, com as mãos tremendo, ele desfez o nó na corda e eu estava solto.

Seus olhos se encontraram com os meus.

Jimin não estava com medo, mas temia por algo.

Eu peguei a corda com ambas mãos e a apertei, a corda era grossa e muito forte, mas não para mim.

No mesmo instante, eu a puxei fazendo-a se partir.

Aproximei nossos rostos, sem quebrar o contato visual.

- Se eu quisesse, - Sussurrei. - eu teria me soltado.

Me levantei a caminho do banheiro, eu precisava de um longo banho gelado.

24 de Dezembro 2015

Depois daquele momento, eu fiquei sentado no sofá brincando com o Buddy enquanto Seokjin fazia o almoço.

Me perguntava aonde tinha ido o Capitão.

Eu realmente vou me esforçar para mudar, não falei aquilo da boca para fora, eu preciso ser diferente a partir de agora.

Eu tenho certeza que o Seokjin não sabe que o Namjoon quase morreu por minha causa durante uma missão, ele sabe que o Namjoon tomou um tiro, mas não sabe que foi por minha causa.

Por eu não tê-lo obedecido.

Estávamos eu, Chanyeol, Solar e o Capitão, dois de cada lado, prontos para invadir o local.

Baekhyun estava no carro observando tudo e nos contando sobre os passos do inimigo.

Solar estava atrás de mim, Chanyeol atrás de Namjoon, estávamos esperando apenas o sinal de Namjoon para entrarmos, acontece que eu, com toda minha impaciência, saí invadindo sem esperar por ele.

Afinal, quem era ele para mandar em mim?

Só que como foi antes de seu sinal, nós precisávamos agir rápido e sem coordenação, completamente sem sincronia uns com os outros, eu não estava vendo, mas havia um alfa mirando mim, Namjoon viu e me empurrou.

Eu estava pronto para xingá-lo de todos os nomes existentes, mas vi o sangue em sua blusa e sua expressão, ele caiu de joelhos, na mesma hora fui lhe dar assistência enquanto tentava protegê-lo das balas e também me proteger.

Nós conseguimos nos proteger e a equipe de apoio chegou a tempo, imediatamente levando-o para o hospital, eu vi Seokjin em puro desespero e medo por haver chances de perder seu esposo. Depois daquele dia, eu nunca mais deixei de ouvi-lo, apenas continuei a tratá-lo mal, mesmo que não devesse por ele quase ter dado a vida por mim.

Se Seokjin soubesse com certeza se arrependeria do que fez até agora para mim...

Eu me levantei e fui até a cozinha, ele estava experimentando o molho que estava fazendo, quando olhou para mim, sorriu e foi lavar as mãos.

- Está ideal.

- Senhor Seokjin?

- Meu Deus, não precisa disso, pode ser só Seokjin - Ele disse revirando os olhos e eu soltei uma risada.

- Ok, mas... - Cocei a nuca. - Eu tenho que te contar uma coisa. - O ômega precisava saber.

- Pode falar. - Eu assenti.

- Aquela vez em que Namjoon foi para o hospital, tirar aquela bala.

- Aquela bala não matou ele por poucos centímetros, mais um pouquinho seria fatal. - Pois é.

- É, ele só tomou aquele tiro porque eu não quis ouvi-lo e fui por conta própria para cima dos bandidos, ele entrou na frente da bala e deu no que no deu...

Eu não estava a olhando mais, na verdade estava olhando para baixo, tinha um certo receio de ver sua feição, tudo bem, se fosse uma ruim.

Eu vou aceitar ser expulso daqui, afinal, eu praticamente quase matei o dono da casa e ainda o tratei mal por todo esse tempo, eu nem deveria estar aqui para início de conversa. Namjoonnão devia ter me chamado.

Meu pai está certo, eu realmente nasci para ser uma decepção para todos e também ser rejeitado por todos.

- Eu já sabia disso. - Eu o olhei com o cenho franzido e um pouco surpreso.

- Como assim? E o senhor não me odeia? Eu quase matei seu esposo!

- Hey, se calme... - Seokjin colocou a mão em meu rosto. - Não vou mentir, eu fiquei com muita raiva de você, de verdade, mas depois eu comecei a entendê-lo e a raiva se foi. - Me entender? - Como eu disse, você não é desse jeito, apenas assumiu essa nova forma como mecanismo de defesa. Todas as pessoas que deveriam aceitá-lo te rejeitaram, exceto o Jonghyun, mas ele se foi, isso mexeu bastante com você. Não ter alguém que te aceite deixou você assim.

Deixou?

- Você está tão acostumado a ser ofendido, deixado de lado e rejeitado que não se importa que façam isso com você também, na verdade, no fundo, você se importa e deseja que seja o contrário, mas ao mesmo tempo, não faz questão de lutar para que seja diferente, pois para isso você teria que sair da sua zona de conforto. - O que ele está dizendo? - Se Namjoon tivesse rejeitado você desde o princípio, em vez de tentar se aproximar de você, com certeza você trataria isso como nada.

- Por que está dizendo isso?

- Você não sentiria a dor da rejeição do seu Capitão, porque já é rejeitado por sua família.

- Seokjin...

- Quem já é rejeitado, não sente a dor da rejeição.

Eu respirei fundo.

- Você o trata dessa forma, porque no fundo reconhece que ele esteve tentando se aproximar e dar aquilo que sua família não te deu, aceitação, e por ser algo novo, novo após a morte do Jonghyun, você reage dessa forma. - Ele colocou a outra mão em meu rosto. - Só que Jungkook, não iremos rejeitá-lo como eles fizeram, apenas aceite isso em seu coração, você ainda será amado e querido por muitas pessoas, então eu aconselho a você aprender a aceitar isso desde agora. - Seu tom foi pura brincadeira, tanto que me fez rir baixo. - Quando isso acontecer, pelo amor de Deus não os trate como tratou Namjoon!

Nós dois rimos com sua súplica enquanto ele voltava para o fogão.

- Está certo.

Atualmente

Agora ele está lá, de braços cruzados, sentado no sofá me encarando.

O que será que ele quer?

- Você quer alguma coisa? - Perguntei comendo uma maçã.

- Se você podia se soltar, por que não o fez?

Eu caminhei até lá, ele olhou tudo atentamente tudo o que fiz, sentei-me ao seu lado.

- Perderia toda a graça, não acha? - Olhei para a maçã e a mordi novamente.

- Eu não entendo aonde você quer chegar.

- Eu quero que confie em mim. - Eu disse olhando-o. - Quero sua confiança, não sou tão diferente assim do Jungkook que você conheceu, eu ainda sou eu, não tem porque me evitar dessa forma. - Jimin desviou o olhar para outra direção.

Eu realmente o entendo.

Jeon Jimin

Quando constatei que ele estava mesmo apagado, corri para pegar o walkie-talkie.

- Meninos?

- Senhor Jimin? - Mingyu disse.

- Aconteceu alguma coisa? - Yoongi perguntou preocupado.

- Precisa de ajuda com algo? - O mais novo perguntou, também preocupado.

- O que foi que o Capitão fez? - O tom que Jongho falou foi baixo e sério.

- Eu estou bem. - Ouvi-os suspirarem aliviados. - Mas eu posso ter dopado o Jungkook e ele pode estar caído agora em nosso quarto, desmaiado.

- PODE?! - Yoongi perguntou desacreditado.

- Meu Deus, estamos indo para aí, agora!

[...]

Mingyu e Yoongi não demoraram nem dez minutos para vir, inclusive Namjoon veio junto com eles.

Eu os levei até nosso quarto, os mais novos arregalaram os olhos e Namjoon apenas negou com a cabeça. Jungkook ainda estava deitado no carpete e, acreditem ou não, Bam estava deitado ao seu lado.

Como explicar esse cão?

- Como isso aconteceu? Tem certeza que ele não levou uma pancada na cabeça? - Yoongi estava desacreditado.

Até eu estava em ver que aquele pequeno remédio fez isso.

- Qual remédio você deu para ele? - Namjoon me perguntou e eu o peguei no armário. - Bom, agora é compreensivo.

- Como assim, Coronel? O que é isso?

- É um calmante super concentrado para alfas lúpus, ele não vai acordar tão cedo. - Ainda eram 07h50. - Peguem-no e o coloquem na cama, Tenentes. - Eles assentiram.

Yoongi e Mingyu se abaixaram um em cada lado e colocaram os braços de Jungkook em seus ombros, o levantaram e depois o colocaram em cima da cama.

- O que aconteceu para você dar isso para ele? Ele estava tão irritante assim? - Namjoon perguntou e eu me segurei para não rir.

O momento não era engraçado, mas a forma como ele me perguntou isso...

- Ele estava tendo um surto de raiva, o que eu poderia ter feito? - Namjoon arregalou os olhos.

Todos sabem o que alfas lúpus são capazes de fazer em seus momentos de raiva.

- Ok, mas também, não precisava desse remédio, ele é muito forte.

- O senhor nunca o viu em um surto de raiva.

- Eu não. - Ele disse. - Seokjin sim, e ele não lhe deu remédio algum.

- Ah, é mesmo? - Perguntei sarcástico. - E o que ele fez para Jungkook voltar ao normal?

- Acredite ou não, Jin apenas o abraçou.

Eu realmente não esperava por aquela resposta, como assim, Seokjin apenas o abraçou e ele voltou ao normal?

- Vocês podem ir. - Ele disse olhando para os meninos. - Peçam ao Tenente-Coronel para continuar com aquele treino de domínio próprio e participem. - Os dois alfas assentiram, fizeram uma continência e me deram um aceno.

Nós saímos do quarto e descemos as escadas, os meninos foram embora e ficamos apenas eu e Namjoon, e agora também tinha o Bam em minha cola.

- Podemos conversar, Jimin? - Ele perguntou.

- Sim, você por acaso quer alguma coisa?

- Apenas água, por favor. - Eu assenti e fui até a cozinha pegar um copo d'água para ele.

O que será que ele quer conversar comigo? Com certeza é sobre Jungkook, na verdade, há uma coisa que ele pode me responder.

- Coronel?

- Sim? - Coloquei o copo em sua frente. - Obrigado.

- De nada. - Ele bebeu um pouco. - Eu queria saber uma coisa. - Ele assentiu dando-me permissão para prosseguir. - O que exatamente o Jonghyun era para Jungkook?

Por várias vezes eu já o ouvi falar sobre ele, não exatamente falar, mas citá-lo de alguma forma e eu nunca tive interesse em perguntá-lo sobre qualquer coisa, além de também ele poder não querer me contar nada, mas depois de ontem, eu realmente preciso saber pelo menos um pouco sobre isso tudo.

- O que o Jonghyun era para ele? - Ele repetiu a pergunta. - O Jonghyun era tudo para ele. Aquele garoto era apaixonado por aquele ômega e o amava com todo seu coração. - Ok, pelo modo que ele falou, eu não pude deixar de sentir um pouco de ciúmes. - Apaixonado, no sentido de admirá-lo mais do que tudo. - O alfa explicou melhor.

- Entendi. - Aquilo não era o bastante.

- Eu vou te contar o que eu sei. - Balancei a cabeça positivamente. - Por muito tempo, o Jonghyun foi a única pessoa que ele tinha e perdê-lo foi como se tivessem arrancado um membro de seu corpo. - Eu não sabia de nada disso. - Você deve saber da história dele com a família, enquanto a família dele lhe dava as costas, ele tinha o Jonghyun para suprir tudo aquilo que ele precisasse e foi apenas ele por um longo tempo. O Jungkook criou uma dependência muito grande por ele, tão grande que quando ele se foi...

Namjoon soltou um longo suspiro.

- Quando ele se foi, uma parte dele se foi junto com ele e ele se viu sozinho por muito tempo, na verdade, Jungkook ficou sozinho durante quatro anos e eu não faço ideia de como foram esses quatro anos ou como ele se sentiu, mas por conta de tudo isso, ele transformou-se nessa pessoa que você está vendo. - Namjoon disse.

Então a morte de Jonghyun que o deixou nesse estado...

- Esse Jungkook é o Jungkook que praticamente acabou de perder o melhor amigo, a única pessoa que ele tinha e não teve ninguém para ajudá-lo durante todo esse tempo, talvez se ele tivesse tido alguém consigo bem antes, ele não estaria dessa forma. - Olhei para minhas mãos. - Até que ele recupere a memória, pode ser que você passe por alguns momentos complicados, porque ele simplesmente acha que não há o que perder. Ele não teme a nada, Jimin.

Ele terminou de beber a água.

- Para esse aí, a única pessoa que lhe importava até então era o Jonghyun e ele já se foi, então ele não vê mais sentido em continuar vivendo.

A noite havia chego, ele deitou-se de costas para mim, eu fiz o mesmo e não conversamos mais após aquela conversa.

Jungkook estava se mexendo novamente no colchão, aquilo estava me incomodando bastante, porque acabava que meu lado também se mexia por causa dele.

- Jimin? - Ele me chamou e eu fiquei me perguntando se valeria a pena fingir estar dormindo. - Park Jimin?- Já fazia tanto tempo que eu não ouvia meu nome dessa forma.

E eu também estranhei bastante, afinal, ele amava frisar seu sobrenome mais o meu nome.

- Estou ouvindo.

- Eu não estou conseguindo dormir. - Nem eu conseguiria depois daquele tempo todo em que dormiu.

- Pois eu estou, boa noite.

Ouvi-o bufar fortemente.

- Por que você me trata assim? - Perguntou com extrema chateação em sua voz. - Eu não fiz nada a você, por acaso sente raiva de mim?

- Por que eu sentiria raiva de você?

- Isso que eu gostaria de saber. - Eu revirei os olhos. - Olha, eu já entendi que não foi exatamente comigo com quem casou-se, mas isso não significa que você deve me tratar desse jeito. - Ele disse. - Isso não fará com que minha mente volte ao normal e talvez quando voltar, eu provavelmente lembrarei de tudo isso e o resto você já pode imaginar.

- Explique melhor.

- Eu vou lembrar que a pessoa que eu supostamente amo e que supostamente me ama de volta, não esteve comigo quando eu mais precisei, porque tudo o que você tem feito até agora, é me rejeitar.

Ele não estava mentindo, eu realmente estava fazendo isso, não que seja proposital, mas eu simplesmente não consigo tratá-lo de forma diferente, ainda mais depois do que aconteceu.

Eu não paro de pensar na hipótese de que ele poderia ter me machucado.

E se ele ficar assim para sempre?

Realmente, se ele ficar assim para sempre então viverei todos os anos seguintes o rejeitando?

Me surpreende bastante ele já não estar mal com esse pouco de rejeição que o dei, daquela vez, ele começou com fortes dores de cabeça e depois veio a febre e pelo que estou vendo, Jungkook não está sentindo nada.

Se eu não posso fazê-lo voltar ao normal, ou ele mesmo talvez nunca volte, então eu devo aprender a amar essa versão dele.

Ouvi-o suspirar pesadamente.

Eu virei-me para ele e Jungkook estava olhando para o teto, na mesma hora ele me encarou de volta.

Seu olhar estava tão triste e sua feição cabisbaixa.

- Vem aqui... - O chamei.

Usei o tom mais calmo e carinhoso possível.

Ele cuidou de mim, então agora é minha vez.

Mesmo que um pouco incerto, ele se aproximou, eu segurei suas mãos colocando-as em volta do meu corpo, Jungkook acompanhava tudo o que eu fazia com os olhos.

Coloquei os braços em volta de sua cabeça e beijei o topo dos seus cabelos, em seguida inspirando profundamente pelo nariz.

Como eu estava com saudade de sentir seu cheiro assim...

Soltei o ar pela boca e esfreguei minha bochecha em seu cabelo, Jungkook segurou firmemente minha cintura e começou a pressionar seus dedos em minha barriga, ele estava tão tímido, logo ele que era sempre tão ousado.

Óbvio que isso não durou muito, ele me puxou para ficar deitado em cima dele, eu continuei a acariciar sua nuca e lhe dando alguns beijinhos no pescoço e em seu rosto, sua mão direita agora estava em minha costas, subindo e descendo com um leve carinho.

Ele meio que ameaçava colocar a mão por baixo da minha camisa e até mesmo desceu completamente sua mão em minha bunda.

Ok, ele já perdeu a vergonha.

Eu dei um pequeno empurrão com o cotovelo em seu braço e ele riu, agora descendo as duas mãos até lá, Jungkook apertou levemente e em seguida subiu novamente para minha cintura, onde ficou pressionando com os dedos como antes.

Ele virou o rosto e cheirou meus cabelos.

- Você tem cheiro de frutas vermelhas, - O alfa inspirou fortemente. - framboesa e amora parecem que são mais fortes. - Ele soltou uma risada nasal. - Jonghyun tinha cheiro de morangos, por um tempo acabei ficando fissurado pela cor vermelha.

- Vermelho é uma cor bonita.

- Sim... - Agora ele parecia estar finalmente ficando com sono. - Meus olhos são vermelhos, então minha alma também é da cor vermelha.

- Você sabe por quê? - Óbvio que não havia nenhum segredo por trás, nós simplesmente nascemos com aquela cor e pronto, eu apenas estava lhe perguntando isso para que ele dormisse.

- Não... Qual a cor da sua?

- Azul.

- Eu gosto de azul.

Dessa vez, eu quem soltei uma risada nasal.

Ele estava tão... Com uma aura infantil.

- Mais do que gosta de vermelho? - Perguntei.

Continuei distribuindo selares em seu rosto e seus lábios se curvaram em um sorriso, Jungkook apertou minha cintura e beijou minha testa.

- Sim, se eu pudesse, eu também teria a alma da cor azul, na verdade, eu acho que se ela pudesse mudar conforme os eventos, com certeza atualmente a minha seria azul... Azul e cinza...

- Por que acha isso? - Seus olhos já estavam super pesados, ele parecia lutar contra o sono.

Seus olhos cor de mel olharam para os meus castanhos.

- Porque todos a minha voltam estão felizes, exceto eu... Acho que no fundo, sempre foi desse jeito, desde que eu era apenas uma criança... Sozinho, apenas querendo ser um pouco mais feliz... - Jungkook fechou os olhos por completo. - Minhas cores com certeza seriam azul e cinza... - Ele soltou um suspiro e caiu em sono profundo.

Agora eu estou aqui com você.

Sempre e para sempre.

Eu lhe dei um último beijo demorado em seu rosto antes de soltá-lo e também dormir.

Aconchegamos mais um ao outro.

Dormi ouvindo as batidas de seu coração, com sua respiração lenta batendo contra meu rosto e seu cheiro, que é minha fragrância preferida.

Blue & Grey tem meu coração, amo demais ♡