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Chapter ten

Jeon Jungkook

Eu estava dormindo no colchão que colocaram para mim no chão do quarto, saudades do meu colchão novo que eu paguei tão caro, mas fazer o quê? Escolhas são escolhas. Todos eles pareciam ter acabado de acordar, entretanto eles não estavam fazendo tanto barulho.

Graças a Deus!

Abro os olhos com um pouco de dificuldade e me sento no colchão com a cabeça apoiada em meus joelhos.

Yoongi está fazendo flexões, hora ou outra ele se apoia em apenas uma mão e em seguida troca, Mingyu está fazendo barra com uma só mão e com a outra ele está lendo um livro, Jongho estava fazendo yoga, sim, ele faz yoga para manter-se calmo já que precisa ficar absolutamente imóvel e sem tremer quando está com o olho na mira de sua sniper. Hoseok não estava no quarto, deduzi que ele foi correr.

Bocejei e me estiquei um pouco.

- Bom dia, Capitão - Mingyu disse sem tirar os olhos de seu livro.

- Bom dia, Capitão. - Yoongi e Jongho desejaram ao mesmo tempo

- Por que ainda estão aqui uma hora dessas? - Nesse horário, eles já deveriam estar em formação esperando por alguma ordem.

- Uma coisa incrível chamada: folga de uma semana. - Yoongi respondeu me olhando e se equilibrando em seu braço direito. - O senhor recebeu suspensão e nós folga.

- Coronel sabia que ele não nos deixaria em paz, por isso o suspendeu. - Mingyu fez os outros rirem.

Eu levei a mão até minha testa pressionando-a.

- Tem um analgésico ali e água também está ali. - Ele indicou com a cabeça e eu me levantei indo até lá para pegá-los. - Se lembra de tudo de ontem?

- Por que não lembraria? - Perguntei e em seguida bebi a água após colocar o remédio em minha boca.

- Vai saber!

- E então, como planeja prosseguir com aquele plano maluco? - Jongho perguntou-me.

- Não é um plano maluco.

- É arriscado demais. - Yoongi disse.

- Não será tão arriscado, somos lúpus.

- Como pretende conseguir a confiança dele para mordê-lo? - Mingyu perguntou e desceu da barra apenas para trocar de mão.

Eu suspirei.

- Isso é fácil, vou ser a pessoa mais adorável do mundo.

- Isso é fácil para você? - Yoongi perguntou-me e eu tive que ir até ele e dar uma rasteira em seu braço. - CAPITÃO! - Ele gritou quando o corpo bateu contra o chão. - E se eu tivesse batido a cabeça?

- Vaso ruim não quebra. - Ele deitou de barriga para cima, cruzou os braços e ficou me olhando de cara emburrada.- Infelizmente terá que ser assim, mas eu tentarei abstê-lo de muita coisa, ele não precisa ver e sentir tudo. - Os alfas concordaram.

Eu senti um cheiro, um cheiro que eu reconheceria facilmente.

- Merda! - Eu fui para trás da última cama. - Eu não estou aqui. - Eu sussurrei para eles e eles me olharam sem entender.

Logo foram ouvidas batidas na porta e ela foi aberta pelo Coronel.

- Aonde ele está?

- Ele quem? - Yoongi perguntou na maior cara de pau.

- Onde está aquele projeto de pessoa?

O pequeno Hoseok voltou de sua caminhada, apareceu na porta do quarto ofegante e um pouco suado.

- Coronel! - Ele fez uma breve continência.

- Hobi, o Coronel estava te procurando. - Quando eu digo que Yoongi é audacioso, eu não estou brincando.

- O que eu fiz? - Hoseok perguntou com o olhar preocupado.

- Nada. - Namjoon respondeu. - Estou procurando por Jeon Jungkook! - Ele frisou bastante meu sobrenome. - Ande, apareça logo. - Eu suspirei em frustração e sai de meu "esconderijo".

- Coronel...

- Não! Eu fui bem claro em ter te dado uma suspensão.

- Suspendeu-me de minhas atividades, não de ver meus queridos subordinados. - Fingi um suspiro aliviado. - Eu estava com tanta saudade de vocês, meninos.

- Não voltou para casa pelo visto.

- Como pode dizer algo assim? - Eu fiz o meu melhor tom de indignação e tristeza por ele estar me questionando.

Coloquei até a mão no peito.

- Seu idiota, você está com a mesma roupa de ontem e com a cara de quem acabou de acordar.

Levei as mãos até minhas orelhas.

Quando a ressaca bate eu fico sem controle da minha audição aguçada.

- Meu Deus, estou parecendo o Namjoon de sete anos atrás brigando com o Jungkook de 18 anos.

- O que aconteceu para você brigar com ele há anos atrás? - Mingyu perguntou e eu quis matá-lo.

Eles não sabem tanto assim do meu passado... Do meu passado como um jovem inconsequente.

- Jeon Jungkook foi fazer o treinamento completamente virado, pois havia ido à uma festa na noite anterior e encheu a cara. - Os quatro viraram e olharam ao mesmo tempo para mim.

- Coronel, não se conta esse tipo de coisa aos nossos subordinados.

Eles negaram com a cabeça, Yoongi semicerrou os olhos em minha direção e até mesmo estalou a ponta da língua algumas vezes.

- Capitão Jeon...

- Capitão Jeon, vou levá-lo para sua casa imediatamente. - Namjoon falou ficando ao lado da porta e indicando que eu passasse em sua frente.

Eu suspirei pesadamente, peguei meu coldre, mas sem amarrá-lo e sai pela porta bufando.

- Tudo bem, eu vou para casa, só que eu vou passar no vestiário.

Ir para casa, ok.

Agora ir para casa com essa cara, não.

Fui ao vestiário, em meu armário peguei minha escova de dente e meus produtos de higiene pessoal.

- Para que isso tudo? - Yoongi perguntou enquanto eu tomava banho.

- Ele não quer parecer que ficou enchendo a cara a noite toda para o esposo - Jongho falou rindo e Yoongi riu também.

- As produções de cinema estão o perdendo.

Os ignorei totalmente e continuei com meu banho, depois que o acabei o sequei com secador, ele estava tão brilhoso e definido, ah, eu sou muito lindo. Me admirei no espelho. Felizmente meus machucados já tinham sumido, então apenas vesti uma camiseta preta deixando meus braços à mostra, e uma bermuda. Meus tênis eram os mesmos da noite passada.

Espirrei perfume em meu pescoço e amarrei meu cabelo em um coque.

Também peguei meus óculos escuros.

- Se eu fosse o Jimin, eu te matava. - Mingyu negou com a cabeça e eu soltei uma risada. - Some a noite inteira e aparece assim no dia seguinte.

- Não se deve tirar conclusões precipitadas, Sargento. - Fechei meu armário. - Ontem ele acabou totalmente com minha paciência, hoje é minha vez de estressá-lo.

- Capitão... - Hoseok disse.

- Agora eu tenho que ir, antes que o Coronel me mate.

Coloquei meu coldre em minha cintura, eu o tiraria quando chegasse em casa mesmo.

Namjoon estava encostado em uma viatura, apenas me esperando, eu lhe dei um sorriso e entrei no carro.

- Como sabia que eu estava aqui?

- Me informaram quando eu cheguei, por que não foi para casa? - Ele perguntou dando ré para sair com o carro.

- Ah, eu não poderia ir para casa naquele estado. - Respondi. - E outra, eu precisava pensar um pouco.

- Pensou?

- Óbvio que não, mas se eu dormisse com ele... - Deixei no ar e Namjoon suspirou negando com a cabeça.

Ele me deixou na esquina de meu condomínio.

- Agora, vá para casa.

- Agora não tem escapatória, Coronel. - Eu disse. - E não há outro lugar para eu estar neste exato momento a não ser minha casa. - Sorri.

Namjoon revirou os olhos, levantou o vidro e saiu com o carro sem nem ao menos se despedir.

Eu ri enquanto caminhava até minha casa.

Infelizmente, sim, infelizmente mesmo! Sully me viu e sorriu vindo em minha direção, quando o diabo não vem, ele manda secretário.

- Capitão Jeon!

- Senhorita Liang... - Eu murmurei a contragosto e sem parar de andar. - Como está indo?

- Bem, e você? Soube que se casou.

- É, é verdade.

- Sério? Achei que fosse apenas boato.

- Não, não é. - Neguei e ela insistia em continuar me acompanhando. - Você não tem o que fazer, não? - Perguntei olhando-a.

Sully aproximou-se e eu logo me adiantei em afastar-se dela.

- Por favor, não faça isso. - Eu a adverti e ela riu.

- Não precisamos fingir que não tivemos algo.

- É meio complicado considerar alguma coisa baseada em uma só noite, além disso, eu já disse, estou casado com Jimin, portanto, peço gentilmente que me respeite.

Peguei minhas chaves para abrir o portão, mas Jimin o abriu por dentro e estava segurando Bam pela corrente, ele simplesmente latiu e quase, faltou um pouquinho para avançar em Sully.

Falando no diabo, ela simplesmente segurou meu braço e meio que escondeu-se atrás de mim.

- Bam! - Eu e Jimin gritamos juntos e ele sentou-se em frente a Jimin.

Eu olhei para as mãos dele em volta de meu braço, segurei seu pulso e o soltei quando suas mãos estavam longe de mim por completo.

- Você está bem? - Perguntei segurando as mãos de Jimin.

Pelo Bam ter puxado forte, o material da corrente pode ter machucado sua mão e realmente deixou uma marca vermelha.

- Eu estou bem. - Ele puxou as mãos e voltou a olhar para o Bam. - Vamos, Bam.

Eu que não vou perguntar aonde ele vai.

Jimin passou pela loira, sem ao menos olhá-la, Bam não ousou fazer menção em atacá-la, entretanto ele rosnou para ela quando passaram.

Esse é meu garoto!

Ri de meus pensamentos.

- Olha só, não me toque de novo em nenhuma circunstância. - Eu disse olhando-a. - O que quer que tenhamos tido, ficou completamente no passado, agora ele é meu esposo e eu devo ter respeito por ele, eu sequer gosto de pensar no ex-namorado dele fazendo esse tipo de coisa, então eu também devo evitar esse tipo de situação.

Entrei em minha casa e fechei o portão, revirei os olhos e respirei aliviado.

[... ]

Jimin e Bam voltaram alguns minutos depois, ele apenas tinha o levado para passear um pouco e quando chegaram o deixou no quintal.

Ele fez todo o almoço e eu disse que lavaria a louça, eu nunca vi surgir tanta coisa para lavar em poucos segundos, mas ok, eu lavei, sequei e guardei. Sabia que ele estava olhando para mim e outra coisa, com a mordida, eu consigo saber vagamente o que ele está sentindo, vagamente porque só poderei saber de fato e senti-lo com a mordida mais íntima.

O ômega subiu para escovar os dentes e eu fiz o mesmo.

Tirei meu coldre e o coloquei em cima da mesa, sentei-me no sofá e liguei a televisão.

Eu assisti durante toda a tarde, quando a noite enfim caiu, Jimin desceu as escadas, foi até a biblioteca improvisada no canto e começou a olhar as prateleiras em busca de um livro.

- Olha só! - Eu olhei em sua direção e ele estava com um livro na mão. - Os Bridgertons. - Jimin olhou para mim e um sorriso irônico estava em seus lábios. - É o segundo da série de livros, O Visconde Que Me Amava. - Ele olhava o livro e o folheava. - Cada livro é a história de um Bridgerton, esse aqui conta a história do Anthony. - Eu assenti. - O libertino de "L" maiúsculo.

Eu já sei o que vem por aí.

- Que engraçado, ele me lembra muito uma pessoa, o caráter e o jeito libertino principalmente. - Eu mordi o lábio inferior. - Não te soa familiar? - Sorrio irônico enquanto negava com a cabeça. - Um homem aparentemente exemplar e desejado por todas as moças, pensando em se casar com a irmã caçula de uma donzela e onde ele estava depois de dizer estar interessado na moça? Isso mesmo, no escritório dele com uma moça com quem ele já compartilhou a cama. - Meu sorriso continuava em meus lábios.

- A Kate também estava lá, coitado, fez da vida do homem uma grande confusão, foi o cachorro que fugiu, e eu tenho quase certeza que ele ainda teve algum leve ferimento por causa dela. - Eu respondi em um tom cínico. - Ela também me lembra muito alguém, ela é intrometida, atrevida, implicante.

- Esqueceu de inteligente.

- Talvez irresistível também. - O provoquei. - Ela simplesmente o tirava do sério toda vez que estavam juntos. - Desliguei a televisão e me levantei caminhando lentamente em sua direção. - Vivia o alfinetando, e o provocava sem nem perceber. Um visconde de ótimo caráter e postura exemplar, um incrível cavalheiro.

- Um libertino, com "L" maiúsculo, ou seja, um galinha.

- Os dias de libertinagem acabaram no momento em que se conheceram. - Eu disse. - Se é que houve tanta libertinagem assim, pois sabemos que Lady Whistledown, assim como todos os fofoqueiros, geralmente só sabia da metade de um fato, o restante era pura hipérbole e suposições.

- Quando estava sozinho com Kate, ele não era tão cavalheiro assim como talvez transparecia para as outras.

- A culpa era dele se ela parecia testar sua paciência a todo momento? - Perguntei bem próxima a ele.

Ele soltou uma risada e o ar quente bateu contra meu rosto.

- E se ela apenas estivesse insatisfeita?

- Então, ela deveria considerar pedir divórcio, mas nós dois sabemos que isso só pode ser uma consideração e não algo que possa ser realizado de fato. - O forte tom de sarcasmo era super evidente em minha voz. Eu sorri de lado.

Seu cheiro estava muito forte e eu podia sentir sua raiva, mas também havia desejo e como eu sabia disso, peguei o livro de sua mão, o joguei na poltrona, segurei sua cintura, suas mãos vieram para meu rosto e nossos lábios colidiram um contra o outro com urgência.

Jimin era tão leve que foi a coisa mais fácil do mundo levanta-lo e caminhar até nosso quarto enquanto o segurava, eu o joguei contra o colchão e fiquei entre suas pernas ainda beijando-o. Movimentei meu quadril para frente fazendo-a sentir o quanto eu estava o desejando, Jimin segurou minha nuca e eu desci os beijos para seu pescoço onde ele puxou-me mais ainda.

Eu ouvi, longe dali o som do meu telefone e eu quis bufar.

- Seu telefone está tocando. - Eu me afastei dele, um pouco ofegante.

Meu telefone nem estava no quarto.

Foquei melhor minha audição e percebi que ele estava no andar debaixo.

Contra toda minha vontade, eu fui atendê-lo, eu sou um Capitão então pode ser algo importante.

Ele estava em cima do sofá, era meu pai, peguei o aparelho e já me preparei para o que poderia vir a seguir.

- Sim, pai?

- Por que demorou tanto para atender? - Eu revirei os olhos.

- Não acho que seja da sua conta, o importante é que eu atendi. O que quer?

- Seu avô quer conhecer seu esposo, portanto é para ir conosco para a fazenda.

- Eu já sou bem grandinho para fazer minhas próprias escolhas. - Respondi. - Não tente impor ordens sobre mim, General. - Eu nunca gostava de quando ele me ligava.

Era sempre uma tentativa falha de me controlar.

- Soube que seu esposo quer ir, se não quer vir por nós, então faça ao menos para agradá-lo. - Ele disse. - Afinal, ainda é cedo para ele perceber que você sempre será um egoísta ingrato que só pensa em si mesmo. - Eu estava a ponto de quebrar aquele aparelho em minhas mãos.

- Só penso em mim mesmo? - Eu forcei uma risada. - Alguém teve uma grande culpa nessa questão, e nós dois sabemos quem foram os responsáveis, além de que tomar decisões pensando unicamente no meu bem estar não é ser egoísta, pai. - Eu desliguei o telefone sem ao menos deixá-lo responder.

Respirei fundo mais de cinco vezes.

E é por isso que sempre que posso, eu me enfio completamente em trabalho, porque é a única maneira saudável que encontrei para esquecer que tenho esse tipo de pessoa em minha vida. Único jeito que encontrei para ocupar minha cabeça o bastante e não ter tempo para pensar nessas coisas.

Antigamente, minha forma de escape era o álcool.

Abri a porta da sala e me sentei no gramado com o rosto entre os joelhos, não demorou muito para Bam vir e colocar o rosto entre o vão das minhas pernas fazendo-me levantar a cabeça.

- Me deixa, garoto. - Empurrei levemente seu rosto para longe.

Ele pareceu chorar.

- Eu só quero ficar sozinho.

Fechei os olhos e abaixei a cabeça de novo.

Bam pareceu obedecer e não se aproximou de novo.

Eu sinto tanta falta dele.

Eu estava no jardim de minha casa, havia acabado de fazer sete anos e pedi que não tivesse festa nenhuma. Não tinha necessidade. Meus primos simplesmente se viraram contra mim, eu não tenho nenhum amigo, eu não tenho ninguém além de mim mesmo e acho que nunca terei.

As rosas do jardim haviam florescido e eu estava lá observando-as enquanto comia alguns Cookies, me arrisquei em pegar um pequeno coelho que tinha ali e o lhe dei um cheiro, acabei dando um pequeno espirro e soltei uma baixa risada. Olhei para cima e os passarinhos pareciam brincar uns com os outros, por um momento desejei ser um deles, talvez assim eu tivesse alguém com quem brincar.

Sou um lobo solitário e lobos solitários não sobrevivem por muito tempo, eu tenho medo do que pode vir a seguir, será que serei sozinho para sempre?

- Eles são lindos, não é? - Ouvi uma voz atrás de mim e me virei para olhar. - São canários, embora eu não entenda muito de pássaros, eu li isso em um lugar enquanto estava na internet. - Ele é um ômega. Ele sorriu em minha direção e ele tinha um sorriso tão bonito.

Não só o sorriso, ele tinha um rosto bonito com seus cabelos castanhos com uma certa repartição e um certo levante na frente, alguns fios estão desalinhados, mas não é como se isso o fizesse feio, parecia o deixar mais bonito ainda.

Ele abriu a mão e a esticou em minha frente e eu logo fechei os olhos, levando os braços até meu rosto e me encolhi com receio.

- Meu nome é Jonghyun. - Abri os olhos lentamente e vi que ele estava me cumprimentando. - Qual é o seu nome? - Eu olhei para sua mão esticada e fiquei a intercalando entre ela e seus olhos claros, como os meus.

Ele tirou sua mão e a levou até sua nuca, a coçando e tombou a cabeça para o lado.

- Bem, já que você não quer me falar seu nome, então eu vou chamá-lo de... - Ele mordeu o lábio inferior e levou a mão até o queixo com o cenho enrugado. Seus olhos foram para minhas mãos e depois para o pranto onde continha alguns Cookies, seu sorriso apareceu novamente em seus lábios. - Já sei! Vou chamá-lo de Kookie, ou coelhinho, ou os dois, tanto faz. - O ômega soltou uma risada. - Agora eu tenho que ir, eu te vejo por aí, Coelhinho! - Jonghyun mais uma vez esticou a mão e mais uma vez eu fechei os olhos me encolhendo.

O que recebi foi o toque de sua palma no topo de minha cabeça e depois ele se virou para ir embora.

Jonghyun foi meu primeiro e único amigo durante muito tempo.

Foi tão difícil superar a morte dele, eu senti como se tivessem arrancado um pedaço de mim.

Eu queria que tivesse sido eu no lugar dele.

Talvez se tivesse sido, teria sido bem melhor.

Jonghyun sofreu um acidente de carro, eu queria tanto, mais tanto, que fosse apenas uma brincadeira de mal gosto, mas não. Ele tinha morrido e eu não pude ao menos me despedir, no dia eu tinha descoberto que havia passado para o ensino médio e estava ansioso para contá-lo.

Sabe aquela pessoa que quando dá tudo certo ela é a primeira a comemorar com você e quando dá errado ela dá um jeito de fazer você sorrir mesmo que tenha dado errado? Esse era o Jonghyun, ele ficava feliz até com as minhas menores conquistas e as celebrava como se fossem super importantes.

Ele foi o primeiro e único a dizer que sentia orgulho de mim.

Eu nunca vou esquecer da nossa última conversa.

- Coelhinhoooo!

- Jonghyun, eu não sei se vou passar.

- Você é um nerd, como realmente pode achar que não vai passar?

- É, você está certo, passar eu vou, só que eu tenho que passar com as maiores notas. - Ele franziu o cenho. - Talvez assim, eu possa ouvir meu pai dizer que tem orgulho de mim. - Jonghyun soltou um longo suspiro e revirou os olhos.

- Kookie, para de querer sempre buscar a aprovação dele em primeiro lugar.

- Mas, Jun-

- Não! - Ele gritou.

- Eu preciso disso, ok? Eu preciso disso! - Gritei de volta.

- Você não precisa, meu amor.

- Eu preciso sim! - Levei as mãos até meus olhos. - Eu... Eu preciso sim... - Senti meu corpo tremer pela vontade de chorar. - Eu passei pelo escritório dele e - Limpei os olhos. - ele disse para o Su-ho que sentia orgulho dele... E eu quero ouvir isso do meu pai, ele nunca disse nada desse tipo para mim e disse para o sobrinho dele. O que o Su-ho tem que eu não tenho? Jonghyun, eu sou o filho dele.

Jonghyun se aproximou e me abraçou colocando minha cabeça apoiada em seu peito.

- Coelhinho... - Jonghyun segurou meu rosto e beijou minha testa. - O seu pai é um idiota, um babaca, você realmente não precisa de nada disso e outra, ele pode talvez não ter orgulho de você, mas eu tenho e muito. - Eu olhei para ele e lá estava seu sorriso. - Eu tenho muito orgulho da pessoa incrível que você é, do alfa que tem se tornado e das notas que tem, e mesmo que elas fossem baixas eu ainda teria orgulho de você. - Ele disse.

- Você... Você tem orgulho de mim?

- Mas é claro! E eu sempre vou ter orgulho de você, sabe por quê? - Neguei com a cabeça. - Porque eu sei que você sempre será uma pessoa extraordinária.

- Serei?

- Sim, e só tem um jeito de você me fazer deixar de ter orgulho de você.

- O quê? - Perguntei quase que desesperado e preocupado, Jonghyun apenas sorriu e colocou a mão em minha cabeça bagunçando um pouco os fios.

- Se perder esse magnífico sorriso que só você tem.

É, Jonghyun, quem diria que dias depois eu fosse conseguir te decepcionar...

Porque no exato momento em que você se foi, meu sorriso "magnífico" se foi junto com você.

- Me desculpa por ter te decepcionado Jonghyun, eu espero que você possa me perdoar algum dia. - Sussurrei para o nada.

Respiro fundo com os olhos fechados.

Eu estava tão distante, que não pude senti-lo se aproximar e acabei me assustando com seu toque em meu ombro.

Parecia que eu tinha voltado a ter cinco ou seis anos, porque com o susto eu acabei levando os braços até o rosto como antigamente e quando percebi que era Jimin eu fui os abaixando devagar enquanto ele me olhava.

Jimin tinha um olhar preocupado e também triste, eu estava sem entender o porquê ele me olhava daquele jeito, parecia até que sabia sobre meus pensamentos.

- Jungkook, por que você está chorando? - Ele perguntou.

Eu coloquei a mão em minha bochecha, senti o molhado e olhei para meus dedos.

Eu estou chorando?

Jimin tinha tomado banho e já estava com suas roupas de dormir.

Quanto tempo eu fiquei aqui?

Levantei-me e caminhei em passos apressados até o banheiro em meu quarto, eu fechei a porta e logo fui tirando minhas roupas para entrar debaixo da água, era tudo o que eu precisava. A água parecia lavar minha alma, levar com ela todos os meus problemas, só parecia mesmo, mas já era o suficiente.

Quando eu saí do banheiro, Jimin estava deitado em nossa cama, como se estivesse me esperando. Depois de vestir minhas roupas para dormir e ligar o ar-condicionado, eu deitei de costas para ele.

Eu não queria encará-lo e muito menos queria seu olhar sobre mim, embora eu sentisse que estava.

- Você deveria confiar em mim e eu não deveria estar dizendo isso, porque tinha que ser algo natural. - Soltei um baixo suspiro. - Desde que você me mordeu, eu tenho sentido coisas estranhas e agora eu consigo sentir um pouco do que você está sentindo nesse momento. - A mordida faz isso, ela nos permite sentir o que o outro está sentindo.

- Tem muita coisa sobre a mordida que você ainda não sabe.

Estiquei-me um pouco para desligar a luz.

O quarto não ficou tão escuro, ainda tinha uma pequena iluminação e nós conseguimos nos ver se quiséssemos.

- Não era por causa disso que você estava daquela forma.

- Em partes, não. - Respondi. - Você pode me fazer um favor?

- O que quer? - Ele perguntou.

- Deita de costas para mim. - Eu disse. - Eu quero abraçá-lo, mas não quero encará-lo.

Jimin demorou um pouco para fazer o que eu pedi, eu senti-o se mexer no colchão e tomei coragem para também me virar e envolvê-lo em meus braços. O apertei contra mim e inspirei seu cheiro, entrelacei nossas mãos e trouxe a sua até minha boca para beijá-la.

Beijei o pescoço de Jimin e o mordi levemente.

- Você já me marcou.

- Não como eu queria. - Soltei uma risada.

- Eu estou com os sentidos bagunçados.

- Você já tinha bons sentidos, a mordida só os deixaram mais aguçados e quando eu mordê-lo de fato, eles ficarão melhores e você terá um maior controle. - Beijei seu rosto. - E tem outra coisa sobre a mordida.

- O que é? - Ele perguntou.

- Nós poderemos compartilhar lembranças um com o outro.

- Como?

- Com a mordida, ficaremos ligados um ao outro, quase como tornar nossas almas uma só, e por sermos lúpus poderemos fazer isso. Alfas e ômegas normais até conseguem, mas não com tanta clareza a maestria como nós. - Jimin virou-se e deitou a cabeça em meu peito.

- Eu sei que você não quer que eu o olhe, mas eu ainda estou sentindo sua carga emocional. - Seguro seu queixo e o beijo demoradamente, depois apenas o puxo para mais perto e ele também me abraça. - Conversa comigo.

- Eu vou te mostrar tudo e também conversar, mas você terá que confiar em mim primeiro. - Beijo o topo de sua cabeça. - Eles não são boas pessoas, Jimin, e eu preciso que você acredite em minhas palavras, você pode sentir quase tudo que eu sinto, me diga o que está sentindo agora enquanto eu digo essas coisas.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos e o sentir tremer.

- Quando eu o vi lá embaixo, você estava apavorado, estava com muito medo.

- E agora?

- Você não está apavorado, nem com medo, mas sente raiva e um forte rancor.

- Acha que eu sentiria isso atoa? Jimin, eu disse que sempre o protegeria e eu vou, principalmente dos meus parentes, eu não sei se eles podem ou não fazer algo contra você, mas ainda sim, eu vou mantê-lo longe deles o quanto eu puder. Então é só isso, só confie em mim e você vai saber de tudo na hora certa.

- Tudo bem. - Ele respondeu em um sussurro.

- Nós vamos para a fazenda do meu avô, mas eu não vou deixá-lo sozinho com eles em nenhum momento, essa é minha condição para nós irmos.

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