Chapter seven
Jeon Jungkook
Acordo exatamente às 04h00AM, dormi quase nada, mas tenho que ir.
Jimin estava parcialmente deitado com a cabeça em meu peito e eu senti-me um tolo por deixá-lo, eu não queria deixar seu calor assim.
Depois de nossa conversa, não demorou muito para dormirmos.
Eu fui até o banheiro, escovei os dentes e tomei um banho frio para me acordar. Meus subordinados já tinham ordem para me esperarem com meu café e seja lá o que eles compraram para eu comer.
Vesti minha farda completamente preta, diferente da que eu uso habitualmente.
Coloco meus coturnos e ajeito meu coldre em minha cintura.
Quando olho para trás, Jimin está olhando-me um pouco sonolento, "pouco" é eufemismo.
Coloco minha pistola em meu coldre e vou até ele na cama, sento-me ao seu lado e seguro o seu rosto.
Sua franja está um pouco bagunçada, mas isso não deixa de ser uma graça.
- Leve o Bam para passear um pouco, ele fica agitado quando não faz nada que acabe um pouco com as energias dele. - Jimin assentiu com a cabeça.
Deixo um beijo em sua testa.
- Volto logo.
Jimin não disse nada, tudo bem que ele deve achar que está sonhando ainda.
Caminho até a porta e a fecho em seguida.
Deixo algo para Jimin em cima da mesa.
Vou até meu escritório, pego minha bolsa com minhas armas e facas, em seguida saio para a garagem a qual Bam está dormindo, assim que ele me vê ele se levanta e vem até mim, após sacudir-se
- Oi amigo. - Acaricio o topo de sua cabeça. - Proteja o Jimin. - Bam corre até a entrada de minha casa e o vejo subir as escadas.
Provavelmente ele vai acampar naquela porta.
Jogo a bolsa no banco do carro e dirijo até o quartel, afinal, eu não poderia ir com meu carro.
Lá estão os quatro, Jongho é o único que não parece ter sido atropelado por um caminhão,
Deixo meu carro em uma das garagens e vou com a bolsa em meu braço até o Jeep camuflado.
Mingyu está com seu aljava em suas costas e duas pistolas nos coldres auxiliares, Yoongi está com sua arma na cintura e facas no coldre em sua perna, Hoseok está com uma M4A1 em suas costas, uma pistola e uma faca, e por fim, Jongho com sua mala com sua arma de precisão e uma pistola no coldre.
- Capitão Jeon! - Eles fizeram continência.
- Sargento Kim, você dirige.
- Se batermos a culpa não é minha...- Mingyu respondeu abrindo a porta do carro e entrando.
- A confiança que ele deposita na gente, é cativante... - Yoongi disse e entregou-me meu copo de café e um pacote.
- Acordem! - Eu gritei e eles deram um saltinho, exceto Jongho. - Quem deveria estar com sono, sou eu.
- Quem mandou escolher casar um dia antes da missão? - Hoseok murmurou e eu me espantei pela audácia dele.
Yoongi está o influenciando...
- Vamos logo, quanto mais cedo irmos, mais cedo voltamos. - Jongho disse sentando-se atrás de mim.
Hoseok sempre ia no meio, Yoongi e Jongho cada um em uma porta, eu e Mingyu sempre revezávamos embora os outros também dirigiam de vez em quando.
Nosso plano era o seguinte:
Nos infiltraríamos pela mata, Jongho seria o primeiro a se posicionar para achar um local adequado para poder nos informar os passos do inimigo, eu e os demais iríamos encontrar um jeito de entrarmos sem sermos despercebidos.
Entrar aonde exatamente, você me pergunta.
O local em que estamos indo é uma base feita no meio da floresta, lá o acesso é super difícil e não poderíamos usar helicópteros para podermos achar uma rota melhor, então o Sargento Jung teve uma ótima ideia.
Com o pouco mapeamento que tínhamos, ele conseguiu achar a localização exata do esgoto então iríamos pela água mesmo, nós quatro e Jongho seria nossos olhos do lado de fora.
Qual é nossa missão? Temos que coletar informações e com essas informações, saberemos onde e quando será o próximo encontro de donos de tráfico aqui na Coréia, além de poder também haver outras informações, mas até então esse é nosso principal objetivo.
- Aqui estão os silenciadores. - Entreguei um para cada um. - Os comunicadores. - Nós colocamos os aparelhos em nossos ouvidos e o testamos, tudo certo. - Mais uma coisa. - Eles colocaram as máscaras e olharam para mim esperando pela minha última declaração. - Sem piedade. - Os quatro sorriram e eu não pude deixar de acompanhá-los.
Sem piedade. = Não há problema se houver algumas mortes durante o caminho.
Yoongi destravou sua arma e colocou o cartucho cheio, Hoseok apenas verificou, e Jongho ainda tinha um sorriso maldoso em seus lábios.
Mingyu desligou o carro e nós descemos, Sargento Choi rapidamente entrou pela mata a procura de um lugar adequado e nós seguimos o menor da Divisão para nos levar até nossa entrada.
- Bem-vindos ao portal das trevas! - Min disse segurando em sua frente sua pistola com a mão esquerda e embaixo com a direita sua faca.
- Estou posicionado. Posso vê-los e ter a visão de toda a área.
- Sério? Dá um tiro aí, pra eu saber se é verdade. Ai. -- Sargento Min deu um salto conforme Jongho atirou quase que em seu pé. - Eu vou matar você.
- Você quem pediu. Capitão, chegou um caminhão pelo norte, acredito que deva haver uma entrada por lá. - Nós viemos pelo sul. - Parece ser um carregamento de armas, o motorista está conversando com um cara, está segurando uma M14.
- Consegue identificar mais alguma coisa?
- Não senhor.
- Ok, vamos entrar logo.
- Esgoto à frente. - Ele disse. - Esperem, tem alguém lá. - Jung levantou a mão em um punho.
- Sem alarde. - Avisei. - É um beta. - Identifiquei pelo cheiro.
Mingyu ajoelhou-se em uma perna, puxou a corda de seu arco e uma flecha voou direto no peito do beta acertando-o em cheio.
- Ótimo tiro.
- Obrigado, Sargento.
Uso meus sentidos para saber se há mais alguém aqui e felizmente não tem.
Eu e Yoongi tiramos a tampa do esgoto e a deixamos ali de lado.
- Ainda bem que estamos de máscara. - Yoongi reclamou e eu concordei.
Descemos a escada de ferro.
- Que cheiro horrível. - Mingyu reclamou.
Ah, quem diga que é fácil a vida de militar.
- Vamos prosseguir.
O caminho até lá pelos esgotos era longo até demais, eu diria que uns dois quilômetros.
- Vocês não acharam estranho aquele cara estar lá na tampa do esgoto? - Yoongi perguntou. - É muito longe para estar na área de vigilância deles, é como se eu mandasse o Woozi vigiar sua casa, Capitão. - Eu tinha que concordar com ele, não tinha parado para pensar nisso.
Era bem estranho um deles estar lá de vigia, ainda mais que Hoseok nos informou que fazia dias que ninguém ia ali e por isso seria uma boa rota de infiltração.
- Capitão.
- Sim?
- Eles acharam o corpo do beta.
- O quê?
- Estão descendo as escadas!
- Quantos? - Perguntei.
- Três - Jongho me respondeu. - Um, eu consegui matar.
Logo ouvimos os passos deles na água de onde nós viemos.
- Deixa comigo. - Yoongi disse correndo em direção à eles.
Eu o acompanhei
Olhando pela minha mira, apenas esperando algum deles aparecer. Yoongi conseguiu se pendurar em um dos canos acima de nós e forçou as pernas a ficarem completamente esticadas para cima. Eles não o veriam.
Em poucos segundos, eles entram em minha mira e vejo que estão com um rádio comunicador.
Eles me vêem e o alfa leva o comunicador até a boca.
- Temos inva-
Antes que ele falasse, eu atirei em sua mão e o rádio caiu na água, lhe dei as costas e eles vieram atrás de mim.
Yoongi pulou em cima de dois deles e afundou a faca em suas nucas, o alfa que estava um pouco a frente virou-se com o barulho, mas já era tarde demais, Yoongi enfiou a faca em seu estômago e o vi girar o pulso.
- Tem gente que gosta tanto de se aparecer. - Murmurei enquanto voltava até onde os meninos estavam.
Yoongi veio logo atrás limpando sua faca em seu pulso.
Jongho a todo momento nos informava sobre a situação no lado de fora, aparentemente era mesmo um carregamento de armas e eu estava doidinho para descobrir quem era o fornecedor deles e prendê-lo.
Ele não poderia atirar contra os pneus do carro, pois sua posição seria exposta, mas ele anotou a placa do caminhão e mandou para a Companhia de Engenharia e Comunicações, inclusive o Coronel estava apenas esperando por nosso sinal para mandar uma equipe de apoio.
Jongho nos alertou que pareciam ter entrado em alerta, com certeza foi por causa daquele rádio idiota.
O esgoto nos levaria até a parte de trás da base, então foi de lá que saímos.
O cheiro do ar natural nunca me agradou tanto como agora.
Mingyu apontou para uma janela aberta, ele montou um gancho e o jogou lá, puxou algumas vezes para ter certeza que estava fixo e deu um aceno positivo.
Eu fui o primeiro a subir pela corda, o local estava vazio o que me fez estranhar um pouco, logo os outros vieram e sem dizer nada, eu mandei que cada um fosse para um lado indicando com a arma.
Os documentos provavelmente estavam em um escritório, mas difícil seria localizá-lo.
- Achem um escritório, peguem os documentos.
- Sim, senhor.
Eu andava em passos lentos e silenciosos pelo local, vi um beta virar e dar de cara comigo, rapidamente dei um tiro em sua garganta.
Ainda que sobreviva, nunca mais irá falar nada.
Poético, não?
- Capitão, achei o escritório, mas tem alguém lá dentro.
Suspirei.
Nosso pequeno alfa faz o possível para manter as mãos limpas.
- Choi.
- T.H.I.H.R.T.B.S
- Ai, como eu amo ouvir isso! - Eu ouvi o tiro ser disparado de maneira sútil por conta do silenciador.
- Entrei.
- Capitão, eles estão subindo. - Jongho me informou.
- Eles, igual à quantos? - Perguntei preocupado.
-- Muitos.
Nem deu tempo de responder.
Eu já podia sentir uma chuva de balas contra mim, sorte que consegui me esconder atrás da parede a tempo.
Um deles correu e parou exatamente do meu lado, mas eu vi a flecha passar na frente de meus olhos e acertá-lo.
Ai, Santo Mingyu!
Eu e ele demos a cara e atiramos contra eles, que vinham em nossa direção.
- Sargento Choi!
Um tiro atravessou a janela e acertou um deles na cabeça. Joguei o cartucho fora e coloquei o novo, eu estava indo com tudo para cima deles, eu não me importava com nada.
Foi aí que percebi que o sol estava nascendo e coincidentemente, ou não, ele refletiu no anel dourado em meu dedo fazendo o brilho emitido atrair minha atenção e eu olhá-lo.
Jeon Jimin...
Eu soltei um longo suspiro e me posicionei dentro de uma das salas.
Não posso mais agir no impulso e na adrenalina.
Apertei a mão esquerda.
Agora tem alguém esperando que eu volte.
Agora tem alguém que sentirá pela minha morte.
Devo ser dez vezes mais cuidadoso agora, eu estava me esquecendo completamente disso.
- Conseguimos. - Mingyu disse ofegante, logo Yoongi apareceu em meu campo de visão com o rosto um pouco sujo de sangue. - Sargento Jung, está tudo bem aí? - Ele perguntou pelo comunicador.
- Eu achei os documentos - Respondeu. - Pelo visto, vão se encontrar em algumas horas. - Nos entreolhamos.
- Onde?
- Naquela obra abandonada, ao leste. - Nós sabíamos exatamente onde era.
- Vamos voltar para o carro e corremos para lá! - Eles assentiram.
Eu ouvi passos de alguém correndo, entretanto do outro lado e eu sabia que Hoseok também estava do outro lado.
- Merda! - Corri até lá.
Yoongi e Mingyu não estavam entendendo, mas me seguiram.
Corri entre os corredores, até achar o cheiro dele. Passei por diversas portas até que finalmente o achei, ele vinha de frente para nós e em suas costas vinha um alfa com uma faca para esfaqueá-lo pelas costas.
Foi tudo muito rápido, tudo é muito rápido nessas situações
Consegui alcançá-lo e colocá-lo atrás de mim, a faca cortou meu braço mas não tão profundamente, não precisaria de pontos, foi quase como de raspão. Levo meu braço para trás impulsionando eu e o mais novo para o canto a tempo de Mingyu acertar uma flecha em sua testa.
Minha farda preferida...
- CAPITÃO! - Eles gritaram em uníssono.
Até Jongho gritou.
- O senhor está bem? - Yoongi perguntou.
- Foi fundo? - Mingyu olhava-me com preocupação
- Eu deveria ter prestado mais atenção, me desculpe, Capitão... - Hoseok disse. - O senhor se feriu por minha culpa. - Seus olhos estavam quase cheios de água.
- Ei, ei, ei! -Segurei seus ombros. - Está tudo bem, meu dever acima de tudo é protegê-los e nem foi tão sério, pegou de raspão, foi só um corte. - O acalmei.
Ele já estava com um beicinho e as sobrancelhas enrugadas.
Agora entendem porque ele é o bebê da Quinta Divisão? É nosso anjo mesmo.
- Não vou morrer por causa disso, quando completarmos nossa missão, eu vou até a enfermaria, ok? - Ele assentiu com a cabeça. - Bom, agora vamos voltar para o carro. Jongho, avise o quartel.
- Entendido.
Enquanto íamos embora, passamos pelos corpos no chão, as armas me chamavam muito a atenção, não todas só algumas, não sei, me pareciam familiar.
[...]
Eu e a Quinta Divisão estávamos em nossos postos, o encontro foi marcado para às 03h30PM.
Sorte nossa que trouxemos alguns cereais e água, muita água. Inclusive, as árvores próximas eram frutíferas, por isso, Mingyu e Yoongi se arriscaram em pegar mangas, algumas tangerinas, e até mesmo acharam algumas uvas.
Enquanto eu comia uvas, não pude deixar de lembrar de Jimin e perguntar-me como ele poderia estar, faz sentido eu querer estar com ele neste momento? É, talvez eu realmente tenha sido tolo em deixá-lo para estar aqui.
- Que cara é essa? - Jongho. - Nunca o vi dessa forma. - Eu olhei para ele e ele estava comendo uma tangerina.
- Que forma?
- Não sei explicar. - Ele sentou-se ao meu lado ao arrumar sua arma em suas costas. - Parecia um tanto distante, será que sua mente estava em um neozelandês de 1,62m com olhos castanhos e loirinho? - Jongho ria enquanto levava uma tangerina em sua boca.
Eu também ri e joguei uma pedrinha no chão.
- Seria estranho eu estar pensando no meu esposo? - Ele negou com a cabeça. - Eu deveria estar com ele agora.
- É, nisso concordamos. - Comi uma uva. - Se eu me casasse ontem, hoje eu estaria bem feliz em minha lua de mel. - Deixei uma risada baixa escapar.
- Acredito que não se casará como nós, não é como se nos amássemos ou algo do tipo, aliás, se não tivéssemos aqui hoje, talvez não estaríamos prestes a capturar dois criminosos de uma vez.
Ele balançou a cabeça positivamente, após uma expressão pensativa.
- O senhor está certo.
- É, óbvio que eu estou.
- Mas ainda sim, se fosse eu no seu lugar, eu teria dado prioridade ao meu ômega. - Eu o olhei. Jongho falando sobre priorizar ômega ao invés de seu trabalho? Logo ele? - Não me olhe dessa forma. O senhor querendo ou não, prometeu que o faria, tudo bem que essa situação aqui foi emergencial, mas não deve fazer isso de novo.
- Isso, o quê?
- Colocar missões à frente dele. - Eu revirei os olhos.
- Jongho, meu trabalho sempre foi minha prioridade, você sabe disso.
- Eu sei, Capitão. - Ele bebeu água de sua garrafa. - Mas isso era quando o senhor não tinha motivos para dar prioridade a outra coisa, agora é diferente. O senhor tem e muito. - Suspirei. - Se não achasse isso também, não estaria aqui se remoendo.
- Eu não estou me remoendo! - Respondi indignado.
- Sei.
- Ai, Jongho, para de andar com o Yoongi. - Eu reclamei e revirei os olhos, ele riu.
- A verdade dói, não é?
- Cala a boca.
- Tudo bem, será bem melhor quando isso de priorizá-lo vier de forma natural e não forçada, verá como é bom.
- Falando assim, até parece que está apaixonado.
- Deus! Não! Eu só leio muitos livros de romance e vivo através deles.- Eu tive que rir.
Meu Sargento, coração de gelo, é fã de romances.
- Bom, sendo assim, quando acontecer, ele será um ômega de sorte.
Jongho revirou os olhos e bebeu mais água.
- Capitão, vai começar. - Ouvi Mingyu me informar pelo comunicador.
Jongho e eu nos levantamos e cada um seguiu para seu posto.
- Lembrem-se, temos que capturá-los vivos. - Eles assentiram. - Não intactos. - Yoongi e Mingyu sorriram um para o outro.
Eram dois homens, cada um trouxe consigo um total de nove homens, então eram 20 pessoas no porto abandonado.
Os dois entraram e do lado de fora ficaram quatro homens, dois de cada.
Eu e a Quinta Divisão avançamos, esperamos alguns segundos e atiramos contra os quatro derrubando-os de uma só vez.
- Avise o quartel, peça para mandar as tropas.
- Sim, senhor.
Eu e Mingyu, íamos na frente, Yoongi e Hoseok vinham atrás, por suas abordagens serem um pouco mais lentas e a nossa mais rápida, decidimos seguir esse padrão.
Observámos tudo, eles haviam entrado no edifício que estava inacabado, aquilo dali poderia desabar a qualquer momento.
Mais a frente, eu podia ouvir eles conversando.
- Eu já disse que não quero seu pessoal na minha área.
- Sua área? - Um deles riu - Não é sua, era do Jeonghan, agora é minha. Ele nunca o deixaria para você. - Eu notei um certo sotaque italiano em sua voz.
- Jeonghan não era dono de uma área tão grande assim
- Realmente, mas juntado a minha com a dele deu naquilo tudo. - O alfa italiano rebateu. - Ele foi capturado por aquele alfa.
- Capitão Jeon Jungkook, não é? - O outro perguntou.
- Como sabe o nome dele assim?
- Eu tenho meus informantes. - Ele respondeu
Eu respirei fundo enquanto os observava através de minha mira.
Ouvimos uma arma ser destravada atrás de nós e quando nós viramos, agora eram quatro alfas e dois betas, tudo com pistolas apontadas para nós.
- Soltem as armas.
Coloquei meu fuzil no chão, Mingyu colocou seu arco e em seguida também colocamos nossas pistolas.
- Saia daí. - Eu falei para Jongho.
Eu não sei se ele me obedeceu, mas o comando estava dado.
Eles nos seguraram e amarraram, logo nos jogarem em frente aos dois "negociantes".
Eles sorriram para nós quatro e eu bufei
- Capitão Jeon Jungkook, é um prazer conhecê-lo.
- Queria poder dizer o mesmo. - Ele fez um aceno com a cabeça e um de seus subordinados me empurrou fazendo com que meu rosto batesse contra o chão.
Tomara que não tenha machucado...
Eu me ergui novamente e os olhei com raiva.
- Olha só, deixamos o lobinho com raiva. - O italiano disse zombeteiro. - Enfim, vocês caíram em nossa armadilha e aqui estamos.
- Caímos, é? - Eu forcei uma risada. - Parece muito ser o contrário. - Mais uma vez fui derrubado.
Entretanto, dessa vez tivemos bônus! Eu tomei cinco chutes no estômago.
- Capitão! - Os meninos gritaram.
Eles forçaram suas mãos para se soltarem e os demais apenas riam.
Eu estava sentindo o ar me faltar, por conta da dor na barriga, eu não conseguia ao menos falar algo por um momento.
- Acho bom você controlar sua língua caso não queira apanhar de novo. - Senti minha visão mudar, meus sentidos pareciam mais aguçados.
Isso acontecia quando eu estava com raiva.
- Então, Capitão. - Ele pronunciou "Capitão" com certo deboche.
O italiano era loiro de olhos verdes, já o que parecia ser nativo era moreno com olhos castanhos.
- O capturamos, você caiu direitinho. - O moreno riu. - Desde o início sabíamos dessa infiltração, por isso reforçamos a segurança para esse encontro. - Ele coçou a nuca. - Só que uma parte de mim, realmente acreditou que você deixaria isso para outro dia, já que bem... - Eu arregalei os olhos conforme ele olhou para minha mão esquerda. - Você se casou.
Trinquei o maxilar e fechei as mãos punhos.
- Veja bem! - Ele me levantou segurando-me pela farda. -- Depois que eu matar você e todos esses outros alfas - Ele aproximou-se do meu ouvido e sussurrou: - Eu vou atrás de seu querido ômega e vou matá-lo. - Ouvi sua risada. - Talvez eu me divirta com ele antes disso, dependendo até me case com ele.
Eu me soltei e segurei sua cabeça batendo-a contra o chão.
Todas as armas estavam apontadas para mim, mas eu sabia que eles não atirariam com o chefe deles vivo em minhas mãos.
- Faça o que quiser comigo, mas nunca ameace o meu esposo... - Eu forcei uma risada e neguei com a cabeça. - Ele não é casado com qualquer alfa. - Forcei minhas mãos em volta de seu pescoço e o vi ficar vermelho. - Eu sou um alfa lúpus e Capitão da Quinta Companhia, não pense que eu perdoarei quem ameaçá-lo, pois eu não terei um pingo de piedade. - Bati sua cabeça contra o chão novamente e quando levantei sua cabeça, o sangue que saia de suas feridas me deixou alegre.
Eu estava prestes a bater sua cabeça contra o chão novamente, mas uma voz me parou.
- Capitão Jeon, já chega! - Era o Coronel Kim.
Eu estava tão focado nesse imbecil que nem percebi a aproximação deles.
Rosnei e me sentia tentado a batê-la novamente, era só um movimento e a vida dele acabava.
- Jeon Jungkook. - Ele me chamou colocando a mão em meu ombro e abaixando-se ao meu lado.
Nos olhamos.
O Coronel fez um aceno com a cabeça em direção ao alfa em minhas mãos e eu o soltei, logo os soldados vieram e colocaram algemas em seus pulsos e prenderam todos os outros.
- O que aconteceu com você? Nunca o vi perder o controle dessa forma.
- Você talvez também perderia se ouvisse ameaçarem seu esposo. - Eu rebati.
Eu reconhecia a autoridade de Namjoon, e principalmente, o respeitava acima de tudo, mas naquele momento eu não estava tão são assim e muito menos lembrava dessas coisas.
- Acha que não ouço várias vezes? Eu sou o Coronel. -- Ele respondeu sério. - E não perco a cabeça assim.
Eu enruguei o cenho e comecei a bufar.
- Com certeza, essa segurança e controle não vieram da noite pro dia. - Eu sentia a raiva tomar todo meu corpo. - Não me diga para ser racional sendo que é a primeira vez que isso me acontece, eu consigo ser racional quando eles estão em perigo. - Apontei para os alfas da Quinta Divisão. - Mas com o meu esposo é diferente!
- Está casado há poucas horas.
- E ele já está sendo ameaçado! Se eu morresse aqui e agora, eles iriam atrás dele imediatamente! - Eu não me importava em estar se exaltando um pouco.
Namjoon parecia não estar gostando da maneira que eu estava agindo perante seus subordinados,
Estou casado há poucas horas, mas a segurança dele é a coisa mais importante da minha vida, mesmo que isso signifique perder o controle e a racionalidade de vez em quando.
A mesma velocidade que me levantei, foi a que também cai desmaiado por toda adrenalina que corria por meu corpo.
[... ]
Abro os olhos e aos poucos vou me acostumando com a claridade, eu estava na enfermaria do quartel, os meninos estavam ali.
Ergui-me para me sentar na cama e eles vieram até mim.
- Capitão... - Yoongi falou baixo.
Eu pressionei os dedos contra minha testa ao sentir uma forte dor de cabeça, Hoseok trouxe-me um copo de água e eu agradeci o bebendo em seguida..
- Como está se sentindo? - Jongho perguntou.
- Há quanto tempo eu dormi?
- Duas horas, agora são 05h16PM. - Eu fechei os olhos por alguns segundos e soltei um suspiro demorado.
- O Jimin, ele... - Fiz uma expressão de dor quando encostei em minha barriga. - Ele sabe que estou aqui? - Eles negaram e eu agradeci imensamente aos céus.
-Imaginamos que não fosse querer que ele soubesse. - Hoseok respondeu e eu dei um leve sorriso.
Ótimo, alguns leves hematomas em minha barriga e um corte no braço.
- O que aconteceu depois? - Eu perguntei
- Levaram todos eles presos, os interrogaram e estão sendo levados para uma de nossas prisões, inclusive estão investigando os arquivos que pegamos para ver se encontram algo. - Yoongi respondeu.
- Quero que peça para me enviarem, darei uma olhada em meu escritório. - Ele assentiu. - Eu vou para casa, eu estou muito cansado. - Coloquei os pés no chão e uma forte dor me atingiu.
- Tem certeza que está em condições para dirigir? - Mingyu perguntou e eu o olhei.
- Sabemos que já dirigi em condições piores. - Acabei dando uma leve risada. - Avisem o Coronel que eu fui embora.
- Não precisa, eu já estou aqui. - Os alfas fizeram continência. - Podem ir, Sargentos. - Eles bateram as mãos em suas pernas e saíram.
Inferno.
Agora viria minha punição por ter se exaltado com o Coronel.
- Jeon Jungkook. - Ele começou e eu segurei fortemente uma revirada de olho. - Não gostei da maneira que se comunicou comigo. - Eu respirei fundo.
- Coronel, eu não estava totalmente são, então, apenas peço que me perdoe pelo meu erro. - Pedi. - Isso não irá se repetir. - Ele manteve aquela feição séria.
Meu Deus, eu quero ir embora logo,
- Está suspenso de suas atividades.
- O quê?!
- Está suspenso por desrespeitar seu superior. - Eu revirei os olhos impaciente. - Uma semana longe. - Trinquei o maxilar. - Será um ótimo tempo para se recuperar de suas feridas.
- Como lúpus, isso sumirá em dois dias.
- Eu não o perguntei. - Respirei fundo mais uma vez. - Entenda como se fosse uma licença de casamento, mas não é. - Ele disse. - Agora, vou para casa, para meu esposo.
Isso ainda irá me perseguir por mais tempo.
Levanto-me e vou até meu armário para pegar minhas chaves, felizmente minha Divisão colocou todos os meus pertences em meu carro, então eu não tive que carregar nada, pelo menos não até aqui.
Cheguei em casa, finalmente, eu não vou mentir, eu esperava ser recebido por pelo menos meu cachorro, mas pelo visto ele fez o que pedi e o levou para seja lá onde ele deve ter ido.
Peguei minhas coisas em meu carro e as levei para meu escritório, amanhã eu veria isso tudo, não estou com cabeça para mais nada hoje.
Subi as escadas até meu quarto e senti um grande alívio por enfim estar em casa, tirei minhas roupas sem me importar com elas pelo quarto e liguei o chuveiro no quente, a água trouxe-me um imenso relaxamento.
Lavei meu cabelo com shampoo e condicionador para tirar totalmente aquele cheiro ruim e me ensaboei diversas vezes até ter certeza que ele não estava mais em mim. Peguei a toalha, me sequel e em seguida sequel meu cabelo. Peguei algumas bandagens que sempre tem em meu banheiro e as coloquei em meu braço, passei um creme em minha barriga e um pouco nas costas para aliviar aquela dor.
Abri a porta do banheiro e fui até meu armário pegar algumas peças de roupas.
Vesti uma cueca e uma calça moletom e estava escolhendo uma camiseta leve quando ouvi a porta atrás de mim ser aberta, era Jimin.
Seus olhos desceram para meus machucados e seu olhar tornou-se preocupado e assustado.
- O que aconteceu com você? - Els perguntou vindo até mim e olhou-os mais de perto.
Jimin tocou os hematomas em minha barriga e eu tive um salto interno seguido de um baixo gemido de dor.
- Me desculpa.
- Não, não é sua culpa, pare de pedir desculpas. - Jimin olhou para meu braço enfaixado. - Foi só um corte leve, nada sério, eu estou bem. - Vesti minha camiseta e eu acho que ele simplesmente esqueceu que eu estava com a pele sensível.
Pois ele me abraçou e eu tive que reprimir um gemido de dor
Lentamente, eu o envolvi em meus braços e a dor foi sumindo.
- Eu pensei em você - Eu disse com o queixo encostado no topo de sua cabeça.
- Eu não parei de pensar em você um minuto sequer. - Ele me apertou e eu mais uma vez o reprimi. - Não vai trabalhar amanhã, não é? - Eu neguei.
- Nem se eu quisesse. - Disse rindo. - Eu fui suspenso. - Jimin levantou o rosto para me olhar.
- Por que?
- Eu praticamente gritei com o Coronel na frente de muitos soldados, fui desrespeitoso.
- Mas por quê? Você não é desse jeito.
- Tem razão, mas eu não estava muito bem na hora. - Contei. - Eu estava com muita raiva e ele não estava ajudando, acabei me exaltando um pouco e ele não gostou, por fim, eu desmaiei e quando ele veio me ver, me informou sobre a suspensão.
- Quantos dias?
- Uma semana. - Respondi a sua pergunta. - Ele usou como desculpa eu estar machucado.
- Não é bem uma desculpa, você está.
- Isso vai sumir em dois dias e ele sabe disso.
Continuamos conversando sobre a minha situação, até que eu disse que eu estava com fome e cansado, Jimin então me disse que tinha trago comida que fez na casa de Taehyung, e eu não recusei.
Jimin foi tomar banho, enquanto eu jantava
Se foi ele quem cozinhou isso, está divino! Mais uma qualidade para a lista de qualidades do Jimin.
Não demorei tanto a comer, eu estava quase dormindo enquanto comia.
Levantei-me e lavei tudo o que sujei, em seguida subi para meu quarto, Jimin estava sentado em nossa cama mexendo em seu celular.
Apenas levantei a coberta e deitei-me debaixo dela, meus olhos estavam pesando, tipo, pesando muito, então decidi fechá-los e ser encaminhado para o mundo dos sonhos.
O cheiro dele me acalmava e me deixava feliz, Jimin também deitou-se e eu tomei a liberdade de puxá-lo para mais perto sentindo o cheiro de seus cabelos e o cheiro doce natural que ele emanava. Beijei sua nuca e passei os braços por sua cintura, apertando-o levemente contra mim.
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