Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Chapter fifty two

VOLTEI CAMBADA!!

Sentiram saudades? Eu também!

Quero desejar feliz natal, atrasado mas tudo bem, e um feliz ano novo!

Aparti do dia 03/01 estarei muito ativa aqui, vou soltar muitas atualizações no toba de vocês, vocês que lutem!

Nunca pedi para darem estrelinha ou que comentem, mas percebi que gosto de ver vocês surtarem. Então comentem bastante!

Até mais!

NÃO REVISADO ⚠️



💜

O amor dói. Quem ama aceita a
possibilidade da dor. A dor de perder,
de se ausentar, a dor de não ter por perto
quem você ama pra sempre.

Athos Miguel



Park Jimin

— Saiam da frente! — Wonwoo gritava enquanto acompanhava a marca de Jungkook.

— Doutor Kang. — Um enfermeiro beta lhe trouxe luvas.

— É uma situação emergencial!

Jungkook estava recebendo ar pelo tubo colocado em sua boca.

Sua farda estava suja, ele havia perdido muito sangue e estava ficando pálido.

Wonwoo entrou com ele em uma sala, mas eu não podia entrar, entretanto, eu estava ouvindo tudo e então poderia ter uma noção do que estava acontecendo.

— O que aconteceu com o paciente? — Perguntou outro médico.

— Ele tomou um tiro, a bala não saiu, pelo ferimento tem grandes chances de ter sido bem próximo ao coração. — Respondeu ele.

Em seguida os aparelhos começaram a apitar, alertando que o coração havia parado de bater.

— Tragam o desfibrilador!

Eu estava tão focado naquilo que mal sabia o que acontecia ao meu redor.

Wonwoo rasgou sua farda, pegou um pouco de gel, passou em seu peito e pegou as pás.

— Carreguem 80! — Ele gritou. — Afasta! — Wonwoo emitiu a carga elétrica através do aparelho.

O corpo dele deu um leve salto, mas não adiantou.

— Vamos, Capitão... — Ouvi-o sussurrar. — Carreguem 100 e afastem! — Mais uma vez ele o fez.

Por favor, Jungkook... Não me deixe!

O aparelho parou de apitar e ele começou a registrar batimentos cardíacos.

— Ainda bem. — Wonwoo murmurou. — Vamos levá-lo para removermos essa bala agora!

— Jimin. — Taehyung passou o braço por meu ombro e eu olhei para ele me desfocando da outra sala.

— Aí, Taehyung... — Meu irmão me abraçou e eu comecei a chorar em seu ombro.

Taehyung colocou a mão em minha cabeça e ficou fazendo um leve carinho enquanto eu chorava.

— Como eu queria que tudo isso fosse um sonho. — Eu disse limpando abaixo dos meus olhos.

— Ele vai sair dessa. É o Jungkook, ele tem que sair!

— Eu espero, espero muito... — Eu apoiei minha testa em seu ombro novamente.

Não tinha apenas Taehyung ali, os quatro alfas estavam sentados de frente para nós, cada um parecia estar preso em seus próprios pensamentos ou talvez não estivessem pensando em nada, apenas não queriam falar com ninguém.

Só estávamos eu e Taehyung porque apenas nós dois tínhamos ido atrás deles.

Junto com Hoshi.

Algumas horas antes...

Woozi desligou o carro e em seguida nós saímos.

Conosco veio Jin e Bam, já no carro de Taehyung foram Mingi e Wonwoo.

O soldado abriu a porta para sairmos e nós descemos do carro, os outros três já estavam nos esperando na porta de entrada.

Jungkook tinha lhe entregado a chave da casa e então ele a abriu, a decoração era bem parecida com a de seu quarto na fazenda de seu avô, na verdade, era a mesma.

Jin e Wonwoo sentaram-se no sofá, Mingi e Taehyung também foram com eles.

— Eu vou verificar a casa. — Woozi  disse e eu lhe dei um aceno positivo.

Bam deitou-se em frente à porta do que eu acho que seja o porão e ali ficou.

O alfa começou a subir as escadas.

— Vocês querem alguma coisa? — Perguntei.

— Água seria bom... — Jin murmurou enquanto olhava para frente.

— Certo, vou trazê-la.

Eu fui pegar a garrafa e alguns copos.

— Não acha suspeito... — Eu dei um saltinho interno pela aparição repentina de Taehyung. — Eita.

— Quer me matar? — Perguntei com a mão no peito e meu irmão riu.

— É que eu e Yoongi temos mania de ficar assustando um ao outro, me desculpa. 

Neguei com a cabeça e revirei os olhos.

— Do que estava falando?

— Ah! Bem, não acha suspeito essa casa estar devidamente arrumada e sem poeira? — Perguntou com um olhar analisador pelo local.

— Talvez o pai dele mande empregados para cá.

— Duvido muito! Embora seja uma hipótese. 

— Está tudo bem, não tem ninguém aqui. — Woozi disse vindo até nós. — Mas bem que parece que essa casa estava sendo usada.

Taehyung olhou-me como quem diz "Eu avisei".

Eu fui levar a água para eles, Taehyung estava subindo as escadas novamente, depois que beberam, eu levei os copos de volta para pia e a Taehyung estava descendo as escadas com uma MP5 em mãos.

— Taehyung?!

— O que foi? — Ele perguntou com o cenho franzido. — Olha, seu alfa que me disse para pegá-la caso haja necessidade, vá saber quem está escondido aqui. Melhor garantir.

Por um lado, eu adoraria saber como seria se esses dois se casassem, embora eu tenha certeza que o casamento não ia durar uma semana sem haver morte.

Quem mataria quem? É a questão.

— Não tem outras? — Wonwoo perguntou e Taehyung negou com a cabeça.

Ele olhou para Woozi.

— Tem do garoto.

— Hey, não comecem com isso de novo!

— Eu sou da Quarta Companhia.

— E está grávido, eu devo protegê-lo. — Ele passou o braço pelo pescoço de Taehyung. — Nós vamos protegê-los. — Os dois sorriram.

Eu não digo é nada...

— Aí, eu estou tão preocupado. — Jin respirou fundo. — Fica quietinho, filho. — Ele disse alisando a barriga.

— Já deu para saber que é menino? — Perguntei um tanto surpreso.

— Não precisa nem checar, eu já sei que é menino alfa. — Ainda que ele fosse no hospital, felizmente hoje em dia já dá para saber o sexo e a raça no mesmo dia. — E lúpus. — Ok, Jin está carregando um mini Jungkook.

Namjoon sofreu tanto com ele que o universo decidiu presenteá-los com um alfa lúpus, Jungkook serviu-lhe de aprendizado para o momento atual.

— Já sabe o nome? — Woozi perguntou ao sentar-se quase que em sua frente olhando para a barriga dele.

Seus olhos brilhavam.

— Namjoon quem escolheu, será Haruto.

— E você, Wonwoo? — Ele olhou para mim. — Já sabe o sexo e a raça?

— Completei dois meses recentemente, mas sinto que também será um alfa. — Disse com a mão em sua barriga. — Mingyu também quer que seja um alfa.

— É tudo o que eles mais querem é ter alfas. — Jin revirou os olhos e nós rimos.

— Qual será o nome? — Mingi perguntou para Wonwoo.

O ômega suspirou e sorriu.

— Será, Yoshi. — Respondeu sorrindo.

— Eles serão grandes amigos! — Jin disse olhando-o e eles riram.

Eu só fiquei imaginando que meus filhotes e de Taehyung também serão amigos, além de primos.

É, o plano de termos filhotes juntos ainda está de pé.

— E vocês? — Wonwoo nos perguntou. — Já estão planejando terem filhotes?

— Eu me retiro desta conversa. — Mingi disse levantando as mãos em rendição.

— Digo o mesmo. — Woozi murmurou.

— Eu e Yoongi ainda nem conversamos sobre isso. — Taehyung disse pensativo. — E não vamos conversar tão cedo, não consigo imaginar esse alfa sendo pai, porque eu não pensei nisso antes de dizer: "sim"? — Ele suspirou com a mão na testa e nós rimos.

— É complicado imaginar o Tenente Min sendo pai mesmo... — Woozi riu. — Mas também era difícil imaginá-lo casado tão cedo e olhe aí, sabe, esses dias ele ficou por horas na recepção falando do senhor. — Os olhos de Taehyung se arregalaram e ele foi para perto do Woozi.

— Conte-me o que ele falou. — Pediu encantado.

— Ah, eu não vou ficar lembrando dessas coisas, eles me fazem lembrar que sou solteiro, odeio casal feliz. — Meu irmão fez um beicinho. — O Capitão também já fez isso. — Ele contou olhando para mim.

Ok, eu também queria muito saber o que ele falou para ele.

— Acho que tem coisas que nós só estaremos preparados quando acontecer.

— E você, Woozi? Não está interessado em ninguém? — Mingi perguntou e ele ficou um pouco corado.

— Talvez. — Respondeu coçando a nuca em sinal de nervosismo. — Mas esses planos serão deixados para quando eu me tornar no máximo Sargento. — Ele está certo, pensando primeiro no futuro financeiro e depois no amoroso.

— Você não falou nada, Jimin. — Jin sorriu. — E vocês? Conversam ou já conversaram sobre filhotes?

A resposta era sim, muitas vezes para falar a verdade.

Inclusive, eu realmente gostaria de ainda estar grávido...

Wonwoo contou-me mais tarde que eu estava esperando uma menina e que ela era uma ômega, eu não quis dizer isso para Jungkook, até porque isso já não importa mais.

— Sim, nós já conversamos, mas também pretendo deixar isso mais para frente. — Eu disse. — Claro que se ele quiser, não vejo problema em também termos depois que passar isso tudo. — Em qualquer momento para mim será bom, por isso não me importo em deixar um pouco essa escolha para Jungkook.

— Melhor esperar mesmo, curtam um pouco nossos filhos. — Wonwoo nos fez rir e eu concordei.

— Com certeza, ele será um irmão mais velho e tanto... Não sei se devo dizer que ele também será um vó e tanto, ele é tão novo... — Dessa vez, eles riram por causa de mim e nem eu mesmo aguentei ficar sem rir.

Nós ouvimos barulho de um carro, na mesma hora Woozi tirou sua arma do coldre e foi verificar a janela, Taehyung também estava em posição.

Eu ouvi a batida na porta e em seguida passos apressados, logo as batidas fortes na porta.

— Eunbi, eu sei que você está aí, abra essa porta agora! — Era Hoshi.

Meu Deus...

— Vocês dois — Woozi estava falando com Wonwoo e Jin. — Vão para o andar de cima. Sugiro que vocês dois também vão. — Agora era comigo e com Mingi.

Até parece que eu vou deixá-los aqui com esse alfa.

— Eunbi, abre logo!

— Por que ele está procurando a Eunbi aqui? — Taehyung perguntou. — Não tem ninguém aqui.

Quando ele terminou a pergunta a porta se abriu pois Hoshi havia a chutado.

A raiva em seus olhos era visível, além dele estar um pouco vermelho e ofegante.

— Onde ela está? — Ele nos perguntou.

Woozi e Taehyung ainda estavam com as armas apontadas.

— Não tem ninguém aqui, além de nós. — Woozi disse. — Vá embora. — Ele destravou a arma dele.

Hoshi forçou uma risada.

— Saía da minha frente! — Ele o empurrou para o lado. — Eunbi! — Hoshi gritou procurando-a.

— Eu não vou repetir! — Woozi estava apontando a arma para ele.

Hoshi estava de costas olhando para as escadas.

— Eunbi! — O alfa começou a subir as escadas.

— Quem é ele?

— Ele é primo do Jungkook, irmão da Eunbi. — Eu respondi.

Ele continuava a gritar por ela e eu ouvia as portas sendo abertas enquanto ele verificava cada quarto.

— Ela não está aqui, o que ele quer? — Taehyung perguntou como se eu pudesse respondê-lo.

Hoshi desceu as escadas.

— Aí cara, ela não está aqui. — Hoshi olhou para ele sério. — Agora, por favor, dá para você ir embora?

— O que vocês estão fazendo aqui? Cadê o Jungkook? — Ele perguntou olhando para mim.

— Por que você quer saber do meu marido?

— Porque, aparentemente, onde ele está a Eunbi também está agora.

— E o que você quer com sua irmã? — Wonwoo perguntou.

— Ela desapareceu e aqui era o local que ela sempre vinha, por isso presumi que ela estava aqui, além disso, o rastreador diz que ela está aqui.

Rastreador?

 — Deixa eu ver isso aí! — Taehyung colocou a arma nas costas e pegou o rastreador da mão dele com certa agressividade.

— Nossa, você é tão parecido com aquele idiota que eu realmente me sinto tendo um dejavu.

— De quem você está falando? — Perguntei.

— Oh, deve ter ouvido falar dele, Jeon Jonghyun, o falecido melhor amigo do Jungkook. 

— Ah, seu ex-namorado? — Ele fez uma expressão um tanto raivosa.

— É. — Afirmou. — Mas ele terminou comigo.

— Você não era a melhor pessoa do mundo, não é? Corrigindo, ainda não é!

— Olha aqui-

— Pronto! — Taehyung disse e começou a soar um pequeno alarme no local.

Nós começamos a procurar por ele.

Ele estava vindo do porão.

Bam começou a cavar a porta e colocar o focinho embaixo dela.

Woozi correu para abri-la.

Hoshi o puxou pela farda tirando-o de sua frente, logo ele deu um forte chute nela fazendo-a quebrar.

Ele desceu as escadas junto com Bam, eu os acompanhei e Woozi veio logo atrás.

Agora que percebi que Bam não tentou avançar em Hoshi, a resposta era simples, o cheiro dele e de Jungkook são um tanto parecidos, talvez isso o tenha feito achar que ele faz parte da "matilha".

Com a lanterna do telefone, fomos iluminando os corredores e Bam nos levava.

— Eunbi! — Ela estava desmaiada e ao seu lado estava seu telefone apitando pelo rastreador.

O alfa a pegou no colo e corremos de volta para a sala.

— Taehyung molha um pano e traga para cá, rápido! — Hoshi a deitou em outro sofá.

Wonwoo tentou chegar perto dela, mas foi impedido pelo alfa.

— Não encoste nela! Eu não confio em vocês!

— Seu imbecil, ele é médico! — Hoshi olhou para mim. — Deixe-o examiná-la, Eunbi pode morrer se esperarmos mais um pouco. — Taehyung apareceu com o pano.

Ele parecia estar em uma luta interna consigo mesmo.

Por fim, ele decidiu ceder.

— Tudo bem. — Hoshi afastou-se um pouco e Wonwoo começou a examiná-la.

Jin pegou o pano da mão de Taehyung e começou a limpar o rosto dela.

— Já entendi... — Taehyung murmurou para mim e eu franzi o cenho. — Ele é o típico irmão mais velho com uma pegada do Klaus Mikaelson. — Hoshi estava inquieto olhando para sua irmã.

Faz mal a todos, mas é um tanto super protetor com sua irmã mais nova.

Ok, o Klaus fez a Rebekah sofrer mais do que tudo, mas pelo visto isso não se encaixa muito na situação deles.

Eu consigo sentir sua preocupação, ele realmente ama a irmã.

— Ela vai ficar bem. — Wonwoo disse. — Eunbi foi dopada, mas acordará em breve. — Ele respirou aliviado.

Wonwoo levantou-se, Hoshi foi para perto da irmã e colocou a mão em seu rosto.

— Eunbi... — Ele beijou sua testa e ficou ali por alguns instantes. — Quem fez isso com você, minha irmã?

— Você ainda pergunta? — Hoshi olhou para Taehyung que estava com a mão na cintura.

— Do que está falando?

— Está muito óbvio quem fez isso. — Ele franziu o cenho.

Hoshi realmente não sabia de nada.

— Como está seu primo, Suho? — O ômega perguntou como se realmente tivesse muito interesse em saber aquilo.

— Suho não é meu primo, ele é primo do Jungkook. — Nisso, ele estava certo. — E não nos falamos direito desde o aniversário do vovô. — Como assim?

— Por que não? — Arrisquei-me a perguntar.

— Na verdade, faz um tempo que não estamos nos falando como antes, ele tem estado muito afastado, resolvendo certos assuntos que eu não faço ideia de que seja, sendo assim, eram poucas as vezes em que nós conversávamos. — Aquilo ainda estava um tanto questionável.

Hoshi não tinha nenhum envolvimento com o desvio de armas?

— Espera aí! — Eu disse. — Está dizendo que não faz ideia do que seu primo tem feito?

— Eu já disse que não somos primos! — Eu revirei os olhos. — E não, eu tenho meus próprios assuntos para resolver e eles não vêm ao caso.

Woozi estalou a ponta da língua e Hoshi com certeza queria acertar pelo menos um soco no alfa.

— Mas não, eu não sei o que ele estava fazendo, talvez resolvendo assuntos militares da família Jeon, embora ele não seja um, vai entender.

— E você não faz parte desses assuntos?

— Jimin, é como Jungkook disse uma vez, embora eles me tratem como um Jeon, não significa que eu seja. — O que aconteceu com esse homem? Ele com certeza não é o mesmo Hoshi. — Olha, antes do Jungkook envolver-se com os assuntos militares da família Jeon, fazer parte e etecetera, Suho era o selecionado para tudo isso, afinal, ele é o mais velho e Jungkook é o mais novo. — Ele explicava. — Ele deveria dar continuidade ao legado militar da família Jeon, então mesmo que eu pensasse em servir, não é como se eu pudesse continuar esse legado, afinal, eu sou de outra família.

Hoshi é um Bae, realmente não tem porque ele fazer parte desses assuntos envolvendo a família Jeon.

— Mesmo que seja Jungkook, eles continuarão a incluí-lo nesses assuntos, pelo menos na época em que o vovô ainda trabalhava, já que hoje em dia ele é aposentado. — Contou. — Até mesmo Jonghyun fazia parte das conversas, mas não me pergunte nada, pois eu não faço ideia do que eles conversavam.

— Hoshi, você sabe o que é a insígnia Jeon?

— Existe uma insígnia Jeon?

— É uma insígnia dada às famílias que passam da terceira geração de militares. — Eunbi respondeu enquanto acordava e Hoshi olhou-a com preocupação e atenção.

Ela estava pressionando os dedos contra as têmporas.

— Hey, você está bem? — Perguntou preocupado e Eunbi o abraçou. — Eu vou levá-la para casa.

— Não! — Ela quase gritou. — Hoshi, você precisa ajudar Jungkook e o tio Jisub.

— Do que está falando?

— Suho planeja matá-los. — Todos estávamos com os olhos arregalados.

Eu senti um aperto em meu coração.

— Eunbi, tem certeza que não está falando tolices? — Ela bufou.

— Eu ouvi todo o planejamento dele ao telefone com aquele Major. — Foi aí que meu coração começou a doer ainda mais.

Taehyung pareceu ter sentido, pois logo me abraçou.

— Por que ele faria uma coisa dessas?

— E tem que ter motivos para ele fazer atrocidades? Esqueceu-se quem deu a ideia de atormentarem Jungkook durante todo aquele tempo? — Eunbi segurou o rosto do irmão. — Ho, ele te manipulou durante todos esses anos por puro benefício próprio, eu te conheço, sei que você não é essa pessoa ruim que ele moldou.

— Eunbi. — Ele afastou-se do toque da irmã.

Levantou-se e colocou a mão no rosto.

— Eu sei que visitou Jungkook depois do que aconteceu, eu sei que se arrepende.

— Do que adianta? Um dia desses mesmo eu estava fazendo besteira de novo! Eu fui fraco, me deixei levar por todas as manipulações dele e ainda pode acontecer de novo.

Eu ainda estava pensando em Jungkook e era uma discussão de irmãos.

— Eunbi, seu irmão é um fraco que vive se lamentando por tudo de errado que ele fez! — Hoshi respondeu-a. — Eu não sou capaz de enfrentá-lo, você sabe que eu já tentei e falhei. — Eunbi respirou fundo e aproximou-se dele.

Abraçou-o por trás e apoiou o queixo em seu ombro.

— Ele gostaria que você fizesse isso... — Ela sussurrou. — Sabe disso... — Hoshi ainda parecia irredutível. — Se não quiser fazer isso por ele, faça por mim!

— É a oportunidade perfeita para se vingar dele. — Taehyung disse e o alfa olhou para ele.

— Do que está falando? — Ele perguntou baixo e sério.

O coração de Eunbi acelerou de repente. 

— No dia do aniversário dele, você estava caído, não? Pelo visto, não viu que ele quase avançou em Eunbi, se não fosse pelo pequeno Hoseok... — O cenho dele mudou.

Hoshi estava sério.

— Isso é verdade. — Eu disse. — Além do mais. — Eu fui para mais perto deles.

Segurei o braço de Eunbi e o levantei, Hoshi estava com os olhos arregalados e vermelhos de raiva.

— Ele a machucou. — Olhei para Eunbi. — Foi ele quem a dopou, não foi? — As lágrimas começaram a descer pelo rosto de Eunbi e Hoshi estava tremendo de ódio.

Ele fechou a mão em um punho enquanto a irmã chorava.

— Por que ele fez isso com você? — Hoshi perguntou. — Me conte agora.

— Porque ele queria que eu fugisse com ele depois que ele os matasse... — Ela limpou o canto dos olhos. — Mas eu não quis, ele então me puxou a força e começou a me ameaçar.

— Como?

— Ele disse que se eu falasse algo para alguém, Suho me mataria. — Contou enquanto chorava. — Nós começamos a nos relacionar secretamente depois que fiz 18 anos, mas depois do aniversário do vovô, eu decidi pôr um fim em tudo e pus, mas aconteceu isso tudo. — Hoshi estava com tanta raiva, mas tanta. — Ele me dopou, mas antes de eu apagar por completo, o ouvi dizer que ele voltaria para me buscar pois eu iria com ele de todo jeito.

Eunbi não precisou dizer mais nada.

Hoshi estava possesso de raiva.

Ele começou a andar de um lado para o outro como se pensasse no que fazer enquanto coçava a nuca pelo nervoso.

— Aonde ele está? — Hoshi perguntou.

— Em um hospício abandonado.

— Sei exatamente de qual você está falando. — Hoshi ia sair.

— Hey, eu vou com você!

— Não, o Capitão vai me matar se acontecer alguma coisa com você. — Woozi disse. — Fique aqui, senhor Jimin... — Ele estava quase que implorando.

— Não vai acontecer nada com ele, pois eu estarei lá para proteger o meu irmão. — Taehyung tirou sua arma de suas costas. — Você fique aqui e cuide desses quatro, entraremos em contato quando for preciso, estejam atentos! — Na ausência de Jungkook, sabemos quem é o Capitão. — Agora vamos! — Taehyung passou por Hoshi na porta e ele riu.

— Você realmente me lembra ele, qual seu nome?

— Min Taehyung.

— Ok, Taehyung, se sobrevivermos poderemos ser bons amigos.

Nós entramos no carro dele.

— Amigos? — Eu e Taehyung viemos atrás.

— É, sei que já está marcado e também... — Ele ligou o carro. — Só me interesso por ômegas mulheres... — Hoshi deu ré para sairmos dali.

— Não sei, meu alfa é um tanto ciumento.

— O meu é super protetor.

Ele riu de nossas falas.

Até que Hoshi não é tão ruim assim.

(...)

— De onde saiu todas essas armas? — Taehyung perguntou após ele abrir a mala.

— Meu tio me presenteou com elas, eu posso não ser um militar, mas me interessava bastante por elas quando era mais novo e ele viu isso, então após conseguir minha autorização, ele me presenteava de vez em quando. Legal, não?

Taehyung pegou duas pistolas e deixou a MP5 no carro.

— Ganhou mais uma em troca dessas. — Ele deu de ombros e olhou para mim.

— Não vai querer uma?

Tinha um total de três metralhadoras e quatro pistolas, agora três porque ele pegou uma.

—Não, eu prefiro confiar em vocês.

— Você que sabe. — Hoshi bateu a porta da mala. — Ah, eu daria tudo por um sorvete agora... — Ele murmurou cruzando os braços e soltando um suspiro em seguida.

Eu comecei a ouvir alguns barulhos na floresta ao nosso redor.

Admito que me assustei.

Os passos ficaram mais rápidos e eu só vi uma pessoa agarrar Hoshi e colocando uma faca em seu pescoço, outra surgiu do nada e estava apontando uma arma em minha cabeça atrás de mim e, por fim, Taehyung também havia ouvido tudo e apontou sua arma para a pessoa enquanto a pessoa também estava apontando uma arma para ele.

A pessoa não, seu próprio marido.

Eu franzi o cenho.

Hoseok estava apontando uma arma para mim e quem estava segurando a faca no pescoço de Hoshi era Mingyu.

— Puta merda, Yoongi! — Taehyung disse guardando a pistola, mas seu coração estava super acelerado.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Yoongi também abaixou a arma e Taehyung abraçou-o pelo pescoço.

— Perdoe-me, senhor Jimin.

— Está tudo bem, pequeno Hoseok. — O abracei.

— Pode me soltar também, moço. — Hoshi murmurou e Mingyu pareceu querer afundar a faca em seu pescoço. — Hey, hey!

— Mingyu, solta ele!

— Ele não é o primo do Capitão? O que nos garante que ele não está trabalhando com o outro?

— A única coisa que eu quero é acertar um soco naquele miserável por ele ter encostado na minha irmã. — Ele disse e Mingyu olhou para mim.

— Solta ele. — Eu repeti.

Aos poucos ele foi fazendo o que eu pedi.

— Por que seus braços estão vermelhos desse jeito? — Taehyung perguntou olhando-o. — E o que vocês estão fazendo aqui? Cadê o Kookie?

— Bem, nós fomos dopados e amarrados, só conseguimos nos soltar agora. — Yoongi o respondeu.

— Cadê Jongho? — Perguntei. 

— Ele conseguiu soltar-se antes de nós, ele até ia nos ajudar, mas mandamos que ele fosse logo, pois ouvimos alguns gritos. — Mingyu explicou e em seguida ouvimos uma explosão.

Nós todos nos assustamos.

— Vamos! — Hoshi segurou meu braço.

— Não é seguro, pelo barulho parece ter sido uma explosão subterrânea, a estrutura pode estar ruindo, melhor se dermos a volta por fora. — Ele sugeriu e era um bom plano.

Ninguém o contestou, embora eu visse que eles não estavam felizes em vê-lo ali. 

Taehyung entrelaçou o braço ao de Yoongi.

— Isso é um hospício abandonado. — Mingyu nos informou e até parece que aquilo me confortou.

Muito pelo contrário.

O lugar me trazia uma sensação tão estranha, mas eu não saberia explicar o porquê, apenas que eu sentia calafrios e uma imensa vontade de sair de lá o mais rápido possível.

Jungkook, onde você está?

Eu ouvi barulho de armas sendo destravadas e todos nós começamos a correr para lá.

Eles estavam um tanto acima de nós, antes que eu começasse a subir, mais uma vez Hoshi me impediu.

— Fique aqui.

— É meu marido.

— Exatamente, seu marido, que é um maluco por proteção, fique. — Ele repetiu e eu bufei. — Além disso, não poderemos ajudá-los se tivermos que nos preocupar com você também.

— Fique também, Taehyung.

— Mas, amor-

— Só me obedeça, ok? — Yoongi segurou o rosto dele e lhe deu um selinho. — Eu prometo não demorar. Quero que fique seguro com Jimin. — Taehyung assentiu, mesmo sendo contra a vontade dele.

— Nós-

— Não, não. — Yoongi o impediu. — Mingyu quem está no comando. — Hoshi bufou e revirou os olhos.

— Ok, mas o Suho é meu.  

Ouvimos um disparo.

— Vamos logo!

Eles começaram a subir o pequeno morro.

Taehyung me abraçou.

— Vai ficar tudo bem...

E não ficou.

Eu estava sentindo toda sua tensão, desespero e medo.

Soltei-me de Taehyung e no momento em que mais um disparo foi dado, eu senti algo queimar em meu pescoço e uma imensa dor em meu peito, foi quando vi que ele foi atingido e estava prestes a cair para trás.

Eu consegui alcançá-lo para evitar a queda, mas ele não aguentava nem mesmo ficar com os olhos abertos.

Lembro-me de ter gritado por seu nome, embora ele parecesse não estar ouvindo.

Foi quando ouvi-o murmurar.

"É, talvez nem todas as promessas podem ser cumpridas."

Eu comecei a chorar enquanto abraçava seu corpo e estava ignorando a dor que eu sentia em meu pescoço, pois a dor emocional estava ainda maior e intensa.

Por puro impulso, Mingyu atirou uma flecha contra o Major e acertou seu braço fazendo-o gemer de dor.

Em seguida, Yoongi acertou uma cotovelada em seu ombro fazendo-o cair de joelhos e Jongho o finalizou com um chute na cabeça.

— O que foi? Está sendo igual o fraco do seu tio? — Suho perguntou a Hoshi. — Está fazendo tudo isso porque agora quer se fazer de santo e pedir por perdão? — Ele avançou contra o mais novo que conseguiu desviar-se do ataque.

— Eu não me importo com nada disso! — Ele pegou a arma de sua cintura e atirou na perna de Suho.

Em seguida, ele acertou um chute no rosto do Jeon fazendo-o cair para o lado.

— Pouco me importa se algum dia ele irá me perdoar ou não, o que estou fazendo é inteiramente porque você machucou minha irmã. — Hoshi colocou o pé no peito de Suho que começou a ficar sem ar. — Faça o que quiser comigo, mas não encoste na Eunbi. — O alfa tentava tirar o pé dele de seu peito para poder voltar a respirar.

Hoseok o empurrou e Suho puxou o ar pela boca.

— Precisamos dele vivo. — Hoseok o chutou e Suho caiu desmaiado.

Namjoon parecia estar em puro choque.

— Não fique aí parado! — Kibum disse-lhe. — Faça alguma coisa.

Ele não conseguia se mover.

Parecia ter perdido totalmente os movimentos de seu corpo.

— Precisamos ir para um hospital agora, ou vamos perdê-lo. — Kibum veio até mim e pegou-o em seus braços.

Minha camisa estava suja com seu sangue.

— Chanyeol?

— Estou com ele. — O alfa estava carregando o ômega em seus braços, mas ele pelo menos estava consciente, diferente de Jungkook.

Atualmente

— Tae? — Ele olhou para mim. — Vá dar apoio para Yoongi. — Eu sussurrei.

— Jimin...

— Está tudo bem, ele precisa mais de você do que eu. — Eu o confortei.

Ele assentiu.

Taehyung foi para perto de Yoongi e imediatamente o alfa abraçou sua cintura apoiando o rosto na barriga dele, meu irmão começou um carinho em seus cabelos.

Ouvimos alguns passos e eram Eunbi, Mingi, Namjoon, Woozi e Hoshi.

— Como ele está? — Eunbi perguntou e eu dei de ombros.

— Não temos notícia, apenas sei que ele foi levado para remover o projétil. — Jin sentou-se ao meu lado e abraçou-me.

Mais uma vez, eu estava chorando.

Namjoon chegou logo em seguida e agora ele parecia um pouco melhor.

— Baekhyun está sendo tratado, felizmente o projétil saiu de seu corpo... — Jin chamou-o para sentar do seu outro lado e o alfa não contestou. — Suho, Seong Hoon e os outros foram levados, em breve isso será levado ao júri com acusações de tentativa de assassinato.

— E o desvio de armas? — Perguntei.

— Não temos como provar a ligação dele com tudo isso, nem outras coisas, Stephan Elvis está morto, ele era o único capaz de depor ao nosso favor.

Mingi sentou-se ao lado de Jongho que colocou o rosto no pescoço do ômega, Eunbi também sentou-se ao lado do pequeno Hoseok.

Ela passou o braço por seus ombros e o alfa apenas deitou sua cabeça em seu ombro.

Hoshi e Woozi estavam encostados na parede com os braços cruzados.

Wonwoo apareceu um tempo depois ainda com a roupa da cirurgia.

Todos foram para cima dele, incluindo nós três, mas Mingyu foi rápido e pôs em sua frente.

— Sentem-se, deixe-o falar sem pressioná-lo.

Nós voltamos para nossos lugares e Wonwoo sorriu para o alfa em agradecimento.

— Tem muitas questões para serem discutidas. — Ele disse. — Venham para minha sala, não será bom falarmos sobre isso aqui.

O seguimos até sua sala.

Wonwoo sentou-se em sua cadeira e respirou fundo.

Mingyu colocou a mão em seu ombro e Wonwoo a segurou.

— O que eu tenho para falar, é um pouco complicado.

— Diga... — Eu disse.

— Nós, no geral, temos boas células regenerativas e por conta delas o processo de cura de um ferimento é bem mais rápido do que o habitual. — Assenti. — Os lúpus tem o processo ainda mais rápido, eles se curam quase que instantaneamente.

— Vá direto ao ponto. — Namjoon pediu.

— Eu percebi isso quando Yoongi veio retirar o gesso para colocar a tala e o braço dele ainda estava daquele jeito, normalmente, ele deveria tirá-lo até mesmo na mesma semana em que colocou, mas acontece que o corpo dele aparentemente está rejeitando o processo de cura acelerado e está se curando lentamente, exatamente como um processo regenerativo humano.

— Está dizendo que ele não quer se curar... — Jongho murmurou e Wonwoo assentiu.

— Eu não sei se isso aconteceu de forma inconsciente ou ele realmente está rejeitando tudo porque quer, mas isso vem desde aquele dia.

— Mas o que exatamente você quer dizer com isso tudo? E daí se ele está rejeitando a cura rápida, o corpo dele está se regenerando, lentamente, mas está. — Hoshi disse e Wonwoo respirou fundo.

— Acontece que o tiro foi em uma área perigosa, fraturando um pouco o coração e uma pequena parte do pulmão. — Eu coloquei a mão na boca e arregalei os olhos.

Jungkook, não.

— A situação dele é crítica, se ele não estivesse rejeitando o processo de cura, já estaria ótimo, mas por conta disso, estamos tendo que ir por meios habituais, cuidar dele como se ele fosse um beta. — Wonwoo disse e eu ainda estava desacreditado daquilo tudo. — E ele também perdeu muito sangue, além de preocuparmos com os órgãos vitais também temos que nos preocupar em arrumar um doador o mais rápido possível.

E para piorar, Jungkook tem tipo sanguíneo -O.

— E não temos o tipo dele em nosso banco.

— Tá bom, o que eu preciso fazer para doar meu sangue? — Hoshi perguntou. — Somos compatíveis, eu posso fazer isso.

Wonwoo chamou uma enfermeira e Hoshi foi levado para retirarem uma bolsa de seu sangue.

— Jimin? — Olhei para ele. — Poderá vê-lo logo. — Eu lhe dei um aceno positivo.

Sentei-me novamente e apenas uma pergunta rondava minha mente. 

"Por que você não quer se curar?"

Eu olhei para frente e vi um rio que cortava aquele campo.

Arrisquei-me a ir um pouco mais perto do rio e ouvi algumas risadas, eu realmente não esperava ver aquela cena.

Era Jungkook, ele estava deitado no gramado enquanto levantava uma garotinha.

Ela era tão parecida comigo...

Ele estava rindo olhando para o sorriso dela, Jungkook ergueu-se um pouco e a garota abraçou seu pescoço, o alfa beijou seu rosto e ficou fazendo carinho em seus cabelos.

— São lindos, não? — Olhei para o lado.

Eu o conheço de algum lugar.

— Sou o Jonghyun. — O ômega disse com a mão no peito.

Eu voltei a olhá-los e agora eles estavam andando de mãos dadas enquanto a pequena apontava para algumas flores.

— Kookie também gostava de flores quando era criança.

— O que eu estou fazendo aqui? Aonde estamos?

— Estamos no paraíso. — Isso significa que... — Não, ele não morreu, ainda. — Aquilo deveria me confortar?

Jonghyun olhou para lá novamente.

— Mas ele está.

— Ele sabe que eu estou aqui? — Perguntei e ele negou.

— Ele não consegue te sentir como um alfa sente seu ômega.

— Por que não?

— Porque ele está te esquecendo. — Ele respondeu voltando a olhar para mim. — Ele não se lembra mais do seu rosto. — Um nó pareceu se formar em minha garganta.

Eu coloquei as mãos no rosto e logo senti as lágrimas descerem.

— Por que? Por que ele não lembra de mim? — Perguntei e Jonghyun respirou fundo.

— Bem, aqui é o paraíso, um lugar sem dor, sem culpa, sem tristezas e sem decepções. — Jonghyun disse. — Ele não poderia ficar aqui sem dor, sem culpa, sem tristezas e sem decepções se lembrasse que deixou para trás a pessoa que ele mais ama simplesmente porque escolheu enfim descansar. — Ele explicou.

— Por que escolheu? — O loiro assentiu.

— Eu não tive escolha, não tive escapatória, mas ele com certeza pode escolher voltar, ele só precisa de uma razão.

— E eu não posso ser a razão dele?

— Ele não lembra de você, como pode ser uma razão?

Ouvimos outras risadas e agora ele estava fazendo cosquinhas na garotinha enquanto fingia mordê-la.

Foram risadas tão boas.

— Ele está te vendo? — Perguntei.

— Sim, mas não vê você. — Respondeu.

— Posso sentir que ele quer abraçá-lo.

— Se nos encostarmos, será o fim.

— Então porque ela pode tocá-lo? — Apontei para a garotinha.

Jonghyun olhou para mim e sorriu, na mesma hora um garoto loiro exatamente igual ao Kibum pulou em suas costas e beijou seu rosto.

— Porque ele é uma parte dele, assim como é uma parte sua. — Jonghyun beijou o rosto dele. — Sendo assim, está tudo bem, mas se for eu ou Moonbin...

Ele não precisou dizer nada, pois eu já havia entendido.

— Por que eu estou aqui? — Perguntei. — Estou aqui para vê-lo uma última vez, é isso?

Jonghyun ficou em silêncio por alguns instantes.

— Eu vou ser sincero, depois de tudo o que ele  passou, eu realmente quero que ele fique.

Eu forcei uma risada nasal.

Claro que ele quer.

— Mas também sei que ele ainda tem muitos planos para concretizar ao seu lado, é uma escolha dele e ele também sabe que eu quero que ele fique. — Ele colocou a mão em meu ombro. — O Jungkook só precisa lembrar-se de uma coisa.

— Do quê?

— Das razões que ele mais tem para ir, do que para ficar. Faça-o lembrar-se delas.

— Como eu vou fazer isso?

— Nessa parte eu não posso ajudá-lo, mas confio em você para achar uma solução. — Ele olhou para cima. — E seja rápido você não tem muito tempo. 

— Jimin! — Eu abri os olhos e Taehyung estava olhando para mim com o cenho franzido.

— Você está bem? — Eu pressionei os dedos contra a testa.

Era um sonho?

— Sim, eu estou bem...

— Conseguiram fazer a transfusão de sangue.

— Onde estão os meninos? — Perguntei.

— Estão todas no quarto do seu marido. — Eu soltei uma risada nasal. — Vamos? — Taehyung estendeu-me a mão e eu a segurei.

Nós dois caminhamos até lá e não era mentira, os cinco estavam lá.

Haviam dois sofás, em um estava Eunbi e Hoseok, o alfa estava praticamente deitado no colo da ômega que fazia um carinho em seus cabelos loiros.

Jongho estava dormindo apoiado no ombro de Mingyu que estava com a cabeça abaixada no encosto do sofá, Yoongi estava quase dormindo sentado e se não fosse por Taehyung indo apoiá-lo, ele poderia ter se machucado.

Yoongi abraçou a cintura dele e deitou sua cabeça no colo de Taehyung.

Eles estavam cansados, afinal, aconteceram muitas coisas naquele dia.

— Como Hoshi está? — Eunbi perguntou para Taehyung.

— Vaso ruim não quebra, fica tranquila.

Eunbi soltou uma risadinha e negou com a cabeça.

Hoseok remexeu-se um pouco em seu colo e soltou um suspiro enquanto dormia.

Wonwoo entrou no quarto e ele parecia estar esgotado.

— Você deveria descansar. — Eu disse.

— É, eu realmente estou muito cansado. — Mingyu abriu os olhos lentamente e bocejou esticando-se um pouco. — Você também está cansado. — Wonwoo acariciou o rosto de Mingyu.

O alfa sorriu sem mostrar os dentes.

— Vamos para casa? — Mingyu perguntou e Wonwoo negou. — Deveríamos ir, você está grávido. — Mingyu agora estava encarando a barriga de Wonwoo.

Ele estava dopado pelo sono e não sabe.

— Vem comigo. — Wonwoo entrelaçou suas mãos.

Jongho acabou acordando também, era outro que estava dopado de sono.

Mingi, Namjoon e Jin haviam ido embora, mas Namjoon pediu-me que o informasse caso acontecesse algo.

Ele queria ficar aqui, mas não quis deixar Jin sozinho e o ômega precisava descansar como Wonwoo.

— Você também pode vim, Jongho. — Eles levantaram-se, o mais novo estava coçando os olhos.

Mal conseguia mantê-los abertos.

— Estaremos na sala 11 desse mesmo corredor, é a sala de descanso, caso queiram, podem ir para lá também.

— Você quer ir, Yoongi? — Taehyung o perguntou e ele negou.

— Amor, podemos ir para casa?

— Você tem certeza? — Yoongi assentiu. — Ok, Yoon. — Taehyung não havia sugerido isso antes pois pensou que Yoongi fosse querer ficar com seu   Capitão.

— Então nós iremos para lá com vocês. — Eunbi disse para Wonwoo que assentiu, ela então começou a acordar o pequeno Hoseok.

Ele abriu os olhinhos que também pareciam pesados.

— Vamos para o outro quarto.

Hoseok assentiu e levantou-se, bocejou e começou a coçar os olhos.

Ataque de fofura dos mais novos da Quinta Divisão.

Os desejei boa noite e me despedi de Taehyung e de Yoongi. 

Voltei para o quarto de Jungkook, seus batimentos estavam sendo registrados na máquina ao lado e pelo seu pulmão ter uma parte perfurada, ele estava com uma máscara recebendo oxigênio.

— Oi, meu amor... — Segurei sua mão.

Como eu queria que ele me respondesse.

— Eu não sei o que eu devo fazer para trazê-lo de volta. — Admiti enquanto sentia meus olhos se encherem d'água novamente. — Eu te vi com nossa filhote, acho que você nunca esteve tão radiante. — Apertei sua mão e a levei até minha boca para beijá-la. — Admito que por vezes eu te imaginei como pai, mas vê-lo com ela foi totalmente diferente, superou qualquer fantasia que tive...

Aproximei-me mais dele.

— Você não faz ideia do quanto eu estou sofrendo com tudo isso, ou talvez faça. Eu realmente nunca imaginei que estaríamos nessa situação já que você sempre foi o mais forte de nós, talvez seja por isso que você esteja considerando ficar aí, não é? — Coloquei uma de suas mechas para trás de sua orelha. — Você deve estar cansado de ser forte e está tudo bem, mesmo, está tudo bem você querer ficar. — Beijo sua testa. — Eu amo você e sempre vou amar independente do que você escolha. 

Está tudo bem.

Afinal, amor é sobre isso, não? Deixar ir.

— O engraçado é que eu imaginei uma situação onde você e o Bam ficariam tristes por minha ida, mas nunca imaginei que eu quem ficaria para consolá-lo. — Eu limpei o canto dos meus olhos enquanto forçava uma risada.

Eu coloquei as mãos em seu rosto e encostei nossas testas.

Esse cachorro é um ingrato! 

O quê?

Eu estava na mente dele.

Mesmo ele estando inconsciente, eu posso acessar a mente dele?

— Não fale assim dele. — Eu disse fazendo carinho em Bam que estava dando as costas para Jungkook.

Puro drama canino.

— É verdade, sabe, quando ele estiver prestes a morrer, eu aposto que ele vai morrer em seu colo porque com certeza ele te ama mais do que me ama e eu quem criei esse cachorro ingrato. — Bam latiu para ele. — Viu? — Eu comecei a rir com sua indignação. 

Agora, eu estava vendo outra memória.

Jungkook estava se esticando antes de entrar na recepção do quartel e ver Yoongi conversando com Woozi .

— E foi isso.

— Que romântico!

— Eu sou muito romântico, Woozi. — Yoongi disse se gabando e Jungkook apenas negou com a cabeça. — Olá, Capitão!

— Sobre o que ele estava falando, Woozi?

— Tenente Min estava me contando sobre como foi o fim de semana com o marido.

— É, mesmo? E como foi, Yoongi? — Perguntou e o alfa soltou um suspiro apaixonado.

— Foi incrível!

— Se não tiver detalhes muito constrangedores, eu gostaria de saber mais. — Jungkook disse enquanto assinava alguns papéis que Woozi lhe entregava.

— Não teve nada demais, sério, só que eu deitei no peito de Taehyung e ele começou a cantar Best Part baixinho enquanto me fazia um cafuné. — Yoongi estava com um sorriso besta enquanto lembrava daquilo. — Daí eu fiquei olhando para ele, Taehyung também ficou olhando para mim e naquele momento eu com certeza me apaixonei de novo pelo meu marido.

Jungkook estava rindo.

— Fiquei reparando em seus pequenos detalhes, talvez eu nunca tenha estado tão admirador quanto naquele dia, é como se-

— Como se tivesse percebido que já conquistou a coisa mais importante da sua vida? — Meu marido perguntou e ele assentiu enquanto sorria. — É, eu sei exatamente como é isso, eu fico olhando para ele enquanto ele dorme e eu estou sem sono. — Jungkook estava sorrindo olhando para o famoso nada. — Às vezes, eu chego cansado em casa, mas só de ver seu sorriso, eu já sinto minhas energias serem repostas. Não sei, na minha cabeça pode ser que tudo esteja indo mal, mas só de olhá-lo, qualquer pensamento desse tipo se vai, ele realmente é tudo o que eu preciso para ficar bem e para lembrar-me que eu ainda tenho um propósito nesta terra.

Jungkook entregou os papéis para o alfa.

— Eu não vejo a hora de termos uma família.

— O senhor quer tanto ser pai assim? — Woozi perguntou e ele assentiu. — Por quê?

— Ah, eu sempre tive essa vontade de ser pai, acho que é porque eu sempre fui muito sozinho e a ideia de ter uma família sempre trouxe-me conforto, embora eu tenha medo de não ser um pai muito bom pois como não tive bons pais, talvez isso possa refletir... — Ele coçou a nuca em sinal de nervosismo. — Mas eu vou me esforçar bastante para meus filhotes terem aquilo que eu não tive, afeto familiar.

— Eu sei que você vai ser um pai incrível. — Eu disse encostando nossas testas. — Você já foi uma grande figura paterna para os meninos, com certeza será incrível quando tivermos os nossos. — Beijo sua testa novamente.

— Tem uma música que eu aprendi a tocar. — Ele estava me olhando empolgado enquanto sentava-se em frente ao teclado que ele comprou recentemente. — Posso cantá-la para você? — Eu assenti. — Legal!

My mind runs away to you with the thought I hope you'll see. — Eu estava cantando a música que ele cantou outro dia. — Can't see where it's wandered to, but I know where it wants to be.

Minha mente foge até você

Com um pensamento que eu espero que você veja

Não consigo ver por onde está vagando

Mas eu sei onde quer estar

I'm waiting patiently, though time is moving slow. I have one vacancy and I wanted you to know that.

Eu estou esperando pacientemente, mesmo que o tempo esteja passando lentamente

Eu tenho um vazio e eu queria que você soubesse

You're the one designed for me. A distant stranger that I completed. — Coloquei a mão direita em seu rosto. — I know you're out there, we're meant to be, so keep your head up and make it to me. — Sussurrei o último trecho.

Que você é a pessoa que foi feita para mim

Um estranho distante que eu completei

Eu sei que você está aí, estamos destinados um ao outro

Portanto, mantenha sua cabeça levantada e venha até mim

Um sussurro de súplica.

And make it to me.

Venha até mim

Eu estava chorando deitado em seu peito.

Eu me recuso a aceitar perdê-lo dessa forma.

Eu não quero que ele vá.

Eu quero que ele fique comigo.

Eu quero sair com ele.

Eu quero dançar com ele.

Eu quero beijá-lo.

Eu quero tocá-lo.

Eu quero amá-lo.

Eu quero ele ao meu lado e quero estar ao seu lado.

Eu quero uma família com ele.

Eu quero tudo com ele, e somente com ele.

— Você me prometeu que teríamos um casamento do jeito que eu quisesse. — Eu estava quase gritando. — Você me prometeu que voltaria! — Eu não estava me importando em estar molhando sua roupa com minhas lágrimas. — E você me prometeu que nos veríamos de novo! Se é tão ruim assim em cumprir promessas, por que as faz?

Eu segurei seu rosto, ainda que eu estivesse com o rosto na curva de seu pescoço, meu corpo tremia pelo choro.

Nas costas de minhas mãos, eu senti um toque e não era qualquer um.

Era seu toque.

Ele estava segurando minha mão em seu rosto.

Afastei-me rapidamente para encará-lo.

Jungkook estava olhando para mim, com sua outra mão, ele tirou a máscara de oxigênio e soltou uma risada nasal.

— Eu cumpri a promessa de ser diferente, de não deixá-lo mais de lado pelo meu trabalho e outras coisas fúteis. — Ele disse. — Cumpri a promessa de bater no seu ex caso ele continuasse a te seguir. — A minha ficha ainda não havia caído. — E quando você sonhou que eu o deixava, que eu até mesmo faltei trabalho para cuidar de você, eu prometi que não o deixaria e agora eu também a cumpri.

Eu abracei fortemente seu pescoço e ele riu abraçando minha cintura.

— Você ainda terá que me aturar por muitos anos, Jeon Jimin. — Jungkook beijou meu pescoço enquanto eu lhe abraçava chorando.

Aliviado por ele ter voltado.















É bom dá um sustinho de leve em vocês.

Gostaram?

Será que essa é a última att do ano? Se até às 23:00 de hoje eu não estiver bêbada tentarei trazer mais uma atualização. Não prometo nada.

E vão dormir cedo, calanguinhos.

Música: Make It to Me - Sam Smith

Bye bye 💜

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro