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Capítulo 1

O cheiro de seus cabelos ainda é forte em sua memória.

O homem conhecido, pelos outros prisioneiros, como Capela está sentado no chão imundo do corredor. De todo aquele inferno de prisão, o pavilhão B é de longe o mais nojento. Neste lugar encontram-se criminosos perigosos como assassinos e influentes traficantes. Capela precisa começar com boas iscas para pegar os peixes grandes.

O sangue escorre pela cintura, a facada embaixo de suas costelas está parecendo um farol, guiando o barco chamado morte, mas o homem ainda não está pronto para esta viagem, ele se recusa a morrer.

Lembra-se do último abraço que deu em sua filha e sentiu o cheiro de seus cabelos, o último sorriso que deixou o rosto de sua esposa tão lindo a ponto de nenhuma obra de arte chegar a seus pés.

Mesmo que esteja à beira da morte, e sabendo que a melhor época da sua vida já passou, ele luta contra a vontade de fechar os olhos e deixar a hemorragia fazer seu trabalho.

"Não posso usar meu trunfo, meu braço não se mexe"

Capela sente a forte dor do ferimento, olha para o lado e vê a faca improvisada do cabo de uma colher furtada do refeitório, vê também o corpo do homem que o esfaqueou ao lado do objeto, assim como os outros dezesseis corpos dentro da cela.

— Senhor, não me deixe morrer, ainda não.

Agora tudo a sua volta parece ofuscado, ele vê borrões no lugar dos guardas, "malditos", ele pensa. À beira do terceiro desmaio, ele sente mãos grandes e suadas por baixo de seus braços, a sensação de ser erguido do chão e indo para o colo de alguém é algo que ele já havia esquecido há anos. Capela é um homem grande, mas todos os guardas dessa prisão são poderosos como super-heróis, todos tomaram o composto S, aquela bebida verde que deixa as pessoas fortes e invulneráveis como aço.

Cada passo da pessoa que o carrega faz com que sinta fisgadas de dor no ferimento, talvez esse realmente seja o último de seus dias, ele não consegue mexer seu trunfo, seu braço direito está dormente, perdeu sangue demais, ele desmaia novamente...

***

A maca é dura e desconfortável sob suas costas nuas, o homem fita o teto e agradece por ainda estar vivo. Apertando suas costelas, estão as ataduras empapadas com seu sangue. Capela olha para a esquerda e vê os cabelos negros e encaracolados da enfermeira, tenta se lembrar de seu nome, mas até isso se torna um esforço, neste pequeno quarto da enfermaria, além da enfermeira e do paciente, há um guarda vigiando o paciente em recuperação. Ela vira-se e fica surpresa em vê-lo acordado, o ferimento foi profundo e o paciente sofreu hemorragia por um período prolongado, deveria estar em coma, ou morto, mas algo o puxou de volta, talvez tenha sido sua força de vontade que não o deixou perecer hoje, mas graças aos "colegas de quarto" neste lugar conhecido como Penitenciária São Silva, todo dia é o último em potencial.

— Bom dia. — diz a enfermeira com um sorriso — Por favor, não tente se levantar, o senhor se feriu bastante. Poderia me dizer seu nome? Não consta na sua ficha, aqui só tem seu apelido... Capela, não é? Acho que é a primeira vez que você aparece por aqui.

O homem dá de ombros, felizmente a dor está quase inexistente comparada há momentos anteriores.

— Tudo bem, — ela continua folheando os papéis sobre a mesa — você se meteu em uma confusão pelo visto, os prisioneiros do bloco B estão assustados contigo, para dizer a verdade até eu estou... Não é todo dia que alguém mata dezessete homens perigosos em uma noite e sai apenas com uma facada nas costelas. Eu não sei dos detalhes, mas na sua ficha diz que você não tem superpoderes e não faz parte de nenhuma gangue, então por que fez isso?

— Eles me olharam torto. — Responde Capela com um sorriso feio.

A enfermeira solta uma risada cobrindo o belo sorriso com uma das mãos, ela gosta de socializar com os presos, acha que isso pode ajudar seu trabalho de alguma forma. A enfermeira conhecia as vítimas, cuidou delas diversas vezes e poderia afirmar que o mundo estaria melhor se nenhum deles tivesse nascido.

— Graças a você, — ela sorri e coloca a mão na cintura — eu tenho menos pacientes agora, e como eu sou paga por número de atendimentos... deveria ter deixado você morrer.

— Ele ficou sabendo? — Capela fecha os olhos e com um terrível esforço encosta a palma da mão direita sobre a ferida, a qual já está quase cicatrizada, os poderes de cura da médica, e chefe do departamento médico, são incríveis. — O dono desse lugar, o herói da justiça...

— São Silva? — a enfermeira escreve algo em seu caderno de anotações desviando olhar de Capela. — Quem você acha que lhe trouxe até aqui?

O prisioneiro entende, mas não acredita que o grande e renomado herói da justiça o carregou nos braços e salvou sua vida, como já fizera tantas vezes com outros no mundo fora dessas grades.

Faz três anos que essa prisão foi fundada, o seu criador afirmou que a taxa das pessoas que voltavam para uma vida de crimes assim que saíam da cadeia era alta demais, ele havia se cansado de prender o mesmo vilão tantas vezes e decidiu trabalhar no sistema penitenciário. Assim construiu essa prisão no estado de Minas Gerais, o local é do tamanho do Sergipe, separada em blocos que variam de acordo com o grau de seus hóspedes. Para poderem se alimentar, os prisioneiros devem trabalhar várias horas por dia, trabalho braçal e pesado nas novas instalações da penitenciária. Se esse sistema de cárcere será eficaz a ponto de reduzir o número de presos que voltam para a bandidagem ao sair daqui não se sabe, ainda é cedo para saber. Capela acredita que não.

Há pinturas que já estão podres demais para serem restauradas.

O homem de quarenta e cinco anos, sem camisa e com o corpo repleto de tatuagens, tenta se levantar da maca, a enfermeira em um esforço para impedi-lo, avança sobre o paciente, mas ao escorregar em uma das ataduras largadas pelo chão, ela chuta a maca em um barulho estrondoso, caindo de costas. Capela, que estava se levantando, rola pela maca em queda e cai sobre a mulher com o choque, escorando seu peso com as mãos, a enfermeira deitada vê os braços e o peito do homem sobre seus olhos, e então, a mulher olha todas as imagens de anjos e demônios, símbolos religiosos e profanos, encravados na pele dele. Ela reforça a suspeita sobre o motivo de ele ter ganhado o apelido. Seu peito parece o teto de uma antiga catedral repleto de mosaicos.

Aquele momento, que pareceu uma eternidade, foi interrompido por um guarda que arrancou Capela de cima da enfermeira com um chute, tão forte, que fez o homem ser arremessado para o outro lado da enfermaria.

***

De volta à sua cela, agora vazia, Capela deita-se com dificuldade em sua cama, fita o teto cinzento e tenta dormir um pouco antes de sua próxima jornada de trabalho. Ao fechar os olhos, ele adormece e sonha. Vê a família, todos sorrindo e felizes nos tradicionais churrascos de domingo durante o jogo de futebol. Até que feixes luminosos transformam seu lindo sonho na memória de quando chegou em casa e encontrou todos mortos, todos soterrados pelos escombros do teto da casa. Capela ajoelha-se e a dor em seu peito torna-se insuportável com os espasmos do choro. Do meio dos escombros ele vê a luz azul se erguer, da luz sai o anjo que às vezes parece sua filha e outras vezes sua esposa. A voz do anjo é doce e serena, ela lhe diz quem será a nova pessoa a ser julgada, "Rodrigo Damasco, o Tucano".

Capela está novamente acordado. Na noite passada o anjo lhe disse dezessete nomes que ficaram gravados em sua memória, nesta noite foi-lhe dito apenas um, e este homem será seu alvo, o novo réu em seu julgamento.

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