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Capítulo 13 - Não existe Saphira bom

 Loenna já havia perdido as contas de quantas vezes havia visitado Aya em sua enfermaria. Não sabia por que, mas a enfermeira lhe transmitia muitas energias boas. Ela havia parado de ter pesadelos, seus músculos pareciam mais relaxados, o sorriso aos poucos voltara ao seu rosto. Era como se Aya tivesse um mágico poder de regenerar a felicidade nas pessoas aos poucos. No começo, Loenna inventara machucados bobos apenas para ter motivo a se dirigir a enfermaria; Mais recentemente, a garota visitava sua conhecida apenas para tomar um café e conversar. (Ou ouvi-la falar, o que era mais frequente; Loenna não era muito falante...)

Ah, se Loenna não fosse um ser tão desprezível... Talvez ela e Aya pudessem se tornar grandes amigas. Mas, não. Aquela possibilidade era impensável. Aya era um ser de luz, e Loenna um ser das trevas. Não havia como aquela relação ser bilateral; A assassina não podia lhe confiar tudo de sua vida, tinha um passado obscuro e um presente perverso; Enquanto isso, Aya era e sempre fora uma pessoa muito doce.

Chegou ao seu recinto, como sempre fazia ao fim da madrugada. Era uma cabana abandonada, construída com madeira velha. Haviam trepadeiras dançando pelas paredes e um cheiro forte de limo invadia suas narinas. A porta, quase tão velha quanto a própria humanidade, já estava emperrada e rangia ao ser aberta. Loenna também não era a pessoa mais limpa da humanidade; Havia poeira por todos os cantos e uns poucos roedores passeavam pelo pequeno cantinho em que a assassina repousava todas as noites. Ela, contudo, não se importava; Não tinha medo de Eran e Kantaa, teria medo de alguns ratos gordos?

Loenna abriu a porta, focalizou a rede de pano velha que usava para dormir. Provavelmente aquela rede não aguentaria muito; Já estava deveras desgastada e Loenna a havia resgatado do lixo. Quando isso acontecesse, ela dormiria no chão, não havia problemas; Por enquanto, a rede velha servia ao seu propósito.

A assassina retirou o seu capuz e o suspendeu junto ao crânio de Gaspez. Havia sido um dia cheio, ela lembrou. Um dia cheio e repleto de sangue. Loenna não gostava de pensar por muito tempo nas atrocidades que cometia; Sentia-se suja, uma reles serva dos Eran. Ela preferia ignorar todo o serviço do dia, deitar na sua rede e dormir.

E havia muito tempo que ela não aproveitava uma noite de sono sem pesadelos como estava aproveitando naquele momento. Ah, como era bom conseguir fechar os olhos sem o medo de acordar berrando no meio na noite após focalizar Quentin partido no meio por uma espada Kantaa, ou reviver a cena de sua mãe sendo perfurada pelas balas Eran, ou imaginar as formas cruéis pelas quais os Kantaa teriam acabado com ela...

Se não fosse uma assassina, pensou. Se fosse qualquer outra pessoa, talvez hoje ela e Aya poderiam estar próximas. Imaginou as duas juntas, na beira de um lago... Fechou os olhos...

Eu aposto que consigo te deixar toda molhada. ー Era Aya. Ela bateu com as costas da mão no lago e levou um jato de água direto para o colo de Loenna.

Ah, é? ー Loenna ergueu a sobrancelha. ー Não se eu te molhar antes.

E Loenna, que não era muito adepta de brincadeiras, se viu batendo com a mão no lago a fim de deixar sua amiga encharcada. Aya riu e respondeu da mesma forma; Quando as duas menos esperavam, já estavam brincando de guerra d'água. Loenna estava se divertindo, rindo, e quando notou sua blusa e sua saia completamente ensopadas, percebeu que já era hora de parar.

Tudo bem. ー Loenna ergueu as mãos para cima. ー Você venceu.

Eu disse que iria vencer. ー O tom de Aya era de superioridade. ー Parece que eu estava certa, não é?

A garota concordou, rindo. O sol iluminava seus cachos e fazia-os brilhar como fogo. Era uma bela tarde de verão.

Naquele momento, a ruiva virou seu olhar para o chão e se pôs a desenhar na terra com os polegares. Parecia absorta em um pensamento curioso, que envolvia Aya e ela mesma...

Loenna? ー Disse Aya, sorridente. ー No que você está pensando?

Loenna imediatamente voltou-se para Aya. Ela era realmente bonita, tinha um belo rosto redondo e um sorriso capaz de ofuscar o sol.

Nada. ー Loenna respondeu. ー Por que eu estaria?

Porque todo mundo sempre está pensando em alguma coisa. ー Argumentou a enfermeira. ー Me diga aí, o que está se passando por essa sua cabecinha?

Nada. ー Loenna encarou Aya no fundo de seus olhos verdes. ー Eu só estava... Só estava...

E, instantaneamente, os belos lábios da enfermeira se tornaram mil vezes mais interessantes. Eram lindos, rosados, grossos, pareciam estar prontos para serem...

A assassina acordou, de sobressalto. Respirou fundo; O sol adentrava em sua cabana e, pela luminosidade e posição dos raios solares, deveriam ser em torno de seis da manhã. Loenna costumava dormir pela manhã, mas desta vez não conseguia, porque algo a apavorava.

Seu último sonho. O que ele queria dizer? Era melhor que os pesadelos que um dia tivera, mas... Era algo estranho. Algo novo. Algo no qual Loenna não queria mexer, queria deixar ali, bem guardado numa gaveta. Será que... Não. Era apenas um sonho. Tão somente um sonho.

E, mesmo que não fosse, aquela fantasia era algo impossível de ser realizada. Como dito antes, Loenna era um ser de trevas, e Aya era um ser de luz. Dois extremos que não se encontravam, e não haviam de se encontrar. Para sempre aqueles devaneios seriam apenas isso: Devaneios.

***

Quentin, acho que um bicho mordeu minha perna.

Provavelmente mordeu, Fowi. ー Quentin não era de perder a paciência; Mas os resmungos de Fowillar eram particularmente irritantes. ー Isso é uma floresta.

Eu estou preocupado com isso. ー Fowillar agia como se temesse até mesmo a própria sombra. ー Você sabia que existem várias doenças que são transmitidas por mosquitos? Eu posso pegar dengue. Ou malária. Ou...

Não tem como chegar até Loenna sem atravessarmos a floresta, está bem? ー Quentin era incisivo. ー Você vai ter que lidar com os mosquitos até então.

Fowillar resmungou e afastou de si mais um mosquito com as mãos.

Precisamos mesmo encontrar Loenna? ー A voz do rapaz era manhosa. ー Você pode simplesmente dizer a ela que o dinheiro não está sendo suficiente. Ela te dá mais, nós conseguimos sobreviver, todo mundo fica feliz.

Não, Fowi, eu estaria mentindo para a pessoa que mais amo em toda a minha vida. E daí? pensou Fowillar. ー E isso não é certo. Eu preciso contar a verdade para ela.

Tudo bem, bom garoto. ー Fowillar soltou um grito após pisar em algo suspeito; Vendo que era apenas terra molhada, seguiu em frente. ー Mas você não sabe se ela irá gostar de mim. Eu sou um Saphira, lembra-se?

Um ex-Saphira. ー Corrigiu Quentin.

Ainda assim, nasci e cresci como um. ー Disse Fowillar. ー Você acha mesmo que sua irmã vai aceitar alguém como eu?

Você está sendo pessimista. ー Lançou Quentin. ー Vai dar tudo certo, Fowi, eu garanto. À propósito... ー Quentin focalizou na frente de seus olhos uma cabana abandonada. ー Chegamos.

Fowillar, carrancudo, franziu a testa. Analisou a construção de cima a baixo. O que diabos era aquilo, tão velho e empoeirado, tomado pelos animais da floresta?

Cruzes. ー Fowillar fez uma careta. ー Que péssimo gosto. Eu jamais moraria aqui. Tenho certeza que deve haver ratos lá dentro.

Fowi... ー Ponderou Quentin. ー Nós moramos em uma caverna.

Ainda assim, é melhor que essa espelunca, Quentin. ー E Fowillar não parava de reclamar. ー Pelo amor de deus, como sua irmã consegue viver aqui?

Como havia aprendido a fazer desde que começara a conviver com Fowillar, Quentin simplesmente ignorou sua implicância. Ergueu o punho direito e, em dois toques, bateu na porta da cabana onde a irmã repousava.

Loenna! Loenna! ー Ele chamou. ー Você está em casa?

Silêncio. Quentin conseguia ouvir o farfalhar das folhas ao serem atingidas pelo vento. Talvez Loenna não estivesse em casa, ou ainda estivesse dormindo.

Ela não está aí. ー Fowillar acompanhou seus pensamentos. ー Acho melhor nós voltar...

Antes que o rapaz pudesse completar sua frase, a porta da cabana se abriu num ranger esganiçado e lá estava Loenna, com sua habitual roupa de dormir. Ao contrário do que Quentin esperava, ela parecia enérgica, com os punhos em riste, como se preparada para sua próxima batalha. Algo a havia acordado antes, disso ele tinha certeza.

Loenna! ー Quentin se lançou para cima da irmã com um afetuoso abraço. ー Muito bom vê-la novamente.

Oi. ー Apesar de já estar acordada, Loenna agia como se sua mente não estivesse ali; Ela estava pensando em outra coisa, com toda certeza. ー Que surpresa agradável, Quentin... Quem é o outro cara?

E apontou para Fowillar, que instantâneamente cobriu o antebraço com a mão e se encolheu no meio da mata.

Ah... Ele... ー Quentin coçou o couro cabeludo. ー É meu namorado. O nome dele é Fowillar.

Loenna piscou duas ou três vezes. Olhou para o moço escondido em meio ao verde das folhas; Fowillar lhe lançou um aceno e um sorriso amarelo. A garota apertou os olhos e tentou focalizar suas feições com mais nitidez.

Por que não me disse que tinha um namorado? ー A própria Loenna não era muito aberta acerca de sua vida afetiva, mas esperava ao menos que Quentin lhe contasse tamanho evento. ー De onde ele veio? O que ele faz? É por isso que você não está comendo direito? Por favor, Quentin, me diga, eu quero te ver bem...

Ah... Sobre isso... ー Quentin parecia receoso. ー Eu vou te dar as respostas de todas as perguntas. Mas nós temos um problema... Fowillar é um Saphira.

Loenna arregalou os olhos. Voltou-se para Fowillar e o fuzilou com o olhar. Um Saphira? Como assim? O que Quentin estava fazendo? Loenna jamais estivera mais irritada com o irmão na vida.

Você está brincando, não está? ー Ainda havia esperança. Não, Quentin não havia de cometer tamanhã bobagem.

Não estou. ー Disse ele. ー Fowi, mostre a marca.

Fowillar grunhiu em desaprovação e, a contragosto, mostrou a marca da safira em seu antebraço direito. Marcado tal qual havia de ser.

Loenna não conseguiu se segurar; Imediatamente, desferiu um tapa contra seu irmão gêmeo. A marca vermelha de seus cinco dedos brilhou saliente em seu rosto após o ato.

Quentin, você ficou maluco? ー Loenna agarrou os ombros de Quentin. ー Ele é um Saphira. Um inimigo. Ele não gosta da gente, assim como nenhum Saphira gosta. O que diabos você está fazendo namorando um Saphira?

Ei, calma! ー Quentin levantou as mãos em direção à irmã. ー Fowillar é um cara legal, eu garanto. Além disso... Ele não é um Saphira mais. Ele foi expulso.

Pior ainda! ー Loenna berrou. ー Quentin, se ele foi expulso de uma família nojenta, foi porque fez algo terrível! Ele pode ser até mesmo um assassino.

Loenna... ー Quentin alisou os próprio braços. ー Você é uma assassina.

E é por isso que eu sei que não se deve confiar em um. ー Ela disse. ー Você por acaso sabe o que este tal de Fowillar fez para ser expulso?

Bem... ー Quentin começou, mas foi interrompido no mesmo segundo:

Fui pego no ato com um homem. ー Disse Fowillar.

Loenna franziu a testa. Apenas observou o namorado de seu irmão pegar um cigarro dos bolsos e levá-lo à boca, acendendo-o em seguida.

No ato? ー Loenna questionou.

Tenho certeza de que você entendeu. ー Fowillar deu uma pitada em seu cigarro. ー Caso você não saiba, pederastas não são aceitos na elite Carmerri. E este foi o meu crime. Sou uma vergonha efeminada, como disse Triard Saphira. Caso me ache perigoso por isso, não posso fazer nada.

Você não é perigoso por se relacionar com quem quer que seja. ー Loenna rosnou. ー Você é perigoso por ser um Saphira.

Fowillar não é perigoso. ー Quentin retornou à conversa. ー Quando eu o achei, ele estava definhando. Ofereci um pouco do meu pão, e nos tornamos grandes amigos. Então, nos apaixonamos. Por isso...

Por isso você precisa de mais do meu dinheiro. ー Adivinhou Loenna.

Quentin suspirou fundo. Loenna havia tirado as palavras de sua boca.

Você sabe que eu não gosto de te pedir dinheiro... Mesmo porque não gosto da maneira como você o obtêm... ー Começou Quentin. ー Mas eu e Fowillar estamos precisando. Não conseguimos mais sobreviver desta maneira. Por favor, Loenna...

Quentin, eu sempre lhe darei de tudo para que possa viver de maneira digna. ー Ela disse. ー Mas não espere que eu alimente um Saphira. Eles não nos alimentaram quando precisamos, lembra? Porque eu me lembro muito bem.

Eu não tenho culpa do que minha família faz. ー Fowillar optou por se juntar à conversa. ー Tenho apenas 23 anos. O patriarca Saphira é meu avô, Tydan Saphira, e meu pai Triard sequer é seu filho mais velho. Eu não tenho poder para mudar estrutura nenhuma.

E você mudaria, se tivesse? ー Questionou Loenna.

Fowillar manteve-se em silêncio; Soprou a fumaça de seu cigarro. Certamente, depois de ter passado fome do lado de cá, ele faria o possível e o impossível para evitar que o restante do país passasse pelo mesmo... Mas e antes? Será que ele se importaria? Ou será que faria assim como seu avô, como Monvegar Eran, como Nerken Kantaa...

Eu sabia. ー Rosnou Loenna. ー Você é como todos eles. Não conte comigo para mantê-lo vivo, Quentin.

Você é quem sabe. ー Quentin deu de ombros. ー Eu não vou deixar de dividir meu pão com Fowillar. E estou cada dia mais magro e fraco. Sei que se importa comigo, e me manter de pé é manter Fowillar de pé também.
Quentin... ー Loenna estava incrédula. ー Você não vai...

Eu vou. ー Ele era firme. ー É uma promessa. Ou você ajuda a mim e a Fowillar, ou não ajuda ninguém.

Loenna piscou. Encarou Fowillar, encarou Quentin; Não podia acreditar que o irmão estava fazendo aquilo com ela. Então, convencida pelo argumento, adentrou sua cabana e retirou dela um saco com moedas.

Aqui está. ー E o entregou nas mãos de Quentin. ー Eu vou ajudar vocês, está bem? Então está bem. Mas saia com este Saphira da minha frente. Agora.

Quentin assentiu com a cabeça. Pegou o saco de moedas e agradeceu à Loenna, partindo com Fowillar para dentro do bosque denso. 

***

Considerações finais: Alguns amigos pessoais vieram me perguntar no privado o que acontece com Fowillar e Quentin enquanto isso tudo acontece, e o porquê da relação deles não ser mais desenvolvida. Achei que isso pudesse ser uma dúvida dos leitores então resolvi esclarecer: A relação entre ambos não é importante nesse momento e o papel de Fowillar nesse ponto da narrativa é apenas o de ser introduzido, mas eu garanto que ele é um personagem importantíssimo para a história e ganha um papel crucial na segunda fase, na qual ele se torna um dos protagonistas. Há motivo de ele estar ali, eu não estou ficando louca não ahahahaha Quanto à relação entre os dois, não tem nada de muito especial, é um namoro convencional com ambos lutando para sobreviver. 

E esse foi o capítulo de hoje, pessoal. Espero que tenham gostado. Se curtiram, deixem uma estrelinha ali embaixo e deem seu feedback nos comentários, me motiva muito a continuar escrevendo! Obrigada por lerem e até quarta que vem!

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