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Capítulo 8

Ótimo

Penso enquanto bato a porta do carro, olho pro teto do carro.

Muito bom, Aaron, Tentando concertar um erro, com outro erro.

E tenho mais uma olhar pra lista de quem eu magoei, grande novidade.

Suspiro, não vou pedir desculpas.

Dou partida no carro, fugindo mais uma vez, dirijo até o prédio que eu moro, não é grande, nem chique, é aceitável.

Estaciono meu carro e entro, indo direto para o elevador.

—Segura pra mim. -um cara pediu, ainda longe, mas já era tarde demais, eu acho.

Saio do elevador e entro no meu apartamento, jogando tudo no chão, procuro o saquinho com o Ecstasy.

Pego um e coloco debaixo da língua, tirando minha roupa enquanto caminho pro banheiro, entrando na banheira ainda vazia, deixando a água gelada cair sobre meu corpo, me sentindo calmo de novo.

Abro numa rede social qualquer, quase jogo o celular pra longe quando vejo uma uma foto do Logan.

Ele sorria alegremente no meio do campo, com um dos braços abraçando a Eva e na outra mão, segurando o capacete.

Bufo desistindo de mexer em algo, deixo o celular de lado e relaxo dentro da banheira, me sentindo cada vez mais calmo.

O Logan até tentou entrar em contato comigo, mandou o endereço, a faculdade que ele está, mas ele desistiu de entrar em contato, até por que nunca recebeu nenhuma resposta.

Eu disse a mim mesmo que um dia o responderia, mas estou enrolando há 4 anos, acho que foi por esse motivo que decidi vir pra Califórnia, para de um jeito ou de outro ficar perto dele, mas quando penso em falar com ele, e em encarar ele e a Eva, eu sinto vergonha do que fiz, das coisas que falei.

Afundo minha cabeça dentro da água, segurando o máximo de tempo, sentindo o gosto da agonia do meu corpo querendo respirar.

Corro pelas ruas escuras, sentindo o vento gelado contra minha pele, olho pro céu mais negro que o normal, mostrando que obviamente vai chover.

Olho em volta ofegante pela corrida, a rua está assustadoramente vazia, mas continuo correndo até uma loja de conveniência, assim que entro vou em direção as bebidas e aos salgadinhos.

—Não faz muito sentindo você praticar exercícios e comer essas besteiras. -Procuro a voz que falou isso, franzo a sobrancelha quando vejo uma garotinha do meu lado.

—Pode pegar aquele pote de sorvete pra mim? -ela aponta, pra onde tinha um pote de sorvete de chocolate.

—Cadê sua mãe ou o seu pai? -pergunto olhando em volta e ela balança os ombros.

—Mamãe foi no banheiro e eu quero aquele sorvete. -ela diz autoritária.

—E você tem dinheiro pra pagar? -pergunto, provocando a mini pessoa na minha frente.

—Não, mas se eu comer um pouco e devolver, eles não vão se importar. -ela tenta me convencer, rio da esperteza dela.

Abro a geladeira, pegando o sorvete diante dos olhinhos esperançosos dela, o pego e caminho com ele e com o restante das coisas até o caixa.

Ela me segue, observando tudo.

—Você vai me dar? -ela pergunta.

—Não. -respondo sem a olhar e pago o valor que deu tudo.

O senhor que estava atrás do balcão me olhava horrorizado e eu sorri, olho pra garotinha que já tinha se afastado triste.

—Não posso dar algo pra ela, vai fazer ela pensar que é normal ganhar coisas de estranhos. -me explico diante do olhar reprovador do senhor. —Da o sorvete na mão da mãe dela.

Falo me retirando do local, sentindo pingos de chuvas sobre mim.

Não poderia estar melhor, ironizo pra mim e advinha só? Ficou melhor.

Bufo cheio de raiva enquanto começo a andar pela chuva grossa que agora caia.

Bônus bj

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