Capítulo 33
—Foi a melhor pizza que já comi na vida. -Ela solta um suspiro apaixonado.
Eu ia abrir a boca pra discordar mas ela me interrompe com um grito.
—OLHA QUE FOFOO. -Ela grita avançando em cima de um pobre cachorro que estava deitado de barriga pra cima ao lado do meu carro.
O coitado leva um susto maior do que eu, que o fez correr desesperadamente pra longe, ela olha para o cachorro, que já estava longe.
—Agora entendo por que nenhum gosta de você. -Falo tentando segurar a risada, ela bufa e me olha de um jeito triste.
—Eu não entendo. -Ela murmura.
—Talvez você devesse gritar menos. -Sugiro enquanto abro o carro. —Eles se assustam tanto quanto nós.
Ela bufa mais ainda ao entrar no carro.
—Nada haver. -Ela murmura com os braços cruzados. —Antes de eu me mudar, eu tinha amigas. -Ela diz de maneira quase ácida.
Isso com certeza é novo pra mim, então sorrio.
—Quando elas faziam isso, os cachorrinhos delas amavam. -Ela suspira apoiando a cabeça no banco. —Aquele filme foi péssimo.
Ela diz mudando o assunto totalmente do nada.
—Você ainda tá pesando nisso? -Pergunto dando partida no carro.
—Claro, poderíamos ter visto outro melhor, mas a capa era tão bonita, você viu, não é? -Ela lamenta e eu rio.
—Da próxima a gente pesquisa antes de escolher. -Falo sem pensar muito, me surpreendo com o olhar esperançoso que ela me lança.
Droga, dar esperanças não era a minha intenção.
Graças a Deus ela não fala mais sobre isso e muda pra um assunto totalmente diferente, ela é muito boa em conversar, apesar de está só falando e eu ouvindo.
Nunca achei que ouvir sobre quando a mãe dela a obrigava a tomar aquele chá horrível todos os dias por causa de espinhas, fosse tão interessante.
Depois de deixá-la em casa, resolvi que seria uma boa ideia ir na terapia que eu faltei por uns meses.
Bato na porta da Dona lia, que me atende segundos depois com um olhar surpreso.
—Aaron...-Ela diz meu nome calmamente, antes de dar espaço pra eu entrar. —Você não pode faltar....-Ela faz uma pausa pra olhar no calendário preso a parede. —Por 5 meses? -Ela me olha incrédula e eu dou de ombros. —Você não pode bater na minha porta como se não tivesse faltado 5 meses.
Ela completa brava.
—Posso sim. -Falo me jogando no sofá, as terapias eram uma vez na semana, geralmente na clínica dela, porém quando eu perdi o controle em um surto de raiva, ela me deu o endereço e o número em casos de emergências, agora não sei o que fazer, então isso é uma emergência.
—As 17 horas? -Ela pergunta com uma das sobrancelhas erguidas, mas sua expressão mudou segundos depois pra preocupação. —Aconteceu de novo?
Ela pergunta se sentando no sofá a minha frente.
—Sim e não, não sei, não vim por isso. -Falo, observando ela voltando a me encarar incrédula.
—E VOCÊ NÃO ME LIGOU? -Ela grita, me fazendo bufar. —Aaron, a gente já conversou sobre isso, agora abre a boca e conta tudo, o que desencadeou isso?
Olho pra ela, pensado se quero ou não falar sobre, não foi por isso que eu vim, mas pode aliviar em algo.
—Tá. -Suspiro. —A querida Sra.Bronw ligou, porque o Dick achou uma boa ideia dar meu numero a ela, fiquei com raiva, bebi demais, talvez eu também tenha me drogado, quebrei meu quarto todo e fui para o hospital. -Sorrio olhando a cara de espanto dela. —Eu não precisava ir, mas a Cora entrou em desespero.
Dou de ombros, ela abriu a boca pra falar algo, mas eu a interrompo.
—Não foi um surto de raiva, fiz porque eu quis. -Dou de ombros. —Então aí entra a Cora.
Espero ela dizer algo, mas ela só faz um sinal pra eu prosseguir.
—Eu não sei bem o que falar sobre a Cora. -Tombo a cabeça pra trás, encarando o teto. —Ela simplesmente se enfiou na minha vida, você sabe, isso é muito difícil.
Volto a olhar pra ela.
—Agora está sendo mais difícil ainda arrumar um jeito pra afastar ela, não porque ela é a pessoa mais irritante do universo, mas porque eu simplesmente não quero, o que eu faço?
Pergunto esperando uma reposta que possa resolver essa questão, ela me analisa por alguns segundos antes de começar a falar.
—Aaron, você não precisa afastar as pessoas que entram na sua vida, aproveita isso. -Ela sorri e eu franzo as sobrancelhas. —Sem ficar se culpando ou procurando erros em si mesmo pra ter algum motivo pra se afastar das pessoas.
Ela completa com aquele olhar típico cheio de afeto, torço o nariz.
—Não gostei da sua resposta. -Falo bufando.
—E quando você gosta? -Ela retruca, revirando os olhos. —Só não tente se auto sabotar, você também merece ser feliz.
Respiro fundo, tentando fazer as palavras dela fazer algum efeito em mim, queria elas fossem capazes de me mudar de uma hora pra outra, seria mais fácil.
—Então o que devo fazer? Dar uma chance? Porque eu sei exatamente como vai ser no final. -Ela bufa.
—Você escutou o que falei? Não tente se auto sabotar. -Ela repete mais firme.
—Eu estou confuso. -Falo me levantando.
—Aonde você vai? -Ela pergunta se levantando também.
—Eu vou embora, preciso fumar. -Murmuro indo em direção a porta, não sei se ajudou muito, acho que me encontro mais perdido que antes.
Mesmo que pareça tudo tão óbvio.
—Você vai aparecer na clínica? -Ela pergunta, enquanto me observava abrir a porta.
—Não. -Falo, mas mudo de resposta quando observo o semblante dela mudar de calmo para totalmente irado. —Talvez?
Sugiro, fazendo ficar menos pior.
—Quero aumento por me perturbar em pleno domingo. -Ela ironiza enquanto eu me afasto.
—Não é como se você não gostasse da visão. -Retruco a ela, que sorri de bom humor.
—Deixa meu marido ouvir uma coisa dessas.
Bônus do bônus
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