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Capítulo 30

Eu definitivamente não tenho mais controle sobre mim.

Não com ela, pra onde foi o papo de fugir? Porque não é isso o que eu estou fazendo agora.

Não é isso que eu quero fazer.

Eu não lembro exatamente o momento da dança em que eu a beijei, nem como conseguimos achar o banheiro.

Mas me lembro exatamente quando ela teve que por as mãos na boca para calar os gemidos, vê-la chegando ao ápice pelo reflexo do espelho foi a coisa mais linda que eu já vi.

Ouvir ela gemendo meu nome é melhor do que qualquer música que eu já ouvi.

Que porra doida.

Meu Deus. -Ela diz em um suspiro, se apoiando na pia.

Abaixo o vestindo dela, me segurando pra não toca-la mais.

—Isso foi...uau. -Ela diz sorrindo, se virando pra mim.

Minha reação é absolutamente nenhuma, por que não sei o que fazer, eu posso chamar o que acabou de acontecer de deslise ?

Suspiro, ajeitando minha roupa.

—Eu preciso fumar. -Falo sem olhar pra ela, eu não quero ver o olhar que ela provavelmente vai me lançar. —Qualquer coisa eu vou estar lá fora.

Completo saindo do banheiro, sentindo meu peito bater mais forte que o normal. Pego uma das bebidas já servidas em cima do balcão e passo pela pequena multidão até chegar lá fora, me sentando em um dos degraus, Acendendo um cigarro.

—Desde quando você fuma? -O Logan aparece do meu lado, se sentando também.

—Desde que fui embora. -Respondo, deixando a fumaça escapar pelos meus lábios.

—Você ainda usa aquelas coisas? -Ele pergunta, me fazendo soltar uma gargalhada forçada por ele não conseguir falar a palavra "drogas".

—Você considera "Seis dias que não uso", uma boa resposta? - Respondo ácido.

—Considero que é melhor que nada. -Ele diz dando de ombros, parecia frustado.

—Eu vi você dançando com a garota, você gosta dela? -Ele pergunta, acenando pra algumas pessoas que entravam na festa.

—Não. -Suspiro. —Eu espero que não.

Respondo, tentando por meus sentimentos no lugar de onde eles nunca deveriam ter saído.

—Continua o mesmo Aaron que nunca admite nada. -Ele diz, mas não pareceu grosseiro. —Talvez você devesse admitir pelo menos isso.

Ele sorri, circulando com os dedos um anel que ele tinha.

—Eu não posso. -respondo dando um último gole na bebida, deixando ela de lado, ciente que não posso ficar bêbado.

—Claro que pode. -ele retruca.

—Lembra de quantas garotas eu já tive na minha vida?- Pergunto, tendo certeza que ele sabia.

— Seis, a Jeniffer, Mia, Rebeca, Tália, Emma e a Cassandra. -ele responde, sem nem ao menos gaguejar.

—Quantas delas saíram machucadas? -Pergunto.

—Todas, mas não é necessariamente tudo culpa sua, você não pode se culpar por tudo que deu errado na sua vida. -Ele responde, analisando o céu estrelado.

—O problema não sou eu, mas não quero que ela entre nessa lista. —Respondo jogando o cigarro no degrau abaixo, pisando em cima dele. —Talvez já tenha entrado, eu não sei.

Ele me olha pensativo.

—Então talvez ainda tenha tempo de concertar as coisas. -Ele retruca, mas eu balanço a cabeça negativamente.

—Talvez eu não queira concertar nada. -fecho os olhos, passando as mãos pelo rosto.

—Talvez você devesse dar uma chance a você mesmo. -Ele suspira, se levantando logo em seguida. —Vou ver se a Eva precisa de mim.

Ele diz, entrando, me deixando sozinho.

Procuro a Cora pela casa, A acho quase 5 minutos depois,  sentada com a Eva em um sofá.

A observo de longe, pensando se devo ou não ir até lá, cheguei a conclusão que não.

Dou meia volta, mas acabo esbarrando com alguém.

—Aaron? - a menina na minha frente pergunta.

—Sim e quem é você? -Pergunto sem reconhecer ela.

—Qual é o problema que as pessoas tem em não se lembrar de mim? -Ela bufa, me olhando irritada. —E o que merda você está fazendo aqui?

—No momento eu estou em pé, ouvindo você falar. -A respondo, buscando a Cora com o olhar, dessa vez ela me olha e da um sorriso fraco.

Suspiro sem saber o que fazer.

—Depois de tudo o que você fez? -Minha atenção volta pra garota na minha frente, a encaro com as sobrancelhas erguidas.

Eu nem sequer a conheço.

—E o que exatamente eu fiz pra você? -Pergunto sem entender, me lembro absolutamente de todas as pessoas que magoei, ela com certeza não foi uma.

—Você me fez socar o Logan, sendo que ele era inocente, me fez ver minha amiga sofrer todos os dias, durante 2 meses e meio. —Ela aponta o dedo para o meu peito. —Por qual motivo? Exatamente nenhum.

—Eles não parecem se importar com a minha presença. -Ironizo, vendo ela ficar mais brava.

—Por que eles estão felizes, conquistando as próprias coisas e você? Ainda tem a mania de querer roubar o que era dos outros? -Ela debocha, me fazendo respirar fundo pra manter a paciência.

—Qual seu nome? -pergunto.

—Laria. -Ela responde deixando claro seu rancor contra mim, sorrio.

—Então Laria, vai se foder. -Meu sorriso aumenta, quando a vejo ela recuar, não espero ela dizer nada e volto, indo em direção a Cora.

—Podemos ir? -Pergunto, implorando mentalmente que sim.

—Tudo bem. -Ela suspira e se levanta, só agora eu me lembro da Eva ao lado dela.

—Aparece mais vezes, O Logan provavelmente vai gostar muito. -A Eva sorri de maneira gentil, eu não entendo o por que eles me tratam como se nada tivesse acontecido. —Você vai para o primeiro jogo dele?

Ela pergunta com um brilho estranho nos olhos.

—Vai ser em outro estado, mas podemos ir todos juntos. -Ela diz animada, cheia de orgulho do Logan.

—Tá bom. -Falo sem pensar. —Vamos?

Chamo a Cora que se despede da Eva, Logan aparece ao lado da Eva, apoiando seu braço em cima dos ombros dela.

—Já vão? -Ele pergunta nos analisando.

—Já. -Dou de ombros e ele me olha com os olhos semiaberto, como se tentasse me falar algo com o olhar, mas não entendi.

—Voltem outro dia. -Ele acena, A cora me olha, como se estivesse me questionando se de fatos vamos voltar.

Dou de ombros, só querendo ir embora logo.

—Tudo bem, a gente se vê cara. -Ele diz, eu me limito em apenas balançar a cabeça em concordância.

Me afastando logo em seguida com a cora. Suspirei aliviado quando já estávamos dentro do carro, mas não durou muito.

—Você tá bem? -A cora pergunta, Se acomodando no banco de maneira confortável.

Concordo com a cabeça e abro a janela do carro, buscando por ar.

Olho pra ela, que sorri, não o sorriso de sempre, um sorriso triste.

—Aaron? -Ela me chama. —Você se arrependeu?

Ela pergunta e eu suspiro quando entendo a pergunta.

—Não. -Respondo, sendo sincero.

Mas eu queria, pois assim seria mais fácil.

Ela não diz nada, apenas me olha por mais alguns segundos, se acomoda no banco e fecha os olhos.

Dou partida no carro, sabendo que temos uma hora muito longa pela frente.


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