Capítulo 22
—Eu não quero que você me ligue, não quero mais escutar a porra da sua voz e não quero saber nada sobre você.
Uso minha grosseira ao meu favor, eu não sei o que porra está acontecendo, que tudo do passado quer voltar para o presente.
Meu irmão, Logan e agora, aquela que um dia eu chamei de mãe.
—Já faz quatro anos, sem nada de você. -Ela diz chorando e eu não poderia me importar menos com as lágrimas dela. —Sem mensagens, notícias ou ligações, eu tive que praticamente implorar para seu irmão me passar seu numero.
—E agora vou ter o trabalho de trocar de numero. -Murmuro, sem esconder meu total desgosto.
—Por favor, volta pra gente, eu sinto muito por tudo, mas eu ainda sou sua mãe, eu te criei, te alimentei.
Ela funga e eu gargalho ironicamente, me divertindo com isso.
É bom jogar na cara.
—Não, você não é a minha mãe. -falo firme. —Quem me criou foram um monte de empregadas que vocês pagavam, já que estavam ocupados demais com absolutamente nada, eu tenho mais afeto por elas do que um dia eu já tive por você.
Ela fica em silêncio e eu aproveito.
—Que mãe diz para o próprio filho que ele é totalmente um atraso? Qual mãe diz ao próprio filho que preferiria ele em um orfanato do que com ela própria? Qual mãe assiste o filho apanhar do próprio pai com 11 anos, totalmente calada? Eu acho que te chamar de mãe, seria uma ofensa para as mães de verdade.
Desabafo sobre ela.
—Você era muito novo, você não precisa guardar isso com você, por favor, Aaron eu....-não a deixo terminar de falar.
—Essas porras duraram até eu ir embora dai, por favor, me esquece assim como eu fiz com você.
Falo antes de desligar e sem dar mais chances pra ela.
Eu queria ter esquecido de verdade, queria ter esquecido todas essas merdas, queria que minha mãe tivesse me deixado de fato em um ofarnato.
Assim eu teria uma chance de ter uma família boa pra mim.
Jogo o celular longe e me jogo no sofá, deixando as lembranças me sucumbirem.
Meu pai me joga sobre o chão do quarto e nem sequer me dar chances de falar, eu queria falar que o Dick que começou, mas o que adiantaria? Não ha quem esteja a meu favor.
Então no chão ele soca meu rosto e me deixa lá, olhando para o teto, apavorado demais pra me mexer.
Me levanto e pego meu celular que ainda estava intacto, mando uma mensagem para Daniel, pedindo uma entrega de qualquer coisa mais forte que ele tiver.

Acordo assustado com meu rosto ardendo, mas não consegui enxergar nada, nem ao menos sei se meus olhos estão aberto.
—Graças a Deus. -a voz feminina diz, e eu sei bem de quem é essa voz, foi a única que eu realmente quis ouvir de verdade nesses 4 anos.
—O que você estava tentando fazer? -Ela diz balançando meu corpo. —Me ajuda.
Ela pede enquanto tenta me levantar, mas eu a afasto e me acomodo entre os lençóis.
—Meu Deus, Aaron. -ela diz, eu posso sentir o desespero na voz dela, mas me limito a não tentar nada. —O que você tomou?
Ela puxa meu rosto, eu tento abrir meus olhos, meu corpo estava dormente demais, eu mau sentia ela me tocar, mas eu posso sentir o hálito quente contra meu rosto, tem cheiro de menta.
Sorrio, tentando adivinhar onde ela está, acabo encostando em um monte de cabelo.
—Você me deu um tapa? -pergunto lembrando de como eu acordei.
—Dei, desculpa, eu fiquei desesperada. -ela sussurra. —Eu continuo desesperada, agora por favor, me ajuda a te levar para o médico?
Ela súplica segurando meu rosto, com as mãos.
—Não preciso de médico, foi só vodka e Ecstasy, só estou chapado demais. -Falo segurando algumas mechas, fazendo força pra abrir os olhos. —Por que você está chorando?
Pergunto vendo as lágrimas escorrerem pela seu rosto avermelhado.
—Por que eu estou assustada e não sei o que fazer. -ela diz chorosa, enquanto olha o estrago que fiz em volta. —Você quebrou tudo, o que aconteceu?
Ela pergunta, eu tento me levantar, mas meus braços fraquejam.
Talvez eu esteja pior do que imaginei, mas tudo bem, porque era isso que eu queria, não é?
Fecho meus olhos, cansados de tentar, eu não preciso de mais nada.
Não importa o quanto eu ansiei pela paz dentro de mim, ela sempre foge.
ÚLTIMO NADAAAAA
VOLTEI CAMBADA
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro