O ataque zumbi
O sol começava a descer lentamente no horizonte, quando padre Edward saiu em disparada da pequena loja abandonada, carregando não duas nem três, mas quatro bolsas pretas (daquelas que aparecem nos cinemas onde os criminosos levam o dinheiro sujo para seus negócios), carregadas de armas e munições que salvariam suas vidas por alguns dias mais.
Ele pulou na carroceria da picape dando três toques no teto - o sinal de partida - provocando que Amanda acelerasse o velho bronco obrigando o motor a se contorcer emitindo o familiar ronco. Ao lado de Amanda, Andrew reclamava de todas as coisas possíveis de ser reclamadas, arrebatando a cada segundo, um pouquinho mais de sua paciência.
-Não dá pra ir mais rápido menina?
Perguntou ele com algo de impaciência na voz.
-Se você quer mais velocidade, porque não pega um avião? Zombou Amanda sabendo que nessa altura sequer existiriam pessoas capazes de pilotar uma aeronave.
-Te odeio! Respondeu Andrew irritado.
-Pois o sentimento é mútuo. Retrucou Amanda enquanto acelerava o máximo que podia, mas o velho carro já estava cansado de mais de vinte anos de serviço e mais de duas semanas dirigindo sem parar. Eles paravam apenas para abastecer em qualquer posto abandonado e logo seguiam sua viagem em busca da muralha que dividia os humanos restantes, dos zumbis que agora dominavam a terra cada vez mais. Cada um tinha seu horário de dirigir, dando ao copiloto algumas horas para dormir e ao outro passageiro a chance imperdível de poder disparar em quantos zumbis quisesse.
Já era quase meia noite e Amanda estava cansada e precisava urgentemente fazer suas necessidades biológicas, de forma que tiveram que fazer uma parada forçada para que a pobre moça se aliviasse. No entanto padre Edward e Andrew estavam à espreita preparados -e armados- para qualquer situação.
-Estou muito cansada, você vai dirigir agora Andrew. Padre Edward o senhor vai dormir e eu vou ficar de olho nos zumbis.
Amanda comandava o grupo, já que ela de alguma forma terminou resgatando os dois indivíduos de situações um tanto embaraçosas.
Eles andaram por alguns quilômetros em busca de alimentos, mas não encontraram nada. Andrew como sempre reclamando, Amanda na carroceria vigiando e padre Edward agora dirigindo.
-Droga, nesse passo vamos morrer de fome! - disse Andrew estressado.
-Calma meu filho, Deus nos mandará algo!
-A essa altura nem acredito em Deus, com todo o respeito padre.
-Não há problema filho, cada um crê no que quer.
Eles passaram por varias cidades e nada de alimentos, ou estava tudo apodrecido ou comido. O tempo estava acabando, e parecia que quanto mais andavam, mais longe do seu objetivo ficavam.
Depois de quase oito horas vagando pela estrada em busca da salvação, Amanda percebeu uma estranha sensação no ar. Uma mudança no clima, algo como um aviso. Ela não estava errada: do nada, surgiram tantos zumbis e tão rapidamente que era impossível sequer contar quantos haviam. Segurando firme na arma presa à carroceria, ela começou a disparar freneticamente em todas as direções, acertando tantos zumbis quanto podia.
Padre Edward percebendo os tiros, acelerou o carro, atropelando pelo caminho os horríveis corpos em decomposição. A cada atropelo, o velho bronco dava um "baque" saltando por cima dos corpos esmagados.
-Acelera padre! As balas estão acabando e não conseguirei recarregar sozinha! -gritou Amanda enquanto continuava a atirar.
-Andrew, sobe e ajuda Amanda! Gritou o padre em resposta.
Andrew passou pela abertura na parte traseira do carro e imediatamente começou ajudar a jovem que já estava com os braços doendo de segurar a arma pesada.
-Vamos recarrega logo a arma!
-Estou tentando Amanda, mas o carro se mexe demais!
-Que droga encontrei um tremendo inútil! Vamos Andrew!
E depois de alguns segundos, finalmente Andrew conseguiu recarregar a arma. Eles continuaram atirando, mas cada vez, mais zumbis surgiam do nada, alguns tão velozes quanto eles, tentando subir na carroceria enquanto eram chutados com toda força.
Eles viajam tão rápido que quase não perceberam o grande portão que se projetava diante dos seus olhos: era a muralha que iria salvá-los.
Eles correram e tocaram o grande portão tantas vezes que arrancaram sangue dos nós dos dedos, mas ninguém abria. Amanda e Andrew se entreolharam desesperados, eles tinham que fazer alguma coisa.
Amanda pensou e durante uma fração de segundos uma ideia passou por sua cabeça: ela pegou a grande arma que estava no carro e com alguns tiros conseguiu abrir o grande cadeado. Eles entraram tão rápido quanto um raio e fecharam a porta ainda mais rápido. O que não esperavam era o que haveria do outro lado do muro.
-Andrew tenho que confessar algo.
-O que é menina?
-Eu... eu gosto de você! Só não tinha coragem para admitir.
-Droga Amanda! Justo agora você me diz?
Andrew se aproximou da bela jovem e beijou-a arduamente, enquanto uma quantidade ainda maior de zumbis se aproximava e padre Edward fazia sua última oração.
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