9° Capítulo - Observada
"Preocupado com você
Estou preocupado com você
Pensando em você
Estou pensando em você
Vejo você espiando pela janela
Observando a minha vida
Procurando pela minha alma
Por entre as cortinas, eu suponho
Só estou tentando esconder os meus pensamentos."
CEILING - LAMBBOYY
Não fazia mais do que uma semana desde o tenso encontro na clareira, porém, apesar de ter presenciado uma morte, e ter ficado frente a frente com o líder do clã mais poderoso já existente, não eram esses pensamentos que se passavam pela cabeça da gêmea mais nova, nem da mais velha.
Carlie estava triste desde que acordara, e, mesmo existindo uma clara ligação entre elas, Renesmee também estava, porém por um outro motivo.
A dos cabelos avermelhados havia se desentendido com Jacob na semana anterior, o Quileute tendo ficado chateado de uma forma imensurável após ver seu imprinting insistindo para que fosse sozinha até os vampiros desolados na parte leste da floresta, os Denali. Fora embora irado, e extremamente preocupado, sem fazer nenhuma menção de retornar para a residência Cullen, ao menos não até o momento. Nessie não gostara disso, sentia que estava sendo posta contra a parede para que escolhesse um membro favorito, e não faria isso, não mesmo, temeu perder Jacob, sim, ele era seu melhor amigo, mas apesar disso não o único, e não escolheria de modo para que fosse.
— Relaxa. — A voz infantil soou ao lado da quase ruiva de modo entediado, a dona da mesma se jogando de modo espalhafatoso no sofá ainda trajando seu pijama e pantufas de ursinhos dado pela montanha de músculos também conhecida por Tio Emmett. — Ele sempre volta. — Com o rabinho entre as pernas, segurou a última frase não querendo chatear sua irmã, mas deixou uma sutil risada lhe escapar ao ver Edward, sentado no banco de frente para o piano mais no canto da sala, soltando uma sonora gargalhada, o telepata podia não ter permissão para entrar na mente de suas filhas, mas não é como se precisasse o fazer para saber o que se passava na cabeça da pequena Cullen em relação ao líder da matilha dos Black, não precisava porque sempre pensava exatamente o mesmo.
Já a dos cabelos escurecidos não estava exatamente triste, na verdade sequer sabia ao certo o que sentia, estava bem, queria se convencer de que estava, mas seu coração doía, era como se, como se faltasse alguma coisa.
Tais fatos recentes não passaram despercebidos pelo alto vampiro de cabelos loiros sentado em uma das várias poltronas dispostas pelo cômodo, se segurava desde que voltará para não usar o seu dom. Jasper não gostava de ver as sobrinhas tão desanimadas, com certeza não, elas eram a alegria da casa, o que dava cor ao local, e as ver diferente disso era, no mínimo, muito incômodo, mas sabia ser necessário as deixar passar por certos processos, principalmente por ter uma boa ideia do porquê deles estavam ocorrendo.
As vezes é necessário a escuridão para que a luz se faça presente.
Quebrando o silêncio recém surgido no local, outro vampiro loiro adentrou na grande sala de estar, esse por sua vez tendo os cabelos mais claros do que o tom de mel escuro do filho mais novo — mais novo esse não pela idade, mas sim pela data de entrada à família¹.
As duas pequenas crianças presentes rumaram preguiçosamente seus olhos em direção ao visitante — claro que poderiam ter o identificado antes através de seu cheiro, mas não é como se tivessem prestando, pelo menos até o momento, atenção a qualquer coisa que não se resumisse em suas próprias reflexões — esbugalharam os olhos no mesmo instante após enfim perceberem de quem se tratava.
— VOVÔ! — Ambas as meninas gritaram, assim como também se levantaram correndo e em menos de um milésimo de segundos já se encontravam nos aconchegantes braços do mais velho.
Tudo bem, elas não haviam passado nem sequer metade do dia longe do doutor, ele tendo saído a poucos horas para que pudesse retornar das férias que tirará do serviço — não que precisasse trabalhar, aliás — mas, e todos precisavam admitir, era estranho não estar sob a presença do homem depois de vários meses de licença que o mesmo havia pedido para que, junto de sua família e amigos, pudesse resolver a situação de seu clã.
Edward e Jasper sorriram ao mesmo tempo em que o mais velho subia as meninas para seu colo, cada uma em um braço, apesar de elas já estarem um pouco grandes demais para isso, daqui a poucos meses tanto Nessie quanto Carlie — já que, por motivos óbvios, tinham a mesma idade — já estariam facilmente alcançando a aparência de crianças de nove anos — o que, assim como em todas as outras faixa etárias, renderia uma grande festa familiar organizada pela tia com aparência de fada — mas não é como se isso fosse o impedir de as aguentar.
Nos braços de Carlisle e recebendo, cada uma, um demorado beijo na testa, as Cullens se esqueceram por completo o sentimento incômodo que antes as rondava, tanto o avô quanto a avó possuíam esse poder sobre elas, talvez tenha sido por isso que Edward, poucos minutos atrás — tendo enfim cedido ao fato de que algo não estava certo e que, mesmo tendo dificuldades para admitir falha quando com relação as filhas, precisava pedir ajuda — ligou correndo para o pai, teria ligado para Esme, com certeza seria menos humilhante, todavia sabia como a mulher se dedicava ao realizar as comprar de apetrechos infantis para a decoração da mansão, e não teve coragem para atrapalhar.
— Ó queridas, se soubesse que iriam ficar com tantas saudades teria pegado mais alguns dias de folga. — O doutor se pôs a falar abaixando a coluna de modo que as netas pudessem voltar a pisar no firme chão da residência, um lindo e amplo sorriso nascendo em seus lábios ao constatar que a expressão das meninas não se encontravam muito diferentes.
Apesar de tal fala, tanto ele quanto as gêmeas sabiam que aquela conversa nunca iria existir. Amava a família, mas também amava ajudar as pessoas, as gêmeas entendiam a importância de seu trabalho, e ele era imensamente grato por isso.
E não é como se Carlisle não conseguisse um tempo para elas quando necessário, assim como estava fazendo no momento, ser tão bom em seu meio tinha suas vantagens.
— Vovô, vovô! — A criança de cabelos escuros se pronunciou, a animação nítida em sua voz enquanto que seu corpo se controlava para não dar vários saltinhos animados, havia acabado de lembrar de uma coisa muito importante. Talvez fosse por causa da ligação que as duas possuíam, ou porque Carlie as vezes conseguia ser muito mais transparente do que o seguro para um ser sobrenatural que quase sempre está sob alguma situação de perigo eminente, mas Renesmee fitou a irmã de modo ansiosa, já sabia que ela iria dizer, e, sinceramente, também queria muito. O vampiro com roupas brancas ergueu uma de suas sobrancelhas as observando de modo curioso, suas netas não cansavam de o surpreender, e ele amava isso, elas traziam por completo a animação que a casa precisava. — Pode levar a gente pra ir ver o vovô Charlie?
A expressão do Doutor mudou instantaneamente, estava surpreso, até mesmo levemente perplexo, havia saído mais cedo do trabalho correndo apenas para que pudesse passar mais tempo com suas pequenas, tentar as animar na medida do possível, e estava sendo... trocado?
E aquele papo de que elas estavam com saudade?
Jasper se conteve a tempo, todavia Edward não conseguiu segurar a alta gargalhada que lhe escapou, é pai, agora o senhor sabe como é a sensação.
— Por favorzinho. — Carlie tornou a falar, suas mãos agora entrelaçadas na frente de seu corpo ao mesmo tempo em que sua expressão facial mudava para a mais fofa que conseguia, a irmã ao lado desviou o olhar o voltando novamente para seu avô, não iria implorar, não precisava, suas íris pidonas já deixando claro o que tinha a dizer sobre tal situação, talvez Jacob estivesse lá e eles poderiam enfim se acertar, ou talvez Sue fizesse os deliciosos biscoitos de chocolate que tanto amava, ou Seth poderia, quem sabe, a levar escondido pra tomar sorvete como na última vez, ou a Leah poderia, bem, ser a Leah. — O vovô disse que quando a gente voltasse lá ele ia ensinar a gente a caçar com aquela arma grandona dele, por favor, favorzinho. — Tão rápido quanto tinha deixado, Renesmee voltou a encarar a gêmea, seu interior se questionando se deveria a dar um soco ou empurrão, não acredito que você contou! — Ops. — A mais nova proferiu após notar os olhos espantados sobre si fazendo com que a dos cabelos avermelhados chegasse a conclusão de que talvez um soco não fosse uma má ideia. — Escapuliu.
[...]
— Carlie! Renesmee! Venham aqui!
As gêmeas que assistiam desenho deitadas na enorme cama de casal, que em poucos meses passaram a conhecer tanto, se entreolharam de modo assustado.
A que vestia um pijama vermelho com estampa de lobos foi a primeira a levantar, embora o olhar preocupado ainda se encontrasse presente em sua face, não haviam feito nada de errado, certo?
A preocupação também estava nítida na expressão da menina mais nova, não haviam, ao menos não que se lembrasse.
— Ei, Carmen tá chamando vocês. — Uma cabeleira loira surgiu a medida em que a porta do quarto passava a se abrir. Tanya as fitou com uma sobrancelha erguida. — Por que tão demorando tanto?
Carlie não falou nada, sabia que gaguejaria se o fizesse, estava nervosa, Garrett não podia ter descoberto sua última pegadinha ainda, era impossível.
— Nada, nada. — Remesmee se pronunciou em uma velocidade mais rápida do que a recomendada para alguém que não queria levantar suspeitas, e, segurando a mão da irmã a obrigando a acompanha-la, correu para fora do quarto deixando uma desconfiada para trás.
Sabia da pegadinha — não que tivesse feito parte, claro — assim como também sabia da tendência que a mais nova possuía para falar demais quando nervosa, iria acabar se entregando e, apesar de ainda estar a devendo o soco de semanas atrás, não queria que Katrina acabasse que suas raças, porque ela, definitivamente, iria.
Não demorou para que chegassem na sala onde a mulher de longos cabelos escuros, a que havia as chamado, esperava
Ambas as meninas soltaram um suspiro de alívio ao constatar que a expressão dela não encontrava raivosa, não que já tenham muitas vezes a visto assim — as exceções sendo, claro, sempre que se fazia presente a necessidade de chamar a atenção do ex combatente de guerra que por vezes decidia agir como uma criança de oito anos revidando as pegadinhas da Cullen mais nova, o que acontecia com mais frequência do que deveria, aliás — porém agredeceram de qualquer forma, apesar de quase sempre amorosa e gentil, Carmen definitivamente não era uma pessoa boa de se lidar quando irritada, Garrett que o diga.
— Aqui, Edward passou e deixou isso, disse que chegou hoje cedo pelo correio. — A mão direita da mulher se estendeu dando para as híbridas a perfeita visão de dois envelopes brancos. Um sorriso nascendo espontaneamente na face da mais velha. — Peguem, acho que vão gostar.
Por um momento tanto Carlie quanto Renesmee hesitaram, a primeira se perguntando se a Denali havia finalmente cedido e topado participar das travessuras realizadas na residência — e o quão improvável seria ter uma bomba dentro do papel imaculado — enquanto que a segunda se encontrava questionando, por um rápido instante, o porquê de seu pai não ter subido para as cumprimentar.
Tais receios tão rápido quanto apareceram, desapareceram também.
Carmen nunca que faria parte de tais traquinagens, ainda mais contra uma tão adorável e pequena criança indefesa, era o que a Cullen mais nova se convencera, e era o que era verdade, a mulher era gentil demais para tal — não que Carlie fosse realmente indefesa — e Edward não havia entrado graças a regra estabelecida semanas atrás, os domingos eram, exclusivamente, responsabilidade do clã vegetariano composto maioritariamente por loiras, assim como os dias da semanas pertenciam aos com laços sanguíneos semelhantes e os sábados as duas matilhas de metamorfos da região — mesmo que Renesmee, obviamente, tivesse uma favorita — assim como também, os laços familiares por parte de mãe, a residência Swan estando inclusa nessa parte. Era quase como uma guarda compartilhada onde as híbridas possuíam tantos parentes que não poderiam nem mesmo contar nos dedos de suas mãos, e hoje era domingo, o último domingo do mês, o que significava, de modo claro e explícito, nada de Edward, ou de qualquer outro Cullen, a menos que se tratasse de uma enorme emergência.
Em menos de um segundo as cartas de conteúdo desconhecido passaram a se encontrar nas mãos de suas destinatárias.
— É DO TIO BEN!! — Carlie gritou animada balançando o papel no ar antes de sair correndo para o lado exterior da casa.
— É DA ZAFRINA!! — Renesmee também gritou como a criança que as vezes esquecia ainda ser e, assim como a irmã gêmea, também se pôs a correr, todavia para o quarto do segundo andar ao qual havia saído.
Eleazar, que observava a cena sentado em um dos extensos sofás da ampla sala, riu levemente encarando sua esposa, a mulher dos cabelos escuros, que agora virava para sua direção também se permitindo sorrir.
— De nada né.
[...]
Carlie voltou para o quarto minutos depois dando vários saltinhos animados, saltos esses que por vez acabavam sendo altos demais a fazendo, sem querer, por vezes acertar de leve a cabeça no teto.
— Tia, Ben e Kebi vão vir pro nosso aniversário! — A híbrida exclamou sorrindo balançando a carta que receberá de modo com que essa por sua vez quase batesse no rosto de sua irmã, irmã essa que nem deu atenção para isso se encontrando tão animada quanto.
Okay, talvez Amun também viesse, mas não é como se esse fosse um fato digno de sua importância.
— As Amazonas também! — Renesmee balançou o pedaço de papel assim como Carlie havia feito instantes atrás, mas logo suspendeu o movimento passando a portar uma expressão pensativa ao invés de animada. — Quer dizer... — O papel foi aberto pela criança. — Isso aqui parece uma festa de aniversário né? — E então a mão com a carta fora estendida para a pessoa a sua frente.
A híbrida mais nova pegou o envelope não entendendo o porquê de tal questionamento, mas logo tudo passou a fazer sentido após ver os diversos símbolos e desenhos que se encontravam espalhados pelo mesmo, não duvidava nada se tratar da língua oficial do clã indígena e por um momento se arrependeu de não ter prestado mais atenção nas aulas dados por seu avô paterno.
Antes que pudesse se dar conta sua face animada também modificou-se para uma pensativa, suas sobrancelhas contraídas enquanto que seus olhos se semicerravam.
— Parece... — Ela falou sem muito confiança fitando com mais atenção um dos desenhos feito por tinta preta que representava várias pessoas, ao que tudo indicava, em movimento ao redor de uma fogueira, seus olhos mudaram então para a próxima ilustração, uma mulher, ao menos ela imaginava ser uma mulher, com roupas aparentemente festivas, um javali morto em suas mãos enquanto que o sangue do animal se encontrava escorrendo tanto por sua boca quantos por seus braços e pescoço. — Claro que parece, com certeza, sem dúvida nenhuma. — Carlie abriu um sorriso amarelo para a irmã que se já mostrava alegre novamente, não, não parecia, definitivamente não, mas não podia dizer isso, a ruiva havia gostado tanto das duas que seria até mesmo covardia a dizer que não viriam... ou que talvez estivessem a convidando para uma festa tribal que Edward e Bella, com certeza, não iriam a permitiriam ir.
— Esse vai ser o MELHOR aniversário! — A mais velha exclamou voltando a pegar a carta, um grande sorriso se abrindo em seu rosto ao mesmo tempo em que seu corpo se encontrava sendo impulsionado para trás de modo que pudesse cair deitado na cama atrás de si, em menos de um segundo seus lábios fecharam assim como seus olhos se arregalaram. — A tia Alice vai surtar.
Carlie suspirou também se jogando na cama, seus braços abertos de modo que o esquerdo batesse no rosto da menina ao seu lado que logo lhe proporcionou uma forte mordida.
— Ei! — A dos olhos esverdeados resmungou puxando seu braço para perto de si. — Céus, ela com certeza vai. — Ambas já podiam imaginar uma baixa vampira de feição extasiada correndo de um lado para o outro cheia de decorações ditando regras para tudo e todos. — Pelo menos esse ano vamos ter mais ajuda, os Denali vão ir, lembra?
Um barulho estrondoso, quase como o de uma explosão, soou vindo de um dos banheiros do segundo andar, o andar em que elas se encontravam, tão alto que poderia facilmente se fazer presente em todos os cômodos da casa.
Carlie não soube se deveria rir ou correr.
— CARLIE SAWN CULLEN! — Uma voz masculina muito irritada se fez presente enquanto que os sons de pesados passos se faziam cada vez mais próximos do quarto recém pintado metade de vermelho e metade de preto, a cor dos cabelos de suas mais novas donas.
A híbrida mais nova chegou a conclusão que talvez correr não fosse uma má ideia.
Quando a porta de entrada se abriu em um forte estrondo a da sacada foi aberta tão rápido quanto.
— CADÊ ELA?
Carlie já não se encontrava mais no cômodo.
Renesmee sentou instantaneamente já pronta para revelar tudo, porém sua língua travou dentro de sua boca após visualizar determinada cena.
— Tio Garrett o senhor... o senhor tá rosa?
É, talvez as gêmeas não fossem ter mais tanta ajuda assim.
[...]
De longe, escondidos na escura e densa floresta que se seguia ao redor do extenso terreno da casa, dois pares de olhos vermelhos se encontravam analisando os motivos de sua mais recente missão.
O dono de um dos pares não se sentiu nenhum pouco confortável com o que havia visto ao longo do dia, não que isso fosse ser um obstáculo em seu objetivo — nunca havia falhado e, com certeza, não começaria agora, muito menos por tal motivo — mas fora o suficiente para o deixar mais raivoso do que o de costume, mesmo que não assumisse nem mesmo para si.
— Tio Ben? — Sua voz soou baixa, o suficiente para que ninguém além do vampiro ao seu lado o ouvisse, e indiferente, mesmo que desde a alguns dias atrás não se sentisse mais totalmente assim.
— É, tio Ben. — Ao contrário da anterior, essa voz, apesar de também soar de modo baixo, se encontrava perceptivelmente divertida. Um barulho se fez presente logo sendo identificado como sendo uma pequena risada de escárnio do homem que se pronunciava. — Acho que alguém tem um concorrente.
・ ❁ ・
¹‐ Jasper foi o último homem a entregar nos Cullen, logo, apesar da idade, acaba sendo considerado o filho mais novo. Seguindo a lógica Isabela seria a filha mais nova.
Oi 👀
Então, tenho andando bem desanimada atualmente, mas eu disse que não desistiria da fic então não vou, não se preocupem, mas não tenho muito o que dizer aqui, só espero que tenham gostado, vou tentar responder os últimos comentários o mais rápido possível.
Até o próximo ❤
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