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19° Capítulo - Decisão

"Eu costumava acordar feliz
Agora a vida passa
Deixando todas as cores esmaecerem
Estou entorpecida pelas minhas emoções

Olhando para o fogo
Na esperança de ver um sinal
Mas há só cinzas

Para onde foram todas as cores?
Eu costumava vê-las
Agora elas não aparecem

Estou perdida nesses lugares desconhecidos

Esquecer meus problemas
Perdoar os erros
Porque não significa que isso seja meu destino
Talvez um dia eu saia das cinzas

Estou pensando na vida
E todos os meus erros
Cansada de viver a mesma coisa todos os dias."

HOPE RICHARDSON- WHERE DID ALL OF THE COLORS GO?


— O que eu fiz... — Uma pausa, a voz sutil de uma maneira que nunca antes havia sido, tão baixa que talvez Alec sequer ouvisse se não estivesse prestando atenção, mesmo com a audição sobrenatural. Felizmente ele estava. Ele sempre estava. — Eu receberia uma punição por isso? — Carlie não o encarou, isso tinha virado um problema na verdade, encarar, ela não o fez desde o momento em que despertou. — Na sua casa.

O Volturi afastou a boca da jugular do leopardo, seu rosto impecável mesmo que estivesse se alimentando, geralmente gostava de se sujar, de assustar os outros com isso, com o sangue escorrendo pela boca e manchando suas roupas — ele poderia simplesmente comprar outras depois de qualquer maneira —, mas não ela, não da maneira que estava, não arriscaria algo tão importante por uma besteira.

No começo sequer se arriscou a comer, não podia a deixar sozinha, e não podia o fazer com ela ao redor.

Até que não se alimentar começou a ser um problema.

Fome, muita fome.

Não o suficiente para a atacar, jamais.

Depois de todos os acontecimentos algo estranho aconteceu, o sangue ainda estava lá, obviamente, cantando para si, aquela suave melodia clamando por suas presas. Entretanto, já não mais com a mesma força. Uma sútil canção no fundo de sua mente. Aquela que você já escutou tanto que acabou se acostumando.

Nos meses anteriores havia visto tanto o sangue que simplesmente perdeu o efeito. Alec preferia que não tivesse perdido. Às vezes que ela tentou se matar, se automultilar. Ele não gosta de lembrar disso.

A atacar não era um problema visto que jamais aconteceria, estar com tanta fome que seu corpo reagisse antes de sua mente sim.

Medo, ele tinha medo, não era uma vergonha admitir, não depois de tudo. Medo de simplesmente sair para caçar e esquecer dela. Medo de voltar e ela não estar mais lá.

Carlie estava melhorando, dependendo de como você decida interpretar essa frase, alguns dias eram melhores que outros. 

Ela estava bem, na medida do possível, e isso era bom, mas havia se destruído tanto, se fragmentado de tantas maneiras que agora talvez simplesmente não existisse mais as peças para as devolver para os seus respectivos lugares, talvez simplesmente não existisse mais os lugares para que fossem devolvidas.

Ela estava bem, realmente bem, talvez só não quisesse ser mais a mesma pessoa que antes. Talvez já não fosse.

Ela ainda não sabia muito sobre isso na verdade.

Não estava tão curiosa para saber mais a respeito, entretanto.

Alguns dias ela tentava conversar, como hoje, isso era bom, ele passou a valorizar muito a voz dela. Alguns dias ela ia para o riacho perto da cabana e esperava, ele não sabia pelo o quê — e desconfiava que, muito provavelmente, ela também não. Esperava do tempo do sol nascer até se pôr, esperaria mais se ele não estivesse lá para a lembrar de voltar, ele sempre estava, esse era o problema, que a fome o influenciasse demais a ponto de não estar, ele não poderia fazer isso, não com ela, não com eles.

Então, como todos os outros dias desde que haviam chegado ali, na parte mais afastada da floresta amazônica, ele ouviu onças correndo, dessa vez foi diferente, talvez elas estivessem se acostumando com sua presença, talvez. Elas passaram perto da casa, do pequeno chalé no meio do nada, Carlie as viu pela janela da sala, isso a fez sorrir, ele sorriu também porque ultimamente nada a fazia sorrir, e quando deu por si já estava segurando a mão da menina para que acompanhassem o bando.

No começo ela se assustou, ele ouviu, o coração dela acelerando, ela não estava fazendo nada do que vampiros poderiam fazer, ele sabia o porquê: tentando fugir da própria natureza, da natureza que a permitiu fazer o que havia feito.

Ele estava aceitando bem isso, Deus, ele havia até mesmo aprendido a cozinhar, mas não podia permitir que ela simplesmente bloqueasse tudo, não as coisas boas. A quem ele quer enganar? Ele tem medo de que, se permitir que ela continue bloqueando, então talvez chegue um dia em que ela decida também bloquear a ele. A definição mais perfeita possível do que deveria ser um vampiro em sua versão mais monstruosa. Ele não quer que isso aconteça porque não quer, não pode, viver novamente sem ela, embora ela não saiba disso, ainda.

Ele a pegou no colo quando viu que não correria.

Sentia estar invadindo uma parte importante das ações que ela havia estabelecido para si — caminhar descalça sem rumo por entre as árvores até o sol nascer, passar dias e mais dias sem falar e sem comer —, ele ignorou porque ela não havia decidido ações tão boas assim.

Como eu disse, ela estava melhorando, no melhor que essa frase poderia representar de acordo com a situação.

Ao menos estava viva. Ao menos não tentava mais não estar. 

O britânico a pegou como uma noiva, eles estavam tendo bastante contato físico ultimamente e Alec simplesmente não sabia o que pensar a respeito. Ele decidiu não pensar sobre porque não era como se não tivesse preocupações maiores no momento de qualquer maneira.

As feras começaram a fugir deles, não eram os maiores predadores de toda a cadeia alimentar sem motivo. O Volturi não parou a perseguição. Foi engraçado, não o mesmo que caçar humanos, e ele nem sequer gostava de animais, mas quando Carlie segurou seus ombros e se arrumou em seus braços para que pudesse ver melhor o felino passou, definitivamente, a ser seu animal favorito.

O coração da Cullen se acalmou. Ela parecia em paz e ele extremamente feliz porque tudo o que queria era a ver bem, e sangue, ele definitivamente queria sangue, muito.

— A quanto tempo não se alimenta? — Carlie ainda olhava para as onças, não para ele, nunca para ele. Isso doeu de uma forma que nem sequer ele saberia explicar.

De qualquer maneira ela estava falando, e não só isso como também trazendo à tona um dos assuntos mais importantes do momento, ele decidiu por focar no lado bom. Puta merda. Alec nunca focava no lado bom.

Precisou de mais do que alguns segundos para que pudesse responder. A verdade é que nem ele sabia ao certo. Não é como se estivesse ficado muito livre para prestar atenção nisso nos últimos tempos, primeiro quando ela morreu — e, mais uma vez, ele não gostava de pensar nisso — depois quando voltou — dias e mais dias de dor e sofrimento, quanto tempo isso durou? Uns dois, três meses? — e então agora, que estavam na parte mais remota possível da floresta, suas únicas companhias sendo um ao outro e os animais.

A quanto tempo estavam ali, se escondendo?

— 5 meses.

Ele sabia. O único motivo da fome não estar o enlouquecendo. Ela. Sempre ela.

A híbrida não olhou para ele, mas mexeu a cabeça de modo que poderia descansar a mesma na curva de seu pescoço, ele pode sentir a suave respiração em sua pele, ele ainda lembra de quando a viu na clareira, o quão pequena ela era, o quão pequena ela ainda parece agora, depois de tudo. Ele ignora a sensação que isso causa em seu corpo porque simplesmente não parece certo, até mesmo para ele.

Sim, ele a ama.

Sim, ele pode esperar.

— As onças... — Ela começou, seus lábios quase encostando na pele masculina, a pior parte é que não era de propósito, ele sabia, entretanto isso não mudou o fato de que teve que trabalhar dobrado para se concentrar. Certo, essa era, definitivamente, uma sensação nova. Alec nunca precisou fazer esforço para se concentrar antes. — Não é tão ruim quanto parece.

Pareceu como uma autorização, a autorização que ele nem sequer sabia que estava esperando, não demorou muito depois disso. Quando seu cérebro finalmente entendeu o que queria dizer só foi preciso dois instantes, o primeiro para que a colocasse com delicadeza no chão, e o segundo para que saltasse na onça mais próxima, foi tão rápido que a próxima ação não poderia sequer ser contada como um instante, apesar disso ele jura que tentou ser o mais limpo possível, mesmo a fome não dublou a consciência de que Carlie ainda estava o vendo e que não queria a assustar. 

Quando o corpo da primeira onça caiu morta já estava na quinta.

Foram milésimos para que todas caíssem, embora nem uma única gota de sangue tenha respingado na grama esverdeada.

Horrível.

Nojento.

Grotesco.

A pior coisa que já havia experimentado.

E mesmo assim nunca esteve tão satisfeito porque não precisou a abandonar para isso. A tribo mais próxima ficava a trinta minutos em sua velocidade máxima para os alcançar, não existia um cenário onde a deixasse sozinha por tanto tempo. Não existia um cenário onde se arriscaria a fazer com que seus olhos, antes vermelho pálido, voltassem para o tom rubi se houvesse a mínima chance de isso a assustar.

Um vampiro não pode dormir, todavia isso não significa que não possa ter pesadelos.

Alec os tinha, a todo momento, antes com sua morte, agora com a dela.

Não a deixaria sozinha nem que isso significasse a sua morte, já quase significou, quando ela o torturou tanto que o Volturi quase desejou estar morto. Ele não a soltou naquele momento. Não a soltaria agora. Não a soltaria em momento algum.

Algumas horas depois, quando se alimentava do leopardo que teve o desprazer de cruzar seu caminho, Carlie o fez essa pergunta, foi apenas nesse instante que percebeu o quanto a fome havia nublado seus sentidos. Não estavam mais no mesmo lugar. Tentou sentir o cheiro das onças, vários quilômetros de distância. Ele tinha corrido, corrido e caçado por boa parte da mata antes de finalmente se dar conta. Ela estava com ele. Estava com ele por todo o caminho, durante todos os ataques, em todas as mortes. A garota que acordava, nas raras noites em que conseguia dormir, gritando por socorro. A que não sabia definir qual pesadelo era pior: quando a mordiam, ou quando mordia aos outros. A que acordava gritando para que a salvassem e para que salvassem todos dela. A garota que tinha adquirido verdadeiro pavor por qualquer coisa relacionada ao vampirismo correndo tão rápido quanto ele para que não o perdesse de vista.

Foi tão genuíno o sentimento que inundou o peito do vampiro mais velho que nem em mil anos ele poderia, conseguiria, definir a sensação. A sensação de saber que ela o valorizava tanto quanto ele passou a valorizar a ela.

Quando percebeu um amplo sorriso já se encontrava gravado em seu rosto, céus, ele poderia chorar de felicidade se ainda fosse humano. Era ridículo. Ridículo o quanto a amava.

Apesar de estranha, não pensou duas vezes antes de responder tal pergunta. Nunca negaria nada a ela. Nada. Estava a várias horas se alimentando do pior sangue que já havia provado em toda a sua longa existência somente por ela, e nunca havia estado tão satisfeito. 

— Você nunca receberia nada que não fosse bonificações. — A fitou, ela estava sentada no chão agora, suas costas apoiadas em um árvore de carvalho, suas pernas contraídas enquanto se abraçava, a testa apoiada nos joelhos. Quase rosnou, não para ela, para tudo. Pequena, muito pequena. Jamais permitiria que alguém a punisse.

Sua distração foi tanta que o leopardo, em um de seus últimos suspiros, aproveitou para fugir, ele não ligou de qualquer maneira, estava longe de estar saciado, mas estava com ela, falando com ela, conversando com ela, fazia tanto tempo que não conversam. Nada jamais valeria mais que isso.

— Não parece justo. — Ainda mais baixo. Ele esperava que ela levantasse a cabeça para o fitar, ela não o fez.

Ele optou por ser sincero, com ela, somente com ela.

— Eu nunca disse que meu clã seria justo com você. — Ele também se sentou, podia sentir a grama sujando sua roupa, não fez diferença. Por alguma razão o "meu" não soou agradável em sua boca como normalmente soaria.

Havia feito tanta coisa.

Haviam feito tanta coisa.

Não sentia como se fosse realmente seu lar.

Não sentia como se alguma vez já tivesse sido.

Seu lar.

Seu lar sempre seria ela.

— Por que?

— Porque a justiça pode significar algo ruim, e eu jamais permitiria que fizessem algo assim com você. — Ele ouviu quando o coração dela acelerou, pensou que ela enfim o olharia, ela não fez.

— Mesmo se eu merecesse?

— Você jamais mereceria.

— Eu mereço agora.

— Carlie. Olhe para mim. — Ela não olhou. Em um instante ele estava ajoelhado à sua frente, ela se assustou, claro que se assustou, porque agora tudo assustava ela. — Olhe para mim. — Quando ela ergueu o olhar e finalmente o fitou o mundo pareceu parar, ele precisou mais do que alguns segundos para lembrar do que iria dizer. Verde. O vermelho não havia ficado ruim, longe disso, mas verde... verde era definitivamente sua cor favorita. — Você poderia dizimar toda a população da Terra que, ainda assim, eu não acharia que você mereceria uma punição.

— Eu te machuquei, Alec. — Ela suspirou, ia abaixar a cabeça de novo se não fosse pela mão direita do vampiro depositada agora sob seu queixo, ao invés disso permitiu com a primeira lágrima escorresse, fazia tempo que não chorava, desde o colapso, queria ter continuado assim. Não podia ignorar tudo para sempre, não tinha dado certo da primeira vez de qualquer maneira. Mas do que isso, não queria mais ignorar, não quando isso significava prejudicar também a ele.

— Você se machucou, Carlie. Acredite, essa foi a pior parte.

— Por  quê? — Ela se aproximou, seu corpo inclinando para frente, não foi proposital, quase instinto. Seus narizes quase se tocando. Alec precisou recusar. — Por que você se importa tanto? — Ela sabia, ela realmente sabia, depois de todos os recentes acontecimentos não tinha como não saber. Ela precisava ouvir, ela realmente precisava. Não sabia se mudaria em alguma coisa, mas talvez, talvez mudasse.

— Porque eu... — Sua boca funcionou mais rápido que sua mente, isso raramente acontecia. Se cortou a tempo, não podia jogar esse peso sobre ela, não agora. Ele era um Volturi, ainda era, certo? Era egoísta, e não pensava em ninguém além de si, ninguém além de si que não fosse ela. — Como eu poderia não me importar, Carlie? Você não é nada do que pensa. Nada do que acredita. — Subiu a mão do queixo para que pudesse acariciar a bochecha, talvez não tivesse percebido, mas ela se inclinou para seu toque como um gato manhoso, as lágrimas não pararam.

— Eu não sei mais no que acredito. Não sei se ter matado eles foi tão ruim quanto sei que deveria ter sido. Não sei se não foi. Eu só... eu não sei mais nada, Alec. — Uma pausa, um suspiro. — Eu tento sempre ser boa porque, no fundo, eu não me sinto realmente assim. E isso me assusta¹.

Pronto, lá estava, ela tinha dito, finalmente dito.

No começo Carlie estava apavorada, isso não era segredo para ninguém que tivesse a visto durante o surto no jardim da mansão Cullen, total e completamente apavorada.

O problema é que ela odiava o que tinha feito, odiava tanto até não saber se odiava mais tanto assim.

A culpa que a fez tentar se matar tantas e tantas vezes não era a de atacado alguém, não, ela poderia ter lidado com isso com o tempo, realmente poderia, sua família teria a ajudado de qualquer maneira, seu pai teria a entendido melhor do que ninguém, céus, ele teria feito todo o possível e o impossível para a tirar desse inferno que ele mesmo já havia estado, ela sabe, Jasper teria dedicaria todo o seu tempo e cuidado apenas para que pudesse a ajudar a lidar com sangue humano novamente, Rosalie, Deus, Rosalie teria a ajudado tanto, Esme teria a dado aquele sorriso gentil que apenas ela poderia dar e teria dito que tudo ficaria bem e Carlie teria acreditado nisso porque sua avó jamais mentiria sobre algo assim, sua mãe, as lágrimas aumentam quando ela pensa nisso, Bella teria tentado tanto, mesmo sem saber o que fazer, ela teria velado seu sono todas as noites apenas para que não ficasse sozinha, e, quando ninguém estivesse vendo, teria a perguntado sobre o que realmente achou da situação, sobre o que realmente queria, Bella sempre a entendeu mais do que qualquer um, sempre, mas ela não teria entendido isso, não isso, a Cullen pensa, ela jamais poderia depositar o peso desse informação sob a mulher que havia a criado com tanto carinho. Carmen teria feito questão de a levar para o Alaska, para sua casa, longe de qualquer civilização, Carlie sabe que não teria gostado.

Era grotesco, o sangue que sentia escorrendo por sua boca, sujando suas mãos, o sangue que nunca desaparecia mesmo que já não estivesse mais lá, ela odiou isso, realmente odiou, ela se odiou por causa disso, se odiou até restar apenas ódio, se odiou até que o ódio começasse a virar outra coisa.

A culpa que sentia não era pelo ataque, era de talvez ter gostado.

De uma parte, mesmo que mínima, não só querer fazer de novo como ansiar por isso.

Mais vezes do que gostaria, quando se lembra da sensação do sangue escorrendo por sua garganta, aumentando uma sede que nunca antes existiu, quanto se lembra do último suspiro daqueles homens e de como eles não teriam parado se ela fosse apenas uma humanas desacompanhada, ela percebe que talvez possa ter gostado desses momentos, gostado tanto quanto sabia que não deveria ter.

Talvez tenha sido por isso que tenha demorado tanto para revelar a verdade, ela sabia, no mais profundo do seu consciente, mesmo que não quisesse aceitar, mesmo que não quisesse admitir, ela sabia. Eles a perdoariam, mas e se ela apenas não quisesse perdão? E se ela apenas não estivesse arrependida?

Ela sabe que não atacou apenas aqueles homens, ela não se lembra, mas sabe, sente. Ela lembra do choro do bebê mesmo que não lembre que bebê o fez, um lado dela a odiou por isso, mais do que apenas um lado, mas uma parte, uma parte de seu perturbado cérebro vampiro que estava provando sangue pela primeira vez acha que pode ter gostado, acha que realmente possa ter gostado e isso é um inferno porque ela simplesmente não deveria ter gostado disso.

Alec fechou os olhos porque era mais fácil do que ter que encarar a culpa nos esverdeados à sua frente.

— Podemos descobrir a resposta juntos. — Ele também não sabia quem era, não mais. Se pudesse ter sido diferente, se pudesse não ter sido um Volturi.

Esse último pensamento ecoou por sua mente por mais tempo do que deveria, ele nunca tinha tido vergonha de ser um Volturi antes, porque teria? Aro o salvou, Aro os salvou, a ele e a sua única família que restava, Aro o deu tudo, os deu tudo, porque agora isso parecia mais uma punição do que um presente?

O vampiro fechou os olhos porque a culpa nos olhos dela jamais poderia ultrapassar a dos dele.

Ele gostava de se imaginar destroçando a jugular dela quando a conheceu. Ele não tocou nela, mesmo assim destroçou muito mais do que isso.

Ele não a merecia. Nunca mereceu.

— E se eu não gostar da resposta? — Ela fungou, ele abriu os olhos e instantaneamente soube que seria melhor se não tivesse feito. Carlie o olhava como se ele fosse esperança, sua esperança, sua única esperança. Ele nunca foi bom em ser a esperança de ninguém. Seus poderes eram justamente sobre isso. Sobre roubar os sentidos, não dar.

— Então continuarei do seu lado mesmo assim. — Porque sou egoísta, porque não posso abrir mão da única coisa que me faz sentir vivo mesmo que nunca tenha percebido estar tão morto até te conhecer. Porque eu transformaria o mundo em um inferno quantas vezes fosse necessário se isso significasse estar ao seu lado. Porque eu invadiria o céu o rogaria de joelhos eternamente por uma vaga se esse fosse o lugar que você optou por estar.

Quando deu por si Carlie já havia parado de chorar, ela estava cansada disso de qualquer maneira. Mentiras, ela estava cansada disso também.

— Eu costumava te amar, Alec. Costumava mesmo. — A mão que usava para acariciar a bochecha da menor parou, ele parou. Ela sorriu entretanto, um sorriso triste, poderia estar afastando a única pessoa que não queria longe, mas não poderia ser egoísta, não com ele, não depois de tudo, ele merecia isso, a única coisa que ela poderia o dar no momento, a verdade. — Mas... eu não sei agora. Eu não sei nada agora.

Ele já esperava isso, de qualquer maneira.

Não significa que não tenha doído.

— Eu posso lidar com isso.

— Não é justo com você.

— Quando eu disse que ninguém seria justo com você, também estava me referindo a mim.

— Sua casa. Eu posso conhecê-la? — Alec deveria ter ficado feliz, ele não ficou. Casa. Ele tinha uma. Ela não estava em Volterra. Era tarde demais para isso, entretanto. Ela estava na sua frente segurando o choro.

— E a sua? — Ele não devia ter perguntado, ele sabe, com todas as suas forças ele sabe, mas ele pergunta porque ela merece, merece que ele se importe, ele se importaria mesmo se ela não merecesse. Talvez ele realmente não queira mais ser quem era, talvez já não fosse, droga, seus olhos dourados eram a prova perfeita disso.

— Não parece minha casa agora.  — Uma pausa, ele volta a cariciar a bochecha com o polegar. — A resposta para a pergunta, acho que posso descobrir com você, acho que posso descobrir qualquer coisa com você. — Outra pausa, ela volta a sorrir, um sorriso feliz dessa vez, não igual ao da antiga Carlie, mas o máximo que essa nova é capaz de fazer e ele fica feliz com isso. — Você se arriscou por mim. — Ela ainda lembra bem, da tortura que o proporcionou, de como mesmo assim ele não a soltou. Não existia um cenário onde pudesse não lembrar. — Quero me arriscar por você.

Alec não quer pensar no que essa frase significa, então apenas não o faz. Ele decide fazer o que realmente é bom, o que estava ocupado demais a amando ou odiando para fazer com ela até agora, o que sabe que vai ter que fazer constantemente se realmente voltar para a Itália, se realmente voltar com ela para a Itália.

O britânico se assusta pelo que dura mais do que apenas um momento, "se voltar"

Desde quando ele passou a responder ordens com se?

— Você parece ignorar o fato de quantas vezes eu quis te matar, Ragazza². — Ele sussurra, se aproximando, sua mão descendo da bochecha para a nuca, seus narizes voltando a quase se encostar, ele sabe que tem um brilho de diversão em seus olhos porque está acostumado a isso, mas não se sente divertido. Alec não sabe exatamente porque está agindo assim, usando sua maior arma contra ela, sua maior defesa, mentira, talvez ela mude de ideia se a tratar igual trata a todos, talvez não seja tão ruim se ela mudar, mentiras e mais mentiras, ele nunca para de mentir, para todos, para si mesmo.

— Você tem razão. Eu provavelmente faço. — Ela se limita apenas a concordar, ele esconde, mas não pode deixar de se surpreender porque definitivamente não é algo que a antiga Carlie faria, ele não gosta de pensar no quanto provavelmente a quebrou.

— Falando assim parece que você ainda me ama. — Sua voz sai baixa, mas ele sabe o que está fazendo, zombando, zombando do amor dela, Carlie parece não reconhecer o sarcasmo, isso dói mais nele do que ela de qualquer maneira.

— Talvez eu ame.

E então ela o desarmou, ele não poderia ser mau, não com ela, não depois disso, não depois de tudo.

— Eu gostaria disso. Eu realmente gostaria. — Confessa, então apoia a testa na dela e fecha os olhos, ele não pode deixar de pensar o quanto isso parece meloso e o quanto mesmo assim não se importa.

— Me desculpe. — Carlie também fecha os olhos, ela sente que pela primeira vez desde o incidente está sendo cem por cento sincera e isso é libertador. 

— Não se desculpe. Esse deveria ser o meu trabalho.

— Nunca escutei um Volturi se desculpar.

— Se for para minha casa, vai ouvir bastante.

— Não parece algo que eles fariam.

— Eles fariam com você. Eu os obrigaria. Todos eles.

— Até o Aro?

A resposta demora a vir, mas não parece mentira e isso surpreende aos dois, embora ambos tenham optado por não comentar nada a respeito.

— Principalmente o Aro.


・ ❁ ・ 

¹Frase que a Carlie fala no Capítulo Cast.

²Ragazza significa Garota em italiano.

Certo, agora sim estou satisfeita.

O próximo capítulo estava demorando muito pra sair pq o último não estava me agradando mesmo. Ao mesmo tempo parecia bom não parecia.

Tipo, estava bom, mas não era o que eu queria.

Então é isso, acabei decidindo fazer um novo do zero e saiu isso aqui e sinceramente é EXATAMENTE oq eu queria.

Vou apagar o outro e a gente finge que esse aqui sempre foi o oficial kkkk

Não vou comentar muito a respeito pq sou danada pra dar spolier, mas espero que vocês tenham gostado, sinceramente pra mim está muito melhor que o último, agora sim eu senti que a decisão e as atitudes da Carlie fazem sentido e não estão simplesmente jogadas.

Sobre as atitudes do Alec não irei comentar, mas quem pegou pegou (quem não pegou relaxa que mais pra frente vou explicar melhor oq está rolando).

A Carlie mencionando a família foi um tiro pra mim, sinto que agr eu finalmente consegui expresar bem o porquê dela não ter voltado pra casa e o porquê dela ter ficado tão afetada assim por ter atacado pessoas.

Lembrando que ela foi criada isolada dos humanos justamente pra não ocorrer nada de errado e q os únicos vampiros que tomam sangue humano que ela tinha contato frequentemente eram os Volturi que sempre foram tratados como vilões, então meio que faz sentido a cabeça dela entrar em pane, já q se ela realmente tiver gostado disso ela vai estar indo contra tudo oq ensinaram a ela desde q ela naceu.

Eu sei que muita gente aqui não gosta da Bella, mas a Carlie é TÃO parecida com ela que me assusta, inclusive na minha cabeça, a Bella teria sido a única a realmente apoiar a Carlie independente do q ela decidisse, até pq de escolher erradas a Bella entende muito néKKKKKK e a Carlie foi embora pq não queria ter q jogar o peso de aceitar isso na mãe, ai to chorando.

Enfim, Ed e Bella não são uns otários, ou talvez sim, vai saber, só o futuro pode dizer, inclusive o próximo cap vai mostrar tudo pela visão dos Cullens, eu sei eu sei, eu já prometi isso antes, mas agr o próxim cap vai sair mesmo.

Inclusive preparem o coração pq Carlie ñ é a única q vai ter um momento difícil, única dica q eu dou.

O Alec tentou ser babaca com ela, conseguiu? Claro que não, mas alguém tem alguma teoria do porquê? 👀

Eu tentei deixar claro o motivo, mas ao mesmo tempo não, se vcs não entenderam podem ficar tranquilos que mais pra frente vamos voltar nisso.

ALEC CHAMOU ELA DE RAGAZZA ISSO NÃO É UM TESTE ALEC CHAMOU ELA DE RAGAZZA.

Pra quem não sabe essa história está sendo reescrita, e na primeira versão Alec tinha dado o apelido de Mia Ragazza pra Carlie que significa Minha garota, enfim surtemos.

Carlie foi realmente sincera com o Alec e eu gostei muito dessa conversa, no momento ela não consegue nem amar a si própria, quem dirá a outra pessoa, mas eu gostei que eles finalmente tiveram essa conversa e acho q isso vai abrir portas pra muitas coisas agora.

ALIÁS, ALEC TOMOU SANGUE ANIMAL POR ELA, ALEC TOMOU SANGUE ANIMAL POR ELA.

Eles estavam no meio do nada, então ele teria q deixar ela, ir pra longe se alimentar e voltar, e ele não queria fazer isso, por isso ficou tanto tempo sem comer, eu ainda não acredito que ele fez isso, sim eu surto com minha própria história igual fã kkkk mas na minha cabeça faz sentido pq qual é né gente, ele viu ela morta, e dps tentando se matar, eu tbm ñ deixaria ela sozinha,  mas enfim, surtei também.

Ta indo de pouco em pouco, mas estamos avançando na história.

Espero que tenham gostado.

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