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16° Capítulo - Adolescência

"Quando estou triste, eu fico bem triste
Quando estou bem, eu não fico triste
Eu fico brava

Mas você não me julga
Porque se você julgasse, amor
eu também te julgaria

Porque eu tenho problemas
mas você também tem
Então dê todos para mim e
eu darei todos os meus para você

Aproveite a glória
de todos os nossos problemas"

JULIA MICHAELS - ISSUES

— VAI TIO EMM ACABA COM ELE! — Carlie gritou pulando o mais alto que conseguia, as palmas de suas mãos se encontrando várias vezes uma contra a outra, o som alto que emanava do choque entre as mesmas só não causando mais barulho do que seus gritos entusiasmados. 

Okay, talvez seus saltos não estivessem tão altos assim. 

E okay, talvez suas mãos já tivessem se chocado com mais força antes, porém não era como se isso de fato importasse. 

A verdade é que, diferente de como ficou da última vez que havia se alimentado, já não possuía mais o dourado que antes jazia em seus olhos esverdeados, ou a pele tão dura quanto uma pedra de mármore, a mesma pela que reluzia no sol — e sim, pelo menos essa, era uma boa informação — e tudo isso se devia ao fato de que já não se alimentava mais de sangue a vários meses. Não se alimentava mais de sangue há vários meses porque Renesmee não se alimentava mais de sangue. 

Mas quem é que se importa? 

Quer dizer, agora tinha mais facilidade para se machucar, e menos possibilidade de se safar caso aprontasse algo, o que era, de fato, um problema — para ela, claro, não para Garrett ou Emmett — mas, se era o que Nessie queria — e não, sua irmã nunca havia a pedido para que parasse também, só que sim, todos já sabiam que ela pararia mesmo assim — então quem se importava? 

Não ela, definitivamente. 

Era a última de suas preocupações. 

Ainda mais se estivesse presenciando um gigantesco Emmett lutar contra um diminuto, porém incrivelmente veloz, Volturi de cabelos castanhos e sorrisinho sarcástico no quintal de sua casa sem um querer realmente matar o outro, o que, por si só, já era um fato impressionante. 

Pulou mais uma vez gritando o nome de seu tio; era óbvio que tinha um favorito. 

— Assim você me decepciona, princesa. — O rastreador resmungou desviando de um chute muito bem localizado e, se fosse biologicamente possível, todos sabem que estaria arfando. 

Apesar de tal fala, nenhum sinal de decepção pode ser encontrado em sua voz, pelo contrário, sua expressão mostrando cada vez mais animação. 

Dessa vez não foi a gêmea mais nova quem respondeu. 

— Poxa Deme, você falou que era bom. — Sentada em um dos troncos espalhados pelo jardim a dos cabelos avermelhados sussurrou, por um momento esquecendo que todos os presentes poderiam ouvi-la com exceção de sua irmã, para si mesma enquanto que um pequeno, quase imperceptível, bico se formava em seus lábios. 

A meia humana possuía um livro extremamente grosso em mãos, porém, apesar de estar aberto na metade, na página trezentos e seis, todos sabem que seus olhos em nenhum momento haviam deixado de observar a interessante luta que se seguia a poucos metros no amplo campo esverdeado. 

Jacob ao seu lado cruzou os braços não muito satisfeito, preferia que ela o ignorasse lendo do que assistindo a outro homem, porém nada falou, eles já não conversavam direito a vários dias, embora a mais nova insistisse que estava tudo bem, e, sinceramente, não queria deixar as coisas piores. 

O rastreador não tinha olhado para Carlie, mas olhou para Renesmee, foi rápido, um simples olhar de soslaio, porém não rápido o suficiente para que visse, e muito menos desviasse, do potente soco que o atingiu do lado direito de seu rosto, seu corpo sendo arremessado para vários metros de distância, suas costas batendo com tudo contra uma das diversas árvores que se encontravam na entrada da floresta, a mesma se partindo tão logo recebeu o impacto. 

As íris vermelhas voltaram instantaneamente para seu oponente, parecia sério agora, realmente sério, entretanto tal fato não impediu que uma sarcástica risada lhe escapasse, apesar da seriedade, era quase como se estivesse satisfeito, como se estivesse esperado por esse momento desde o início da disputa, como se estivesse finalmente disposto a lutar — o que tanto seu parceiro de clã, quanto Jasper sabiam que não havia feito até então, levando na brincadeira demais para que pudesse fazer algo realmente digno de atenção. 

Ainda encostado na árvore, o que sobrou dela, sua boca se abriu em um sorriso, o sorriso que Renesmee, mesmo sem perceber, já conhecia muito bem, e isso a fez sorrir também enfim colocando o livro, agora fechado, ao seu lado no banco improvisado de madeira, não queria mais fingir não estar prestando atenção, não queria mais disfarçar o fato de estar torcendo pelo inimigo, não queria porque ele agora, definitivamente, iria fazer uma coisa muito, muito, interessante. Não sabia o que, mas iria. 

Emmett também riu, muito. Riu como um bárbaro. Como um guerreiro.
Gargalhou como se já tivesse obtido a vitória. Gargalhou e atacou. E esse foi seu erro. 

O vampiro das íris douradas correu, e quando viu que o outro não reagiu, correu ainda mais, não é como se fosse alguém apto a estratégias, porém essa era uma que particularmente lhe interessava; atacar e atacar, sem nunca dar tempo para seu inimigo reagir. Vejam, de fato, não é uma opção ruim, porém, e Jasper concordaria comigo caso pudesse, suas táticas precisam sempre levar em conta quem é seu inimigo, e a dele não o fez. A estratégia do grandão era útil, contra animais, por exemplo, contra metamorfos, e talvez até contra recém criados, mas não contra um Volturi, e ele não tardou a perceber isso, não tardou porque quando estava a poucos milímetros de acertar um forte chute na cabeça do homem ainda parado esse reagiu, tão sutilmente que o Cullen só notou o que tinha acontecido no momento em que já estava sendo arremessado para longe. Demetri tinha agarrado seu pé, tinha o jogado para vários metros de distância com um simples movimento, e ainda não tinha acabado. 

Antes que as híbridas pudessem sequer o ver — e sim, a visão das mesmas já não acompanhavam tão bem quanto antes os movimentos sobrenaturais — se levantado do chão, o rastreador já se encontrava em pé, segurando pelo pescoço o grande homem que antes rodava pelo ar o lançando com toda a força que possuía para o chão de terra abaixo do mesmo, uma cratera de, aproximadamente, vinte e poucos metros se formando tão rápido quanto a gente, meros mortais, poderíamos piscar. 

Agora sim a luta havia acabado. 

Nessie sabe que não deveria, era o seu tio, e que ninguém entenderia, era um Volturi, mas riu. Riu até sua barriga doer. Riu até seus olhos lacrimejarem. Riu até não poder mais. Riu tanto que só percebeu que sua irmã também ria quando parou de o fazer. 

Amava seu tio, não entendam mal, mas Demetri era tão... Demetri. 

— Eu não sou o pulguento, foguinho. — Uma pausa. Os olhos vermelhos mais uma vez se voltando para as íris escuras da encaracolada que agora lidava com uma leve falta de ar graças às risadas incessantes. — Eu sempre ganho. — E uma piscada. 

Edward, que assistia a luta ao lado de seu irmão dos cabelos dourados, se limitou a apenas observar, sim, queria arrancar a cabeça daquele vampirinho abusado de merda, e sim, queria ir para as montanhas mais afastadas ao norte apenas para que pudesse a dar para os ursos comerem, mas se limitou apenas a olhar, só a olhar. Odiou Bella nesse momento, odiou o fato dela ter o convencido de que suas filhas precisavam ter suas próprias vidas, odiou o fato de tê-la ouvido falar que suas meninas precisavam tomar atitudes por si mesmas e que ele não poderia sempre interferir, que não poderia sempre às guiar como se fossem cópias mais novas e femininas dele, odiou Bella porque sabia que ela estava certa. Entretanto certa ou não isso não alterava o fato de que queria enterrar esses Volturis a cinquenta palmos do chão, ou quem sabe no inferno, sim, definitivamente, enterrá-los no inferno seria bem interessante, porém se limitou a olhar, apenas a olhar. 

Também praguejou mentalmente ao seu irmão, odiava o fato dele ter perdido contra aquele bosta e agora dever nove mil dólares para Jasper simplesmente porque apostou que o grandalhão venceria. Para que servia todos aqueles músculos a final? 

Antes que pudesse responder, não que fosse o fazer, Renesmee já se encontrava de cabeça para baixo sendo segurada pelos pés por uma enorme e enfadada — certo, nem tão enfadada assim — montanha de músculos também conhecida como o tio dos apelidos toscos. 

— Palavras mágicas em 3... — As fortes mãos masculinas, porém que não a machucavam, começaram a sacudir fazendo assim com que balançasse também. Seu rosto agora não passando de um emaranhado de fios castanhos avermelhados e vez ou outra uma boca ou olho que apareciam em meio a confusão. — 2... 

— Desculpa tio Emm! — A voz desesperada saiu quase como um grito, a híbrida mais velha geralmente não gritava, mas tal ação se mostrava difícil de pensar se existia alguém te sacudindo de ponta cabeça. Ouviu a risada de sua irmã de fundo e teve vontade de rir também, mesmo que não achasse graça, por um instante isso a irritou, maldita conexão de gêmeos. — O senhor é o melhor e nunca perderia contra um mero lacaio da rapunzel sombria. — Sim, como dito anteriormente, nos auge de seus dezesseis anos, a mais velha achava aquele apelido o mais tosco que seu amado tio já havia criado, embora por vezes Carlie fizesse questão de afirmar que, apesar de ruim, realmente fazia sentido. A adolescente todavia não parou de sacudir. — TIO! 

— Ó, por favor, grande senhor rei dos automóveis e dos jogos de videogames, deixe que essa humilde serva se vá. — A híbrida dos cabelos escuros concluiu a frase por sua irmã, irmã essa que agora se encontrava totalmente vermelha, pela vergonha ou pelo esforço que fazia tentando se soltar nós jamais saberemos, enquanto fazia uma, surpreendentemente, muito sofisticada reverência. Se estivesse presente no momento Carlisle se sentiria fortemente orgulhoso por saber que em pelo menos uma de suas aulas a mais nova não havia dormido. 

Emmett parou de balançar a pobre adolescente em suas mãos fingindo uma expressão pensativa. 

Esme, que preparava uma bela refeição para as netas que agora comiam muito mais que antes, não que fosse um incômodo, de forma alguma, saiu da casa após ouvir tal confusão, sabia que era brincadeira, mas isso não fez com que o ar preocupado abandonasse sua expressão. Tinha cuidado de cinco — seis agora com sua, já não tão nova assim, nora — filhos e sabia que, entre família, qualquer brincadeira inofensiva podia sair pela culatra e terminar desencadeando situações desagradáveis realmente rápido. 

Vendo que seu tio ainda não tinha soltado sua irmã, e, sentindo, graças a conexão, pela primeira vez sentimentos que nunca antes havia sentido na mesma, ao menos não se alastrando tão rápido ou com tanta intensidade, a expressão de Carlie também mudou para uma preocupada. Como uma encrenqueira de primeira sabia mais do que ninguém que nem toda brincadeira agradava a todos. Como uma boa gêmea, sabia mais do que ninguém que com a quase ruiva nem sempre as coisas eram como parecia ser, a situação com Jacob sendo a perfeita prova disso, se lembrou por um momento. 

Ela sabia, porém não Emmett, e por isso ele voltou a chacoalhar. 

Não foi por maldade, nem por rancor, não tinha achado ruim quando a sobrinha riu de sua derrota, apesar de ter sido — e sim, ele admitia — levemente humilhante, só queria fazê-la rir, igual como o outro havia feito. Eu sei, e vocês também sabem, não era maldade, nem ira, nem rancor, a palavra certa para o que estava sentindo era ciúmes. O tipo mais puro e genuíno que podia existir. E por isso não percebeu quando passou por um limite não tão bem delimitado. Um limite que ninguém além da gêmea mais nova havia percebido. 

Leah, que assistiu a recém luta afastada, de braços cruzados e expressão fechada tendo alegado, antes da mesma começar, que seria a coisa mais estúpida e feia que poderia ver em toda a sua vida — e que não apostou em ninguém alegando que os dois perderiam — não chegou a notar com exatidão o problema, não sabia de fato o que era, mas estudava para trabalhar com crianças e adolescentes em situações disfuncionais, sabia quando alguma coisa estava errada. 

Paul, próximo da ex companheira de matilha e que igualmente não apostou alegando que poderia facilmente derrotar ambos, também notou a mudança no ar antes que ela pudesse realmente acontecer, dava aulas de luta na reserva para crianças com problemas de lidar com a raiva, dava aulas de luta na reserva para Renesmee, e, apesar de nenhum dos Cullen — com exceção de Jasper e de Bella — ter entendido o porquê da meia humana querer fazer tal aula, da meia humana precisar fazer tal aula, ele sabia o que aconteceria a seguir, ao menos tinha uma boa ideia, e não gostou dela, não gostou nem um pouco, não gostou porque das situações que imaginou dificilmente alguma terminaria bem. 

Edward e Jacob estavam preocupados demais odiando Demetri para que notassem alguma coisa — e sim, o leitor de mentes se acharia um péssimo pai depois por isso — enquanto que o ex Major pensava seriamente em quebrar o juramento que havia feito recentemente para as sobrinhas sobre não mexer com as emoções das mesmas, não que fosse realmente o fazer, não quebrava promessas, nunca, embora agora se encontrasse verdadeiramente tentado a fazê-lo.

— Emmett, querido. — A matriarca pronunciou sutilmente. 

— Grandão, eu acho que era uma boa você sol... — O Quileute lutador foi interrompido antes que pudesse concluir sua fala. 

E então já era tarde demais. 

Porque quando algo que finalmente ultrapassou o limite se rompe, não dá para voltar atrás. 

— Chega! Me solta! Me larga! — Renesmee começou a se debater, seus pés mexendo tanto que por reflexo Emmett se viu obrigado a soltá-la antes que esquecesse de sua agora frágil estrutura e acabasse a apertando mais do que o recomendado. 

Queria brincar com a garota, a fazer rir, não a machucar. Jamais machucar. 

Por ter sido solta de modo tão repentino, e por não ter mais as mesmas habilidades de antes, a híbrida teria caído com tudo de cabeça no chão — o que não seria nada bonito de se ver — caso Jasper, que já pressentia toda a futura confusão, não tivesse corrido para perto e a segurado delicadamente bem a tempo. 

Edward também teria conseguido a pegar se quisesse, mas agradeceria mais tarde ao loiro pela atitude, estava confuso demais para que pudesse ter uma reação no momento, não precisava ter os poderes de seu meio irmão para ver a aura de raiva que se formava no rosto totalmente vermelho de sua filha, e isso o surpreendeu, nunca havia visto Renesmee com raiva. Tentou se lembrar de alguma situação semelhante a que se seguia no momento, não pode, e ele era bom nisso. 

— Que droga! Eu não gosto mais dessa brincadeira! Será que você não vai crescer nunca? — Não, enquanto o tio mais velho¹ a ajudava a se levantar a quase ruiva percebeu que não queria ter falado o que disse, não dessa forma ao menos, mas estava com tanta vergonha, tão ofegante, tão repentinamente chateada que as palavras simplesmente saíram. Se estivesse em sua sã consciência teria notado o quão tais palavras foram grosseiras, o quão foram mal educadas, mas pela primeira vez não estava nem aí para isso. Se sentia tão humana, tão imperfeita, que por um momento se sentiu livre. As palavras simplesmente saíram e ela gostou. Gostou de ser livre. 

— Renesmee! — Edward começou, mas foi rapidamente cortado. 

— Renesmee o que, pai?! — Estava nervosa, quase gritou, suas mãos se pondo a gesticular sem parar. — Renesmee o que? — Repetiu. Já nem se quer lembrava o motivo que tinha a deixado assim, mas também não se importava. Não iria parar, não agora, não depois de tanto tempo segurando tanta coisa. — Todo mundo pode fazer tudo, todo mundo pode falar tudo. Todo mundo pode fazer tudo menos eu. Nunca eu. Eu nunca posso fazer nada, nada pai. — A híbrida sentiu seus olhos e nariz começando a arder, todavia não parou. — Agora eu também não posso falar que não gostei da merda de uma brincadeira? — Sua raiva não era pela brincadeira, não por Emmett. Era outra coisa, mais profunda que isso, mais antiga que isso, bem mais. — A Carlie pode fazer tudo o que ela quer, tudo. Até sair com um Volturi! — Todos olharam para a mais nova, não, ninguém sabia que saída era essa que Renesmee se referia, todavia Carlie não se retraiu, sabia que estava ferrada, mas não era como se isso importasse agora, os sentimentos que vinham da sua irmã eram tão, tão... inveja, sua irmã sentia inveja, inveja dela, não do que tinha, mas de como era, a mais nova teria rido se não fosse pela tensão do momento. — Eu tô cansada disso, tô cansada! — As lágrimas enfim começaram a sair dos olhos escuros, um soluço escapando de seus lábios. — Eu não aguento mais ser essa garotinha perfeita que nunca faz ou fala nada de errado só porque a Carlie não quer ser. 

Uma pausa, silêncio mortal, ninguém falava nada, ninguém podia falar nada, o único som do local sendo o barulho dos soluços da encaracolada, que se mostravam cada vez mais frenéticos. Em um piscar de olhos Esme já se encontrava abraçando a pequena neta que agora chorava mais do que instantes atrás. 

— Luta. — Doce, melodiosa, séria. A voz feminina em nada lembrava a criança travessa que a gêmea mais nova se acostumou em ser. Todos a fitaram. Carlie estava se mostrando porque Renesmee finalmente também estava. — Eu e você, agora. — Os olhos verdes fitavam a garota que por sua vez a ignorava. O rosto escondido no pescoço da matriarca Cullen, os soluços mais altos. 

Alec não saiu da floresta, mas se aproximou o suficiente para que sua presença fosse notada, não que qualquer uma das duas meninas, tão presas em seus próprios problemas, tivessem percebido. 

— Carlie. — Esme sussurrou. Não foi delicado, como geralmente a mais velha fazia questão de ser, foi sério, um aviso, uma repreensão. Ela sabia o que iria acontecer, ou ao menos imaginou saber, e não gostou nada disso. Não era apenas um chamado, era uma ordem. 

Uma ordem que foi completamente ignorada. 

E então Edward correu. Correu porque Carlie também havia corrido. 

Renesmee segurou as lágrimas o máximo que conseguiu e ergueu a cabeça. Ergueu a cabeça apenas para ver a garota com quem compartilhava sangue tentando de todas as formas escapar do firme aperto do telepata que a segurava fortemente pelos braços: tentando escapar com tanto afinco e raiva quanto ela havia feito com Emmett instantes atrás. 

Sua visão então foi parcialmente obstruída por Jasper, o tio da histórias de cowboys, que se colocou na frente de ambas ainda abraçadas em uma falha tentativa de tentar diminuir a confusão já formada, falha porque Nessie não pode ver o que se passava, mas pode sentir. 

Suas lágrimas secaram rapidamente, seus soluços cessaram, seu nariz já não ardia, suas batidas cardíacas diminuíram, a velocidade da circulação sanguínea tão lenta que poderia facilmente ser confundida com o som de um rio parado no tempo. Seus olhos mudaram, sua pele endureceu. Não, não tinha tomado sangue, mas seu lado vampiro estava aflorando, estava aflorando porque se sentia em perigo, estava aflorando porque estava em perigo. 

Podia deixar de se alimentar por décadas, séculos, milênios, podia se tornar praticamente humana, mas ainda era uma híbrida, sempre seria, era seu fardo. Seu lado vampiro ainda estaria lá, sempre lá, não morto, jamais morto, adormecido, esperando a hora certa para surgir, esperando o sinal certo, o alerta certo, e agora ele tinha soado, todo seu corpo gritando ao mesmo tempo que precisava atacar, atacar para não ser atacada. 

Então ela soltou sua doce avó, desviou do ex major de cabelos claros e fez a última coisa que deveria ter feito. 

Atacou. 

Carlie já havia voltado a correr em sua direção, rápido, muito, muito rápido. 

Olhou de relance para o telepata ajoelhado no chão a alguns metros, parecia sentir dor, a mesma dor que sentiu quando Katrina o deu uma forte carga de seu poder — coisa que só havia acontecido uma vez quando o usaram para ajudar sua mãe com os poderes — e de algum modo sabia que a gêmea tinha sido a responsável por tal acontecido, sabia porque sentia o maldito poder emanando dela, não um poder, mas poder, muito poder, e nem se quer precisava da conexão para isso, não precisava porque não era a única ali que sentia, todos sentiam, e todos estavam paralisados até as duas se chocarem. 

— Seu problema é comigo? — As duas tiveram seus mãos direitas acertadas após realizarem o mesmo golpe, o impacto fez com que ambas fossem obrigadas a dar cinco passos para trás, os corpos inclinados para frente enquanto que a mão oposta se encontrava contra o chão sendo usada de apoio para que não caíssem. A mais nova vociferou mais uma vez. — SEU PROBLEMA É COMIGO? 

Jacob, já transformado, foi o primeiro a chegar, ou teria sido se Alec, agora já fora da floresta, porém ainda afastado, não tivesse usado seus poderes para o paralisar. 

Demetri se pôs ao lado de Jasper, que apesar do olhar preocupado e expressão tensa, não fez menção de fazer nada para separar a briga de suas sobrinhas, sabia que não era algo que lhe cabia, e que a melhor forma de ajudar no momento era não se intrometendo, sabia, embora não fosse algo fácil de aceitar. 

Renesmee rosnou, realmente rosnou. Sentiu seus cabelos um enorme emaranhado de fios avermelhados, seus dentes todos à mostra, seus dedos e unhas sujos de terra, porém não ligou, mais do que isso, gostou. Pela primeira vez na vida não se sentia uma princesa, não sentia que tinha que ser uma princesa. 

Se sentia uma fera, uma besta. 

Estava selvagem, se sentia selvagem, e gostou disso. 

Ouviu quando Paul e Leah se transformaram, ouviu o som dos passos contra o chão, sete, seis, cinco metros, cada vez mais perto, inundou a cabeça deles com imagens que não os pertenciam, inundou a cabeça deles com imagens que a pertenciam, os fazendo parar. Se lembrou de todas as vezes que se obrigou a ir às compras enquanto sua irmã ficava escondida vendo filmes de terror com seus tios, imaginou as cenas que a mais nova deveria ter visto, imaginou as cenas mais grotescas que nunca se deixou ver, imaginou tudo isso, e ainda fitando os olhos antes esverdeados, porém agora cada vez mais dourados, de sua irmã, fez com que os metamorfos vissem todas. 

Não os tocava, mas fez com que vissem. 

Agora sim se permitiu sorrir, um sorriso orgulhoso que poucas vezes antes tinha se permitido dar. 

Seu poder tinha acabado de evoluir. 

Carlie também sorriu, porém não como de costume. Não era travesso, nem gentil. Um erguer de lábios desafiador, um erguer de lábios raivoso. Se alguém, a essa altura do campeonato, ainda tinha alguma dúvida sobre se ela estava brincando, agora, definitivamente, não tinha mais, porque não estava, e não ia parar tão cedo. 

Um muro de terra se ergueu no mesmo momento em que Edward, já recuperado e completamente desesperado, Esme e Emmett se puseram a correr na direção das adolescentes. Tentaram socar, porém tão rápido quanto um buraco se formava na estrutura ele também sumia. 

Carlie sorriu ainda mais, a mão ainda no chão enquanto Renesmee se erguia e corria para outro ataque, todos sabiam quem havia sido o responsável pela parede. 

Um teto também foi feito. 

O local ficou escuro, como se de repente o sol houvesse se posto, mas ainda conseguia enxergar, enquanto seus olhos estivessem dourados conseguiria muitas coisas. Também gostava disso. 

A mais nova se moveu rápido o suficiente apenas para desviar do chute giratório que acertaria com tudo sua cabeça caso tivesse demorado mais um milésimo, porém não o suficiente para desviar da mão esquerda de sua irmã acertando sua bochecha e a arremessando novamente para longe, longe o bastante para que batesse com tudo na estrutura recém erguida, agora precisava fechar não só os buracos que sua família fazia, como também os que essa luta gerava. 

Podiam ouvir vários barulhos provenientes do lado de fora, porém nesse momento nenhum sobressaiu ao rosnado do Volturi de cabelos castanhos avermelhados que tinha esquecido Jacob e agora pressionava sua névoa ao redor do local onde estavam na intenção de o fazer desmoronar pelo peso. 

As paredes e tetos tremeram. 

Carlie rosnou aguentando a pressão. 

Aquele era um assunto pessoal, e ninguém iria se meter. 

Percebeu a irmã parada ainda no lugar onde havia a acertado, as íris perdidas, ouviu outra presença fora do "ringue" improvisado; Renesmee estava ampliando seu dom para parar não somente a Paul, Leah, e Jacob, como também a Seth que havia acabado de chegar. 

Voltou a sorrir, usou a parede como impulso e correu, a mais velha voltou a si rápido o suficiente para desviar do soco inicial, mas não do chute central na barriga que veio logo após. 

Agora sim estavam igualadas. 

— Eu perguntei. — Tentou chutar novamente, porém Renesmee, ainda em movimento, a segurou a tempo de evitar um grande problema para sua fisionomia, mas não rápido o bastante para jogá-la para longe antes que a mesma usasse a perna de apoio que sobrou para pular e a dar um soco certeiro no nariz a fazendo cair no chão. — Se seu problema. — Uma pausa, a mais nova tinha acertado com tudo o teto da estrutura de terra fazendo com que várias rachaduras se formassem por toda parte, todavia não teve tempo para notar isso, seu corpo já caindo com tudo em cima do de sua irmã que acabava de se levantar. Suas mãos se ergueram, mas não acertaram onde miravam inicialmente, o rosto da híbrida, o caminho mudando para as mãos da mesma, as prendendo sob sua cabeça. — Sou eu? — As íris estavam deixando de ser douradas, estavam ofegantes, a terra ao redor das rachaduras começou a esfarelar aos poucos, os buracos agora não se reconstruindo tão rápido quanto antes, os rosnado lupinos cada vez mais altos como se enfim recobrassem força. 

A mais velha, cada vez mais ofegante, usou as pernas, já não estava mais tão rápida ou forte, mas ainda sabia o que fazer — deveria agradecer a Paul depois pelos ensinamentos — e por isso conseguiu inverter as posições se tornando agora quem ficava por cima. Soltou suas mãos, porém antes que pudesse acertar o pjnho direito no rosto de sua gêmea desviou para a grama já devastada ao lado. 

— Não. — Uma respirada profunda tanto para tentar recuperar o fôlego como para se acalmar. — Não é. — Mas um ofego. Os olhos agora escuros foram fechados. Mas uma vez naquele dia Nessie estava ignorando a Carlie, entretanto agora não por tristeza, não, por medo, não dela, da verdade. — Eu sou. 

Não os Quileutes, não os Cullens, não Carlie. 

Ninguém a não ser ela. 

Sempre foi. 

Sua cabeça estava tão confusa. 

Em que momento concluiu que deveria ser perfeita? 

Céus, eles travaram uma quase guerra por ela. 

Como ela poderia não ser perfeita? 

Carlie não era, e mesmo assim eles a amavam, mas Carlie era especial, sempre foi. 

Como poderia magoar os outros? Como poderia dizer para Alice que simplesmente não queria mais ser a boneca de estimação? Que odiava os shoppings? Os olhares de soberba que vi as atendentes direcionarem para as pessoas mais desfavorecidas que entravam em suas lojas, os vestidos apertados, as saias rodadas quando tudo o que queria era uma boa e confortável calça de moletom. Como podia tirar isso dela quando era a única que podia oferecer tal coisa? 

Como poderia dizer para Rosalie que não gostava dos penteados elaborados? E céus, Rose amava elaborar seu cabelo, dizia que nos lugares certos os cachos realçavam sua beleza, e ela amava a deixar bonita, se sentia uma mãe orgulhosa. Porém tudo o que a quase ruiva queria era deixá-los os mais rebeldes possíveis, se sentia bem assim, quando estava na reserva e corria com ele solto ao vento, era tão bom, tão libertador, mas como podia sequer imaginar contar isso e a decepcionar tanto? Carlie não era a única com um carinho especial pela mulher. 

Como poderia dizer para Carlisle que odiava, odiava, ser a que sempre tinha as respostas para tudo? Às vezes simplesmente não gostava do assunto, às vezes simplesmente não queria estudar, mas os olhos dele brilhavam tanto quando ela mostrava interesse, brilhavam se uma forma que só a educação poderia proporcionar, ele amava ensinar, amava a ensinar, como poderia tirar isso dele? 

Jacob a amava, muito, ela não sabia explicar bem como funcionava, mas sabia que amava, sempre soube, desde que era menor, uma coisa estranha que foi mudando conforme o passar do tempo, e ela o amava também, muito, embora igualmente não soubesse explicar de que maneira. Só que às vezes simplesmente não queria que ele estivesse perto, não era errado, certo? Queria respirar, e isso se tornava muito difícil com alguém grudado em você vinte e quatro horas por dia, mesmo que o amasse. Mas como poderia o mandar embora? 

Simplesmente mandando. 

Era o que Carlie teria feito. 

Era o que teria feito em todas as situações: não fazendo. 

Não fazendo nada que não quisesse. 

Por isso a invejava. A amava, mas invejava. Invejava porque ela não era o problema, como gritou ser, como às vezes gostava de pensar ser e assim aliviar sua consciência, porque jogar a culpa para o outro sempre era melhor do que a sentir. Invejava porque ela era a solução. Se fosse um pouco mais como ela... 

Colocou na própria cabeça que precisava ser perfeita. 

Por quê? 

Porque assim os outros ficariam felizes. 

Carlie não era, e mesmo assim eles a amavam, mas ela não era a gêmea, nunca poderia ser. 

As custas de que? 

A quanto tempo controlava até a forma de falar, apenas para que ninguém se decepcionasse? 

Quantas coisas havia deixado de fazer, embora ninguém tivesse dito que precisava? 

A linha de pensamento da mais velha — que pareceu durar uma eternidade, mas na verdade foram só alguns instantes — foi cortada brutalmente por uma forte dor em sua cabeça, na parte da frente mais especificamente, Renesmee abriu os olhos e os arregalou logo em seguida notando, sem reação, que Carlie, que ria sutilmente abaixo de si, havia a dado uma cabeça. 

Aproveitando o momento de distração, que fora causado intencionalmente, a mais nova empurrou a ruiva para o lado logo se ajeitando em cima da mesma, suas mãos do lado da cabeça da menina que agora resmungava levemente de dor desacreditada do que sua irmã havia feito, uma cabeçada? Deus. 

Suas reclamações foram interrompidas por uma leve gota de algo caindo em sua bochecha esquerda, a mesma bochecha que sentia doendo,  graças a conexão, desde que deu um soco em sua própria irmã. 

A cúpula de terra já quase não existia mais, podia ver nitidamente as silhuetas humanas se formando, as lupinas se erguendo do chão, mas nada disso importou, nada disso importou porque o líquido que havia caído era uma lágrima, nada disso importou porque acima de si Carlie chorava. 

O riso que havia dado quando a bateu parecendo nada mais do que uma memória distante. 

Seus lábios voltaram a ser abrir em um sorriso, todavia, diferente do anterior, esse não foi engraçado, não havia felicidade ali, foi um sorriso tão triste que Renesmee se pôs a chorar também. 

Sentiu a mão da de cabelos escurecidos encostar na mesma bochecha onde a lágrima havia caído, no começo achou que ela tentaria secar, ou algo assim, mas a mão não se moveu e então uma cena apareceu em sua mente. 

Carlie estava usando o dom de Renesmee para fazê-la ver uma coisa que havia feito. 

Carlie estava usando o dom de Renesmee para fazê-la ver matando pessoas na noite em que supostamente havia tido sua primeira saída com Alec. 

— Não é que eu não queira ser boa, irmã. — As lágrimas silenciosas ainda escorriam em ambos os rostos. Íris verdes nas pretas. — Eu não consigo. — E então a ilusão sumiu, a ilusão que havia estado usando desde a noite de sua saída. 

Não existia mais verde ali. 

Somente vermelho. 

O vermelho mais vibrante que Renesmee havia visto em toda a sua vida. 

・ ❁ ・ 

¹- Jasper é o Cullen mais velho com exceção de Carlisle. 

Enfim, o amor entre irmãos, tão lindo. 

Gentekk então, eu queria soltar o capítulo da entrevista antes de iniciar essa fase, mas não consegui fazer por nada. Eu comecei super empolgada, depois fiquei gripada e tive que parar, aí quando voltei não consegui, tinha passado a inspiração total, por isso demorei tanto, decidi ignorar por hora e focar na história msm, mas as perguntas ainda estão salvas, mas pra frente quando a inspiração voltar eu faço. 

Tenham paciência cmg kkkk 

Vejam pelo lado bom, agora, sem essa entrevista me prendendo, a história vai enfim fluir. 

E falando de história, e esse cap de hoje gente??? 

Estava no roteiro que o começo da adolescência delas seria tranquilo, mas se eu seguisse isso não seria eu nékkk nem os Cullen, mó imãs pra problemas. Sem falar q adolescente não tem um dia de paz. Adoroh. 

Por favor, não julguem tanto a Nessie, a bixinha bateu, mas apanhou bonito tbm nmrl kkk 

Primeira treta que não é causada por nenhum Volturi, o mundo já não é mais o mesmo Charles. 

Oq acharam disse de com sangue mais vampira sem sangue mais humana? Eu já estava trabalhando nisso tem um tempo, mas agora ficou realmente bem nítido e explicado, o lado vampiro delas aflorando msm sem sangue como uma forma de se proteger >>>> 

Na minha cabeça faz total sentido é isso. 

A CARLIE USOU OS PODERES, A CARLIE USOU OS PODERES ISSO NÃO É UM TESTE, USOU E TODO MUNDO VIU FOGO NO PARQUINHO IRRAAAAA 

A Nessie finalmente tomando coragem e dizendo tudo oq estava segurando, encorajando sem perceber a irmã a fazer o mesmo >>>> 

Essas gêmeas são perfeitas até se batendo. 

A Nessie segurando os lobos e a Carlie os vampiros enquanto trocavam um monte de porrada é muito minha religião nmrl, imagina elas lutando juntas contra um exército? Q ngm deixe os Volturis ou os Romenos saberem disso. 

Quem nunca saiu no soco uns cinco minutos com o irmão ou amigo sem perder a amizade tá vivendo errado. 

Alguém aí já entendeu qual é o dom da Carlie? Tá bem óbvio, mas vou explicar melhor mais pra frente tbm então podem relaxar. 

Alec deixando as duas lutarem achando que Carlie ia dar uma coça na irmã Vs Alec tentando parar a luta depois de ver q Carlie estava apanhando, eu sinceramente não sei qual é melhor. 

Mãe nunca erra né, Esme sentiu q ia dar merda desde o começo, perfeição, nunca errou. 

Emmett meu nenê só levou fumo nesse cap, porém apesar de amar ele eu vou passar um paninho leve pra Nessie pq se eu for lembrar de todas as vezes q surtei com gente errada quando era mais nova vou sentar e chorar. 

Edward totalmente castrado pelo Bella, eu preciso enaltecer isso. 

Emmett e Deme brincando de lutinha e o Jasper apostou contra o Emm pq sabia q ele ia perder LLLKKKKKKKK ai ai esse major. 

Jacob finalmente tendo senso e deixando a menina torcer pelo gostosão, digo, vampirão do Deme, já tava na hora de desgrudar um pouco né homem, amém. 

Sobre a cena final não posso comentar, deixo com vocês. 

É isso gente, espero que tenham gostado, beijos e até o próximo. 

Querem uma dica? Preparem o coração, pq daqui pra frente é só pra trás.

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