12° Capítulo - Alec Volturi
"A vergonha está nos meus olhos
Eu acredito nas mentiras
que eu disse a mim mesmo
Eu posso ver que a noite as estrelas
não brilham sem você
Eu posso ver que a noite o céu
não parece o mesmo"
PARISSE - IN THE NIGHT
— Signore¹ Alec. — Um membro dos mensageiros apareceu de modo repentino na frente do gêmeo realizando uma lenta e elaborada reverência, todavia, embora conhecesse o procedimento, Alec não estendeu a mão para que o homem, ainda ajoelhado, pudesse beijar. Apesar de saber a importância da hierarquia dentro do clã italiano, e de amar ser adorado, por vezes achava tudo apenas uma grande perda de tempo, e não era como se estivesse em seu melhor humor naquele momento, não estava em seu melhor humor a vários dias, diga-se de passagem. — Os líderes o chamam no grande salão. — Parecendo sentir a aura raivosa do guarda a sua frente, o vampiro optou por apenas passar o recado, não tardando a levantar e sumir tão logo as últimas palavras ecoaram por sua boca. Dane-se a etiqueta, gostava de ter a cabeça junta ao corpo, e gostaria ainda mais se ela se mantivesse assim.
Em cenários normais, o receptor precisaria dispensar o encarregado do comunicado antes que o mesmo pudesse passar para a realização da próxima tarefa, entretanto, mesmo decidindo que o puniria depois em um momento mais adequado, Alec gostou da atitude do desconhecido. Não estava com ânimo para lidar com situações externas agora, não estava com ânimo se quer para falar, preferia acreditar que era o ódio acumulado em seu interior, mas na verdade não sabia se explodiria de raiva ou de tristeza caso o fizesse, e, céus, como odiava isso.
Havia voltado para Volterra a alguns dias e, assim como todo os seus aliados, não tardou a retornar suas tarefas diárias — não sendo como se precisassem parar para descansar, afinal de contas. Todos seguirem com suas obrigações como se nada jamais houvesse acontecido, todos, menos ele.
E isso o irritava ainda mais.
O irritava porque desde que fora humano milênios atrás nenhuma outra vez havia sentido tanta tristeza como agora. E apesar de saber o motivo, não podia, simplesmente não podia.
A Cullen mais nova não saía de seus pensamentos, e, se na clareira ele achou que aquilo futuramente viria a ser um problema, agora tinha certeza de que já era.
Um gigantesco problema porque vê-la de novo não era uma opção.
Tal pensamento fez com que o coração a muito congelado contraísse em seu peito, tinha perdido não só um sangue delicioso, como também a pessoa que viria a ser o grande amor de sua vida quando atingida a idade correta, e, mesmo tentando se convencer ser o primeiro o único motivo responsável pela preocupação que sentia, céus, como a segunda constatação doía.
Nem sequer a conhecia direito além dos fatos óbvios: era uma híbrida, e uma Cullen.
Então por que, infernos, doía tanto?
Por que doía como se fossem parceiros a milênios?
Rosnando para si mesmo o vampiro tratou de iniciar sua caminhada com destino a sala de seus mestres, precisava ocupar a cabeça com outros acontecimentos, ou simplesmente surtaria, porém, antes que se desse conta, e antes principalmente que conseguisse frear tais pensamentos, uma dura constatação se fez presente em sua mente: Estava totalmente à mercê de uma criança, a porra de uma criança.
Estava totalmente à mercê de uma criança inocente e inexperiente que nunca deveria nem sequer ter experimentado sangue humano.
Tais palavras fizeram com que toda a tristeza sumisse de seu interior deixando assim com que o mesmo fosse agora totalmente tomado pelo ódio.
Inocente e inexperiente.
A porra de uma criança inocente e inexperiente que ele não estava por perto para proteger.
Se controlou para não soltar outro rosnado, nunca esteve tão irritado quanto naquele momento, e olha que estava ficando bem irritado nos últimos tempos. Irritado por se importar tanto com uma criança, e mais irritado ainda por saber que ela estaria exposta a qualquer tipo de perigo sem ele por perto para protegê-la.
Era a sua criança. E ela estava em perigo. Sempre estaria se ele não estivesse por perto.
Não gostou de saber disso. Definitivamente não.
Balançou a cabeça tentando afastar tais pensamentos, mesmo que isso não fosse de fato ajudar, e se viu enfim frente às grandes portas duplas do salão principal.
A verdade é que desde que chegara Alec estava fazendo o máximo para se manter o mais afastado possível de tudo e todos, não tendo nem mesmo conversado com sua irmã até o momento — o que, diga-se de passagem, não era uma atitude muito inteligente visto que Jane com raiva não era algo agradável de se ver caminhando pelos corredores daquela construção. Porém, apesar disso, sabia que uma hora os líderes desejariam por sua presença, claro que sabia, não era bobo ao ponto de achar que algo desse porte passaria despercebido pelo topo do escalão, nada passava.
Principalmente graças ao interesse que Aro demonstrava ter pelas irmãs Cullen, não sabia se isso o agradava ou incomodava, todavia por hora resolveu que seus pensamentos já estavam cheios demais para mais um questionamento sem resposta.
Parada do lado direito das elegantes portas de carvalho antigo Jane se encontrava tão deslumbrante e perfeitamente alocada que para os desatentos poderia até mesmo se passar por uma renomada escultura, sua postura e beleza impecáveis contribuindo diretamente para tal fato.
Alec se limitou a erguer uma das sobrancelhas de modo questionador na direção da mulher loira, mesmo que o olhar flamejante lhe sendo direcionado não deixasse nenhuma dúvida no ar.
Ele sabia porque a vampira estava ali, e teve que dar o braço a torcer diante a capacidade de raciocínio da mesma: Poderia ignorá-la em qualquer lugar, mas não em frente à sala dos grandes líderes, não quando os mesmos esperavam por ele.
Balançou a cabeça de forma afirmativa enquanto que um sorriso complacente apossava-se de seu rosto, estava aceitando sua derrota afinal. Jane havia sido mais esperta, dessa vez.
A mortífera — e as vezes, como em momentos como esse, preocupada — garota, levou um tempo para aceitar de fato o sim de seu irmão. Depois de quase uma semana correndo atrás — o que ela, definitivamente, não faria por outra pessoa senão seu gêmeo — precisava ter certeza de que ele estava realmente concordando com seus termos, caso contrário tinha atingido tal limite em sua paciência que seria capaz de fazê-lo revelar suas preocupação mesmo que fosse a base de seus poderes.
Não se importava em ser chamada de fria, indiferente ou desumana, não, com certeza não, mas, apesar de concordar com tais adjetivos, tinha sim um coração, morto e congelado, mas tinha, e Alec, como sendo a última pessoa de sua família que restara, o ocupava por completo. Sabia quando tinha algo atormentado o irmão segundos mais novo, sempre sabia, e não o deixaria sozinho em um momento como esse, mesmo que ele assim desejasse.
Lhe direcionando uma última olhada mortal — um claro aviso do que aconteceria caso não cumprisse com sua promessa recém feita — a vampira enfim se retirou, o barulho de seus saltos se chocando quanto o chão de mármore ficando mais distante a cada passo que realizava.
Um breve sorriso satisfeito surgiu em sua face após sair da visão do garoto sentindo sua raiva se esvair quase que por completo, havia insistido, e agora enfim ganhado, e conversaria com Alec ao fim da reunião ele querendo ou não, porque era isso que irmãs mais velhas faziam, até as mais malignas: Se importavam.
Assistindo sua gêmea enfim se retirar e retornando o olhar para as grandes portas a sua frente o vampiro dos poderes inibidores conteve uma respirada profunda, mesmo que não precisasse realizar tal atitude, e que repudiasse boa parte dos gestos humanos, aquela em específico o ajudava a se concentrar melhor qualquer fosse a situação que estivesse preste a enfrentar, todavia, frente a salas dos líderes, e do assunto que sabia que viriam a tratar, sabia que não podia demonstrar nem um mínimo traço de fraqueza, ou, principalmente, humanidade, e por isso não o fez, suas mãos rumando para o refinado carvalho escuro o empurrando para frente fazendo assim com que as elegantes portas se abrissem.
A primeira coisa que notou, antes mesmo que pudesse de fato entrar na sala e fechar a porta atrás de si, foi o sorriso dele.
Aquele gentil e espalhafatoso sorriso, que de gentil não possuía nada. E não gostou disso. Não gostou mesmo.
Um sorriso escancarado tomava por completo a face de um de seus mestres. E todos sabiam que Aro sorrindo raramente significava coisa boa.
Com as portas agora fechadas, e tentando se manter o mais calmo possível, notou que os três líderes o encaravam à distância, porém todos de formas diferentes.
A primeiro momento, tão imerso pela aura de poder que rondava os três tronos — que antes jamais havia temido ou lhe desconcertado — quase esqueceu de realizar a curta e rápido reverência com a cabeça que lhe era designada conforme as regras de etiqueta, não era um serviçal — como costumava chamar os membros mais inferiores do clã — por isso não precisava se curvar ou até mesmo ajoelhar, todavia ainda assim os devia respeito.
Erguendo a cabeça Alec tornou a analisar a forma como lhe encaravam, a expressão maldosa de Caius enquanto que Marcus pela primeira vez não parecia tão entediado quanto de costume. Entretanto nada lhe preocupou mais do que o sorriso presente no rosto do homem localizado no meio do altar em que se encontrava tanto o seu trono quanto os de seus aliados.
Nada bom poderia sair dali, e mesmo não sendo uma pessoa boa, saber que isso com toda a certeza envolveria Carlie o preocupou, embora negaria até para si mesmo caso tal assunto fosse futuramente trazido à tona.
— Minha criança. — Aro estendeu a mão, e não foi preciso mais nada para que o gêmeo entendesse o que tal gesto implicava. Se aproximando de modo o mais natural que conseguiu forçar a mão do mais novo logo estava sob a do leitor de mentes. — MAGNÍFICO! ESPLÊNDIDO!
Isso definitivamente pegou Alec de surpresa, que se afastou mais rápido do que o recomendado pelo código de etiqueta passando a fitar os três lideres do modo menos confuso que conseguiu — o que não foi pouco visto que estava, sem sombra de dúvidas, muito perdido.
Eles haviam... gostado?
Estava nutrido sentimentos afetivos para com um dos maiores inimigos do clã e eles estavam, simplesmente, em êxtase?
Digo, não, não nutrindo, ele definitivamente não estava nutrindo. Poderia vir a nutrir, isso, melhor.
Poderia vir a nutrir — o que ele tentava se convencer de que não aconteceria — sentimentos afetivos para com um dos maiores inimigos do clã e eles haviam, simplesmente, adorado?
— Então é verdade. — A voz de Caius soou ao fundo falando para todos, porém ao mesmo tempo para ninguém em específico. Alec não era o único surpreso naquela sala, embora o mais velho dos cabelos clareados soubesse disfarçar infinitamente melhor.
— Com meu dom² constatei que o sentimento é recíproco. — Agora fora a vez de Marcus de se pronunciar, e, mesmo que sua voz soasse entediada, não poderia estar prestando mais atenção no assunto, coisa que não fazia a décadas, mas afinal, não é toda dia que um Volturi se apaixona por um membro de clã rival e consegue os beneficiar com isso, não que sentisse por isso algo além de um leve curiosidade, claro, ao contrário de seu ex cunhado³. — Mesmo que mais fraco por parte da Cullen devido ao fato de ainda ser uma criança, e por possuir metade do dna humano em seu organismo.
Apesar de ter reagido as últimas palavras de modo mais emotivo do que gostaria — estava feliz, por que diabos estava feliz? Não se importava se gostavam dele ou não, nunca se importou, não deveria ser diferente com ela — sua mente se encontra focada em outra situação.
Mesmo confuso, ainda era um Volturi e, astuto como tal, se pôs a pensar no porquê de toda essa comoção para com sua vida particular. Seus mestres não eram idiotas, não mesmo, e nunca faziam nada por acaso. Sabia que eles desejam os poderes da vidente e do telepata, assim como também tinha conhecimento da vontade de Aro de ter mais uma vez Carlisle em sua equipe — o que, diga-se de passagem, o vampiro mais novo nunca entendeu, eles eram amigos? Aro tinha amigos? — mas, onde ela se encaixaria nisso tudo?
Apesar de serem da mesma família, não conseguia ver uma relação maior digna de toda essa atenção.
Foi então que, com a próxima fala de Aro, todas as peças se encaixaram.
— Carlie é poderosa, criança. Muito poderosa. — Uma pausa, a voz dele não tão doce quanto normalmente a forçava para que fosse. — A família ainda não tem consciência disso e creio que nem mesmo ela. Presenciei uma amostra de seus poderes na clareira⁴, se treinada corretamente nem consigo imaginar os benefícios que poderia nos proporcionar. — O sorriso maquiavélico em sua face aumentou ainda mais. — Nós queremos ela na guarda, Alec. E você vai ajudar.
— Sua próxima missão começa em algumas horas. Já demos um jeito, você vai vê-la. — Caius completou a fala do líder central. Sinceramente, não sabia o que pensar sobre tal situação, mas amava o caos, se fosse isso que a missão iria desencadear, então, mesmo ainda não tendo uma opinião formada sobre, para si tudo bem.
Carlie seria a ruína dos Cullen, e todos iriam adorar ver aquilo.
Porém, mesmo sentindo eterna devoção aos seus salvadores, eterna lealdade, Alec não sabia se havia ficado feliz, ou temeroso diante a tal ideia.
[...]
Os dois jovens rapazes — nem tão jovens assim — corriam a horas cada vez mais adentrando a enorme floresta escura que se seguia pelos terrenos de La Push, mas não era como se estivessem cansados ou assustados, não era como se pudessem ficar assim na verdade.
Ambos trocaram um rápido olhar cúmplice após ouvirem vários rosnados não muito longe da onde se encontravam, trataram de correr mais rápido ainda alterando a rota que antes se seguia pelo chão para cima das árvores enquanto um sorriso zombeteiro se apossava da face dos mesmos.
— Sete transmorfos⁵ no total, três seguem nossa trilha pela terra, dois correm pelas laterais cada e outros dois espreitam nas margens de um riacho cento e vinte e sete metros à frente, estão querendo nos encurralar. — Demetri alertou com a simplicidade de quem avisa a previsão do tempo, já esperava por aquilo, havia sentido os mesmos desde quando deu o primeiro passo nas terras da reserva indígena, não era considerado o melhor rastreador de todos por exagero de terceiros.
Alec resistiu ao impulso de parar e dar uma lição nos transmorfos que ousavam achar que eram uma ameaça para si e seu parceiro, e sabia que o rastreador ao seu lado se encontrava com a mesma vontade, poderiam acabar com os sete em um piscar de olhos e isso nem faria cócegas na dupla, mas essa não era a missão para qual foram designados e por hora teria que esperar.
O vampiro mais velho⁶ se limitou então apenas a aumentar o sorriso debochado que jazia em sua face enquanto mantinha o ritmo acelerado de corrida, outra hora lidaria com os lobinhos.
— Céus como eles fedem. — Demetri resmungou arrancando uma sutil risada em concordância de Alec.
Minutos se passaram e não havia sido difícil escapar das enormes feras, principalmente após cruzarem um riacho que cortava a floresta, por algum motivo, que eles na verdade não se importavam, os transmorfos não seguiram a caçada passando apenas a rosnar do outro lado do rio.
Alguns instantes após tal acontecido já foi o suficiente para que a grande casa dos Cullen entrasse no campo de visão dos dois guardas, ambos parando enfim de correr e analisando o interior da mesma graças as paredes de vidro que possuía.
Não tardarem a ver toda a família Cullen reunida na sala, todos de pé abraçados aos seus respectivos companheiros olhando, através da transparência do vidro, para os dois vampiros de olhos vermelhos parados no início da floresta, uma forte tensão pairando no ar.
Os Volturis sabiam que as gêmeas não se encontravam ali, Demetri tendo sentido a essência das mesmas vinda da vasta floresta localizada nos territórios do Alasca, porém acharam, principalmente Alec, que seria melhor já manter definido os termos da missão para que não precisassem interagir uns com os outros futuramente.
Apesar da ordem dos líderes, o que mais o garoto dos poderes paralisantes queria era se manter afastado. Mesmo tendo um controle exemplar, não sabia quanto tempo conseguiria se segurar caso perto daquele sangue tão tentador, observar a dona de longe já seria um sacrifício — mesmo que seu interior se encontrasse bem mais confortável ali naquelas terras lamacentas do que no luxuoso palácio que residia, o que era, no mínimo, irritante — sem contar que, além da questão do sangue — afinal, tinha recebido ordens expressas o proibindo de realizar tal atitude que tanto desejava, a devorar — ainda tinha, mesmo que negasse, o fato da preocupação, que não estava nenhum pouco empolgado para ver aumentar a medida que passava mais tempo a observando.
Edward foi o primeiro a tomar uma iniciativa e, usando de sua velocidade sobrenatural, logo se encontrava fora da casa parado frente ao vampiro dos cabelos castanhos acobreados quase ruivos. Demetri, de forma ainda mais rápida, se preparou para também ficar na frente do parceiro fazendo assim sua proteção contra o Cullen leitor de mentes, porém foi impedido pela mão de Alec em seu ombro, um sinal de que estava tudo bem. Apesar disso ainda assim permaneceu atento, sabia que era um melhor lutador do que o gêmeo e que talvez o poder do mais velho não funcionasse devido a forma que a recém criada, Isabella, os encarava de dentro da residência.
— Se você ousar chegar perto da minha filha, se ousar encostar nela. — Edward rosnou, porém isso não pareceu assustar o Volturi a sua frente que logo possuía quase toda a sua face tomada por um cínico sorriso.
Dando um passo à frente Alec se aproximou ainda mais do pai de sua cantante, seus olhos brilhando em desafio.
— Eu posso me aproximar o quanto quiser dela, basta eu achar que isso é necessário para o desenvolvimento da missão. Você não iria contra uma ordem direta de Aro, iria, Edward? — Como já dito anteriormente, não, ele não queria se aproximar, a coisa que mais queria na verdade sendo exatamente o oposto, manter o máximo de distância possível, mas não seria um Volturi se perdesse a oportunidade de provocar o topetudo do clã vegetariano, sem dúvidas.
Antes que Edward fizesse algo que, definitivamente, se arrependeria depois quando chegasse aos ouvidos dos chefes do clã italiano, Jasper apareceu tocando com firmeza em seu ombro esquerdo, muito provavelmente usando de seu dom para acalma-lo.
— Não iremos contra a ordem de Aro, nem você. Sua missão é investigar e analisar, não machucar, estou correto, Alec? — A voz fria do ex Major se fez presente, sua mão ainda no ombro do amigo enquanto citava a carta entregue dias atrás pelo rastreador presente em seu campo de visão⁷.
Alec queria provocar mais, dizer que a machucaria, dizer que a mataria, dizer qualquer coisa que deixasse a mostra todo o ódio que sentia pela Cullen mais nova, todavia nenhuma dessas palavras escapou por sua boca, não conseguia, simplesmente não conseguia dizer.
Percebendo a dispersão do amigo Demetri fingiu limpar a garganta para despertar sua atenção, porém o mesmo nada fez além de continuar a encarar agora o nada de modo confuso.
Por que simplesmente não conseguia?
— Eu nunca a machucaria. — Parecia com sua voz, parecia ridiculamente parecida com sua voz, e havia sentido sua boca se mexer, mas não era, não podia ser, não tinha como ser. Não tinha falado aquilo. Não tinha como ter falado aquilo porque não acreditava nisso. Podia sim a machucar, claro que podia. Tinha que poder. Porque só não se machuca o que se gosta, e ele não gostava dela.
Demetri arregalou ambos os olhos antes que pudesse se dar conta do que fazia, sentia como se tivesse levado um choque, ver um dos gêmeos sinistros — vulgo Alec e Jane — se importando com algo fora eles mesmos sendo algo que nunca imaginou que presenciaria mesmo em toda a sua infinita vida. Seu choque aumentando ainda mais ao enfim perceber o que de fato acontecia, as peças se encaixando de modo tão perfeito que se não estivesse tão surpreso se questionaria como não havia percebido antes.
Aquele era o motivo da missão! Claro que era.
Alec salvando a menina no dia da clareira, na hora achou ter entendido errado o que se passava, assim como todos os outros Volturis com exceção dos mestres, mas agora tudo fazia sentido, tudo fazia tanto sentido. Estava tão óbvio.
Devido aos anos de convivência sabia quando o parceiro mentia, foi uma tática que desenvolveu com o tempo para ser capaz de o irritar ainda mais, e ele não estava agora, não mesmo.
Entre o clã italianos apenas os três líderes e Jane — essa segunda sendo graças a muitas ameaças — sabiam sobre a informação referente ao menino dos poderes paralisantes e a criança Cullen, mas não foi difícil para Demetri perceber, não diante as recentes informações que possuía e a forma cujo Alec havia pronunciado as últimas palavras a saírem de sua boca. Perceberia até se fosse surdo.
Assumindo uma expressão que poucas vezes usava, somente quando em uma situação que se fizesse muito necessário, o rastreador retomou sua postura de modo o mais sério que conseguiu — o que, surpreendentemente, foi muito, as vezes eu esqueço que ele é um Volturi — passando a administrar a situação após ver que seu aliada se encontrava ainda tão aéreo quanto segundos atrás.
— Algumas paredes são de vidro, o que nos dá uma visão perfeita do interior da casa, como nossa audição também nos ajuda analisaremos tudo daqui de fora, só sigam com a rotina de vocês como se não estivéssemos aqui, em sete dias iremos embora. — Demetri explicou de modo sério fitando os dois vampiros de olhos dourados na sua frente. — Vamos manter distância, mas podemos entrar na casa, conversar com as híbridas ou fazermos perguntas se acharmos necessário. — Uma pausa. — Estamos entendidos?
Embora ouvisse tudo o que o inimigo pronunciava, Jasper se encontrava focado em outra coisa no momento, sua expressão sustentando um pequeno sorriso ladino.
Talvez, só talvez, seu poderes pudessem ter influenciado em algumas atitudes do Volturi mais velho, todavia não podia implantar palavras em bocas alheias, apenas o havia deixado confuso e calmo o suficiente para que conseguisse pensar sem colocar seu tão familiarizado ódio frente as suas ações, e bem, havia resultado no que resultou. O vampiro podia estar mentindo, sabia disso, porém, por algum motivo, sabia que ele não seria uma ameaça para sua sobrinha, não mesmo. Conhecia como eram as pessoas más, seu tempo como Major do exército o possibilitando melhor do que ninguém à saber disso, e, apesar de saber que Alec, definitivamente, era uma ameaça a vida humana em geral — e não gostar disso — sabia também que — pelo forma que seu olhar, apesar de confuso, brilhou quando a citou — ele não seria capaz de machucá-la, nunca, mesmo se quisesse, e isso foi o suficiente para fazer gostar, um pouco, do talvez, daqui a uns anos, quem sabe, novo membro da família.
— Que assim seja. — Dessa vez fora Edward quem se pronunciou, a voz mais grave do que o necessário embora já estivesse mais calmo devido ao poder de seu cunhado. Lia os pensamentos de Alec, com toda certeza, e isso também serviu para o acalmar um pouco mais, porém ainda assim não gostava da situação.
— E pelo amor de Deus, não mandem elas de novo para o Alasca. — Tão rápido quanto se foi o antigo Demetri já havia voltado. — Eu odeio aquele clima⁸. — E puxando um Britânico atordoado que cada vez mais saía do modo aéreo adentrando no puto, visto que Jasper já não mais usava seus poderes, os dois Volturis sumiram de vista causando uma sonora risada por parte do último citado, e de sua companheira, Alice, que observava atenta de dentro da mansão luxuosa.
Sem mais o que fazer Edward e o Hale, este que já havia retirado sua mão do ombro alheio, voltaram para a grande casa torcendo para que os próximas vezes fossem mais fáceis do que está que se seguiu segundos atrás. Era uma ordem de Aro e infelizmente, ainda mais para o leitor de mentes, não poderiam fazer nada para impedir, porém só de saber que os dois ficariam fora da casa, pelos menos até segunda ordem, era um alívio para todos os menbros da família.
Os dois Volturis por sua vez apenas permaneceram correndo o mais rápido que conseguiam mesmo que Demetri quisesse parar para realizar várias questionamentos ao garoto ao seu lado, Alec não podia parar, não mesmo, porque se parasse, se sequer pensasse em parar, então ele voltaria naquela mansão quase totalmente transparente e iniciaria uma guerra da qual, apesar de saber que não ganharia, deixaria muitos mortos, e isso definitivamente não iria agradar seus líderes, não Aro pelo menos.
O foco era chegar o mais rápido possível no Alasca, e assim iria permanecer.
・ ❁ ・
¹- Tradução: Senhor.
²- Marcus tem o poder de sentir a intensidade dos relacionamentos.
³- Marcus era casado com a irmã de Aro antes da mesma ser assassinada.
⁴- A medida que Carlie for entendendo melhor sobre os seus poderes, nós também iremos.
⁵- Transmorfos são humanos que podem se transformar em lobos, a matilha de La Push.
⁶- Demetri é mais novo que Alec.
⁷- Este acontecimento ocorre no 8° capítulo - Família.
⁸- Por ter nascido na Grécia, depois migrado para o Egito, e depois para a Itália, na minha cabeça faz sentido que Demetri, contrariando boa parte do que os vampiros deveriam gostar, não gosta de climas exageradamente frios. Não que ele sinta frio ou algo assim, é apenas uma preferência pessoal criada por minha pessoa.
Primeira pergunta (eu tentando distrair vcs pra vcs se esquecerem q querem me matar): Vcs gostam quando eu escrevo/dou minha opinião aqui, ou só curtem ler o cap msm?
Pq eu amo fazer isso, me sinto mais próxima de vcs, mas nunca lembrei de perguntar a opinião de vcs sobre.
Segunda pergunta: Vcs gostam das músicas no começo do cap? Pq eu tento sempre escolher com o maior cuidado possível pra música se parecer ao máximo com oq tá acontecendo no momento, mas eu vejo q pouquíssimas pessoas comentam sobre.
Terceira pergunta: De 0 a 10 em uma escala de querer me matar, qual vc está e pq é na 0? ;)
Mas então gente, sem desculpas dessa vez, deixei a fic um pouco de lado sim, e eu sei q to prometendo q a interação do Alec e da Carlie vai acontecer a no mínimo uns 4 capítulos atrás KKKKKKKKKK mas eu juro q to dando o meu melhor.
Eu tentei escrever a interação deles (de nv) e não fluiu por nada (de novo). Eu cheguei até a conseguir fazer um cap de mil e poucas palavras sobre essa interação, e odiei todas as mil. Sempre parece q tá faltando alguma coisa.
Por isso agora eu ñ vou prometer mais nada.
Talvez o próximo cap seja a interação deles, talvez não, só vamos saber quando ele sair, e assim por diante. Pq assim eu vou me sentir bem menos presa, e tenho certeza q os caps vão fluir com bem mais facilidade e demorar menos.
Sobre esse cap, vamos lá.
Pra quem ñ percebeu, esse cap é meio no "passado". Ele se passa no mesmo tempo do cap 9, que é quando as gêmeas tão na casa das Denali.
Vocês tão me pedindo um cap com a visão do Alec a um bom tempo, e esses dias, quando eu comentei no grupo da fic q tava mt frustrada pq ñ tava conseguindo escrever nd, esse assunto voltou à tona. Como eu já tinha notado q ñ tava conseguindo escrever a interação deles de jeito nenhum, eu pensei, pq não?
Primeiro eu tentei escrever a interação deles no ponto de vista do Alec, não deu certo, DEFINITIVAMENTE Ñ (alguém sempre acabava morto, COMPLICADO), então e decidi tentar fazer algo diferente.
Quem leu a antiga versão lembra desses caps, de Alec em Volterra e da chegada em Forks, são cenas q já aconteceram (apesar de estarem modificadas, quem leu sabe) e eu só percebi q estava sentindo MT falta quando peguei pra editar. Eu sinto q tava faltando esse aprofundamento do Alec sabe, a relação dele com a Jane, com os líderes, afinal, a fic tbm é sobre ele né, então ñ tive como ñ trazer essas cenas de volta, e eu espero mt q tenham gostado.
O deme brincalhão = minha religião
O deme sério = minha religião tbm
Deme supremacy
O Jasper aceitando o Alec como futuro pretendente da Carlie É TUDO PRA MIM, ô homem perfeito hem ô lá em casa.
E ele mexendo com as emoções do Alec pra ver oq o Alec ia falar? Kkkkkkk nmrl eu ri mt, sem estruturas pra esse homem.
Edward bancando o pai protetor = me julgue, mas eu gostei.
Aro sorrindo = Amado?? para, credo, tá tudo mundo pedindo, tem criança chorando
Curiosidade, sim, o Alec é Britânico, e o Deme, apesar de ñ ter sido citado no cap, é Grego, ai eu amo certos homens.
Demetri ficando chocado com a fofoca, e o Alec se questinando se o Aro tem amigos é o ponto auge do cap e só minha opinião importa kkkkjk
Brincadeiras a parte, foi isso.
Não vou responder os comentários de vcs agora agora, pq vou tentar adiantar o próximo cap o máximo possível, e também vou tentar revisar a fic pq eu vi alguns caps antigos tão com vários erros ortográficos, mas vou estar vendo todos, e assim q der tiro o atraso.
Espero q tenham gostado.
Logo logo sai mais. Bjs.
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