Capítulo 27
Antes de tudo quero pedir muito obrigado para @sophis2s2 pelo Book Trailer maravilhoso que ela fez (vídeo acima), ela está com um projeto maravilhoso de criar Book Trailers totalmente gratuitos. Então se você quer ou conhece alguém que quer um desses entre em contato com ela.
~Boa Leitura.
Há algumas semanas atrás o cenário de guerra predominava o fogo se alimentando de tudo oque via, o sangue brotando dos ferimentos, os corpos estraçalhados manchando o solo santo. Mas agora essas cenas estavam se tornando memórias, avisos para as futuras gerações.
É claro que a paz não reinava por completo, ainda havia desentendimentos e brigas, mas aos poucos tudo ficaria bem. Os prisioneiros de guerra estavam a reconstruir oque foi consumido pela batalha travada.
Jasmin agora estava sentada na bancada do laboratório de Joker, observando todo o seu cuidado ao manusear os frascos e preparar seus experimentos, os olhos grandes e curiosos de Jasmin se voltaram para um ponto especifico de Joker, seus lábios rosados com o fino corte de um soco levado na batalha.
"Desça daí, criança!" Joker falou ao se aproximar da bancada, os olhos cansados por trás dos óculos, Jasmin balançou a cabeça fazendo bico e Joker riu da cena a puxando para perto, Jasmin envolveu os braços em seu pescoço e as pernas em sua cintura.
"Porque fez isso?" Joker perguntou com a voz trêmula, as bochechas avermelhada e seu olhar voltado para a porta de metal à sua frente.
"Porque eu quis, quero que me carregue!" Jasmin falou autoritária, Joker deu passos para trás até uma das cadeiras postas sob a claraboia como na noite do primeiro beijo. Ele a colocou com cuidado na cadeira, mas Jasmin não deixou-o ir selando seus lábios.
"Eu estava pensando, agora que toda essa história de guerra acabou podíamos viajar juntos, só nós dois." Joker observava Jasmin sorrir, ele estava por cima dela, uma posição não muito confortável, mas não ligava para isso, pois conseguia sentir a respiração da amada.
"Eu aceito, sabe, eu sinto muita falta de casa talvez possamos ir para Campo das Flores e visitar minha mãe. Sinto falta do bolo de cenoura dela." Jasmin agora estava empolgada, Joker sentiu seu corpo arrepiar, não era isso que ele pensava.
"E-Eu não acho uma boa ideia, não sei se Angeli vai gostar da ideia." Joker parecia preocupado, se levantou bruscamente e procurou por algo para se entreter. Precisava manter a calma.
"Angeli não precisa saber." A voz e o riso maroto de Jasmin o surpreenderam. "Você mesmo sempre quis ir para lá, vamos. Apenas uma manhã, ninguém notará." Ela segurava a mão dele, os dedos quentes massageando as costas de sua mão.
Joker analisou a situação toda por alguns instantes até que, com a cabeça, concordou.
"Iremos hoje à meia noite. Te esperarei na frente de seu quarto." Ele respondeu seco, seis horas eram o suficiente para planejar tudo. "Não conte para ninguém, principalmente para Ignis."
Eles se beijaram mais uma vez se despedindo por hora.
[...]
"Tem certeza que é esta a casa?" Joker perguntou observando a casa cor de creme por trás do portão de cor escura, as janelas estavam abertas e suas cortinas balançavam com o pouco de vento que fazia. Ela devia estar em casa.
"Joker, só faz alguns meses que não estive aqui, não esqueci do meu lar." Ela respondeu rindo ele sorriu fraco escondendo seus pensamentos "já faz quase um ano nephilin."
Ela se voltou para a caixinha do correio, sabia que havia um fundo falso lá e que a chave do portão ficava lá dentro. A resposta é não, Jasmin.
Jasmin retirou a tampa, passou os dedos por todos os cantos, todos os lados possíveis. A chave tinha que estar ali, mas não estava.
"Eu tenho certeza! Tinha que estar aqui a chave." Jasmin falou arrumando a caixa do correio.
"Vamos apenas bater palmas." Joker respondeu se preparando para bater quando a porta se abriu, uma mulher de estatura média e cabelos castanhos saiu de dentro da casa e sorrindo se voltou para os jovens.
"Nunca vi vocês aqui, são novos na cidade?" Jasmin conhecia aquela voz e virando-se sorriu para a mãe, correu para o abraço que deixou a mulher sem entender absolutamente nada.
"Mamãe, eu voltei." Jasmin envolvia a mulher em um abraço quente e carinhoso, sentia falta da mãe por mais estranha que estivesse no momento.
"Querida, acho que está se confundindo, eu não tenho filhos...não mais. Minha filha morreu à sete anos atrás, junto ao pai em um acidente de trânsito." Sua voz transmitia tristeza e dor, seus olhos estavam voltados para o chão e devagar Jasmin soltou-a.
"Olhe para mim!" Jasmin ergueu o queixo da mulher com a ponta dos dedos, os olhos de ambas marejados. "Ela, ela não morreu, eu sou sua filha! Eu cresci nesta casa, eu sou Yasmin Morais, filha de Augusto e Marilia. A pequena Jasmin de Campo das Flores." Ela segurava forte as mãos frias da mãe.
"Amor, eu já sei oque está acontecendo. Vamos embora, por favor." Joker se pronunciou colocando a mão sob o ombro da menina.
"Não! Ela precisa acreditar, ela tem que acreditar!" Jasmin gritou segurando o choro, os lábios tremendo a cada palavra dita.
"Eu sinto muito, eu não te conheço querida. Meu nome é Marina, meu esposo se chamava Eduardo e minha filha Camila. Sinto muito, mas acho melhor vocês irem." Ela falou sorrindo fraco puxando as mãos para si, mas Jasmin agarrou mais forte fazendo suas unhas arranharem a palma de suas mãos.
"Jasmin, por favor." Joker falou apertando a mão em seu ombro, ela concordou soltando as mãos da mulher.
Joker se voltou para a mulher olhando fixamente em seus olhos, ela o encarrou sem palavras. Talvez seja culpa de sua beleza oriental, pela profunda escuridão de seus olhos ou talvez por um motivo mais, "entre, durma e se esqueça de tudo isso".
[...]
"Eu não entendo, por que ela não me reconheceu?" Jasmin perguntou cavando no sorvete de chocolate com a colher branca, estavam na sorveteria principal da cidade, onde ela costumava tomar sorvete com seus pais que agora se tornaram completos estranhos.
"Você sabia que isso poderia acontecer, faz um ano e alguns meses que você saiu daqui, sua mãe esqueceu de você aos poucos."
"Eu sei que demorei para voltar mas quando estava sendo mantida presa por Raphael, ele me disse que criou uma copia de mim, que poderia controlar o tempo e poderia fazer minha mãe esquecer de mim." Sua voz estava calma e controlada mas por dentro sentia raiva de Raphael, vontade de tê-lo socado antes de sua morte, vontade de ter visto a maneira cruel como morreu mas algo a fez lembrar de quando era criança, das brincadeiras e abraços do pai, ele havia errado mas mesmo assim continuava sendo seu pai.
"Raphael disse isso? Jasmin, seu pai era realmente um anjo poderoso mas não acredito que ele tenha poder suficiente para controlar o tempo" sentiu uma dor ao falar como se espinhos travassem sua garganta, calma Joker era oque ele se repetia mentalmente.
"Está dizendo que ele blefou?" Ela perguntou espantada.
"Quem sabe, oque sei é que sua mãe assumiu uma nova identidade, uma maneira de nunca se lembrar de você e nem de seu pai. Não há como desfazer isso."
"E isso sempre acontece? É o preço a pagar por entrar em Campum Florum?" sua voz estava debochada apenas para esconder oque realmente sentia.
"Eu sinto muito, mas você tem uma nova família agora. Quer dizer, todos te adoram na Academia Alpha." Ele tentou consolá-la, sua mão sutilmente segurando a dela.
"Ela é minha mãe, Joker. Eu não quero desistir dela tão facilmente."
"Jasmin, eu irei lhe ajudar no que for preciso mas desde este momento quero que saiba que as chances são mínimas dela se lembrar de você." Joker acariciava seu rosto, ele sabia que aquilo não era verdade mas não queria que Jasmin descobrisse ainda. Era cedo demais e ela não entenderia os motivos.
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