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Capítulo 28

- Helena poderia levar Jhef para um passeio? - Pergunta Tom. - Preciso conversar com Melinda.

- Claro. - Diz Helena, pegando Jhef da sua cadeirinha.

- Jonas está te aguardando no estacionamento. - Diz Tom.

Helena sorri para mim, e caminha com meu filho em seus braços.

Tom está em silêncio, me encarando mas não diz nada.

- Tom...

- Cale a boca. - Diz ameaçadoramente baixo.

- Não me mande calar a boca. - Retruco. - Você é meu marido, me deve respeito.

Tom gargalha sombriamente enquanto me encara com desdém.

- Merece respeito? - Pergunta. - Faz as coisas pelas minhas costas e merece respeito?

- Fui conversar com sua mãe sim. - Digo. - Porque você não tem coragem de fazer isso por si mesmo.

- Você não tinha o direito! - Grita.

- É claro que tenho o direito de conhecer os avós de Jhef! - Digo no mesmo nível. - E você deveria escutar o que Violet me disse, antes de sacrifica-los por não ser capaz de lhes dar uma chance para lhe contar o que realmente aconteceu.

Tom me dá as costas e suspira alto.

- Você não deveria ter feito isso Melinda. - Diz.

- Esperava que eu fizesse o que Tom? - Pergunto. - Que eu ficasse parada vendo você se destruir por que não consegue enxergar a verdade?

- Não preciso enxergar nada! - Diz ríspido.

- É claro que precisa. - Suspiro frustrada. - Fui ver sua mãe porque quero que façam as pazes. - Digo.
- Quero que sejamos uma família unida.

Tom se vira para mim com brusquidão e me olha com raiva.

- Ela não é minha mãe! - Grita. - E nunca seremos uma família feliz como você deseja.

- Só espero que quando você der uma chance a eles para se explicarem, não seja tarde demais. - Digo.

Me aproximo de Tom e tento toca-lo, mas ele se esquiva de meu toque.

- Eu não sei qual a explicação Violet te deu. - Murmura. - Mas não acredito em nada.

- Tom aceita que você está errado pelo menos uma vez na vida! - Digo exasperada. - Abra seu olhos para a verdade e aceite que dessa vez você está complemente errado. Seus pais não te abandonaram.

Ele sorri para mim, mas não é um sorriso amoroso como dos últimos dias. Seu semblante está mudado. Vejo tanta raiva em seu olhar, que me dá um pouco de medo, mas não deixo transparecer.

- Não perca seu tempo tentando me fazer mudar de idéia. - Diz. - Não irá conseguir.

- Pois você não imagina o quanto isso me deixa triste. - Suspiro cansada. - Só quero que você dê uma chance a seus pais para eles se explicarem. - Digo. - Você precisava ver a felicidade de Violet ao ver a foto de Jhef. Ninguém consegue fingir tão bem.

- Você deu uma foto de Jhef a ela? - Pergunta.

- Sim. - Digo.

Tom me segura pelos braços e me aperta forte.

- Pois você vai lá na casa dela buscar de volta. - Diz ameaçadoramente baixo. - Não quero que tenham nada de meu filho. - Aperta ainda mais meu braço.

- Me solta! - O empurro. - Não vou buscar nada. - Digo. - Eles tem direito de conhecer o neto, mesmo que o filho é um burro e não aceita que está errado.

- Melinda não me provoque.

- O se não o que?! - Pergunto exasperada. - Vai me bater?

Tom me olha incrédulo e passa as mãos pelo rosto.

- Acha que eu seria capaz de algo assim? - Pergunta. - Nunca trisquei um dedo em uma mulher para agredi-lá. Não sou esse tipo de homem e achei que você já soubesse isso.

Passo a mão por meu braço, e lhe dou as costas. Meus olhos se enchem de lágrimas, mas tento me controlar.

- Eu só que você seja feliz. - Digo. -Quero lutar por sua felicidade, enquanto você não faz nada.

- Eu não pedi para você lutar por mim. - Diz ríspido.

- Mas mesmo assim estou fazendo isso porque te amo. - Me viro para Tom novamente e digo. - É pedir muito? Que você pelo menos tente por nós?

Não consigo mais segurar as lágrimas e as deixo rolar por meu rosto.

- Não me peça para mudar. - Diz. - Você foi burra em se apaixonar por mim, eu não pedi nada disso.

- Você tem razão. - Sorrio entre as lágrimas. - Que burra eu fui em achar que algum dia meu amor seria retribuído.

- Eu não quis dizer isso. - Diz Tom se aproximando de mim. - Me perdoe.

- Você quis sim. - Me desvio do seu toque e enxugo as lágrimas. - Mas não precisa se preocupar. Não pretendo lhe incomodar mais com minha burrice. - Digo.

Dou as costas para Tom e caminho lentamente.

Ao adentrar meu quarto vou direto para meu closet arrumar minhas coisas.

Pego uma mala e coloco sobre a cama. Juntos minhas roupas e as de Jhef e jogo tudo dentro da mala.

Alguns minutos depois está tudo guardado dentro da grande mala.

Não deu para guardar tudo, terei que buscar o resto de meus pertences e de Jhef outro dia.

Agora a única coisa que quero é sumir e chorar até não haver mais lágrimas.

Coloco a mala com dificuldade no chão. Pego minha bolsa e coloco sobre meu ombro.

Começo a andar lentamente puxando a mala.

Tom ao me ver, caminha até mim e perguntar:

- O que pensa que está fazendo?

- Não é óbvio? - Retruco.

- Você não pode ir embora. - Diz.

- Posso e vou. - Começo a caminhar novamente.

Tom segura meu braço, me impedindo de continuar a andar.

- Me perdoe pelo que eu disse por favor. - Pede Tom.

- Você sempre faz isso. - Digo em um murmúrio. - Me magoa com atitudes e palavras, depois me pede perdão. - Digo. - Não tenho raiva de você Tom. Tenho raiva de mim mesma por ter sido tão cega e acreditado que você me amaria um dia. - Sorrio fraco. - Ilusão minha.

Passo a mão por seu rosto. Dou-lhe um rápido beijo em seus lábios.

- Linda...

- Eu te amo... - O corto. - E para dizer a verdade sempre irei amar. - Digo com a voz embargada. - Mas não sou tão forte como achei que fosse. - Digo. - Não quero que apenas goste de mim. Quero que me ame da mesma forma que te amo. Mas infelizmente isso é impossível.

A porta é aberta e Helena adentra a casa com Jhef nos braços.

- Me desculpe. - Pede. - Achei que tinham terminado de conversar.

- Está tudo bem Helena. - Digo. - De Jhef a Tom para se despedirem.

Helena me encara de olhos arregalados mas faz o que peço.

Tom segura firme Jhef contra seu peito. Pela primeira vez vejo vestígios de lágrimas em seus olhos.

- Eu te amo meu filho. - Murmura baixinho.

Como eu queria que ele me dissesse essa frase algum dia. Mas não acho que será possível. Tom se fechou tanto dentro de seu mundo de raiva e dor, que não se permite amar.

- Pode ir vê-lo sempre que quiser. - Digo. - Não irei proibi-lo de ver seu filho.

- Se eu pedir para você ficar, você fica? - Pergunta.

- Não. - Digo já com os olhos marejados.

Tom me entrega Jhef, lhe dá um beijo no rosto. Depois me abraça forte e me beija rápidamante. Logo em seguida me dá as costas e caminha para seu quarto.

Realmente desejo que Tom seja feliz algum dia, mesmo que não seja eu ao seu lado.

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Bom dia meninas.

Tudo bem com vocês?

Será que agora Tom irá assumir para si mesmo que ama Linda?

Um bom final de semana a todas com as bênçãos de Deus 😍👐

Até segunda feira com o próximo capítulo. 🌹😍❤

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