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Capítulo 5 - Um novo dia para recomeçar

Botucatu, 25 de setembro.

A serra que dá aos visitantes uma vista tão linda e um aroma refrescante da brisa interiorana com sua pequena capela no alto de uma escadaria. Uma imagem marcante para quem a conhece pela primeira vez, e renovadora para todos que passam pela rodovia, pena é que com o calor da primavera causou alguns acidentes em vários pontos da região, queimando eucaliptos, placas, árvores e tudo que as labaredas conseguem consumir. Sabemos que a grama nasce verdinha depois, porém e a vida dos animais que se perdem nesses incêndios? E a poluição do ar que ataca a todos os que têm problemas respiratórios e até os que não tem? Queimadas não são brincadeiras, elas destroem vidas e contaminam o ar que respiramos. Essa é a imagem desse mês de setembro em vários pontos regionais, mesmo que agora Luís esteja desembarcando em outro estado.

A tensão entre a família Guimarães só diminuiu depois da intervenção de Amanda. Foi golpe baixo, eu sei, só que quem melhor que a adolescente para convencer o médico que ele precisava dessa viagem. Ela entendia a profundidade de seu luto melhor do que qualquer um, e sofria ao vê-lo naquele estado. Todos sofriam e nada conseguiram fazer para mudar até o xeque-mate da jovem.

Em algum momento temos que superar o que nos machuca, mesmo que estejam enraizadas tão profundamente em nosso ser. É impossível seguir em frente sem lutar contra o que nos prende naquele antro de dor e sofrimento. Um círculo que não tem início e nem fim, sempre o mesmo sentimento todos os dias infinitamente até que se resolva mudar, por um ponto final e seguir ao desconhecido.

Vitória da Conquista — Bahia, 25 de setembro.

O pessoal acorda animado na casa de Marta Guimarães, a filha mais velha, o genro e dois netos complementam o lar que Luís se hospedou por uma noite e sem que ele quisesse é acordado às 7:00 com uma correria no corredor e uma mãe tentando abafar os gritos com o filho caçula que fugia da tentativa de se trocar para ir à escola.

— Bom dia, meu querido! — Tia Marta diz quando Luís aparece às 7:10 na cozinha para tomar o café da manhã.

— Perdão, primo — Joana fala passando manteiga no pão e entregando ao pequeno — foi o Rael que te acordou, ele é hiperativo e acorda como um furacão — a mãe se explica.

— Sem problema, eu acordo cedo mesmo. Hoje que acabei passando um pouco do horário por causa da canseira da viagem.

Nisso um menino como headphone entra na cozinha e vai se sentando, a mãe estressada levanta e tira o aparelho da cabeça do filho.

— Rafael, seja pelo menos um pouco educado com nosso primo. — O menino de 15 anos olha para Luís Henrique e resmunga alguma coisa inaudível recolocando os fones. — Ra — a mãe vai continuar a falar e é cortada pelo médico.

— Não se preocupe, ele é um adolescente e acordou cedo. Idade complicada e horário terrível para os noturnos.

— Eu falei, minha filha, não precisa se preocupar, Luís é da casa — Marta fala colocando sobre a mesa o café passado na hora.

— Cheguei — Afonso entra na cozinha segurando um bolo e algumas sacolas. — Acordou, foi? Se soubesse teria ido à padaria mais cedo.

— Não precisam se preocupar comigo — responde Luís levantando para cumprimentar o primo e recebendo um abraço em resposta.

— Enquanto eu estiver casado com sua prima, ainda serei da família — o homem afirma com um sorriso carismático.

O café da manhã foi tranquilo entre ele, se é que pode se chamar de tranquilo, quando todos, menos Rafael, queriam saber sobre como é a vida do médico botucatuense, que gostava de conversar e dava risada com os familiares que via muito pouco, seu contato maior era por WhatsApp. Luís não era igual seus pais que viajavam todo ano para a Bahia para visitar a família, ele se mantinha o mais ocupado possível e essa mudança fará grandes diferenças em sua vida.

Lá pelas 9h, Marta levou Luís Henrique para visitar os avós que ficaram tão contentes e emocionados que pareciam duas crianças, só que crianças de 80 anos que viam o neto após anos. Realmente nosso protagonista, por mais que passasse o tempo, tinha renegado o tempo com seus familiares e visto a importância apenas de dar atenção aos pacientes em fase terminal ou os que eram menosprezados por aqueles que deviam amá-los. É interessante como vemos o mundo, como vemos apenas o que nos importa e não o todo.

As mudanças estão só começando e ele logo vai percebê-las.

Bahia, 28 de setembro.

O Ford K 2020 branco alugado desliza a rodovia BR116, o clima quente entra pelas janelas abertas do jeito que ele sempre gostou. O Google Maps guiando seu trajeto entre Vitória da Conquista a Boa Nova, a cidade a qual começaria a trabalhar na segunda-feira. Chegando ao Entroncamento de Boa Nova, Luís aprecia a entrada com o letreiro escrito "Paraíso das Aves", um local tranquilo para se viver. Um restaurante do outro lado da pista chama sua atenção, o qual decide parar na volta para almoçar. A capela ali localizada repousa nos braços de seus habitantes e a placa de um artesão de madeira o faz lembrar de sua mãe, Luiza irá adorar ganhar uma estatueta de arara e aquele banco de madeira ficará lindo no quintal da casa de Aline. Ele sorri para si, como se uma energia o renovasse.

Pegando a BR030 ele segue por mais um tempo, a viagem em meio a paisagem baiana o deixa cheio de expectativas, por ele continuaria viajando sem ter um rumo exato. Um de seus prazeres sempre foi dirigir, sentir a brisa entrando pela janela, talvez quando voltasse para casa resolvesse tirar carta de moto, ele nunca tinha pensado nessa possibilidade, Karen morria de medo e nunca o deixou fazer essa loucura já sabendo que o marido gostava de correr ao dirigir um carro, uma moto então seria acidente na certa.

Ao sair da rodovia, o carro desliza pelas ruas de paralelepípedo, as crianças que brincavam de bola param para deixar o automóvel passar. Algumas pessoas andavam pelas calçadas e outras conversavam distraidamente na varanda de suas casas. Luís olhava tudo admirado, nada daquilo era distante da sua realidade, era apenas ele que não tinha mais tempo de reparar nas amenidades da vida. O tempo dele durante os 7 anos foi destinado aos doentes e necessitados de atenção.

Abaixo de um arco, uma jovem lê um livro com o nome indistinguível ao médico, só o que ele conseguiu reparar era a capa em uma tonalidade de papel envelhecido, com um coração humano e rabiscos pretos nas bordas — um leitor consegue ver muitas coisas quando se trata de livros! — Seu carro avança pela esquina da praça em direção ao posto de saúde que irá trabalhar. Para ele é como se fosse a primeira vez, é como se estivesse acabado de receber o seu diploma e recebesse a proposta de trabalho. Luís podia negar aos sete ventos, mas estava animado com essa possibilidade no interior da Bahia.

Quando para o carro, olha bem para o pequeno posto de saúde, ali ele trabalharia pelos próximos três meses, seu contrato venceria no dia 31 de dezembro e em janeiro estaria de volta a sua terra natal, quem sabe dessa vez com um pouco menos de encheção de saco pela parte dos pais e das irmãs, até Amandinha em algum momento se virou contra ele.

O médico desce do automóvel, dá a volta e encosta seu corpo na porta do passageiro apreciando o ar enquanto cruza os braços e fecha os olhos. Mil e uma lembranças passam em sua mente e todas é que ele devia um encontro consigo. Sua família tinha total razão, ele precisava viver mais e não ficar vegetando como um paciente em coma. Como ele descobriu isso? Talvez seja a viagem de carro, a conversa com a adolescente, os conselhos de algum paciente, alguma conversa que tenha tido com Karen antes de seu falecimento, ou uma frase de um livro que pode ter batido fundo em sua alma no momento que ele precisava.

Ao voltar pelo caminho, ele para na esquina do arco com a intenção de espionar a capa do livro, mas a leitora não estava mais ali. Descendo novamente do automóvel, ele adentra a praça com aspecto de recém-construída ou reformada recentemente, e observa as crianças brincando na quadra e no parquinho. Era por imagens como aquela que ele tanto desejava estudar pediatria, dar aos pequenos a saúde necessária para se divertirem durante a infância.

Na volta para Vitória da Conquista, o médico para no Entroncamento e por lá fica mais um pouco, aprecia a vista, visita à capela, observa as obras do artesão e compra para sua tia paterna um Sabiá de madeira, que parecia tanto com um pássaro real. Seu almoço no restaurante foi regado de novos sabores, a comida baiana tem seus prazeres e Luís Henrique logo irá adorar tantos temperos, que não vai viver sem eles. Agora o que falta é ele decidir se fará essa viagem os cinco dias da semana ou se irá ficar em alguma pousada que seja bem mais perto de seu trabalho, assim como a decisão do carro.

Basta um dia bom para tudo mudar, um olhar para as pequenas coisas à sua volta e você recomeçar sem nem mesmo perceber. E assim também é a parte ruim. Um pensamento negativo traz uma enxurrada de acontecimentos ruins e um pensamento positivo faz o mesmo, só que sabemos bem como é a sensação boa e como ela nos muda interna e externamente.

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Grandes emoções vem por aí...

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