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Capítulo 9 - Recordações de Verão

- Diogo Ramos! Para tua informação entre mim e o Martim não há nada, somos só colegas e amigos.

- Amigos! Sei, achas que me enganas. Eu conheço-te bem, e se vocês os dois são só amigos eu sou a Pai Natal.

- Diogo. Chega, já te disse somos amigos, os melhores amigos.

- Ok, vou fingir que acredito em ti...- e depois desta conversa meio séria, meio de gozo apanhámos um taxi para casa.

Sendo que não fui para a faculdade aproveitei para dormir, Mara que tinha feito plantão até às 7 da manhã nesse dia e ainda teve que voltar para o hospital por conta da "Minha Anja", foi também descansar. Chego ao quarto e atiro-me literalmente para a cama.

Fico ali a olhar para o teto branco do meu quarto, a imagem dela não me sai da cabeça. Eu tenho a certeza que a conheço de algum lado, mas de onde? Já coloquei mil e uma hipóteses mas nada me faz sentido. Acabo por adormecer a pensar na "Minha Anja"

À hora do jantar, a minha mãe veio-me chamar. Acabei por ajudá-la a colocar as últimas coisa na mesa antes de todos começarmos a comer. Sim, cá em casa todos ajudamos. Não é porque sou rapaz que não posso lavar a louça, aspirar ou até engomar. Não é justo apenas a minha mãe e as minhas irmãs, fomos educados assim e pretendo fazer a mesma coisa quendo casar e tiver filhos.

A conversa, à mesa, foi como sempre monopolizada pela nossa "ratinha minnie": sobre a escola, os novos professores, os colegas e suas opiniões sobre eles. Ouvindo a nossa Rute parecia que era das miúdas mais populares da escola quando na verdade era o oposto. Para ela isso não era importante "prefiro ser apelidada de croma com boas notas do que ser popular e fútil" era a sua frase preferida.

A Rute era assim: estudiosa e responsável como a Mara, aventureira e destemida como o Miguel e tímida e cautelosa como eu. Uma mistura perfeita de todos. Por fim falou da suposta nova colega que tinha vindo de Lisboa mas que até aquele dia ainda não tinha aparecido. Só sabia que era prima de uma tal Ana, a arqui-inimiga da Rute.

No final do jantar fui ajudar a minha mãe a arrumar a cozinha enquanto a Mara foi para o quarto e a Rute e o meu pai foram ver as notícias. Era um ritual deles, um momento dos dois que nunca prescindiam, eles chamavam-no de "O Momento R&R". Desde pequena que ela se sentava ao colo do pai enquanto ele lhe ia explicando o que se passava no mundo.

Enquanto ajudava a minha mãe não conseguia deixar de pensar na "minha Anja" como é que ela estaria? De repente lembrei-me da última vez que estive nesta situação: em Lisboa há cerca de dois meses atrás.

"Há um mês fomos todos a Lisboa de férias, estivemos em casa dos meus tios. Houve uma noite que os meus primos quiseram sair, ir a uma discoteca, connosco ia mais um amigo da minha prima (ou seria namorado não sei, talvez.). Na dita discoteca já estavam mais dois amigos dela: um rapaz metido, com um ego maior que ele próprio, sabem aqueles que têm a mania que são o Brad Pitt ou o Jonhny Deep, e ELA. Entrámos todos e separamo-nos: os teenagers foram para a pista, eu e o meu primo fomos para o bar.

Passado um tempo, que não sei dizer-vos quanto, a minha prima Gabriela veio ter connosco aflita. O dito rapaz estava bêbado e a bater na amiga. Saímos os três, e lá estava o animal do rapaz a bater nela. A miúda estava estendida no chão já sem forças para se proteger. Reparei que as roupas estavam rasgadas, e o rapaz estava com...olho para o meu primo que percebe imediatamente o que aquele desgraçado fez.

E enquanto o meu primo segurava no rapaz, e lhe dava um correctivo (com a desculpa de o manter quieto) eu baixei-me, tirei o casaco e coloquei nela. A Gabi entretanto já tinha chamado o 112. Quando chegaram os paramédicos perguntam o que se passou, e eu conto o que vi e o que desconfio.

Quando perguntam se vai alguém a acompanhar, eu olho para o meu primo e logo ele me acena. Eu vou até ao hospital, e dali não saio até saber que ela está bem e que os pais já foram avisados. Nunca a esquecerei..."

Era ELA, a que me tirou do sério em Lisboa, a minha Rainha da Noite...era a minha Anja. Sim era ela, tenho a certeza. Deixei a cozinha e corri para o quarto da Mara, eu sabia que a conhecia de algum lado, mas o que é que ela estava a fazer em Coimbra? Como é que ela veio parar aqui? E estava diferente, talvez o cabelo? Sim, o cabelo estava diferente. Bati à porta do quarto da Mara...

- Estás a dormir? Posso entrar?- entrei devagar, pois conheço a minha irmã melhor do que ninguém.

- Diogo. A não ser que a casa esteja a cair podes ir-te embora. Eu preciso de dormir.

- Desculpa, mas é importante...- e sem esperar que ela me dissesse mais alguma coisa entrei e sentei-me ao lado dela.- Eu lembrei-me de onde conheço a miúda...

- Tu mentiste à polícia? Diogo, sabes que isso é crime? Tens noção da merda que fizeste?

- Eu não menti, quer dizer não propriamente.

- Pois não!- nesta altura já tenho uma irmã furiosa comigo, a andar de um lado para o outro do quarto.

- Vais acabar por furar o chão se continuas a andar de uma lado para o outro...- e eis que vejo o olhar mais mortal de Mara Ramos.

- Achas piada Diogo? Tu tens noção que a tua ficha não é muito limpa na polícia? Um deslize mesmo mínimo, e eles...

- Eu sei. Mas agora podes sentar-te, calares essa tua boaca linda e ouvires o que eu te quero contar?

- Quando a vi eu não sabia quem ela era, mas tive a sensação que a já a tinha visto em algum lugar, mas não sabia de onde.

- Podias ter tido isso à polícia e à Assistente Social...

- Mara, pensa bem se eu tivesse tido que ela me parecia familiar mas não sabia de onde, o que achas que eles fariam? No mínimo chamavam-me de doido.- ela olha para mim e parece entender o que lhe quero dizer...- Às vezes aparece-te alguém à frente que parece que conheces mas por muito que puxes pela memória não sabes de onde é que a conheces.

- Ok, e afinal quem é ela? Qual o nome dela? A morada dela?

- Não sei...- a Mara olhou para mim e no mínimo estava a chamar-me de doido.- Eu sei deves estar a chamar-me de doido...- e sorrio com a cara que ela faz como quem diz "isso é o mínimo que te estou a chamar agora"- Eu conhecia-a em Lisboa, ela é amiga da Gabi. E para cumulo dos cúmulos, conheci-a numa situação um pouco pior, inclusive também a levei ao hospital.

- Tu andas armado em príncipe azul desta miúda. O que é que lhe aconteceu em Lisboa?

- Nós estávamos na discoteca numa boa, quando a Gabi veio ter connosco aflita. Ela disse-nos que a amiga estava a ser espancada pelo namorado.

- O quê? Diz-me que não te meteste em problemas?

- Não. O Simão tratou do desgraçado...- e nessa altura fui eu que me levantei. Lembrar-me de como ELA estava magoada e com as roupas naquela forma...

- Diogo...

- O animal do namorado estava a bater-lhe, ela nem reagia mais. Para além de...- parei só de pensar dá-me nojo daquele animal...- ela estava com as roupas todas rasgadas. Sabes o que isso quer dizer, certo?

- Meu Deus...isso é...e depois, o que aconteceu? sabes o que se passou com a míuda?

- Não, eu fui até ao hospital, fiquei com ela até me disserem que os pais já tinham chegado. Eu nunca soube o nome dela. Mas a Gabi, ela era colega de escola da "minha Anja", então ela deve saber o nome dela.

- Já é tarde para ligar para a Gabriela, ou para os tios. 

- Amanhã de manhã ligo, eu só não percebo o porquê de ela estar aqui em Coimbra.

- Talvez se tenha mudado por tudo o que aconteceu, talvez os pais tenham decidido que lhe fazia bem...sei lá. Essas situações deixam marcas Diogo, marca bem profundas. As vitimas podem até tentar esquecer, contudo, nunca irá sair delas a sensação de nojo delas próprias, de culpa...

- Eu quis matar aquele otário...Mara 

- Não, tu sabes que não podes. Diogo ela é menor...vê se atinas. A mãe não iria suportar tu ires de novo para lá.

A Mara referia-se ao ano que passei no reformatório, por algo que eu nem fiz. Uns colegas meus do secundário decidiram fazer uma rave daquelas meio loucas com drogas e bebidas.

Eu não queria muito ir, mas começaram a picar-me a dizer que eu era filhinho da mamã, e outras coisa que acabei por ir. Resultado, alguém se chibou e houve uma rave. Eu fui apanhado com droga, que nem era minha, eu tinha acabado de a tirar do André que já estava mais que chapado.

Resultado: um ano de reformatório, e isto porque eu era menor na altura. O André safou-se e os maiores de idade foram condenados a um ano de prisão. Foi o pior ano da minha vida, não por ter vivido no reformatório, nunca fui mal tratado e o director é alguém com quem ainda hoje falo. Mas ver a dor nos olhos da minha mãe, a decepção nos olhos da Mara e a vergonha no olhar do meu pai. Isso sim fez este ano o pior de todos os meus 20 anos de existência.

Em relação à "Minha Anja" a verdade é que nunca soube o nome dela, pelo menos o nome verdadeiro. Na primeira vez que a vi ela disse-me que se chamava Natália, porém, sempre tive a certeza que aquele não era o nome dela, que o tivesse inventado. Mas havia algo que nunca mais me esqueceria: a alcunha que eu lhe dei. Dessa lembro-me bem "Rainha da Noite", mas neste momento é algo que não vou contar para ninguém, nem à Mara.

-  Bom, então ficamos assim: ligas à chata da Gabriela e depois dás-me o nome e o contacto dela. Mas agora...podes deixar-me dormir, por favor.

- Tudo bem, desculpa. E obrigado por me ouvires, dorme bem e até amanhã.

- Até amanhã...- saí­ do quarto da Mara e fui para o meu.

Já deitado na minha cama, começo a pensar: O que é que ela está a fazer em Coimbra? Será que fugiu do namorado? Isso explicava o porquê de estar a dormir na rua, se aquele animal lhe fez alguma coisa eu vou a Lisboa e dou cabo dele, como é que se pode magoar aquela "Anja"? Será que a Mara tem razão a família apenas saiu de Lisboa para a ajudar a esquecer?

Quando olho para ela, como fiz hoje, só consigo pensar em a abraçar e protege-la. Se fechar os olhos ainda sinto a sua cabeça aninhada ao meu pescoço, ainda sinto o tremer do seu corpo, mas o que é que eu estou para aqui a dizer. Eu não posso pensar nela, não desta forma, ela tem idade para ser minha irmã. Vou dormir...ou pelo menos tentar dormir.

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