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Capítulo 8 - Diogo

- Ei...estás bem? Estás a ouvir-me? Consegues abrir os olhos?

Não consigo...simplesmente não tenho forças. Percebo que alguém me pega ao colo, que corre...sinto-me bem como se estivesse protegida, de novo me sindo uma onda que vai e vem...será que me deixo ir de vez?

Olá eu sou o Diogo. Tenho 20 anos e estudo Medicina. Estou quase no fim do curso, depois faltam-me mais alguns anos entre o internato e a especialização. Ainda não decidi qual é mas tudo aponta para Cirurgia. Moro em Coimbra desde que me conheço, sou o filho do meio dos meus pais, tenho um irmão mais velho e uma mais nova, a nossa princesa. 

Ainda tenho uma irmã mais velha, mas é apenas filha do meu pai, o que nem faz diferença porque ela é como se fosse filha da minha mãe. A Dona Dulce costumava dizer que a Mara não tinha nascido do seu ventre como nós, mas do seu coração.

Mara é filha do primeiro casamento do meu pai, a mãe dela morreu quando era ainda um bebé, depois o meu pai casou-se com a minha mãe. Ela tinha apenas dois anos e a minha mãe sempre foi a sua referência materna.

Três anos depois nasceu o meu irmão Miguel (que está a estudar nos E.U.A. e se bem que os meus pais tenham esperança que ele volte eu tenho a certeza que não), e passado mais três anos nasci eu. Por fim veio a nossa bebé, a mais pequena do clã Ramos e que veio um pouco de surpresa, a nossa "Ratinha Minnie", a Rute.

Estava a sair de casa, mal tinha amanhecido. O sol estava escondido no horizonte, contudo, hoje preciso estar bem cedo na faculdade. Íamos ter a recepção dos caloiros e como Vice Presidente da Associação de Estudantes tenho que fazer a minha parte. Se bem que esta cena das praxes não é a minha praia, mas enfim o dever acima de tudo, e quando entrei na AE fiz os meus juramentos.

Não sei o porquê deste meu desencanto com as praxes, acho apenas que há algo de "animalesco" em toda esta tradição. Colocarmos estes miúdos, que entram meio perdidos neste mundo da faculdade, como alguem abaixo de nós, é cruel demais. Sei lá chamem-me o que quiserem: betinho, menino de coro, nem quero saber.

A vida da universidade já é tão complicada e competitiva, para quê complicar ainda mais esta nova fase a estes miúdos? Mas é como diz o povo "se não os podes vencer, junta-te a eles" .

No fundo é o que eu faço, não me envolvo muito nas praxes em si, apenas ajudo na logística de toda esta semana académica, que tem séculos de história. Por vezes, quando acho que os veteranos estão a atingir limites acima do que é permitido, interfiro para acabar com a brincadeira. É a única vantagem de se ser apenas quase um veterano e vice-presidente da AE.

Quando estava a descer a rua, vejo alguém a dormir à porta da capela que existe perto da minha casa. Percebo pelas roupas que é uma mulher, não costumo ir ter com mendigos, não me levem a mal, eu sei que devemos ajudar o próximo e tal, mas "o burro morreu de velho" (hoje estou numa de provérbios), mas hoje em dia todo o cuidado é pouco.

Contudo, desta vez, nem eu sei porquê, algo me fez ir até aquela pessoa que ali estava.

Quando me aproximei percebi que não era uma mulher mas uma miúda. Devia ter a idade da minha irmã mais nova.

Percebi que estava a tremer de frio, chamei-a uma meia dúzia de vezes e apesar de mexer as pálpebras não abria os olhos. Foi quando decidi aproximar-me mais e toquei-lhe na cara: estava a ferver de febre, embora as suas mãos estivessem frias.

Não pensei duas vezes, peguei nela ao colo. Estava perto de casa e com alguma sorte o meu pai ainda estaria em casa. Andei, ou melhor corri, o mais depressa que consegui.

Dela só lhe conseguia ver a cara quase sem cor. Finalmente cheguei, o carro do meu pai ainda estava a porta, consegui chegar antes de ele sair. Tentei abrir a porta mas com ela ao colo era impossível, toquei à campainha como um louco...

- Diogo. O que!? Quem é essa miúda!?- a minha mãe ficou parada a segurar na porta enquanto eu entrei e a coloquei no sofá...- Diogo, importas-te de me explicar o que está a acontecer?

- Ela está a ferver em febre mãe, estava à porta da capela. Acho que passou lá a noite, não estavas à espera que a deixasse na rua, certo?

- O quê?- a minha mãe aproximou-se dela e tocou-lhe na testa...- Temos que ir com ela para o hospital já. Rui! Mara!

- A Mara esta cá? Mas não estava de plantão?

- Chegou à pouco. Mara! Ela está pálida, meu Deus ela deve ter a idade da Rute. A dormir na rua com este frio...

- Mas para quê estes gritos todos?- o meu pai chega à sala e fica a olhar para nós e para a miúda deitada no nosso sofá...

- Mãe o que é que se passa preciso de dormir, estou...- a Mara olha para a minha mãe e para a miúda e corre até ela, assim que lhe toca já não é preciso mais nada.- Vou me vestir ela precisa de ir já para o hospital. Diogo tu vais comigo, foste tu que a encontraste a polícia vai querer falar contigo.

- Policia? Ei, eu não fiz nada, só a encontrei.- digo já com medo.

Eu e a polícia não temos as melhores das relações. Digamos que a minha adolescência foi passada em más companhias e que fiz uma visita a um local não muito agradável, durante um ano.

- Ninguém está a dizer o contrário, mas ela é menor por isso precisamos de chamar a polí­cia e a assistência social, são os procedimentos normais. Já volto.

- Vou trocar-me também e tenho que falar para o André para o avisar que não vou hoje à Universidade.

Depois de me trocar, uma vez que eu estava de traje académico, e não seria muito cómodo estar no hospital com ele. Adoro o Traje, mas ele é quente, muito quente. E ja que não vou à faculdade não precisava de estar trajado. Assim que estávamos os três prontos saí­mos: eu, a Mara e o meu pai rumo ao hospital.

Enquanto eu liguei ao André avisando que tinha tido um problema e que hoje não podia ir, a Mara ligou para o hospital avisando da nossa chegada.

A "Minha Anja", eu sei meio cliché mas ela parecia mesmo um anjo, estava cada vez pior, a sua respiração  cada vez mais pesada, parecia que lhe estavam a apertar o pescoço e que ela não conseguia respirar.

- Mara, ela está com a respiração muito fraca, parece que não está a conseguir respirar.

- Coloca-a de lado...- e eu fiz tal como a Mara pediu - Isso, estamos quase a chegar.

Finalmente chegamos, já todos estavam à nossa espera. A Mara entrou com eles e pediu-nos que ficássemos ali, que logo vinham falar comigo. Tinham passado uns 30 minutos desde que ela entrou mas parecia que tinha passado uma eternidade. Credo até parece que conheço a miúda.

Pensando bem, ela não me era totalmente desconhecida, não sei de onde, mas a minha "Anja" parecia-me familiar, de onde é que eu a conhecia?

Percebi o que acabara de falar: "Minha Anja"! Desde quando é que ela era minha? Estou a ficar doido, com esta espera, com estes sentimentos que não sei o que são.

"Para Diogo estás apenas preocupado nada mais, ela tem a idade da Rute, para de pensar em asneiras".

- Pai, Diogo...- a Mara entra na sala onde estamos, e com ela vem um polícia e uma senhora mais velha, deve ser a tal assistente social que a Mara disse que iria aparecer também. - Esta é a Doutora Teresa Franco a assistente social, e este é o Agente Pontes.

- A Dra. Mara disse-me que foste tu que encontraste a rapariga?

- Sim fui, mas como é que ela está? É alguma coisa grave?- perguntei virando-me para a Mara.

- Estamos a fazer tudo o que podemos.- respondeu-me meio seca.

- Como assim? Mara diz-me a verdade?- eu sabia que ela estava a tentar ser profissional, mas eu queria a verdade. Naquele momento eu só queria saber se a "Minha Anja" estava bem.

- Diogo! Calma, deixa a tua irmã voltar ao trabalho.- o meu pai vira-se para a Mara - Vai eu fico com o Diogo.- A Mara saiu sem me dizer nada, mas a cara dela disse-me tudo a "Minha Anja" estava mal, era grave. A Mara não me conseguia enganar, não a mim.

Ao longo dos anos aprendi a interpretar cada feição e cada gesto dela, ela é muito mais que uma irmã para mim, é alguém em quem eu confio com quem desabafo.

A dita assistente social e o Senhor Agente fizeram-me uma série de perguntas: onde a encontrei, o que estava a fazer naquele lugar, se ela tinha alguns sinais de violência, se eu tinha visto alguém nos arredores, porque é que não chamei a polícia em vez de a levar para casa, se eu a conhecia ou se me era familiar.

Respondi a todas sem hesitar excepto à última "Conhece-a ou é lhe de alguma forma familiar?". Esta era de alguma forma a pergunta que eu me fazia a mim. Desde o primeiro momento em que a vi.

Eu sabia que a conhecia de algum lado, mas de onde? Acabei apenas por dizer que não, que não a conhecia. Depois de todo o interrogatório ambos nos dispensaram e foram-se embora ficando com os nossos contactos.

- Bom, já que nos dispensaram, vamos eu levo-te à faculdade.

- Não eu vou ficar, quero ter a certeza que ela vai ficar bem.

- Diogo, tu nem a conheces porque é que tu...Diogo! Tu sabes quem é aquela miúda e não disseste nada?

- Não, eu não sei quem ela é, mas...eu não te sei explicar, apenas não consigo sair daqui. Precisos de ter a certeza que ela está bem, saber que ela está sozinha angustia-me.

- E a faculdade? Vais simplesmente faltar por causa de uma miúda que não conheces?

- Vou. Pai, imagina que era a Rute? Não querias que ficasse alguém ao lado dela, que ela não estivesse sozinha?

- Primeiro não é a tua irmã, segundo a miúda não está sozinha, está rodeada de médicos e enfermeiros e por último não vais faltar as aulas por alguém que nem sabes quem é.

- Por muito que goste de ti pai, desta vez não tens razão. Hoje fico aqui e ninguém me vai tirar daqui. Para além disso hoje não tenho aulas.

- Tu és tão casmurro como a Mara...- o meu pai conhecia os filhos que tinha. E sim eu era muito parecido com a Mara quer fisicamente quer de feitio.

- Por isso nos damos tão bem. - E sorri-lhe...- Hoje fico, prometo que amanhã vou a faculdade.

- Tudo bem, mas é só hoje. Eu vou indo, tenho trabalho à espera. Até logo e vê lá se voltas cedo.- ele abraça-me e sai.

O tempo passa e não há notí­cias. Nada, mas também ninguém sabe que  estou à espera de saber alguma coisa, à espera de alguma notí­cia.

De repente vejo a Mara, ela vem em minha direção, percebo pelo seu olhar que não está muito surpresa por me ver ainda ali (eu já vos disse que só com um olhar conseguimos dizer tudo um ao outro).

- Eu sabia que não ias sair daqui sem a ver.

- Achas que posso? Como é que ela está?

- Está estável neste momento. Anda, vamos falar com o Martim, ele é o médico dela.

Depois de falarmos com o Martim, que por mera coincidência era amigo de infância da Mara. Eles conhecem-se desde pequenos e foram fazendo o mesmo percurso académico. Se bem que quando chegou a altura de escolher a especialidade o Martim escolheu Medicina Geral/Pediatria e a Mara optou por Ginecologia/Obstetrícia, mas continuaram amigos e por outro mero acaso conseguiram trabalho no mesmo hospital.

Depois de muitas suplicas minhas, o Doutor Martim autorizou-me a ir vê-la. Entrámos os dois, eu e a Mara, "a minha anja" tinha fios por todo o lado percebi que continuava com uma respiração pesada.

- Ela precisa disto tudo? Mara diz-me a verdade como é que ela está? É muito grave?

- Neste momento a única coisa que te posso dizer é que ela está estabilizada. Mas não te vou esconder que a situação é preocupante...

- Eu não sei como te explicar, mas eu olho para ela e sinto que de alguma forma tenho que a proteger.

- Diogo, ela é menor. Tu sabes o que isso quer dizer, os problemas que te pode trazer. Tu tens 20 anos mas ela só deve ter uns 14 para 15 anos...

- Eu sei, achas que eu não sei, ela deve ter a idade da Rute, mas eu não consigo evitar. Eu apenas sinto esta necessidade de a proteger.

- Bom agora que já a viste, vamos embora para casa.

- Não posso ficar, por favor...- suplico...

- Não nem penses. Diogo tu não és nada a esta miúda, e mete nessa cabeça que nunca poderás ser. Agora vamos que eu preciso de descansar.

- Tudo bem vamos, mas vais-me contar o que há entre ti e o "Dr. Martim"? Vocês estão tipo...

- Diogo Ramos! Para tua informação entre mim e o Martim não há nada, somos só colegas e amigos.

- Amigos! Sei, achas que me enganas. Eu conheço-te bem, e se vocês os dois são só amigos eu sou a Pai Natal.

- Diogo. Chega, já te disse somos amigos, os melhores amigos.

- Ok, vou fingir que acredito em ti.- e depois desta conversa meio séria, meio de gozo apanhámos um taxi para casa.

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