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Capítulo 6 - Discussão entre primos

Coimbra era uma cidade enorme, não tão grande como Lisboa, mas tudo nos parece maior quando não conhecemos acho eu, tudo nos era estranho, nem sabíamos os nomes das ruas. Ela podia estar em qualquer canto, em qualquer "buraco", com fome, frio ou quem sabe se podia estar em perigo.

Estaria à espera de um milagre? Talvez. Talvez aparecesse uma estrela igual àquela que aparecera em Belém. Talvez se olhasse o suficiente esse milagre acontecesse e a estrela me indicasse onde estaria a Madalena, assim como fez à mais de dois mil anos quando Jesus nasceu.

- Vamos Pedro, a Madalena é esperta sabe desenrascar-se...

- Eu sei que é desenrascada, mas não conhece nada disto...- e aponto para a cidade.

Sei que o Afonso tem razão, a Madalena é: inteligente, desenrascada, "responsável" (ou pelo menos era, porque neste momento começo a ter as minhas dúvidas..) e outras qualidades mais: bondosa, amiga dos seus amigos, fiel, brincalhona. No entanto, não consigo deixar de pensar que posso nunca mais...não, não posso pensar nisso, ela vai aparecer, a polícia vai encontrá-la.

Quando chegámos a casa estavam todos a jantar, ou melhor dizendo todas, já que era tudo mulheres naquela mesa. Pelo ambiente de birras e risos percebi que nem a Clara, nem a Sofia, nem mesmo a Catarina sabiam da "fuga/desaparecimento" da Madalena e agradeço ao bom senso da minha avó e da minha por isso.

Olho para a minha avó e vejo que está a fazer um esforço para se manter forte por elas, porque conheço-a bem e sei pelos seus olhos mais brilhantes que seguram as lágrimas que ainda não caíram. Desvio o meu olhar da minha avó e olho para Luísa que se fixa em mim com um ar triste e preocupado, fui até ao ela e abracei-a, sussurrando-lhe ao ouvido "Falamos daqui a pouco...vai ficar tudo bem".

A Luí­sa, ou Lu como a chamávamos, é a filha do meio, a rebelde do clã, a que fazia asneiras, mas também a que mais nos fazia rir com as suas palhaçadas. Costuma-se dizer que no meio está a virtude, costumo dizer que no meio estão os três R's: a Rebeldia, a Resmunguice e a Razão. Mas ela tinha uma habilidade nata, apesar do seu feitio fanfarrão: ela argumentava e persuadia-nos a fazer o que queria como ninguém.

Parecia ser muito mais velha do que era, apesar dos seus pequenos 12 anos, conseguia sempre com a sua forte diplomacia dar-nos a volta. O impressionante é que muitas das vezes chegávamos à conclusão que ela tinha razão, e lá tí­nhamos nós que dar a mão à palmatória e concordar todos com ela, o que a fazia pular de alegria.

Eu e o Afonso sentamo-nos e começámos a jantar, contudo, naquele momento a única coisa que eu queria era saber onde estava a Madalena. Só sabia que a minha irmã estava algures, sozinha numa cidade que não conhecia, por isso só conseguia pensar nela e mal consegui comer. Depois do jantar e das três mais novas irem dormir, a Lu veio ter comigo, estava com os olhos tão brilhantes que percebi que estava à beira das lágrimas.

- Pedro, ela vai voltar não vai? - E uma lágrima teimosa desceu-lhe pela cara...

- A Mada vai voltar, não te preocupes Lu.- e abracei-a, que mais podia fazer.

- Tens a certeza? Prometes que a Madalena vai voltar?

- Prometo...- e abracei-a de novo, tão forte quanto consegui...

O que é que lhe havia de dizer? Que não sabia? Que não lhe podia prometer? Não consegui, menti. Sim menti, mas não lhe consegui dizer a verdade, uma verdade que nem sabia qual era. Como é que podia partir aquele coração de novo? Já perdemos a nossa mãe, o nosso pai está deitado numa cama de hospital. Como é que podia dizer-lhe que não sabia se a Madalena iria voltar, que podia perder a irmã que ela idolatrava, para além disso temos que acreditar que vai voltar...tem que voltar.

- Pedro? - olhei para a Lu, que ainda tinha lágrimas a correr pelos seus olhos...- vens dormir comigo?

- Lu, tu não estás sozinha. Tens a Clara, a Sofia e a Catarina no quarto...

- Por favor Pedro só hoje. Por favor...

- Tudo bem, anda lá. - e assim fui deitando-me, na cama que é da Madalena, com a Luísa. Senti enquanto lhe fui dando festas no cabelo que ela chorava baixinho para não acordar as mais novas...- Ela vai voltar Lu...eu tenho a certeza. Não chores Lu...

- Eu estou com medo Pedro, eu não quero perder mais ninguém...

- Nós não vamos perder a Madalena, não vamos Lu. Agora descansa, amanhã de certeza já teremos novidades.- Continuei fazendo festas nos seus cabelos, e aos poucos senti que ela adormecia.

Não era justo elas sofrerem tanto, no fundo eu sei que a Madalena não fez por mal, claro que ela não iria fazer de propósito, e perder-se. Simplesmente não aguentou ouvir tudo o que o Padre falava, foi duro todos nós chorámos. Porém, a reação dela foi simplesmente um pouco mais explosiva. Amanhã seria outro dia, e iríamos ter novidades: ela ia aparecer...eu tinha a certeza. Deus não nos iria fazer perder mais ninguém...

Quando finalmente a Luísa adormeceu desci. Na sala, todos continuavam à espera de novidades: a minha avó, a minha tia e os meus primos. Estávamos todos à espera do avô e do tio António, até que de repente o telemóvel da Madalena começa a vibrar. Eu mantive o telemóvel comigo, era como se de alguma forma ela nunca estivesse longe. Talvez seja parvo, mas fazia-me sentir bem.

Estava com pouca paciência para ver quem estava a telefonar ou a enviar mensagens, mas acabei por ir ver quem era, e claro só podiam ser a Magui e o Guga no Whatsapp. Resolvi escrever qualquer coisa só para que eles parassem de enviar mensagens.

"- Não posso falar agora...falamos amanhã."- e ambos responderam quase ao mesmo tempo...

"- Castigo!!!!".

Não consegui deixar de dar um sorriso quase que involuntário, eles realmente conheciam a minha irmã. Se pelo menos me pudessem ajudar neste momento, porém nada poderiam fazer, por isso não lhes disse mais nada e apenas tirei o som. Eles continuaram a falar durante um tempo e eu continuei a ler apesar de não lhes responder ,pelo menos durante aquele tempo consegui distrair-me um pouco de tudo o que se passava ao meu redor.

"- A Mada desta vez aprontou mesmo..."

"- Não deve ter sido muito grave senão já me tinha ligado.- disse a Magui..."

"- Quantas vezes ela te ligou desde que se mudou para lá..."

"- Guga...ela não liga por que não pode..."

"- E porque será que não pode? Ainda me pergunto como é que o Tio Manel e a Tia Nina permitiram que ela fosse...não percebo."

"- Porque o avô da Mada é um...nem vou dizer o que estou a pensar..."

"- Será que o castigo foi muito grande? Ela está lá há um mês...o que é que ela pode ter aprontado para ficar de castigo, quer dizer nem estamos os três juntos..."

"- Se tivesse acontecido alguma coisa de muito grave ela ligava-me...eu tenho a certeza..."

"- Tens mesmo a certeza Magui...acho que desta vez foi castigo sério. No mínimo ficou sem telemóvel."

"- Vou tentar ligar-lhe..." - o telemóvel vibrou mas simplesmente deixei que ele tocasse. Para quê atender?

"- Guga ela não atende mesmo...acho que tens razão..."

"- Vês, ficou sem telemóvel. A Mada, mesmo sem nós consegue aprontar..."

"- Guga...não fales da Mada assim...ela é só um pouco..."

"- Rebelde...Teimosa...Refilona...Dona da Razão..."

"- Guga!!!"

Estes dois conheciam a minha irmã muito bem, acho que melhor que eu, se bem que o Guga cresceu connosco por isso era quase parte da família. Eram tão doidos como ela, a sério o que estes três faziam na escola lá em Lisboa era inimaginável. Sinceramente não sei como é que os professores os aguentavam, aquilo devia ser um circo. Já para não falar do Ricardo, o Ex da minha irmã, que de vez em quando também entrava e o Trio virava um Quarteto.

A Madalena acha que não sei, mas ouvi-a ao telefone com a Magui no dia em que ele acabou com ela por mensagem no Whatsapp. Que raio de "namorado" é que acaba com uma namorada por mensagem? Na altura apeteceu-me partir-lhe os dentes todos, sorte dele já estávamos em Coimbra. Eles continuaram a escrever, sempre animados e a provocar-se um ao outro:

"- O que foi? Não disse mentira nenhuma."

"- Disseste pois. A Mada é tudo menos rebelde...ok, concordo que seja um pouco teimosa, mas tem a quem sair o tio é super teimoso."

"- Tudo bem eu mudo a palavra: ela é dona do seu nariz, e não me desdigas até porque eu conheço a Mada à mais tempo que tu..."

"- Podes até conhecê-la desde que nasceram, mas não podes dizer que ela é Rebelde...e nem te atrevas a dizer mais nada..."

"- Ok, desculpa. Ei! Porque é que estamos a falar aqui, posso ligar-te?"

"- Sim, acho que ela não vai mesmo responder..."

E assim se acabou a conversa, de certa forma fiquei chateado, estava a divertir-me com a conversa daqueles dois, e o facto de me ter distraído durante uns míseros 10 ou 20 minutos. Deu para fugir de uma realidade que me adormenta, assim esta pequena distração foi bem acolhida pelo meu coração aflito. Mas como nada pode ser perfeito, assim que coloco o telemóvel de novo no bolso, a realidade voltou...a dura e cruel realidade.

- Que tanto olhas para esse telemóvel? Ela não te vai ligar, lembras-te ficaste com o dela.

- Eu sei...- e mostrei o telemóvel ao Afonso...- é o da Mada.

- E que andas tu a "cuscar" no telemóvel da Madalena?- pergunta a Ana.

- Eu não estou a "cuscar" nada. Só que os amigos dela estavam no Whatsapp a falar e...

- E tu estavas a ver se descobrias algum segredo. Descobriste? Conta, conta...

- Não, Ana. Eu estava a ler o que eles iam escrevendo, nem lhes respondi. Deu para me distrair um pouco com as parvoí­ces que eles iam escrevendo.

- E não ficaste a saber nenhum segredo...bolas...tinha sido muito mais produtivo.

- Não acredito, a Madalena está não se sabe onde e tu só te preocupas com eventuais segredos!? Podias pelo menos fingir que te preocupas, é tua prima.

- Desculpa!? Ela é que foge, preocupa toda a gente e eu é que levo por tabela por querer distrair-me um pouco.

- Ela é minha irmã, tua prima podias pelo menos tentar mostrar alguma preocupação, ficava-te bem...

- Preocupada com a Madalena? Ela por acaso preocupou-se com alguém quando fugiu? Teve alguma preocupação quando fez o que fez em Lisboa?

- Não te admito que fales desse assunto, nenhum de nós sabe o que realmente aconteceu naquela noite...só os meus pais...

- Não sabem ou não lhe querem contar? Porque é que todos a defendem? Porque é que a fazem de ví­tima? As vitimas aqui foram os tios, os teu pais. Esqueceste-te onde foste hoje? Será que percebeste que nunca mais vais ver a tua mãe por causa da Madalena?

- Ana, cala-te...já estás a ir longe demais...- diz o Afonso com um olhar reprovador para com a irmã.

- Ah! Tu também Afonso, vais defende-la? Disse e volto a dizê-lo a vítima nesta história não foi ela, foram os tios...eles é que...

- Basta, eu não percebo porque é que tu odeias tanto a Madalena mas tu não a podes julgar. Ninguém...ninguém sabe o que aconteceu naquela noite. Sim eu sei que nunca mais vou ver a minha mãe, e que o meu pai pode não acordar e que o podemos perder também...

- Meninos parem, o que é que se passa aqui? Chega de gritos e de confusões por hoje não acham!? Afonso, Ana deixem o vosso primo, por favor.

- Nós não estávamos a fazer nada de mal. Estávamos a conversar só isso. - disse Ana com um olhar de quem não estava a fazer nada.

- Sim Ana, claro estávamos só a conversar. Nem me acusaste de ser cusco? Nem falaste do que não sabes? Nem disseste que a Madalena tinha culpa pela morte dos meus pais...

- Ana! - a minha tia olhou para a Ana com uma cara de zangada e de desiludida...- Não acredito que...

- Eu disse aquilo que nesta casa ninguém tem coragem de dizer: a Madalena não é a ví­tima nesta história, ela é a culpada...

- Chega Ana. Chega meninos...por favor...- a minha avó gritou, nunca a tinha ouvido gritar.

Ficámos os três a olhar para ela, tinha lágrimas nos olhos era lógico que tinha ouvido toda a nossa discussão. A última coisa que queria era fazê-la sofrer mais do que ela já sofrera.

- Desculpa avó, desculpa Pedro...mas só disse o que ninguém tem coragem de dizer em alto e bom som...- graças a Deus o Afonso mandou-a calar, porque eu estava pronto para me atirar a ela de novo.

- Por favor meninos.- diz a minha avó com lágrimas nos olhos...- Ana, não é verdade o que acabaste de dizer, não que isso tenha alguma coisa a ver contigo. O acidente dos teus tios não foi culpa da Madalena.

- Não directamente, mas se ela...

- Chega Ana, vai para o quarto.- agora é a minha tia que grita com a Ana...- A tua prima está desaparecida, a tua avó está preocupada, eu estou preocupada e tu só dizes o que não deves.

- Só por dizer o que ninguém tem coragem de dizer. Não é justo, ser eu a ficar de castigo. Um dia vão dar-me razão...- Ana sai rumo ao seu quarto, enquanto eu caminho até à minha avó e a abraço.

- Desculpa avó...desculpa...- aproximei-me dela e abracei-a e ela o fez de volta.

De repente ouve-se o som da chave na fechadura...abrem a porta: é o meu avô. Ele, o meu tio e o Padre Ricardo entram com um ar...nem sei se abatido, se frustrado. 

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