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Capítulo 41 - O Sonho

Olho para o lago. Levanto-me e caminho até à beira do mesmo. Respiro fundo. Olho para o céu. Caminho passo a passo, sentindo a água fria gelar-me os ossos, mas eu não paro, continuo. Já tenho água até à cintura, coloco-me de joelhos, e contando até três mergulho.

Sinto algo. Mas nem sei sequer o que sinto, deixo-me simplesmente ir e aos poucos a minha mente apaga e a paz chega. Estou livre, finalmente estou livre da dor.

Tudo está escuro.

Simplesmente deixei de sentir, seja frio ou dor, acho que nem nem sei sequer o que sinto. Deixo-me ir, seja lá para onde for, é com certeza melhor que a realidade. Aos poucos a minha mente apaga e a paz chega.

Estou livre. Finalmente estou livre da dor. Alguém está a chorar, sim é o choro de alguém. Porém, não consigo distinguir mais nada,  apenas me deixo ir, para onde não tenho dor, para onde não sinto culpa.

Quando finalmente abro os olhos, o que vejo é um imenso jardim, parecido com aquele onde estive com a família do Diogo. Começo a andar mesmo sem saber para onde. Sinto-me finalmente em paz.

Será que morri? Será que finalmente tudo acabou? Ao longe vejo alguém a caminhar para mim. Não consigo perceber quem é, apenas que é uma mulher. À medida que se vai aproximando, reconheço-a, é ela, a pessoa de quem mais precisava: a minha mãe.

- Vem.- não foi preciso dizer mais nada e fui. Fui esperando o seu abraço, o seu abrigo...- Nena, porque fizeste isto? Porque te culpas tanto?

- Eu...foi por minha culpa mãe. Eu não aguento mais, não aguento mais viver com a culpa dentro de mim. E saber que o...- paro, nem o nome dele consigo prenunciar...-...o que ele me fez mãe, eu sinto-me suja, tenho nojo de mim...

- Ei! Sei que o que passaste não é fácil. E acredita que gostava que nem te tivesses lembrado. Mas a culpa do acidente não foi tua. Tu erraste, ao nos mentir, mas Madalena, eu e o teu pai fizemos isso tantas vezes, querida são coisas de adolescente. A Luisinha vai fazê-lo também, a Sofia e até a Clarinha. Todos nós passamos por isso, chama-se ADOLESCÊNCIA.

- Mãe!? Eu morri?- pergunto meio que sem a deixar de abraçar.

- Não, Madalena...- fiquei espantada, olho para a minha mãe sem perceber nada do que está a acontecer...- Tu estás em coma, assim como o teu pai esteve. Vocês são tão iguais e nem sabem.

- Mas como?

Fecho os olhos: vejo o meu pai e o Pedro a falar, lembro-me do que ele dizia, estou a fugir do meu avô, escondo-me, alguém aparece é o Diogo. Quando vejo já estou no jardim com ele, vejo a Mara. Ele sabia, sabia de tudo o que me aconteceu e não me contou. O lago, estou no lago...

- Madalena...

- Eu não aguento mais. Dói...Mãe dói muito.

- Calma princesa. Tens que dar uma chance do pai falar contigo.

- O pai não me vai perdoar. Ele vai me culpar da tua morte, tal como todos. A Ana tem razão eu é que devia ter morrido.

- Ei! Nada de ouvir o que a tua prima diz. A Ana sempre foi mimada de mais.- nessa altura a minha mãe revira os olhos...

- O ser mimada, não lhe retira a razão. Se eu não tivesse saído com o Ricardo, se eu não o tivesse irritado.

- Para Madalena. O teu único erro foi teres mentido, tu sabes que nunca te deixaríamos sair com ele na véspera de uma viagem. Mas tu pediste para ir dormir a casa da Margarida...

- Eu sabia que se vos dissesse que ia sair com o ricardo vocês não me deixariam ir. 

- Claro que não. E não te deixaríamos não porque ias sair com ele, mas porque tínhamos uma viagem de avião pela frente no dia seguinte.

- Mãe. O que se passou convosco? Eu só soube que...

- Essa é uma conversa que tens que ter com o teu pai.- revirei os olhos, porque eu não queria mesmo ter aquela conversa...- E escusas de revirar esses olhos Dona Madalena Fernandes.

- Mãe...eu não quero voltar. Deixa-me ficar aqui... Contigo...no teu abraço.

- Filha, não te vou dizer que vai ser fácil, porque não vai ser. Ainda vais passar por muita coisa, ainda vais  ter muitos obstáculos para ultrapassar. Porém, tudo vai valer a pena no final.

- Não, eu não quero sair daqui. Deixa-me ficar...por favor...- e antes dela me dizer que eu não podia...- só mais um pouco, por favor...eu preciso de estar aqui nos teus braços.- E assim ficamos ali, sem palavras, sem nada. Apenas nos abraçando...

Abro os olhos, ou tento, porque a luz quase me deixa cega. Consigo perceber que está alguém no quarto, mas a luz é tão brilhante que fecho os olhos com alguma força. Tento falar alguma coisa, mas percebo que devo ter de novo aquele tubo dos infernos. Quero abrir os olhos, tento de novo, mas a luz é intensa demais.

- Madalena. Nena...abre os olhos princesa.- ouço uma voz, parece o meu pai...- Tenta abrir os olhos princesa, o avô já foi buscar a médica. Abre os olhos para o pai, por favor...

- Luzzz...- é a única coisa que consigo dizer...

- Então a minha bela adormecida decidiu acordar.- é a Mara, eu sei que é...- Ei! Que tal abrir esses olhos?

- Acho que a luz a está a incomodar...- diz o meu pai para Mara, percebo que ficou mais escuro...

- Madalena, já fechámos as cortinas. Abre os olhos, tu consegues...sei que o tubo te está a incomodar, mas se abrires os olhos nós tiramos, prometo.

Tento de novo, e aos poucos vou conseguindo abrir, consigo ver a Mara de um lado da cama, e do outro o meu pai. As lágrimas começam a cair assim que olho para ele, e tudo apita. Mas eu não consigo parar. E tudo fica escuro de novo...

- Ela vai ficar bem? Já são duas vezes que ela acorda olha para mim e...- duas vezes, eu acordei duas vezes, mas eu só me lembro de uma.

- Sr. Fernandes, a Madalena fisicamente está bem. O pior é mesmo o emocional, do pouco que sei e que ela me contou ela tem medo...

- Medo? Mas medo de quê?- medo de ti pai, penso. Medo que me culpes pela morte da mãe, medo que nunca me perdoes. Medo de perder o meu herói. 

- Ela acha que a culpa do seu acidente e da sua esposa foi dela, ou seja, ela sente-se culpada pela morte da mãe.

- Indirectamente não vou negar que a culpei quando acordei. Mas, fui eu que saí que nem um louco para ir colocar aquele miúdo atrás das grades. A Maria tentou impedir-me, o meu pai, a minha mãe...mas eu só queria fazer justiça. Ele...ele...

- Eu sei, a Madalena contou-me.- a Mara para de falar, será que o meu pai já sabe do Diogo? Eu não posso ficar sem ele. Sim, fiquei chateada com ele, porque sabia de tudo e nunca me contou, mas eu amo-o...eu não consigo ficar sem ele...- A Madalena é a melhor amiga da minha irmã, a única amiga para dizer a verdade.

- Naquela noite quando os médicos me disseram o que aquele animal lhe fez, eu perdi a cabeça. A Nena sempre foi a minha princesa, a minha menina. A Maria, a minha esposa, ela tentou que eu me acalmasse, que o mais importante naquele momento era a Madalena, mas eu não ouvi...eu queria sangue. O sangue daquele...daquele...

- Desculpa. Por favor, perdoa-me...eu...eu...desculpa.

- Nena. Minha princesa, a culpa não foi tua. Eu fiquei de cabeça perdida, a tua mãe não me quis deixar ir sozinho, e acabou por vir comigo. Acho que tinha medo do que eu poderia fazer...mas...

- Vocês tiveram o acidente, a culpa foi minha, se eu não tivesse...

- Princesa, tu erraste sim. Não te vou mentir que fiquei e estou triste por nos teres mentido. Contudo o nosso acidente, meu e da tua mãe, não foi culpa de ninguém. simplesmente aconteceu. O condutor que estava no outro carro teve um ataque cardíaco fulminante, para fugir do carro eu perdi o controle do nosso...aconteceu.

- Mas, se eu não...

- Madalena, se tu não tivesses saído, se aquele rapaz não tivesse feito o que fez, se eu não tivesse perdido a cabeça, se o condutor não tivesse morrido ao volante...a vida não é feita de ses. A vida é feita de acontecimentos, uns bons outros maus.

- Perdoa-me, eu tentei que o Ricardo parasse, eu tentei fugir, mas ele agarrou-me...- as lágrima agora dão lugar à falta de ar...- eu não consegui soltar-me.

- Calma. Já passou, agora tudo passou. Eu sei que nada vai ser igual, que falta a peça mais importante do nosso puzzle, mas nós vamos conseguir, sim?

Ele pergunta e eu aceno. Ele deita-se ao meu lado e começa a cantar a música que sempre me cantava quando me ia adormecer à noite.

"A noite cai lá fora, com a lua a cintilar.

Uma estrelinha brilha, e vem te aconchegar.

Escovar os dentinhos, casar os botões.

Chegou o soninho, vão ser dois heróis.

Juntos vão viajar, por sonhos de encantar.

De manhã vai nascer, o sol, um novo dia,

Para poderes brincar, com muita energia.

Vestir o pijama, e sempre a sorrir,

Saltar para a cama, é hora de dormir.

O soninho vai chegar, com ele vais sonhar.

O soninho chegou, e vai-te aconchegar.

- Dorme minha menina...dorme...

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