Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 30 - O Piquenique

No caminho para o local do piquenique carro, o Diogo tinha estado tão calado e quieto, olhava para mim com o sorriso mais lindo que eu já tinha visto. E aquilo que ele não falou de casa até à Universidade, falava agora.

- Então, depois de ver a Universidade, qual é o curso que vais seguir já sabes?

- Bem, desde pequena que quero seguir Medicina como a minha mãe. Mas, agora não sei mais. É complicado. E tu estás a tirar o quê?

- Medicina.- olhamos os dois olhos nos olhos e damos um sorriso cúmplice.- Essa tua amiga louca aí foi para a área de Ciências e nem sabe o que vai seguir.

- Ei! Eu sei o que vou ser sim. Eu quero ir para Biologia, ou qualquer coisa que tenha a ver com Filosofia...

- Eu não disse completamente doida. Se querias Filosofia devias ter ido para Letras e não Ciências.

- Mas ela ainda pode mudar de ideias, assim como eu. Desde que tudo aconteceu tenho pensado em mudar os meus planos, talvez vá para a área de ensino, não sei.

- Se o teu sonho era Medicina desde pequena não deixes que coisas menos boas te afastem do que queres. Luta pelos sonhos, porque só tu os podes conquistar.

- Talvez, sempre sonhei em ser igual à minha mãe. Antes de nos ter ela trabalhava no Hospital e amava, sempre me disse que foram os melhores anos da sua vida: a adrenalina que sentia, a felicidade que sentia cada vez que salvava uma Criança...

- Ela era o quê? Qual era a especialidade dela?

- Pediatria. Mas depois de nascermos ela desistiu de tudo aquilo, nós éramos mais importantes que a carreira. Então abriu um pequeno consultório com uma amiga, a Tia Luísa, e hoje é uma das maiores Clínicas em Lisboa.

- Espera, tu és filha da Dra. Maria Sá Fernandes?- pergunta o pai da Rute.

- Sim. Conheciam a minha mãe? - estou confusa, mas a Clínica era conhecida, por isso era normal conhecerem a minha mãe no mínimo pelo nome.

- A Mara foi para Medicina por causa dela. Quando ela estava no 10º Ano teve um dia lá na escola tipo "Dia da Carreira", houve vários seminários e a tua mãe veio a Coimbra para fazer um deles. Ela simplesmente começou a idolatrar a tua mãe e olha que ela era ainda uma jovem médica no início de carreira, mas a Mara ficou fascinada por Medicina.

- Não tinha ideia. Eu sempre gostei mais de Obstetrícia/Ginecologia como a Tia Luísa, já o Pedro quer algo mais ligado à área da cirurgia.

- E o teu pai, ele faz o quê?

- Ele é advogado. Tinha um escritório em Lisboa com o Tio Vasco.

- Lembras-te do que eu te disse de manhã: um dia de cada vez.

Assim terminámos esta pequena conversa sobre o passado, o presente e o futuro e seguimos rumo ao local onde iríamos fazer o nosso piquenique, o Parque de Merendas da Casa do Pessoal dos HUC (Hospital Universitário de Coimbra). Fiquei impressionada era um local lindo e adequado para todas as idades, tinha: Parque Infantil, Campo de Jogos, Parque de Merendas e os Jardins eram maravilhosos, respirava-se ar puro.

Encontrámo-nos com os tais amigos dos pais da Rute: o pai Alexandre, a mãe Teresa, o André que pelos vistos já me conhecia, o Tiago  e o Tomás, gêmeos, que eram dois anos mais velhos que eu e a Rute, e a coisa mais gira deste mundo a Amélia, ou Mia. Tinha 6 anos e era para além de linda, uma doçura. Fui apresentada e começámos a preparar tudo, até que a irmã da Rute e o Dr. Martim chegaram, ou muito me engano ou ali anda o amor no ar.

- Olha se não é a minha doente preferida.- disse o Dr. Martim.- Como estás?

- Estou bem. -disse-lhe e cumprimentei a irmã da Rute.

- Mara, nem sabes o que descobrimos, a Madalena é filha da tua ídola de juventude.

- Pai, vais ter que ser mais explícito porque eu fui fã de muita gente durante a minha infância, adolescência e juventude.

- O nome Sá Fernandes diz-te alguma coisa?- vejo a Mara ficar a olhar do pai para mim, como se não estivesse a acreditar.

- Estás a brincar. - e continuou a olhar do pai para mim.- Este mundo é mesmo pequeno, quem diria que ainda ia conhecer a filha da grande responsável por me ter tornado médica.

- Já soube pelo teu pai que conheceste a minha mãe.

- Madalena a tua mãe é a razão pela qual eu sou o que sou. Eu sempre sonhei ser médica, mas nunca soube bem qual a especialidade que queria. Quando ouvi a tua mãe naquele seminário, foi como se de repente tudo se encaixasse na cabeça. A partir desse dia tudo o que fazia era com o propósito de ser tão boa como ela.

- Ainda me lembro das longas horas, em que tive que ouvir sobre o que a Dra. Maria Sá Fernandes fazia, ou dizia, ou escrevia...- diz Martim sorrindo.

- Martim. Consegui arranjar o e-mail dela, e tornou-se um tipo de mentora para mim, mesmo que longe.

- É um mundo bem pequeno mesmo.- diz o Diogo com um semblante triste e frio.

Não consegui perceber o que ele quis dizer com aquilo, fiquei apenas com aquela sua expressão na minha mente, porque será que ele ficou tão triste? Os olhos dele passaram de um cinza claros para um cinza escuro.

O almoço foi decorrendo maravilhosamente bem, apesar de eu não ter gostado muito dos olhares que o tal de Tiago me dava, sei lá era estranho fazia-me lembrar alguma coisa, um sentimento ruim. Contudo, sempre que ele o fazia percebi que o André lhe mandava um olhar de morte e ele olhava para outro lado, onde estava a doida da minha amiga Rute que dispensava aquele olhar com simples frases sarcásticas e secas. Desconfio que ali já houve alguma coisa, não sei o quê, mas a forma como eles se olham e se picam.

O Diogo ficou quase na outra ponta da mesa, percebi que falava muito com a Mara, de vez em quando olhavam para mim, mas logo desviavam olhar. Era como se estivéssemos a jogar o jogo do gato e do rato, chegava a ser irritante, e ao mesmo tempo tornava-se excitante.

Quando já estávamos numa de apenas aproveitar a paz daquele lugar, a Mara e o Martim anunciam que estavam noivos, o que fez todos ficarem de boca aberta e pelo que percebi o namoro já vinha de tempos mas nunca tinha sido oficializado, por isso saltaram imediatamente para o anúncio do casamento.

- Eu não acredito que nem me foi pedido oficialmente a autorização para namorar a minha filha?

- Pai, por favor estamos no séc. XXI e não no séc. XIX.- disse a Mara rindo-se da cara que o pai fazia.- Depois conheces o Martim desde que entrei na escola não havia necessidade de pedidos de autorização.

- Rui, nisso a Mara tem razão. Eles sempre nos disseram desde pequenos que um dia se iriam casar. Parabéns Filha.- a Dona Dulce dá um abraço à Mara.

Não consigo evitar que as lágrimas me caíssem, é inevitável lembrar-me que eu nunca irei viver isto na minha vida, nunca irei receber um abraço da minha mãe no dia em que anunciar o meu noivado. E foi nesta altura em que todos estavam a cumprimentar os noivos que o Diogo se aproximou de mim.

- Vamos passear um pouco, enquanto o meu pai "mata" ali a destrambelhada da minha outra irmã.

- Parece que só tens irmãs doidas e destrambelhadas, tens mais alguma, sei lá talvez uma desequilibrada?- e começámos a afastar-nos do local onde almoçamos e a passear por aquele lugar mágico.

- Tenho um irmão, mas esse é mesmo maluco. Porque é que estavas a chorar?- ele para e fica a olhar para mim.- Não precisas de dizer, só não gosto de te ver assim a chorar.

- Não foi nada demais, estava só a pensar que nunca irei receber aquele abraço que a tua irmã acabou de ter da tua mãe, eu...- e as lágrimas caiem de novo...

- Ei! Não chores, já te disse que não gosto te de ver chorar. Vamos sentar-nos um pouco.- e depois de um tempo em silêncio.- Então e tu, para além de teres um irmão mais velho, tens mais irmãos?

- Como é que sabes que eu tenho um irmão?

- Porque no dia em que a tua família soube que estavas no hospital, o teu irmão estava na Universidade. Fui eu que lhe dei boleia até ao hospital, quer dizer tecnicamente foi o André porque o carro era dele.

- E foi nesse dia que me foste ver? - ele acena com a cabeça, não quero começar de novo com a conversa do beijo, da última vez ele quase...

- Então, tens mais irmãos?

- Bem para além do chato do Pedro, tenho mais três irmãs: a Luísa que tem 12 anos, a Sofia que tem 6 e a Clara que tem 3 anos.

- Deve ser duro para elas ficar sem os pais, não que não seja para ti, mas elas são tão novas.

- É, foi difícil sim. A Luísa perdeu o sorriso durante dias, a Sofia deixou de falar e a Clara só chamava pela minha mãe.

-E tu? -perguntou-me passando a sua mão pela lágrima que escorreu da minha face de novo, e bastou isso para todo o meu ser estremecer.

- Eu, sei lá. Foram tantas coisas a acontecer ao mesmo tempo.

- Madalena podes chorar, gritar, bater-me até se quiseres. Só não reprimas o que sentes.

- Eu, só estou cansada. Eu não me lembro de nada desse dia, não me lembro do porquê de estar no hospital, não sei o que aconteceu com os meus pais...

- Mas não foi um acidente de carro?

- Sim, mas é a única coisa que sei. Não sei o porquê, não sei como aconteceu. E o não saber, e pior perceber que me escondem algo faz me sentir pior.

- Esconder? Como assim?

- Eu não sei Diogo, mas eu sinto que a minha família me esconde muita coisa sobre esse dia.

Já nem evitava que as lágrimas caíssem dos meus olhos, e de repente sinto um abraço. Não é um abraço qualquer, é aquele que nos protege, que nos segura, que nos sustem perante tudo o que possamos atravessar pelo caminho.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro