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Capitulo 27- Recordações

Acordei, estranhando um pouco o local, mas depressa me lembro que estava na casa da Rute. Olho para o lado e ela ainda dorme como uma pedra. Levanto-me e pego no meu telemóvel, tenho uma mensagem da Magui e do Guga no nosso grupo do Whatsapp, junto com uma foto deles os dois juntos.

"- Obrigado por seres quem és. Por seres uma amiga, uma irmã para nós. Adoramos-te. Sempre juntos, seja perto seja longe, seremos sempre os três mosqueteiros."

"Os três mosqueteiros", como era bom se pudéssemos voltar a esses tempos, quando nós fazíamos de tudo para azucrinar os professores na escola, que nos chamavam os três palhacinhos porque realmente nos éramos impossíveis juntos.

Mas os nossos pais em casa também não se escapavam das nossas tropelias. Nós juntos éramos piores que um furacão. Acabei por deixar cair algumas lágrimas, o que de certa forma me deixa irritada comigo mesma, eu já perdi a conta às vezes que quebrei a minha promessa de não chorar. Resolvi responder aos dois.

"- Fico feliz por vocês. Mas para a próxima vou até Lisboa e dou uns bons cascudos nos dois. Adoro-vos."

Comecei a pensar na conversa que ouvi ontem, será que ele vai estar em casa durante o fim de semana. Se por um lado eu gostava que ele estivesse, por outro tremo só de pensar em estar frente a frente com ele. Levo as mãos aos meus lábios e sinto os seus nos meus, foi tão leve, tão doce, mas ao mesmo tempo tão intenso.

Ouço alguém a andar pela casa, mas deixo-me ficar quieta. Até que alguém abre a porta, e vejo a mãe da Rute. Ela sorri para mim e eu logo dou um sorriso também, é que é impossível não sorrir com aquele sorriso.

- Bom dia querida.- diz-me ela...- Dormiste bem? Estás com fome?

- Bom dia, sim dormi muito bem e por acaso estou com alguma fome, vou-me só vestir.

- Não precisas, vem mesmo de pijama. O Rui teve que sair, e o Diogo deve dormir até à hora do almoço.

- Tem a certeza que não há problema?

- Não querida, podes vir. Que tal se fizermos uns waffles?

- Desde que eu possa ajudar? E a Rute?

- Deixa essa preguiçosa dormir e vamos lá as duas fazer uns magníficos waffles.

Fomos assim as duas para a cozinha, enquanto eu tratava da massa sempre com a supervisão da Dona Dulce, esta ia fazendo o doce de morango e tratava da calda de chocolate. Falamos de tudo um pouco: das minhas notas, da doidice da Rute, da escola, dos professores, da minha vida em Lisboa.

De repente fico em silêncio. Falar da minha vida em Lisboa parece algo tão distante, mas na verdade apenas se passaram dois meses. Sinto um vazio enorme a preencher-me o peito, uma vontade de chorar até me acabarem as lágrimas.

Lembranças de manhãs como estas com a minha mãe: a preparar o pequeno-almoço para a família, a tratar da nossa pequena Clara, da malandra da Sofia que adorava fazer das suas, de aturar as saídas muitas vezes irritantes da Luísa e até mesmo de ouvir os sermões agoniantes do Pedro. Recordações das minhas eternas conversas com o meu pai, dos nossos passeios, das nossas quezílias que sempre acabavam em abraços e muitos mimos.

As lágrimas de novo começam a cair sem que eu consiga controlar, por muito que me digam que a minha vida tem que seguir em frente, sinto que ela perdeu o sentido, perdeu o brilho. Não sei como seguir em frente, não só pela perda da minha mãe e pelo facto de não saber como ficará o meu pai, mas principalmente porque não consigo lembrar-me daquelas malditas 24 horas e ter a certeza que tudo o que aconteceu não foi por minha culpa, e à medida que vou pensando em tudo isto as lágrimas correm-me pelo rosto.

- Madalena. Querida o que é que se passa? - e quanto mais a Dona Dulce me pergunta, mais eu choro...- Por favor querida acalma-te, vem cá acho que precisas disto.

E assim que se aproxima de mim, dá-me um abraço daqueles que eu recebia da minha mãe quando me zangava com o Richi e ficava sem chão e assim deixei-me ir neste mar de lágrimas que preenchia todo o meu ser, eu já não chorava, eu já soluçava como nunca solucei desde aquele dia em que contaram que tinha perdido de certa forma quer a minha mãe quer o meu pai.

"Abro os olhos, não reconheço onde estou. Começo a tentar chamar pela minha mãe mas a minha voz não me sai, é quando percebo que tenho um tubo na boca. Começo a ouvir uns sons, como se fosse um alarme que não se cala. É nessa altura que ouço alguém e vejo uma rapariga que devia ser da idade da minha Tia Marta.

- Calma, está tudo bem. Tem calma...- e tudo começa a escurecer de novo.

Tento chamar pela minha mãe de novo mas os meus olhos fecham-se sem que eu queira, é como se algo estivesse a prendê-los e por muito que eu queira abrir não tenho forças. Ao fim do que a mim me parecem horas, e que mais tarde me explicam que foram mais de 24horas, consigo finalmente abrir os meus olhos.

Vejo a minha Tia Marta sentada junto à minha cama, e no sofá um pouco mais afastado o meu Tio. Consigo ter a noção que já não tenho aquele tubo na boca, então arrisco-me a falar, mas a minha voz está tão baixa que acho que nem um lince me conseguiria ouvir. Tento uma segunda vez, desta vez tento falar como se estivesse a gritar, e consigo ouvir-me a mim mesma mas ainda não foi suficientemente para me ouvirem.

- Tia...- consigo finalmente berrar, apesar da minha voz não passar  de um fio de voz mas ela consegue ouvir-me e começa a olhar para mim com um sorriso se bem que fraco.

- Princesa, finalmente acordaste. Como te sentes? Queres um pouco de água, a médica disse que podias beber um pouco quando acordasses.

- Vou chamar a médica, já volto. - o meu tio dá-me um beijo na testa e sai à procura da tal médica. Enquanto a minha tia me dá um pouco de água com uma gaze molhada.

- Mãe? Pai? Que...

- Shiu, calma. Já respondemos a todas as perguntas. Agora tens que tentar estar quietinha.

- Doí. O que aconteceu? Não lembro nada, não lembro...

- Nena, ouve a tia. Tens que te acalmar, estás magoada e não podes estar assim porque podes ficar pior.

- Medo, os pés não sinto. Mãe. Chama a mãe por favor.

Tudo o que eu não faço é estar calma e sossegada, o que faz com que as dores sejam piores. E é nesta altura que o meu tio entra no quarto com a tal médica.

- Madalena, sou a Doutora Helena. E se não ficares quietinha vamos ter que te pôr a dormir de novo. É isso que queres?

- Não, quero a mãe...- e apesar de me ter acalmado um pouco, as lágrimas correm-me pela cara.

- Ela disse que não sentia os pés doutora.- diz a minha tia calmamente, mas ao mesmo tempo assustada.

- Vamos ver, mas preciso que te acalmes pode ser Madalena.- ela destapa-me as pernas e com uma agulha começa a picar-me desde o joelho ate aos pés.- Sentes alguma coisa?

- Não. Tia...- e de novo as lágrimas me caiem como uma cascata.

- Madalena.- tento acalmar-me um pouco e olho para a médica...- Ouve, tu sofreste uma forte pancada na coluna. O facto de não sentires as tuas pernas deste o joelho ate aos pés pode ser apenas temporário, resultado da inflamação que tens. Neste momento a única coisa que tens que fazer é estar quietinha e ter muita calma. Combinado?

- Sim. Tia, onde estão os meus pais?

- Eles, tiveram que ir para casa. A Clarita estava com uma crise daquelas e sabes como é quando ela fica assim.

A minha irmã Clara, a nossa pequenita, nasceu prematura e uma das consequências foi a maldita asma. E sei como ela fica quando tem as crises, só quer a minha mãe e o meu pai não gosta de as deixar quando a pequena está assim.

- Podes ligar-lhes. Eu quero falar com eles, por favor.

- Madalena, aqui não é permitido telemóveis. Mas tenho a certeza que os teus tios daqui a pouco já vão falar com os teus pais. Agora podes dizer-me se te lembras de alguma coisa do que se passou?

- Não, eu não me lembro de nada. A última coisa de que me lembro é fechar a mala de viagem e ter ido para a cama acho eu...

A médica fez-me mais umas perguntas e pediu-me que tentasse descansar, que era importante para recuperar. E pedindo aos meus tios para irem com ela saíram os três, deixando-me a pensar em tudo o que se estava a passar. Os dias foram passando a sensibilidade das minhas pernas voltou aos poucos, e eu continuei a perguntar pelos meus pais, e até pelo Pedro, mas ninguém me dizia nada. A minha avó  Nina limitava-se a olhar para mim, e segundos depois virava costas e saía do meu quarto."

- Ei! Madalena, toma querida, bebe...estás muito nervosa. Queres ir para casa? Posso chamar o teu avô?

- Não. Desculpe-me, foi só...eu acho que foi apenas uma lembrança não sei. O dia do acidente dos meus pais ainda está meio confuso.

- Tu estavas com eles? Ai desculpa eu não devia...

- Não. quer dizer os meus tios e os meus avós dizem que não. Que o meu acidente e o deles foram em alturas diferentes, mas eu não me lembro. Só sei que acordei no hospital e que os meus pais não estavam lá. Depois...

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