Capítulo 25- Saída com Amigos
O doido do André, conseguiu o que mais desejou durante esta semana e arrastou-me para sair, sei que foi para me fazer esquecer a "Minha Anja", mas nada me iria fazer esquecê-la, apesar de eu o negar sei perfeitamente que nunca a vou esquecer.
Fomos até ao bar onde o pessoal da faculdade costuma ir, como era sexta-feira acabei por ceder e ir com ele. Sei que ele tem segundas e maléficas intenções naquela cabeça, estava à mais de uma semana a tentar que eu convidasse uma miúda para sair. O que ele ainda não percebeu é que nunca mais vai haver alguém no meu coração.
Simplesmente, porque ele já lhe pertence, e por muito que tente mais ninguém o ia ter. Enfim acabei por ir até porque sei que o meu amigo/irmão não iria deixar de me melgar, e também porque achei que poderia não ser assim uma ideia tão má divertir-me um pouco.
Quando chegamos ao Bar "Tunacadémia" já lá estavam colegas nossos e a Filipa, a tal miúda que o parvo do meu melhor amigo me andava a impingir. Ela era bonita, engraçada, simpática e até nem era má miúda, mas não era a minha Rainha.
Ninguém a podia igualar: aquele sorriso que me prendia, os olhos verdes que me hipnotizavam e a forma como só ela me enfurecia com as suas respostas azedas e cheias de sarcasmo. OK! É oficial estou a ficar maluco, porque é que ela não me sai da cabeça, eu não posso ter nada com ela, amiúda tem a idade da minha irmã.
Com a tal Filipa estava a Petra, namorada do André há anos e minha melhor amiga há ainda mais. fomos ter com elas, e logo cumprimentei a Petra, mesmo com o olhar enfurecido do André...
- Oi estranho. Há quanto tempo é que não te víamos por estas bandas?
- Oi Petra, tenho andado um pouco, vamos dizer com muita coisa na cabeça e sem vontade de sair.
- Sei? Eu chamo-lhe outra coisa mas estou feliz por te ver a reagir.- e abraça-me como sempre fez.
A Petra, tal como o André, sabia de tudo o se que tinha passado em Lisboa, desde a primeira vê em que a vi, até ao ultimo beijo que lhe dei no hospital. Eles nunca me condenariam nem me achariam doido por gostar de uma menina, porém, eu sei que no fundo eles tentam que eu me esqueça dela (já vos disse que essa missão deles é impossível? Pois, mas parece que estes dois estão decididos a fazer do impossível...possível). Resumindo tenho os melhores dois malucos e dedicados amigos do mundo, o que é que eu posso pedir mais da vida? A "Minha Rainha"?
- Já tinha saudades tuas minha doida...- e dou-lhe um abraço daqueles bem apertados de quem realmente sentia falta da amiga que sempre me defendeu de tudo.
- Ei! Larga lá que esta minha, arranja uma para ti...- o André chega e dá-me um leve empurrão na brincadeira.
- Deixa lá os ciúmes, ó palhaço. Até porque quem te apresentou a Pê fui eu, logo eu tenho direitos como o primeiro amigo dela.
- Tenho ciúmes sim, mas sabias que isso é sinal de amor?
- E que tal baixarem esses níveis de testosterona.- diz a Petra rindo-se da nossa brincadeira de guerra de Galos no mesmo galinheiro.- Diogo esta é a Filipa, é minha colega de curso.
Esqueci-me de dizer que eu e o André estamos a fazer o curso de Medicina e a Petra está a fazer Direito. Sim, a nossa Petra é a nossa justiceira. Se algum dia precisarem de alguém para vos defender não há melhor que esta miúda. De pequena, só tem o tamanho mesmo.
- Nós já nos cruzamos lá na faculdade e o ciumento do teu namorado aqui já nos apresentou. Como estás Filipa?
- Estou bem e ainda bem que vieste, pensei que ia segurar a vela entre estes dois.- e dá um sorriso tímido, mas bonito.
- Tenho a certeza que irias encontrar algum rapaz para te fazer companhia.- respondo-lhe da mesma forma, se bem que o meu sorriso é algo forçado.
- Até podia ser que sim, mas agora já não preciso de procurar, certo?- Ui! Ela está a fazer-se a mim? Estes dois abusaram da sorte, não quero magoar ninguém.
- Talvez...- a miúda deve estar a fazer grandes filmes nesta sua cabeça sobre o que se poderá vir a passar entre nós. Viro-me para o André e para a Petra e dou-lhes um sorriso mortal, porque se eu pudesse acreditem que os fuzilava aqui mesmo.
Dirigimo-nos os quatro para uma mesa, onde já estavam o Mateus e o Marcos, dois colegas de curso, com as respectivas namoradas. Sentámos-mos e logo pedimos uma cerveja para cada um, entre conversas, bebidas e muitos amassos entre os três casais, eu e a Filipa acabamos por nos sentir um pouco a mais.
Resolvi convida-la para ir até lá fora, eu tinha que falar com ela, não podia deixar que a sua cabeça desse assas à sua imaginação e ela sonhasse com algo que nunca iria acontecer. Tinha que aproveitar esta ocasião e ser sincero com ela, contar-lhe tudo o que se passava com o meu coração.
- Aquilo lá dentro estava a ficar quente.- a Filipa começou por dizer quebrando o silêncio.
-É, só não tenho a certeza qual o casal com mais calor.- sorri para ela e vejo-a a aproximar-se...- Filipa, ouve, eu não sei o que a Petra ou o André te disseram mas...
- Desculpa, eu achei que...sou mesmo parva.- e ia a sair dali mas eu sou mais rápido e pego na sua mão.
- Não espera. Eu é que...Ouve tu és uma miúda linda, simpática, engraçada...
- Mas...vem aí um mas certo? Será um "não "sirvo" para ti", ou um "não te quero magoar", ou talvez um simples "não gosto de ti."
- Eu não disse isso. - comecei a sentir-me mal pelo que estou prestes a fazer...- A verdade é que o meu coração, bem ele já tem dona.
- Tens namorada? Mas a Petra disse-me que tu não tinhas, desculpa a sério. Eu vou ali matar a minha melhor amiga.
- Não é para tanto, eles apenas se deixaram levar um pouco no mínimo podiam ter-te contado que estou numa fase menos boa.
- Espera o André também sabia disso? Ai eu vou matá-los e aos poucos, que vergonha, desculpa a sério.
- Não tens com o que te envergonhares, e no fundo tanto a Petra como o André estão a tentar ajudar-me. Sei que não o fizeram por mal.
- A ajudar-te? E onde é que eu entro nessa "ajuda"?
- Bem, é nesse ponto que eles passaram das marcas. Eles estão a querer que eu esqueça de um amor proibido.
- Proibido? Esse normalmente são os melhores, quer dizer é o que dizem. É uma professora? Ou será tipo filha de um inimigo da tua família?
- Tu vês muitos filmes? Não, não é nada disso. Eu só acho justo fazer-te acreditar que podia acontecer algumas coisa, quando...
- Quando sentes algo por esse alguém proibido?
- Mais ou menos! Apesar de eu gostar dela, eu não posso ter nada com ela. E depois há toda a cena dela possivelmente nem se lembrar de mim.
- Se ela não se lembra de ti, achas que vale mesmo a penas insistires? Nem sei como alguém se pode esquecer de ti.
- Não é que ela tivesse feito de propósito para se esquecer. Ela perdeu a memória num acidente...- falei um pouco furioso, quem era ela para falar de quem não conhecia...
- Desculpa, eu não queria ofender. Então nunca teremos uma chance?
- Estás desculpada. Não te quero iludir, sabes quando a cabeça te diz uma coisa e o coração outra e tu não sabes a quem ouvir.
- Sim, é assim que te sentes? - eu assinto...- E qual deles está a ganhar?
- Acho que o coração, apesar de eu tentar fazer o que a cabeça me diz para fazer, que é seguir com a minha vida.
- Achas que um dia a cabeça irá ganhar?
- Não sei e esta é a mais pura das verdades. Eu queria muito dar-te uma hipótese, mas neste momento o meu coração é dela.
- Tudo bem, eu percebo-te. Podemos ser amigos?
- Claro que sim e obrigado por perceberes.
A noite foi avançando e a Filipa mostrou ser uma boa companhia, e apanhei-me a pensar que talvez, talvez não fosse uma má ideia. Não, não a posso usar assim. Apesar de ser algo proibido e provavelmente completamente impossível ELA é, e acho que sempre será ,a dona do meu coração, mesmo que não possa estar com ela eu já sou totalmente dela, eu pertenço-lhe.
Finalmente o pessoal resolveu ir para casa, como seria de esperar o André bebeu demasiado o que fez com que tivesse que ser eu a levar as meninas e o próprio até casa. Felizmente a Filipa ficaria em casa da Petra, assim apenas fiz uma paragem e segui caminho até casa do meu amigo que por esta altura já estava a dormir ferrado.
Estacionei o carro, tirei-lhe as chaves de casa do casaco e carreguei-o até à porta, posso dizer-vos que abrir uma porta com um matulão aos ombros não é tarefa fácil, mas lá consegui. Assim que entrei vi que os meus "tios" ainda estavam acordados (provavelmente à espera do irresponsável do filho mais velho...).
- Nem preciso que me digas nada, bebeu demais?- diz o meu "Tio" Alexandre.
- Ele até nem bebeu muito, o problema é que ele não aguenta bem a bebida.
- Não o estejas a defender Diogo.- a "Tia" Teresa logo diz...- Eu conheço bem o meu filho, e só te tenho a agradecer por estares com ele. Já é tarde, queres ficar cá a dormir?
- Eu agradeço "Tia" mas não avisei lá em casa.
- Bom pelo menos vai de carro, leva o do André amanhã ele vai buscá-lo.
Apesar de eu dizer que não era preciso que iria de táxi eles insistiram tanto que eu acabei por concordar. Estava cansado quer física quer psicologicamente, estava a precisar do meu canto, de colocar as ideias em ordem por isso acabei por aceitar, quanto mais depressa chegasse a casa melhor."
A noite tinha sido cheia de recordações, quer boas quer más, mas também tinha sido cheia de revelações inquietantes, a Filipa tinha mexido comigo, não da mesma forma como a Madalena, mas ela conseguiu nem que por breves minutos fazer-me esquecer de tudo."
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