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Capítulo 18 - A Conversa

Olá...
A pedido de algumas leitoras decidi fazer uma Maratona...
Se tiver bastantes estrelas e comentários quem sabe não sai mais um de Bonus no Domingo dia 7 de Dezembro.

Espero que gostem...
E obrigado por acompanharem.

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"Estava longe muito longe, mas consegui ouvir chamar-me "Minha Anja, Minha Rainha." , e depois senti o melhor beijo de sempre. Foi leve e doce, nunca ninguém me tinha beijado daquela forma.

Ouvi alguém gritar um nome "Diogo.", e depois tudo ficou em silêncio. Será que foi esse tal de "Diogo" que me beijou, eu tenho que acordar, eu quero acordar. Tento abrir os meus olhos, porém não consigo, as minhas pálpebras estão demasiado pesadas e vou-me deixando ir de novo pela escuridão.

Ouço outra voz, parece de uma pessoa mais velha "Perdoa-me...eu vou voltar a ser o teu avô.", é o avô Carlos. Está com uma voz diferente: triste, perdida. Tento de novo abrir os olhos mas de novo está tudo demasiado pesado, demasiado escuro e longe.

Volto para a escuridão, não sei quanto tempo estou aqui  no meio de todo este negro, decido tentar abrir de novo os olhos e aos pouco a claridade vai-me "cegando", abro e fecho os olhos e quando finalmente consigo manter os olhos abertos olho para o lado e vejo um médico e uma médica.

- Ora vejam quem decidiu acordar, a mais Bela Adormecida do Hospital.- tento falar mas não consigo, de novo o mesmo tubo na minha garganta...- Calma, já vamos tirar o tubo. O meu nome é Mara, quando eu dizer começas a tossir, Ok? Vá vamos lá...1,2,3...- começo a tossir e aquela coisa horrível é me retirada, colocam-me uma máscara mas eu não quero e tento por todos meios evitar que eles coloquem aquela coisa...- Madalena, tens que colocar a máscara, os teus pulmões ainda estão fracos e precisas de oxigénio.

- Os meus avós?- Tento falar mas é complicado com aquela coisa na cara.

- Já lhes vou ligar. Agora vamos só ver se está tudo bem contigo, e nada de tirar a máscara.

Depois de me fazerem uma serie de exames, os dois médicos, que agora sei que se chamam Martim e Mara, saem e dizem para eu descansar até os meus familiares chegarem. Apesar de eu achar que é ultima coisa que preciso, acabo por adormecer.

Quando abro os olhos, nem quero acreditar, abro-os e fecho-os uma bateria de vezes e quando percebo que não estou a sonhar a única coisa que consigo fazer é chorar. O meu avô Manuel e a minha avó Nina estão ao meu lado, eu nem quero acreditar, eu choro, e choro sem conseguir parar, tinha tantas saudades deles.

- Ei! Não podes ficar assim. Tu precisas de te acalmar...- diz o meu avô...- Senão os médicos não nos deixam estar aqui.- Isso é a última coisa que quero por isso não tenho outro remédio senão acalmar-me, conto até 10 muito devagar e lá consigo que a minha respiração fique mais normal.

Eles contam-me que souberam pela Leonor, que soube pela Magui, que soube pelo Pedro da minha fuga, mais parece que andaram a jogar ao jogo do Telefone Estragado. Depois de falarem com o Avô Carlos, resolveram vir para Coimbra para ajudar no que fosse preciso. Dizem que a Tia Marta e o Tio Luís também vieram assim como a minha prima Nono, como eu tenho saudades dela, e que ela tem sido o grande apoio da Luísa que estava de rastos com o meu desaparecimento.

Peço para os ver, e o meu avô sai e vai chamá-los, nem vos preciso de dizer que as lágrimas me caíram de novo. Quando a enfermeira os mandou ir embora, pedi, implorei para que deixasse a Nono ficar e lá conseguimos. Foi talvez o melhor dia que tive desde o que saí de Lisboa.

O pior foi quando chegou o dia em que eles tiveram que ir embora, chorei tanto que todos os apitos sonoros que tinham que tocar, tocaram. Só me conseguiram acalmar quando me injetaram um sedativo, mas ainda consegui ouvir o meu avô prometer que iriam voltar mais vezes e que nas Férias de Natal nós íamos estar juntos de novo, já tinha tudo combinado com o avô Carlos.

Continuei no Hospital, já que com o meu surto de ansiedade o meu corpo estava a rejeitar o antibiótico e voltei a piorar, tiveram que o mudar e aumentar o oxigénio. E com tudo isto passaram-se quase um mês desde a minha "fuga", e finalmente contaram-me que foi um rapaz que me encontrou e me trouxe para o hospital.

Mais uma vez fui parar ao hospital e fui salva por alguém, será um sinal? A verdade é que começo a odiar hospitais, quer dizer acho que ninguém gosta, só mesmo os médicos e as enfermeiras. Cheguei à conclusão que para se trabalhar nesta área da saúde temos mesmo que ter vocação, gostar mesmo do que fazemos.  O que acaba por ser irónico pois eu quero ser médica.

Do meu salvador, ninguém sabe dizer nada, ninguém sabe quem foi, ou então não me querem dizer, não sei, mas também não me interessa. Recuperei o meu telemóvel, tipo finalmente (acho que não sei viver sem ele, como é que há 20 anos atrás as pessoas conseguiam viver sem este aparelho, devia ser uma seca).

Falei com a Magui e com o Guga durante horas no Whatsapp, e claro que a Dona Margarida teve que inventar uma história absurda sobre o rapaz que me salvou: qual príncipe azul que me tinha tirado das garras do terrível dragão do gelo, só ela mesmo para inventar estas histórias mirabolantes.

Estive internada mais uma semana e meia do que estava previsto e ainda tive que ficar mais uma semana em casa para evitar recaídas. Até parece que uma gripe é algo de muito grave. Ok, não foi bem uma gripe, foi uma broncopneumonia, mas eram preciso tantos dias...

Enfim, o meu avô deu-me uma bronca, ainda no hospital, contudo, apesar de tudo foi melhor do que eu pensava, as coisas estão um pouco melhores entre nós. A minha avó falou comigo e aconselhou-me a falar com ele de coração aberto dizer-lhe como me sentia sem receios. Tenho a certeza que ela falou com ele também (isto porque no dia em que falámos ele estava muito calmo, sereno e não levantou a voz nem me interrompeu).

Aliás foi ele que teve a iniciativa, eu ainda estava no hospital e antes de se ir embora disse-me bem baixo para ninguém ouvir "Quando voltares para casa vamos ter a conversa que nunca tivemos e que acho que precisávamos de ter há muito tempo.".

No dia em que voltei finalmente para casa não podia estar mais feliz, contudo também estava nervosa, hoje era o dia em que iria ter a conversa com o meu avô.

Estava no quarto com as minhas baixinhas quando ele entrou, nem demos por ele entrar, estava tão distraída a fazer cócegas à Lu, e com tantas gargalhadas. As saudades que eu tinha destes momentos com elas, momentos só nossos, é claro que faltava apenas a minha mãe aqui para estar o clã feminino completo.

Depois de algum tempo, nem sei quando, começamos a ouvir alguém a bater palmas.

- Meninas, sei que estão felizes pela Madalena estar de volta, mas hoje há escola por isso toca a mexer.

- Avô, por favor deixa-nos ficar hoje em casa, por favorzinho é só hoje.- diz uma Sofia com uns olhos de cachorrinho, eu decidi interferir antes que o meu avô respondesse.

- Sofi, a mana também tem muitas saudades vossas, mas o avô tem razão vocês não podem faltar à escola.

E embora nenhuma delas quisesse ir, e para falar a verdade eu também não queria que elas fossem, não só porque tinha sentido a falta delas mas principalmente porque temia a conversa que se aproximava, o meu avô desta tinha razão. Assim que elas saíram o meu avô olhou para mim e sentou-se aos pés da minha cama.

- Acho que chegou a hora de termos a tal conversa...

- Sim acho que chegou a hora...- eu respondi desviando o olhar para alguma coisa que não fosse os olhos do meu avô.

- Madalena...olha para mim.- porém eu mantive os meus olhos bem longe dos dele, não sei explicar porquê a única coisa que eu sabia é que se olhasse para ele não iria conseguir dizer nada e...- Madalena por favor, olha para mim. Sabes, tenho saudades de olhar para esses olhos verdes, dos meus 8 netos és a única que herdou os meus olhos.

Não resisti e olhei para ele, porque de facto era verdade eu tinha a mesma cor de olhos que ele. Nem os filhos (o meu pai e a minha tia) tinham os olhos da mesma cor, sempre foi algo que apenas nós partilhávamos e que nos unia, que sempre foi alvo das nossas piadas mais secas que apenas nós muitas vezes entendíamos, simplesmente porque havia sempre piadas algo sarcásticas entre nós.

- Desculpa...desculpa...- foi tudo o que consegui dizer, porque logo a seguir as lágrimas inundaram-me os olhos e escorreram como um rio, como um rio não era mesmo um oceano.

- Ei! Parceira...- sim era como o meu avô me chamava desde pequena, e só ele me chamava assim...e que saudades eu tinha que ele me chamasse assim...- Se alguém tem que pedir desculpas sou eu.

- Não...eu...a culpa foi minha...eu é que fui parar ao hospital e nem sei como porque não me lembro do que se passou naquela noite.

- Madalena ouve, eu sei que te sentes culpada e até frustrada por não te lembrares de nada. Mas eu não facilitei a tua vida, porque a verdade é que, eu também estava a sofrer e...

- Eu sei que tu me culpas pela morte da mãe e pelo pai estar...como está, e eu percebo-te a sério que percebo e se eu pudesse voltar o tempo para trás eu juro que fazia, mas eu não posso.

- Era bom voltar atrás no tempo, não era? Hum! Talvez eu não fosse tão gordo, sim acho que com certeza proibia a tua avó de fazer todas aquelas comidas saborosas, e o bolo de chocolate, que tentação.

- E não te esqueças das cervejas, sim porque tenho a certeza que essa barriga é das cervejas a mais...- não me consegui conter e dei um dos meus sorrisos de lado, tinha saudades destas nossas conversas, das nossas picardias saudáveis, do som das nossas gargalhadas em uníssono.

- Parceira, eu quero pedir-te desculpa também. Eu devia ter-te apoiado e não acusar-te. Tu perdeste a tua mãe, o teu pai está...desculpa o teu avô.

- Só se...se me perdoares a mim também...- e depois de nos perdoarmos um ao outro, abraçamos-nos. É claro que ainda não é a mesma coisa, mas tinha sido o primeiro passo e talvez um dia conseguíssemos ser o que éramos: cúmplices, amigos, parceiros. Não sei, mas talvez um dia tudo ficasse bem. Pelo menos eu espero que sim tenho saudades do "Meu Avô".

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