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Capítulo 10 - Desculpa Perfeita

Quando olho para ela, como fiz hoje, só consigo pensar em a abraçar e protege-la. Se fechar os olhos ainda sinto a sua cabeça aninhada ao meu pescoço, ainda sinto o tremer do seu corpo, mas o que é que eu estou para aqui a dizer. Eu não posso pensar nela, não desta forma, ela tem idade para ser minha irmã. Vou dormir...ou pelo menos tentar dormir.

Amanheceu, e tenho a sensação que passei a noite em claro. Foi uma noite inteira a sonhar com aquela noite, a noite em que a conheci. Não consigo deixar de pensar nela. Tenho que saber quem é ela, o nome dela e algum contacto. Não é possível que tenha vindo para Coimbra sozinha.

Pego no telemóvel, vejo as horas 07h45, os meus tios devem estar acordados e a Gabriela também. Ligo para a ela, está a chamar - não atende - decido ligar para o meu tio mesmo que ele esteja a conduzir tem a cena do Bluetooth no carro, está a chamar...

- Diogo? Passa-se alguma coisa? Está tudo bem por aí­?

- Sim, não se preocupe Tio. É que eu precisava de falar com a Gabriela, não demoro muito.

- Com a Gabi? Mas o que é que se passa?

- Garanto-lhe que não é nada de mais. Preciso apenas de lhe fazer uma pergunta, tentei ligar para o telemóvel mas ela não atendeu.

- É normal, está de castigo. Sem telemóvel durante uma semana. Bom mas ela está aqui ao meu lado eu vou passar-lhe.

- Obrigado Tio...- passado alguns segundos ouço a Gabi...

- Estou Diogo. Desculpa não ter atendido, mas o meu pai não percebe a adolescência e a necessidade que temos de sair um pouco da rotina...

- Gabi, eu nem quero saber o que andaste a aprontar. Quero só saber uma coisa, lembras-te daquela noite em que saí­mos à noite, e que aquela tua amiga foi parar ao hospital?

- Sim, a Madalena. Tu nem vais acreditar no que aconteceu depois. Não é que os pais da Mada tiveram um acidente depois de a irem ver ao hospital...

- Um acidente? Como assim, e o que é que aconteceu com ela e com os pais?

- Bem, a mãe morreu um mês depois, e o pai pelo que sei está em coma. Ela foi viver com os avós paternos que moram aí em Coimbra.

- Sabes o apelido dela? Um contacto dela?

- Eu sei que o apelido dela é Fernandes, devo ter o número dela ainda. Eu vou procurar e envio-te por mensagem.

- Obrigado Gabi, não te ocupo mais tempo. Fico à espera da mensagem.- Desligo a chamada, sei que talvez ela tivesse perguntas, como o porquê do meu interesse na amiga, mas naquele momento eu não lhe ia dizer nada do que se estava a passar.

Fiquei a pensar em tudo o que a Gabi me contou, no mesmo dia em que foi violada e agredida pelo animal do namorado , os pais têm um acidente. Não deve ter sido fácil encarar esta nova realidade ao acordar. O mundo dela virou do avesso, tudo o que ela conhecia desapareceu.

Talvez tenha fugido de casa do avô, e como não conhece a cidade se tenha perdido, claro foi isso que aconteceu. Coimbra é uma cidade cheia de pequenas ruelas, quem não conheça bem todos os pequenos segredos perde-se com toda a certeza.

Tenho que descer e tentar falar com a Mara, talvez com o nome consigam contactar a família. Quando estou a descer as escadas o meu telemóvel toca, a mensagem da Gabi com o número de telemóvel da Madalena...

- Bom dia mãe, pai. A Mara já acordou?- sentei-me e comecei a tomar o pequeno-almoço. Prometi ir à faculdade hoje e iria, porém primeiro tinha que contar as novidades à Mara.

- Bom dia filho, ela ainda está a dormir, e não vais acordá-la.- ameaçou a minha mãe com uma cara daquelas de meter respeito.

- Bom dia para ti também. Porque é que toda a gente nesta casa me ignora!?- diz uma Rute com uma cara de amuada.

- Bom dia ratinha, desculpa. E está descansada mãe galinha, eu não vou acordar a Mara. Mas tenho que me ir embora já.

- Vais para a faculdade, posso dar-te boleia se quiseres?- pergunta o meu pai.

- Vou. Mas primeiro vou ao hospital...- e pronto fiz explodir a pólvora...

- Diogo! O que é que eu te disse ontem? Hoje não há desculpas, hoje vais para a faculdade.

- Importas-te de me ouvir primeiro. Eu não disse que não ia, só disse que ia passar primeiro pelo hospital.

- Não. Chega de hospital, chega de querer estar com uma miúda que nem conheces.

- Pai, queres ouvir-me primeiro antes de começares para aí a disparatar...- nem lhe dei tempo para mais uma serie de reprimendas.- Eu descobri de onde conhecia a miúda, consegui o nome dela e o número de telemóvel...

- Tu sabes quem ela é? Mas tu ontem disseste à polícia que não sabias quem era a miúda e de repente...

- Eu tive aquela sensação que a conhecia, mas nem sabia de onde. Sabes aquela sensação de olhar para alguém e pensar "eu conheço esta cara"? 

- E de onde é que a conheces afinal? Como é que já tens essa informação toda?

- Eu conheci-a em Lisboa, quando estivemos de férias em casa do Tio.- olhei para os meus pais...- Lembram-se aquela noite em que saí­mos com a Gabi? Bem, ela é amiga da Gabi.

- Como o mundo é pequeno...- diz a minha mãe.

- Liguei-lhe, e já tenho o nome e o contacto telefónico. Como a Mara está a dormir eu vou até ao hospital para dar as informações ao Martim.

- E tens que lá ir tu? Podes perfeitamente pegar no telefone e ligar para o hospital e pedir para falar com o Martim.

- Podia sim, mas assim aproveito e...

- E vais vê-la? Diogo não te quero enfiado no hospital, muito menos no quarto com aquela miúda. Dá-me o número e o nome da miúda, eu próprio lá vou.

- Pai. Porque é que tu podes ir lá e eu não? Eu vou só dar os dados ao Martim...

- Queres mesmo que te diga, queres mesmo voltar para aquele lugar?

- Eu não fiz nada. Eu ajudei a miúda, ou querias que a deixasse ali ao frio? 

- Diogo, acabou. Ainda sou teu pai e estou a dizer que vai ser assim...- percebi pela cara dele que não havia nada a fazer, dei-lhe o papel onde tinha escrito tudo, depois subi para ir buscar a mochila e a Rute fez o mesmo.

Antes de sairmos a minha mãe ainda me tentou acalmar, mas nada do que ela me dissesse podia fazer alguma diferença. Qual era o problema de eu me preocupar com a Madalena, com a "minha Anja"

"Ahhh! Diogo, tu sabes bem porquê, não te faças de parvo...ela é muito mais nova que tu, ela é da idade da Rute...é menor". 

Não, o meu pai tem razão, isto tem que acabar eu não posso sentir o que sinto, mas o que é que eu sinto realmente? Acho que nem eu sei, será que? Não eu não posso ama-la!? Ou posso? Não, eu nem a conheço, pelo menos não a conheço tão bem para...mas aquelas mensagens ainda estão na  minha mente, como eu gostava daquela nossa picardia...

"AHHH!!! Esquece de uma vez Diogo..."

Estava eu nestes meus pensamentos e dúvidas quando ouço o meu pai a dizer-me que no fim das aulas me vinha buscar. Olhei para ele tipo "Pai a sério...que vou passar por isto!?", mas ele nem se ralou e ainda me disse "Escusas de fazer essa cara. Enquanto ela estiver no hospital vai ser assim".

Nem discuti com ele, sei que não vai mudar de ideias, vou ter que inventar alguma coisa, eu preciso de a ir ver. Graças a Deus, o tempo passou rápido hoje, tivemos as duas primeiras aulas e depois fomos praxar os caloiros.

Apesar de não gostar muito acabei por ser levado pelo André, o meu melhor amigo desde sempre. Conhecemo-nos desde pequenos, acho mesmo que falávamos entre nós ainda nas barrigas das nossas respetivas mães, que são melhores amigas desde sempre.

O André é como um irmão para mim, eu conto-lhe tudo e é óbvio que lhe contei da miúda de Lisboa. E claro que lhe contei que ela estava em Coimbra e que a "salvei" de novo.

Por isso, assim que cheguei, arrastou-me com ele "Tens que te distrair um pouco, tirar essa miúda da cabeça, nem que seja por um milésimo de segundo". Como se isso fosse possí­vel?

Mas acabei por ir, ele não iria deixar de me chatear e mesmo que quisesse, não podia ir ao hospital já que o meu pai me viria buscar e se não estivesse aqui...bem entre um terramoto e uma guerra mundial escolham o pior.

Então lá fui eu para algo que abominava, mas precisava de a tirar da minha cabeça, para além de que tinha que haver sempre um representante da Associação de Estudantes para ser uma espécie de arbitro. Assim poderíamos interferir e impedir qualquer abuso por parte dos veteranos para com os caloiros.

Ao fim de uma hora estávamos a praxar alguns caloiros quando um deles pega no telemóvel e vai atender. Supostamente não é permitido que os caloiros levem os telemóveis ou qualquer outro objecto para a praxe. É uma forma de nos proteger, porque por algum descuido pode acontecer um acidente.

Não me meti naquele instante, e deixei o veterano fazer o que tinha a fazer. Este chegou perto do caloiro e tira-lhe o dito telemóvel da mão. O caloiro fica surpreendido primeiro para depois passar para uma atitude irritada.

Quando se apercebe que o veterano não vai devolver o telemóvel, começa a implorar para que o deixe atender que é importante. Um outro caloiro que está ao lado tenta em vão acalmar o primeiro, que continua a implorar.

- Por favor eu preciso de atender essa chamada. Por favor...

- Cala-te caloiro, isto nem devia ter saí­do da tua mochila. Acho que até vou...- o veterano atirou o telemóvel ao chão partindo-o todo, o rapaz ficou em choque...- Não me digas que vais chorar? Era apenas um telemóvel e aposto que podes comprar outro bem melhor.

- Eu...eu preciso de me ir embora...preciso de um telefone. Tenho que me ir embora já...- o miúdo estava mesmo em ansia de se ir embora.

- Vais fazer queixinhas ao papá, ou será à mamã?! Será que és menino da mamã...- o caloiro olhou para o veterano com uma cara de raiva.

Os limites de um e de outro já estavam mais que ultrapassadas, não podia permitir que se gerasse ali uma discussão. Ao mesmo tempo percebi que por trás de toda aquela raiva que o miúdo tinha nos olhos havia também um desespero, não consegui ficar parado.

- Chega...- e com isto o veterano olhou para mim.- Sabes bem que há praxes e praxes, e estás a passar os limites. Tu...- disse eu ao caloiro...- tenho a certeza que a chamada podia esperar.

- Não, esta não podia. Era o meu tio, era importante, tenho a certeza que era sobre a minha irmã.

- Tenho a certeza que esse tal "Tio" podia esperar.- Disse o veterano, eu olhei para ele com uma cara que até ao André assustou.

- Muito bem, toma.- e dei-lhe o meu telemóvel...- Não sei qual a urgência, mas não quero que penses que aqui em Coimbra somos todos uns animais.- e ao dizer isso olhei para o veterano que o estava a praxar.- Mas vais falar com o "teu tio" aqui e comigo ao lado.

- Sem problema, eu não estou a mentir.- e diz isso olhando com raiva para o veterano...- Obrigado, a sério.

Assim que o "Tio" atende, eu percebo o porquê da urgência- Pelos vistos ele não estava a exagerar, porque pelo teor da conversa a situação era grave e de certa forma senti-me bem por o ter ajudado...

- Vou tentar ir lá ter. Obrigado Tio.- desliga a chamada e devolve-me o telemóvel. Olha para o veterano e sei o que está a pensar.

- Não te preocupes com ele, como representante da A.E. posso liberar-te da praxe.

- Obrigado. E sei que estou talvez a abusar, mas será que o meu primo pode ir comigo. É que eu preciso de alguém que saiba levar-me, eu não sei onde fica o hospital.

- Tu não sabes onde fica o hospital? Essa é boa. Acho que aqui o caloiro nos está a tentar enganar.- diz o André que estava ao meu lado.

- Não. A sério eu não sei, eu sou de Lisboa e vim morar agora para cá.

- Tudo bem, eu acredito em ti e vou fazer melhor que isso. Eu e o meu colega aqui vamos levar-vos até lá.- Olho para o André que percebe: consegui uma boa desculpa para voltar ao hospital.

O André foi buscar o outro caloiro, que pelos vistos era primo, e seguimos os quatro para o hospital. Sim foi a desculpa perfeita para conseguir: fugir do meu pai e ir ver a minha "Anja".

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