Capítulo 94
Capítulo 94: O que sempre sonhei.
Sabo respirou fundo enquanto terminava o relatório, havia recebido notícias de Luffy e sabia que o irmão demoraria a chegar em Wano, por isso seguiu para uma missão revolucionária de poucos dias e agora estava de volta em Baltigo.
Quase não parava mais na sede, estava extremamente irritado e chateado com Dragon, porém não podia deixar isto transparecer para seus homens, afinal os líderes brigarem poderia desestabilizar o exército por inteiro.
Por isso respirou fundo ao ouvir passos, a partir do momento que ingressava no exército revolucionário, a pessoa era treinada para camuflar até mesmo o som de seus passos para ser o mais sutil e imperceptível possível, porém já fazia algum tempo que ele não se ocultava de Sabo, sabendo que o mais jovem estava irritado consigo.
- Sabo, que bom que o encontrei - A voz o fez se virar sabendo que não mais trabalharia neste relatório.
- Precisa de algo, Dragon? Estou meio ocupado agora.
- Serei breve - O líder revolucionário suspirou ao sentar encarando seu braço direito com pesar - Sei que segue irritado com o passado e não tenho palavras para desculpar minha negligência, porém preciso que ouça, para o bem de Luffy.
O loiro cruzou os braços interessado.
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Zoro observava o horizonte concentrado, ele não tnha a habilidade de Luffy para perguntar ao vento quanto tempo faltava, porém tinha certeza absoluta que estavam perto, cada vez mais perto de seu destino.
O sol ia alto e gaivotas cantavam, mas o resto parecia tudo silencioso, quase monótono.
Ouviu som de passos, porém não se virou ainda olhando fixamente o horizonte, as mãos em suas espadas.
- Devemos chegar pouco antes do horário da cerimônia - Pedro falou ao seu lado fazendo o espadachim suspirar.
- Bom, pegamos Sanji e saimos daqui o quanto antes.
- Não será tão fácil assim, Big Mom é uma Yonkou - O Mink alertou, o incomodava que os Mugiwara parecessem tão confiantes.
Isso fez Zoro zombar.
- Se Luffy vai ser o Rei dos Piratas, conte algo novo. Nós já tinhamos planos de lutar contra ela, só estamos apressando tudo isso.
- Acham realmente que estão prontos?
- Não achamos.
- Zorooo! - A voz de Luffy fez os dois se virarem vendo seu capitão sair do quarto com um sorriso ansioso.
- Nós temos certeza, se me der licença, meu capitão está me chamando.
Porém, antes que Zoro desses alguns passos, uma enorme embarcação cobriu o sol deixando-os tensos.
- De onde isso veio? - Nami questionou do leme, os olhos arregalados, como não viram essa embarcação bem maior que o Sunny se aproximar?!
- É a bandeira da Big Mom - Robin alertou fazendo-os entrar em alerta.
- Quem pensa em entrar no território da Mama? - Um homem apareceu no convés.
Ele era enorme, um dos maiores humanos que a tripulação já havia visto, com os cabelos rosas e um cachecol felpudo cobrindo seu rosto e cheirava tão bem na opinião de Luffy.
- Quem é você? - Zoro rosnou encarando o homem com irritação.
Merda! Se lutassem iriam atrasar e então a cerimônia já estaria acontecendo ou pior! Sanji já poderia ter sido obrigado a dizer sim!
Não podia deixar isso acontecer, não mesmo!
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Sanji encarou o irmão sem nenhuma emoção, ele parecia tão livre de sentimentos quanto o pai sempre quis que fosse enquanto era ajudado a fazer a gravata nem um pouco animado para o que estava por vir.
Quando era mais novo e sua mãe ainda viva ele se perguntava todos os dias como havia sido o casamento dela, uma enorme festa com inúmeros doces e todos felizes e se divertindo, ele queria viver esse sonho!
A medida que crescia, fugindo de casa, conhecendo Zeff, construindo o Baratiê, Sanji manteve essa vontade de casar.
Naquela época ele pensava em uma linda mulher que gostasse de suas travessuras e que gostasse de cozinhar também, os dois passariam horas na cozinha inventando algo novo e conversando sobre o futuro.
Ela quem iria fazer a proposta de casamento e então os dois se empolgariam. Sanji mesmo quem faria o bolo, mas, conhecendo Zeff, sabia que o velho iria querer fazer todo resto como presente de casamento.
Eles gastariam horas escolhendo cada detalhes, as flores, o cardápio, os convidados, iriam decidir o vestido e o terno juntos sem se preocuparem com as tradições de ser tudo separado, para Sanji valia mais aproveitar esses momentos ao lado de sua futura esposa.
Então a cerimônia seria em um lindo jardim com todos os amigos dos dois e ele tiraria uma folga do Baratiê para poder aproveitar com sua esposa.
Ele desejou isso por muito tempo, planejou os detalhes e perdia horas pensando nisso, sonhando acordado.
E então conheceu Zoro e todo esse sonho ruiu pouco a pouco, Zoro que não se importava com detalhes, que sequer se importava em trocar de roupa mais de uma vez na semana e claramente não iria gastar horas decidindo um terno que só usaria uma vez.
Zoro que não sabia cozinhar e muito menos diferenciar o que estava bom para o que estava cru ou estragado, Zoro que só sabia grunhir e nunca manter uma boa conversa.
Zoro que sabia qual cor de flor Sanji gostava e que conhecia seus horários como ninguém, que não o deixaria passar da hora de dormir por conta de sua ansiedade e que, apesar de preferir o silencio, sempre ficar depois do jantar para o ajudar a ajeitar tudo e o ouvir falar sem parar.
Não seria do jeito que sempre imaginou, seria infinitamente melhor.
Mas agora, encarando aqueles três rostos idênticos ao seu que riam e debochavam de si, sabendo que o terno estava mais apertado do que deveria, sentindo-se estranho em sapatos sociais no lugar de saltos e sabendo que essa gravata vermelha nunca combinaria com um terno três peças branco.
Este não era o sonho que sempre teve, estava mais para pesadelo, um pesadelo que estava prestes a se tornar realidade.
Onde estava Luffy, Zoro e os outros? Sabia que eles chegariam, mas realmente achou que seria a tempo de o impedir de subir no altar.
Bem, só precisava esperar mais um pouco, só mais um pouco e ele tinha certeza que eles viriam ao seu encontro, afinal Sanji não iria se casar, não é assim que deveria ser!
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