Capítulo 63: Sacrifícios.

Luffy fugiu da festa que as Kujas estavam dando, indo para uma janela encarar as estrelas, ele não conseguia se divertir e comemorar, não sabendo que seus nakamas poderiam estar em perigo, não sem notícias dos irmãos.

Buscou em seu bolso o cartão de vida de Ace e Sabo, o de Sabo ainda estava inteiro, seja o que fosse ele estava bem, mas o de Ace... era só um pequeno pedaço quase nulo e ainda queimando.

- Sinceramente, a Marinha está realmente querendo uma guerra com Barba Branca.

A voz da anciã fez Luffy se virar, interessado.

- Barba Branca? - Era o novo pai de Ace! Ele tava brigando com a marinha?

- A marinha capturou o comandante da segunda divisão dos piratas Barba Branca, Hiken no Ace e anunciou que vão o executar em uma semana contando de hoje, assim como seu imediato, Fênix Marco e Sir Crocodile.

- A-Ace vai morrer? - Luffy sentiu o ar faltar, as pernas fraquejando o fazendo segurar o parapeito da janela com força.

- Foi o que eu disse, você não lê as notícias, garoto?

- E-eu preciso sair daqui, p-preciso chegar até Ace!

- Isso é loucura! Mesmo que saia daqui, ele está em Impel Down, é impossível para um pirata entrar.

- Eu não ligo! Preciso o salvar! - Luffy estava começando a hiperventilar.

Seus nakamas em perigo.

Seus irmãos em perigo.

O mundo tentando matar todos que amava.

De novo, de novo e de novo, uma eterna punição por ele existir.

- Eu preciso salvar meu irmão! - Luffy se soltou da anciã, correndo para fora dali, as lágrimas caindo, ele iria nem que fosse nadando! Não se importava com o mar, precisava chegar até Ace, precisava o salvar.

Por que Sabo não lhe disse? Podia ter ajudado desde o início! Se estivesse junto Ace já estaria com eles, a menos que...

Luffy travou, talvez Sabo não o quisesse por perto porque notou o fardo que era, talvez o irmão estivesse o evitando, se irritaria se Luffy aparecesse, mas não podia deixar Ace.

Luffy começou a andar de um lado pro outro, sem notar o ambiente ao seu redor, sem escutar sequer o vento enquanto tentava decidir o que fazer.

- Luffy! - A voz de Hancock o fez se virar para encarar a Shichibukai, uma mulher que por muitos anos não foi livre, uma mulher que quando conseguiu sua liberdade a vendeu, se tornando Shichibukai, para proteger seu povo.

Ela o entenderia, ela saberia o ajudar a invadir Impel Down e salvar seu irmão.

- Eu ouvi tudo - Ela garantiu, preocupação a tomando, não entendia porque estava sentindo isso por um homem dentre todas as pessoas, um piratas, mas estava sentindo, esse sentimento de cuidado e proteção que nutria para com suas irmãs, iria o ajudar com o que fosse!

- Eu... eu preciso...

- Eu fui convocada para essa guerra, posso tentar te ajudar a se infiltrar em Impel Down, mas não consigo fazer mais do que isso.

Luffy sorriu, um sorriso de alívio em meio as lágrimas.

- Obrigado!

Ele abraçou a imperatriz, surpreendendo aquelas que assistiam, mas a mulher não pareceu se importar, dando batidinhas em seu chapéu.

- Vamos, vamos pela manhã, com um navio da marinha levará apenas alguns dias para chegarmos em Impel Down.

________//\\________

Koala correu até o melhor amigo que repassava seu plano com os Barba Branca fazendo todos se calarem para a olhar.

- Sabo! Eu tenho uma atualização sobre os Shichibukais!

- Mais algum desistiu de lutar? - O revolucionário se empolgou, além de Jinbei e Hancock nenhum outro havia desistido.

- Não, é ruim, Boa Hancock decidiu se unir à luta.

- O que?! Por que?!

- Não consegui essa informação, mas ela está indo para Impel Down, diz que antes de lutar quer ver o prisioneiro, ninguém sabe o porque desse pedido.

Sabo franziu o cenho, faltavam quatro dias para a execução pública, Luffy não aparecia há três dias e, de repente, Hancock mudou de ideia.

O revolucionário riu.

- Bem, ela é uma preocupação a mais, mas tenho quase certeza de que não é realmente uma inimiga, não de Ace.

- Do que está falando?! Ela é uma Shichibukai! - Koala suspirou, Sabo parecia ter pirado desde que recuperou as memórias, sinceramente!

- Sim, e meus irmãos foram criados por Garp, vamos, ela não é o nosso maior problema agora, além disso, quando Luffy aparecer na batalha, terá alguém capaz de trair o governo por ele.

- Está dizendo que, de alguma forma estranha, seu irmão caçula convenceu a Imperatriz Pirata de lutar ao seu lado?! - A revolucionária arregalou os olhos - Com base em quê?!

- Em meus instintos.

- Sabo!

- Vamos, quando se trata de D.s, você não segue lógicas.

- Ele está certo - Barba Branca decidiu intervir, um sorriso em seu rosto ao pensar em Roger e Rouge - D.s não são do tipo que seguem lógicas.

________//\\________

Ace encarou Crocodile antes de suspirar, ele estava acorrentado com as mãos presas na parede, mantendo seus braços altos de uma forma desconfortável, Crocodile não tinha correntes, sentado em uma segunda cela com Jinbei, esse sim tinha correntes que o mantinha preso contra a parede, em uma posição mais confortável.

Passos foram ouvidos e a cela de Ace abriu, o pirata ergueu o olhar, seu peito doendo ao ver Marco ser arrastado, quase inconsciente, antes de ser acorrentado ao lado de Ace, os guardas indo embora.

O Portgas esticou a mão, segurando a mão do outro em um conforto mudo.

- Eles estão tentando tirar informações sobre Oyaji - Marco sussurrou.

- Bem, eles deviam ter levado outro - Crocodile bufou - Não é como se logo você fosse dizer algo sobre o velho, sinceramente, eles prendem as três pessoas mais leais ao Oyaji e acham que conseguirão algo.

Passos soaram novamente e Megallan apareceu, parando em frente à cela de Crocodile e Jinbei, esperando seus guardas a abrir.

Crocodile suspirou quando foi algemado, era sua vez de ser torturado, pelo visto, era hora de colocar o plano em prática.

Olhou pelo canto de olho para os outros três antes de seguir sem reclamar.

Ele iria proteger quem era importante para Luffy, nem que isso custasse a sua vida.

Ace franziu o cenho, algo em si denunciando as intenções de Crocodile, isso não parecia nada bom! Luffy sofreria tanto se perdesse o pai! Precisava fazer algo!

Tentou se mexer, atraindo atenção para si enquanto Crocodile ainda era levado, alguns guardas rindo e debochando, mas não se importou, algo em si dizendo que seria a última vez que veria o pai de seu irmãozinho.