Capítulo 12: O pequeno cozinheiro

Sanji era apenas uma criança quando foi acolhido em um restaurante e se tornou um aprendiz, vindo da família que veio, nunca se preocupou com desperdícios, achando nojento quando os cozinheiros comiam as sobras das mesas dos clientes.

Foi em uma noite de folga que ele conheceu aquilo que viria a se tornar seu sonho e ambição: o All Blue.

Um mar lendário onde diziam que todos os mares do mundo se encontravam e que, por isso, continha todas as espécies do mundo, um tesouro para qualquer cozinheiro marinho, Sanji sabia em seu íntimo que ele existia e faria de tudo para o encontrar, não importava como.

Mas, dias depois, eles foram invadidos por piratas e, durante a invasão, forte tempestade os assolou, destruindo todos os barcos, Sanji não conseguiu fazer nada, sendo carregado pela tempestade e se afogando em meio aos destroços.

O garoto acordou em uma enorme pedra no meio do oceano, apenas ele e Zeff, o capitão dos piratas que destruíram o navio em que vivia, além dos dois tinham apenas dois grandes sacos com eles.

Zeff impôs as ordens, entregando o menor dos sacos para Sanji e o mandando ficar do outro lado da pedra, a comida nos sacos duraria por dias caso eles racionassem corretamente, enquanto isso precisavam rezar a qualquer divindade em que acreditavam para serem achados e salvos.

Dias e dias se passaram, a comida de Sanji acabou lentamente não importava o quanto a regrasse, até que não tinha mais nada, foi quando decidiu ir atrás de Zeff, afinal o saco do outro era maior e ele poderia roubar um pouco, nem que precisasse lutar por isso!

Sendo o mais sorrateiro possível, Sanji foi até o lado de Zeff, achando o saco ainda cheio, isso o irritou, Zeff tinha tanta comida e Sanji não tinha nada!!

Abriu o saco pronto para pegar uma coisa ou duas quando sentiu seu coração parar por meio segundo, seu estômago revirando, não era comida que tinha ali, era ouro.

Toda a comida tinha sido dada à Sanji sem que o garoto soubesse, mas então... o que Zeff comeu esse tempo todo?! Como ele poderia estar vivo?!

Assustado com essa perspectiva, Sanji caminhou até o pirata, sentindo vontade de vomitar ao vê-lo cheio de sangue, o início de sua coxa enfaixado e o resto de sua perna faltando.

A realidade o batendo com força, para que Sanji tivesse chances de sobrevivência, Zeff tinha... ele tinha...

Antes que completasse o pensamento eles ouviram algo e Sanji se ergueu de imediato, ao longe, um navio passava, com o coração aos saltos e lágrimas pelo que descobriu, Sanji tentou chamar a atenção do navio.

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Sanji acendeu o cigarro tragando lentamente, Zeff tinha salvo sua vida, comido sua própria perna para que Sanji comesse decentemente enquanto estavam lá, quando foram resgatados, o ex-pirata juntou todas as suas forças, construiu o Baratie e levou Sanji consigo, o educando.

Zeff era o pai que conhecia e o Baratie era seu único lar, seus sonhos não importavam mais porque ele estaria sempre ao lado de Zeff para ajudar o mais velho, o único que conheceu que também acreditava no All Blue.

Então para Sanji não importava se Luffy acreditava no sonho infantil de Zoro, nem que Luffy estava lutando bravamente para proteger o Baratie, Sanji não iria ceder, ele iria ficar ao lado de Zeff, sempre.

- Existe algo que separa as pessoas desse mundo em duas categorias - Zeff falou ao lado de seu filho do coração enquanto assistia a batalha - Existem aqueles que no meio de uma dificuldade, desistem facilmente, essas pessoas estão fadadas à morte, mas também existem pessoas como ele - Luffy caiu de novo, mas se levantou, ignorando as dores enquanto voltava a lutar com Don - Que estão tão determinados que não se importam com sua própria vida, esse é o tipo de pessoa capaz de conquistar seus sonhos, por mais impossíveis que sejam.

Luffy derrubou Don, um sorriso animado em seu rosto ao começar a procurar algo na armadura do outro, Sanji observou atento enquanto refletia no que Zeff disse, esse era o tipo de cara que poderia achar o All Blue porque jamais desistiria disso.

Luffy encontrou uma das bombas de gás venenoso e enfiou na boca de seu rival antes de o chutar para o mar, sentando-se completamente cansado.

Sanji soprou a fumaça enquanto refletia sobre tudo o que aconteceu aquele dia, os outros comemorando ao seu redor enquanto Luffy pedia por comida para a viagem.

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Nami chegou na ilha a olhando com um misto de carinho e pesar, ela passaria primeiro em casa e deixaria parte do que roubou antes de seguir até Arlong, ela tinha conseguido, ela tinha reunido todo dinheiro de que precisava! Isso graças à Luffy e os outros, eles estavam livres agora!

- Nami! - Nojiko arregalou os olhos ao ver a irmã na porta de casa, seu rosto inchado, Nami franziu o cenho.

- Nojiko, o que aconteceu?!

- Eles levaram tudo - A voz de Genzo fez Nami se virar para ver o homem mais velho a quem muito respeitava.

- Q-quem levou o quê? - Nami já tinha uma ideia do que tinha acontecido, as mãos tremendo, mas não queria acreditar, isso não podia ser verdade, todos esses oito anos não poderiam ser em vão!

- Fuzileiros apareceram aqui e cavaram toda a plantação de laranjeiras da Bellmere - Nojiko contou, Nami sentiu suas pernas fraquejarem, caindo de joelhos, isso não podia ser verdade, não mesmo!

- Nami, nós sabemos de tudo - Genzo ajoelhou na frente da garota - Sempre soubemos, nunca te contamos para não colocar tanto peso em seus ombros, mas não deixaremos mais eles te machucarem, a vila toda está decidida, nós vamos acabar com Arlong.

- O-o que?! - Nami arregalou os olhos - N-não! Vocês não podem fazer isso! E-eu vou dar um jeito, consegui o dinheiro uma vez, e-eu posso fazer de novo, estou mais experiente agora...

- Descanse, Nami - Genzo garantiu.

Nami soluçou, ela era uma fraude! Sequer conseguiu proteger a vila! Ela tinha sido enganada por Arlong.

"Eu não vou permitir que você escape, então saiba que eu vou atrás de você."

A voz de Luffy chegou até si e Nami se encolheu, ela tinha falhado e agora Luffy e os outros estavam vindo, todos iriam se machucar, sua irmã, as pessoas da vila, Luffy, Zoro, Usopp, todos eles iriam se machucar porque ela era inútil!

- B-Bellmere, me desculpe.