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VINTE E TRÊS - CALLIE

Droga, eu estraguei tudo.

Não, Callie, Mike estragou tudo, você só piorou as coisas.

Depois que eu me arrastei para fora da lobby do hotel, eu sabia que não tinha tempo para esperar o fogo baixar para ir conversar com Noah. Eu precisava fazê-lo naquele exato segundo, mas ele ainda estava no trabalho.

Então eu fui para casa e joguei o máximo de coisas que podia no chão. Minhas roupas, cadernos, livros, almofadas. Meu quarto virou uma zona de guerra e eu queria arrancar aquela raiva de mim o mais rápido o possível.

Mas não era raiva o que eu sentia.

Agora, correndo até a casa do Noah, perto da hora do jantar, eu sei que a culpa vai me consumir até eu explicar tudo para ele.

Toco a campainha respirando superficialmente – culpa da corrida e da minha culpa – e Amy me atende. Ela arregala os olhos como se não me esperasse ali.

– Noah está? – eu pergunto de uma vez.

– Callie, eu gosto muito de você, mas Noah disse que não quer ter ver.

– Amy, é importante. Ele está aqui?

– No quarto, trancado desde que Tyler foi embora.

– Seus pais estão em casa?

– Não.

Entro sem esperar permissão ou um convite. Isso é mais importante que a educação. Sei chegar ao quarto de Noah e dou de cara com a porta fechada. Bato nela algumas vezes.

– Noah, eu sei que você está aí. Por favor, eu preciso falar com você.

Silêncio. Nada. Nem uma palavra dele.

Ouço passos chegarem próximos a porta.

– Não quero falar com você – mal reconheço a voz dele.

– Noah, foi tudo um mal entendido.

– Não, Charlotte, foram segredos que fizeram isso.

– Segredos, mal entendidos, chame do que quiser, mas eu não vou jogar todos os nossos momentos fora por causa de um beijo roubado e um verão que eu apaguei da minha memória.

– Então quer dizer que você me usou para esquecer o Mike? – acusa.

– Não, Noah, eu nunca faria isso com você. – Toco a porta com a minha mão aberta onde imagino que está ele. – Quando eu te conheci, eu mal lembrava do pior verão da minha vida. E estar com você foram os melhores momentos dela.

– Ele parece se lembrar muito bem disso.

– Mike é maluco.

– Você disse isso todas as outras vezes que eu te perguntei qual era o problema dele.

– Tem outra coisa para explicar o que ele faz? O objetivo dele é tornar a minha vida um inferno e ele conseguiu, você cedeu ao que ele disse, só olhe para a situação com clareza.

– Eu já repensei o que ele disse. E vi o tanto de coisas que você me escondeu enquanto eu estava sendo totalmente aberto com você. Quantas vezes você viveu de fingimentos, Charlotte?

– Eu nunca fingi nada. Em nenhum momento eu forcei um sorriso para te agradar ou disse algo para te fazer melhor. Eu fui verdadeira em cada segundo que ficamos juntos, cada beijo, sorriso, caminhada, música. Era desnecessário eu te contar algo tão traumatizante quando nós íamos tão bem.

– E o beijo?

– Quantas vezes vou ter que explicar que o garoto me beijou e que eu dei um jeito de fazer ele se arrepender no momento seguinte? Eu te amo, Noah, eu sempre te amei e o que eu fiz no passado ou um beijo não correspondido não muda isso.

Ele se cala.

Deslizo minhas costas pela porta e olho para o teto. Não posso chorar agora.

– Noah, se você abrir essa maldita porta, eu posso responder todas as suas perguntas. Mas se, mesmo assim, você ainda estiver chateado comigo, eu vou embora e você nunca mais vai precisar me ver.

– Você pode falar daí mesmo.

Eu quero olhá-lo nos olhos. Porque eu sei que essa raiva dele vai passar quando eu explicar tudo. E eu quero muito enterrar a cabeça no seu peito e chorar até essa culpa ir embora.

– Dessa vez, a culpa foi minha – admito.

– Ainda bem que você sabe.

– Noah, eu te imploro.

– Não. – Sua voz está alta. Ele deve estar ao lado da porta. Talvez engolindo o choro, com os braços cruzados e tentando imaginar como eu estou. – Você fica aonde está e me conta tudo. Por que não me falou do beijo depois que chegou?

– Eu fiquei com medo.

– Medo? Se realmente não foi nada, poderia ter me dito antes. Eu entenderia. Mas medo não é desculpa.

– Você me conhece, Noah. Eu estou sempre com medo do que pode acontecer, ainda mais com nós, algo tão frágil e precioso para mim.

– Achou que estaria tudo bem escondendo isso de mim?

– Não é esconder se não afeta nosso relacionamento.

– Mas afetou.

– Afetou porque Mike falou e porque você se deixou abalar.

– Eu me deixei abalar? Descubro que além de ter beijado outro cara em Nova Iorque, já esteve com o Mike e não devo ficar abalado?

– Por que eu ter namorado o Mike por um verão te incomoda tanto? Nós nunca tocamos nesse assunto e eu nunca achei que fosse necessário contar todas as vezes que Mike me levou paras as festas com o intuito de me deixar bêbada e transar comigo.

– Acho que teríamos evitado alguns problemas se tivesse me dito.

– Não, eu evitei problemas deixando isso de lado. Eu evitei que você me olhasse com outros olhos e fizesse você pensar milhares de vezes antes de agir. Só pense, Noah, pense que eu me doei muito para nossa relação e em como eu me protegi disso tudo.

– Eu não sei. Como posso confiar se não foi honesta comigo antes?

– Noah, isso... – eu quero dizer que me ofende. Como posso prová-lo que tudo o que nós tivemos foi verdadeiro?

Eu não posso. Não assim sentada no chão, com uma porta de distância entre nós. Amy aparece no corredor e entra em seu quarto, logo em frente ao de Noah. Ela fecha a janela que dá para a rua e me encara. Ela está tão decepcionada quanto eu.

Há uma janela no quarto de Noah e eu aposto que ele esqueceu de fechá-la.

Levanto-me do chão correndo e não olho para trás. Abro a porta da cozinha e vou para os fundos. Paro em frente à janela de Noah. Ele está como eu imaginei, perto da porta e com os braços cruzados, encarando o teto porque também não quer chorar.

Ele gira para se jogar na cama e me vê na janela antes que eu possa me esconder.

Eu me aproximo para tentar entrar, mas ele é mais rápido e fecha as janelas. Eu não consigo parar de olhá-lo. Logo a primeira lágrima escorre pelo meu rosto demoradamente e várias outras a seguem.

– Noah, por favor. – Coloco minhas duas mãos no vidro e espero que ele faça o mesmo.

Mas ele não o faz.

– Eu te amo.

Ele fecha a cortina e eu desabo no choro. Volto para o corredor e ajoelho-me em frente a porta.

– Vá para casa, Callie.

– Você sabe que eu não vou.

– E vai ficar aí até quando?

– Até você abrir essa maldita porta e me deixar explicar tudo.

– Você explicou tudo que tinha para explicar. É melhor você ir. Eu não irei abrir a porta.

– Não faça isso comigo, Noah. Eu não quero ter que te esquecer, não quero ter que fingir que nada aconteceu porque, definitivamente, muita coisa aconteceu. Eu te dou o tempo que quiser para se recuperar disso, só não me diga que é o fim.

– Sinto muito, mas não dá para mim.

Eu me jogo contra a porta e não me importo com o barulho que vai fazer. Eu quero que Noah ouça eu me quebrando depois de tanto tempo. Ele está do outro lado agora, depois de tanto tempo ao meu lado.

Fico de pé e continuo chorando. Amy aparece ao meu lado e me abraça.

– Amy – eu digo com a cabeça no cabelo dela. Não tenho forças para pedir por ajuda.

– Como vai ser agora, Callie?

– Eu não sei. Nós temos que torcer pelo melhor.

Amy me leva até a cozinha e me entrega um copo de água. Eu mal consigo beber e ela não para de me olhar. Eu ouço uma porta abrir e rezo para que não seja os pais de Noah.

E não são eles. Noah rapidamente aparece na cozinha, congela quando me vê e depois corre de volta para o quarto.

Ele vai fechar a porta na minha cara pelo resto da minha vida. E eu vou ter que aprender a abrir as janelas logo.

Eu ligo para Annie e conto tudo durante meu percurso. Ela tenta me acalmar para que eu explique tudo direito, mas ela não pode.

Desligo na cara dela quando chego a casa do Mike. Essa palhaçada termina hoje. E é bom ver que ele está dando uma festa em casa, vai ser bem mais humilhante. Eu olho para as pessoas no gramado e elas não me enxergam na escuridão do outro lado da rua.

Atravesso correndo e voo até a porta aberta. Entro e procuro Mike pela sala. Não o encontro, mas seu irmão – um ano mais novo, mas bem parecido com ele – está sentado beijando alguma garota no sofá.

– Jonas – eu me aproximo. Ele não me ouve. – Jonas!

Ele se afasta da garota, assustado comigo ali.

– Charlotte?

– Onde está o seu irmão?

– Lá atrás.

Ele grita para que eu não vá lá. E quem disse que eu ligo para seus avisos? Passo por todas aquelas pessoas bêbadas e abro a porta para os fundos da casa com uma porrada. Mike está beijando alguma outra garota, com as mãos na bunda dela e dizendo algo bem baixo para ela.

– Michael Sloan – eu grito e ele empurra a garota. Ela cai no gramado de tão bêbada e não consegue se levantar.

– Charlotte, você aqui – ele abre os braços. – A que devo sua presença? Veio voltar para mim?

– Seu idiota, estúpido e irritante! – eu pulo os degraus e fecho meus punhos. – Eu te odeio tanto que eu poderia matá-lo agora. Você estragou meu verão, minha vida, minha mente e agora estragou a única coisa que me fazia feliz!

– Missão cumprida – ele se aproxima. – Ele não te merece.

Rio com tanta babaquice.

– E você acha que é melhor que ele? – cruzo meus braços. – Você é um idiota de merda que se aproveita das garotas. Elas se acham um máximo por estar com um jogador de futebol e filhinho de papai. Você só está enchendo elas de álcool para abusar delas porque ninguém, em sã consciência, tiraria a roupa para você.

– Estou ofendido. – Mas ele só está sendo irônico.

– Espero mesmo que esteja. O que você tem contra a felicidade dos outros? As meninas pararam de te querer e você precisava causar a desgraça alheia para ser feliz? Queria provar alguma coisa? Porque você deixou bem claro que é uma criança no corpo de um brutamonte.

– Eu só precisava estragar a sua vida – ele diz. – Porque você nunca foi fácil de deixar bêbada o bastante para levar para um quarto. Você sempre queria algo fofo e romântico e eu estava cheio disso. Se eu não posso ter algo com você, ninguém mais pode.

– Seu cachorro egoísta! Depois que eu entendi porque nós namorávamos, se é que posso chamar aquilo de namoro, eu prometi a mim mesma que nunca mais me apaixonaria por alguém. Você foi um trauma.

– Não se faça de inocente. Por qual outro motivo namoraríamos? Você só se fazia de difícil.

– Você conseguiu ultrapassar os limites de estupidez. Você namora por sexo não consensual? Sério? Sem sentimentos, mas altamente egoísta. Deixe-me pensar um pouco – seguro a ponta do meu queixo. – Eu deveria avisar a todo mundo o tipo de pessoa que você é.

– Faça isso, eles não vão acreditar em você. – Desafia ele.

– Não vão? Essa garota no chão – aponto para ela, esquecida por ele agora que eu estou aqui – vai ser uma testemunha perfeita. Bella também. E tem eu. Quem não acreditar em nós é muito estúpido, só não mais que você.

– Você vai colocar aquela piranha da Bella no meio? Desde quando vocês são amigas? Obrigado por me lembrar dela e como era fácil fazê-la cair de amores por mim.

Eu o encaro perplexa. Mike é mais que um idiota, o que ele faz pode ser classificado como crime e ele pode responder perante um juiz, ter que pagar indenizações e ser preso porque está perto de fazer dezoito anos.

– Eu vou juntar todas as provas que tenho e te prender – digo. – Você vai se arrepender de cada garota que foi sua vítima.

– Tente. Eu posso pagar um advogado que destruiria seus argumentos. Eu posso provar que você é só mais uma garota iludida. E você vai fazer isso tudo só porque eu disse algumas verdades para o Noah? – ele ri com deboche da minha ideia.

– Não, eu vou fazer isso pelo que aconteceu hoje.

Corro e me jogo contra seu corpo enorme e cheio de esteroides. Ele cai de costas e eu fico por cima. Soco sua cara duas vezes e ele me impede de socá-lo pela terceira vez. Ele me joga para o lado, eu caio sobre o meu braço direito e grito de dor.

– Você é fraca e cega. Não pode me ganhar – ele se arrasta para perto de mim e prende meus ombros contra o chão. – Um rostinho tão bonito que eu vou ser obrigado a machucar.

Ele me soca e meu rosto explode em dor. Sinto o gosto de sangue nos meus lábios e respiro com muito esforço. Mike percebe e me soca no estômago. Eu perco o fôlego e ele me puxa pela minha blusa. Mais um soco, tão forte que eu caio para trás e bato a cabeça no chão mais uma vez.

– Grita por socorro agora, Callie. Dessa vez, você não tem ninguém para te proteger.

Eu dou tapas nele, sem efeito algum. Continuo presa debaixo dele e não há nada nem ninguém para me salvar.

– Toma essa! – a garota, que até então estava deitada na grama, está de pé e chuta Mike entre as pernas.

Ele grita de dor e cai para o lado. Eu rolo para longe dele arfando e luto para ficar de pé. Ela está chutando-o na altura das costelas enquanto ele tenta se proteger. Eu vou até ela e a afasto dele.

– Pare. – Digo. – Bater não vai mudar nada agora. Peça ajuda para alguém e vá para a delegacia registrar uma queixa.

– Você também vai?

Enxugo o sangue que escorre da minha boca.

– Agora não. Se você conhecer mais alguém que foi vítima dele, mande fazer o mesmo, fale que Charlotte Lewis pediu.

– Obrigada – ela diz. – Eu deveria ter percebido.

– Não foi culpa sua – abraço-a rapidamente. Nem sei quem ela é, mas já basta para mim saber que ela não vai ter o mesmo trauma que eu. – Agora vá.

– E ele?

Eu olho para um Mike no chão, choramingando de dor.

– Ele já sofreu o suficiente por hoje.

Ela vai embora pela porta da cozinha. Eu fico para tentar limpar meu rosto, mas eu estou sangrando em alguns pontos na testa e no nariz. Olho em direção a área de serviço e vejo um casaco com capuz dobrado numa cesta. Visto-o, puxo o capuz para esconder o meu rosto e deixo a casa pelo portão ao lado da garagem.

Eu corro para minha casa. Eu nem penso. Eu só corro pela noite até o conforto da minha casa. E nem me dou conta que vou ter que passar pelos meus pais e explicar esses machucados.

Conto as ruas que faltam para chegar.

Conto quanto socos eu dei em Mike.

Conto quantas vezes eu me senti melhor dizendo aquelas palavras.

Abro a porta de casa, minhas chaves caem da minha mão quando eu fecho a porta. Minha mãe pergunta onde eu estava e meu pai aparece na escada.

– Callie?

– Charlotte Lewis, por que você não apareceu para o jantar? – minha mãe sai da cozinha e congela ao me ver.

– Mãe, pai – é tudo o que eu consigo dizer.

Jogo o capuz para trás e assisto o horror no rosto deles. Meu pai desce correndo e me abraça, minha mãe vai atrás do kit de primeiros socorros.

– O que aconteceu, filha?

– Longa história, pai – choro.

– Você quer ir para o hospital? Tem certeza que está bem?

– Eu não sei.

– Quem fez isso com você? Foi um acidente?

– William, deixa eu limpar o rosto dela – minha mãe chega com a maleta branca nas mãos. – Vamos lá para a sala.

Ela me guia – porque eu choro tanto que mal consigo enxergar – e limpa meu rosto com cuidado. Também me entrega uma caixa de lenços de papel.

– Eu sabia que você não ia deixar o seu quarto uma zona por qualquer coisa. Quem fez isso com você? Foi o Noah? Vocês se meteram em alguma confusão?

– Não, mãe, não foi ele. Noah deve estar bem – fisicamente apenas, completo.

– Então quem foi?

– Foi o Mike. Ele destruiu meu namoro com o Noah e eu fui atrás dele para conseguir a minha vingança.

Ela está chocada, mas não para de limpar meu rosto para dizer algo. Eu conto tudo o que aconteceu para ela desde a briga no hotel, quando fui para a casa do Noah explicar tudo e minha decisão de ir procurar Mike.

– Você é muito forte. – Meu pai diz da porta. – Mas você não deveria ter feito isso. Amanhã de manhã, eu vou te levar para conversar com aquele meu amigo policial e nós vamos cuidar para que o Mike tenha o que merece.

– Callie, prometa que não vai fazer mais isso – minha mãe coloca mais um pedaço de algodão debaixo do meu nariz e, com sua mão livre, tira o meu cabelo de perto do meu rosto.

– Eu prometo não fazer mais isso.

– Mamãe? – Alex e Hannah aparecem atrás do meu pai.

Eu viro o meu rosto para me esconder e meu pai pede para que eles voltem para o quarto. Minha mãe também diz isso e eles obedecem sem fazer perguntas.

– Mãe, chega – eu faço ela parar de cuidar de mim. – Eu vou tomar um banho e aí você coloca alguns curativos.

– Eu sinto muito, filha. – Ela me abraça forte. – Você foi corajosa e resolveu o problema sozinha. Fico feliz em saber que há mais garotas que passaram pelo mesmo que você e que a união de vocês vai cuidar daquele filho idiota do Sloan.

– Obrigada, mãe.

– Noah vai voltar para você, pode ter certeza disso. – Ela se afasta e eu vejo que ela está chorando.

Eu espero isso também, mãe.

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