Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

DEZESSETE - CALLIE

Todas as manhãs parecem as mesmas quando eu acordo. Nova Iorque parece parar no tempo quando o assunto é descobrir que dia da semana estou. Só descubro que é segunda-feira assim que o barulho no andar debaixo fica alto demais.

Hoje é dia do grande jantar que meus avós vão dar e os preparativos começaram logo cedo. Uma equipe de decoradores veio aqui para acertar todos os arranjos de flores e talheres ao lado dos pratos.

Nós não somos permitidos de descer para o primeiro andar até o meio dia. Mas meus avós deixaram bolinhos, pães, frutas, cereais e café no quarto que está desocupado. Encontro meus irmãos comendo e eles me informam que nossos pais ainda estão dormindo.

– Bom, melhor para nós – tomo um gole de suco. – Vocês estavam a fim de sair?

– Vovó disse que tem uma piscina lá em cima – Alex não para de pular na cama.

– Nós não podemos passar pelo primeiro andar.

– Vovó disse que a porta no final desse corredor é uma saída – Hannah dá de ombros e se junta a Alex.

– Bom, tudo bem, eu posso levar vocês na piscina. – Cuidar dos meus irmãos não vai ser tão ruim assim afinal.

– Mamãe disse que vamos ter uma babá hoje e que ela já deve estar chegando.

Sério, uma babá? Minha mãe não acredita que eu possa dar conta dos meus irmãos? Ou será que ela quer me deixar descansar para ser o plano reserva dela se a babá sair correndo.

– Então se vocês vão ter uma babá, eu vou ficar fazendo o que?

– Você pode falar com Noah – Alex revira os olhos.

Eu falei com Noah ontem. Hoje ele disse que estaria ocupado o dia todo, melhor eu nem tentar falar com ele ou vou atrapalhá-lo.

– Eu também vou para a piscina, talvez eu até pegue um bronzeado – deixo meu copo vazio na mesa de canto.

– Não, você não vai! – Alex corre até a porta para me impedir de sair. Ele é bem menor do que eu e seu gesto não vai me proibir.

– Alex, por favor – abaixo-me e pego-o pela cintura. Tiro-o do chão e o jogo na cama. – Você não é mais velho, eu sou.

– Vou contar para a mamãe! – ele cruza os braços e passa a espernear. Dou-lhe as costas e saio do quarto.

– Fique à vontade! – não volto para assistir seu show. Entro no meu quarto e tranco a porta com um pouco de raiva.

Procuro meu biquíni, visto-o e uso uma blusa e short por cima. Pego meu celular, uma toalha de banho e protetor solar, jogo tudo o que é necessário na minha bolsa e saio do apartamento pela porta que Hannah me contou.

Chamo o elevador, subo só mais um andar e sou recebida por uma vista incrível. O céu está tão azul que eu poderia nadar nele. Saio da área coberta – que conta com uma área para festas, sala de jogos e uma sala de estar – e vou até as espreguiçadeiras. Pego a mais perto da ponta da piscina, coloco as minhas coisas na mesa ao lado, tiro a minha roupa e espalho o protetor pelo meu corpo.

Meus irmãos chegam com a babá assim que eu me deito com a barriga para cima e fecho meus olhos. Não consigo ouvi-los pois a música no meu fone está alta o suficiente para que eu os esqueça.

Ergo-me por um momento para ver se está tudo bem mesmo com meus irmãos quando encontro o olhar de Gabe. Ele está na piscina, alguns metros a minha esquerda. Ele acena e eu faço o mesmo – mais por educação do que por vontade.

– Charlotte! – ele sai da piscina e eu não deixo de reparar o seu físico de atleta. Eu não curto caras assim, mas Annie adoraria uma foto dele.

– Oi, Gabriel – sento-me corretamente e visto a minha blusa. – Pode me chamar de Callie, Charlotte é muito formal.

Ele ri.

– Se você prefere apelidos, Gabe está ótimo para mim – ele puxa uma cadeira para perto de onde estou. – Como você está?

– Bem. E você?

– Animado porque hoje tem festa.

Faço cara de quem não entendeu nada.

– A festa que seus avós vão dar, eles convidaram a mim e minha mãe. Você vai estar lá?

– Claro, por que não estaria?

– Não sei, você não parece ser do tipo que gosta de festa.

– Eu gosto, mas eu não conheço ninguém que foi convidado. Bom, agora eu conheço você.

– É, verdade. – Ele ajeita o cabelo molhado. – Você já andou quanto por Nova Iorque?

– Bastante. Acho que fui em todos os pontos turísticos e visitei alguns lugares desconhecidos. Até me perdi no metrô – rio ao lembrar do meu desespero no sábado.

– Onde você foi parar? – ele ri também.

– Eu fui parar no Brooklyn.

– Estava perto. Era só pegar um metrô – ele diz os nomes de linhas e estações, mas eu finjo não ouvir. Dá para perceber que ele é exibido com seu conhecimento sobre a cidade.

– Gabe, você não precisa me ensinar o que fazer se eu me perder no Brooklyn.

– Ah, desculpa.

– Não, tudo bem.

– Eles são seu irmãos? – aponta-os.

– Aham.

– Não se parecem com você. – Ergo as sobrancelhas. Isso foi um elogio ou uma ofensa? Ele percebe e se desculpa. – Não que você seja feia, é que vocês não se parecem.

– Todo mundo diz que a minha irmã é uma cópia minha, mas de olhos verdes.

– Não achei. – Ele dá de ombros. – Então, seus pais fazem o que?

– Minha mãe passa a maior parte do tempo cuidando dos meus irmãos e meu pai é engenheiro civil.

– Tipo o que seus avós fazem? – assinto. – Só que sem toda a fama, aparentemente. Bom, minha mãe é escritora e ela é divorciada do meu pai. Ele é cirurgião em Los Angeles. Na verdade, ele é de lá e conheceu a minha mãe aqui.

– Ah, legal – digo escondendo o meu desinteresse.

– Você é de Los Angeles, não é?

– Santa Mônica. – Corrijo-o.

– Ah, é perto e parece ser mais legal que Los Angeles.

– Eu gosto de lá. É tranquilo e animado, uma mistura de cidade de beira de praia com celebridades. Se é que isso parece uma mistura – faço uma careta e ele ri.

Minha irmã surge do nada do meu lado e eu pulo de susto.

– O que foi? – pergunto.

– Alex não quer sair da piscina e a Lila já implorou para ele sair. – Ela aponta para o irmão nadando sozinho na piscina e a babá séria.

Sério mesmo, Alex? Você vai me fazer entrar na piscina e te tirar a força? Respiro fundo, me levanto e peço só um minutinho para Gabe.

– Alex, você tem que sair, está na hora – brigo com ele. – Se você não sair, vou contar para a mamãe e ela não vai deixar mais você subir.

Ele me encara, me dá a língua e continua a nadar.

– Vai zombar de mim? Tudo bem então – tiro meus chinelos e blusa e mergulho de cabeça na piscina.

Eu agarro Alex pelo quadril e o ergo. Ele grita e o levo para a borda sem pensar duas vezes. Lila o enrola na toalha e o leva para longe. Ela agradece e os leva para o elevador.

Olho para a minha espreguiçadeira e Gabe não está mais lá. Não expresso nada, mas estou aliviada por dentro. Ele fala demais e isso me irrita além do normal.

Minha avó bate na porta do meu quarto e eu falo que ela pode entrar.

– Você está pronta?

– Quase – estou retocando minha maquiagem uma última vez.

– Já colocou o vestido?

– Aham.

– Posso ver?

Ela aprece na porta do banheiro. Ela está muito bem arrumada num vestido rosê, salto alto e um penteado muito bonito. Seu rosto se encanta ao me ver.

– Você está linda. Parece até com a sua mãe, mas uma versão loira dela.

Eu presto atenção no espelho. Não, eu não pareço a minha mãe, mas não é um elogio tão ruim assim. Eu olho algumas fotos em álbuns antigos de vez em quando e minha mãe era muito bonita quando jovem. Ela tem um outro tipo de beleza agora.

– Obrigada, vó. – Confiro se meu batom está bom e sorrio.

– Os convidados já estão chegando. Por favor, cumprimente-os mesmo você não os conhecendo.

– Pode deixar.

Ela sorri e sai. Eu respiro fundo e balanços os cachos do meu cabelo para que eles se soltem, desenhando ondas por onde caírem. Eu estou bonita, mas há algo faltando. Não, não é um acessório, algo na maquiagem ou no vestido. Eu não tenho a minha companhia para essa festa. Eu não tenho Noah comigo.

Decido então ligar para ele.

– Callie? – percebo seu cansaço pela forma como diz meu nome. Ele não tenta ritmá-lo, mas o diz com alívio.

– A única. Quem mais seria?

– Eu não sei. Desculpa, estou cansado.

– Entendo – abro a minha mala e encaro-a. Até esqueço o que estava procurando. – Como foi seu dia?

– Nossa, achei que estaria mais tranquilo hoje, mas teve muitos hóspedes saindo na hora errada e não querendo pagar mais uma diária para isso. Foi estressante. E o seu dia, como foi?

– Tranquilo. Agora meus avós vão dar uma festa por causa de um projeto que fecharam e eu não conheço nenhum convidado.

– É bem chato não conhecer ninguém. O que será servido? No seu lugar, eu estaria pensando nisso.

– Eu não faço ideia.

– Então aproveite por mim.

– Bom, pode deixar. Boa noite, Noah.

– Boa noite, Callie.

Desligo e guardo o celular na gaveta da cômoda. Prometi a minha mãe que não usaria ele durante a noite toda para socializar um pouco. Ela não quer que seus filhos passem a impressão de que são mal educados ou antissociais.

Desço para o primeiro andar e o espaço está muito bem arrumado. Arranjos de flores em algumas mesas altas com banquinhos ao redor, uma mesa com petiscos e bebidas e uma área pequena reservada aos músicos que comparecerão mais tarde.

– O que você achou? – meu avô me abraça e me olha de cima abaixo. – Florence que escolheu esse vestido?

– Meio que sim.

– Se eu fosse seu pai, teria cuidado com a filha dele.

– Vô! – bato no seu ombro.

– Ah é, você tem namorado – ele sorri orgulhoso. – Bom, ele tem sorte.

– Às vezes ele me troca por comida – rio. – Mas ele disse que me escolheria sempre.

– A namorada é mais importante que comida, esse é um garoto de princípios. – Ele ri e vai falar com alguém.

Um garçom passa, oferece-me uma taça de champanhe, eu a pego e vou me sentar perto do piano. Assisto os convidados chegarem, cumprimento e converso com os que se aproximam e tento conhecer mais sobre eles. Uma das convidadas é psicóloga e eu me envolvo num debate sobre a melhor faculdade no país, dicas sobre o curso e áreas de atuação.

– Você tem o jeito de quem sabe ouvir e ajudar – Suzanne abre a bolsa e retira de lá um cartão de visitas. – Aqui tem o meu número e o meu e-mail caso você queria entrar em contato se tiver alguma dúvida.

– Muito obrigada – deixo-o ao lado da minha taça.

– Eu vou ali, mais tarde podemos voltar a conversar. – Ela se despede e me deixa sozinha.

Levanto-me e ajeito meu vestido.

– Callie! – Gabe se aproxima e me abraça.

– Olá. Você veio! – finjo um tom de surpresa.

– Eu disse que viria – ele brinca. – Então, está entediada? Porque eu mal cheguei aqui e sei que não vou ter nada para fazer.

– Se bem que não – olho ao redor. – Eu estava conversando até você chegar.

– Bom, – seus olhos verdes reparam o detalhe de que eu estou perto do piano – você toca?

– Infelizmente, não.

– Nem eu.

– Mas eu canto – digo e me arrependo rapidamente.

– Sério?

– Canto um pouco, nada muito profissional.

– Você pode me mostrar?

– Não agora, não aqui.

– Tudo bem – ele ajeita o cabelo. – Vou estar por aí, qualquer coisa só me chamar.

– Ok. – Dou de ombros mentalmente.

Ele vai embora e eu me afasto do piano o máximo que posso. Entro na sala de estar e fecho a porta. Encontro meus irmãos hipnotizados pelo desenho que estão assistindo e a babá, Lila, está sentada – e entediada, pela sua postura curvada e cansada.

– Ei, crianças – digo, mas eles nem ligam para a minha presença.

– Callie, não é? – Lila me olha e abre espaço no sofá para mim. – Sente-se. Eles não estão nem aí para nós, esse filme – aponta para a televisão – abduziu eles.

– Meus irmãos estão te dando muito trabalho? – sento-me.

– Depende da hora. Um fica quieto, o outro apronta, ou os dois resolvem brigar e se implicar.

– Bem típico. -

– Já cuidei de piores – ela diz como se os meus irmãos fossem o jogo mais fácil de zerar no mundo.

– Há quanto tempo você trabalha como babá?

– Quinze anos.

– Não parece. – Acompanho minhas palavras com um sorriso.

E, de verdade, ela não parece tão velha ou cansada. Eu poderia facilmente dizer que ela acabou de fazer trinta anos e que está no ramo faz poucos meses. A genética dela deve ser ótima.

– Obrigada, querida.

– Não tem de que.

– Você está muito linda – ela sorri.

– Obrigada – sinto minhas bochechas corarem sob a maquiagem.

– Vocês não são daqui, não é?

– Somos de Santa Mônica, Califórnia.

– Já fui babá em Los Angeles por dois anos, filhos de uma família de atores, adorei a cidade e adorava passear por Santa Mônica.

– Bom, minha mãe deveria te contratar para trabalhar lá em casa.

– Queria muito poder, mas minha agenda já é cheia aqui.

– Ah. – Minha ilusão de ter mais um tempinho com a minha mãe, um momento só nosso, se perde. Eu vou ter que esperar meus irmãos crescerem, mas até lá eu vou estar velha demais para isso.

– Alex, nada de fazer isso – ela chama a atenção dele e eu saio da sala.

Ando entre os rostos recém conhecidos, termino de dizer olá para os que não vi antes e belisco alguns camarões fritos. Meu pai aparece e me pede ajuda para encontrar meus avós. Eu olho por cima dos convidados e encontro-os perto do palco – onde há uma dupla de cordas, violino e violoncelo, se apresentando. Meu pai agradece e sai do grupo com quem estava conversando para andar até o próximo.

– Olá, Callie.

Congelo. Estou sonhando ou Emma Campbell está ao meu lado?

– Oi – é tudo o que eu consigo dizer. – Como você sabe meu nome?

– Meu filho, Gabe, – ela aponta por sobre o ombro – me disse que você é fã do meu trabalho e que seria uma boa surpresa vir falar com você.

– É, eu sou sua fã sim.

– Difícil dizer quem não é – ela ri e bebe um pouco de vinho. – Muito bom te conhecer, quem sabe você não possa passar lá em casa qualquer dia desses para conversarmos.

– Claro, seria uma honra – eu estou sem jeito.

– Até breve. – Ela dá dois passos e logo está conversando com outra pessoa.

Eu estou sem acreditar no que aconteceu. Eu acabei de falar com a minha autora favorita e ela me convidou para ir na casa dela. Só pode ser um sonho.

– Pronto, agora você conheceu a minha mãe – Gabe se aproxima.

– Ela é mais simpática do que parece.

– Aham.

– Estou entediada.

– Eu também.

– Meu avô tem um estúdio, quer me ouvir cantar um pouco?

– Seria uma honra.

Guio ele até a sala forrada e dividida em duas. Uma com sofá, mesa de mixagem, auto falantes e algumas guitarras. Eu aponto para onde Gabe deve ficar, ligo a mesa – mostrei esse lugar para Noah ontem e ele me ensinou algumas coisas – e entro na segunda parte do estúdio. Coloco os fones de ouvido e fico na frente do microfone.

Ligo o monitor e solto a base instrumental da primeira música que conheço, como se eu estivesse num karaokê.

Eu canto normalmente, não me esforço ou deposito emoção em minhas palavras. Gabe pediu para me ouvir cantando e eu estou fazendo isso para ele. Não significa que eu vou dar o meu melhor para impressioná-lo ou algo assim.

Não consigo ver Gabe do outro lado, estou completamente sozinha na sala, mas, quando canto, é como se eu sentisse a presença de Noah comigo. Ele está em todo lugar. Sua voz está na minha mente e acompanha a minha.

Dou voz ao último versão da canção e retiro os fones. Ajeito o estúdio para deixá-lo do jeito que encontrei e vou falar com Gabe.

Ele me espera bem próximo a porta com um sorriso enorme no rosto. Eu sorrio de volta e sigo para desligar o que eu liguei.

– Gostou? – pergunto.

– Você canta muito bem.

– Obrigada – disfarço minha vergonha. Nós mal nos conhecemos e ele já me elogiou. Sua atitude não me deixa tão confortável como deveria.

– Deixa eu te ajudar com isso.

Ele coloca as mãos na mesa de mixagem e eu faço com que eles as tire dali.

– Você tem que saber mexer nisso – reprimo-o. – Se eu fizer algo errado, posso queimar todo o equipamento.

Não precisa de tanto exagero, Callie. Respiro fundo e o encaro.

– Ok então – ele se afasta.

Desligo as caixas de som e o microfone lá de dentro. Quando termino, me viro para falar com Gabe e me surpreendo ao encontrá-lo atrás de mim. Rapidamente, ele segura a minha cintura e me beija.

Meu lábios sabem que isso é errado. Eles nem se movem.

Eu travo por alguns segundos e o afasto sem pensar mais.

– Você é maluco? – eu grito sem querer. – O que você estava pensando?

– Eu só te beijei – ele diz tentando se inocentar.

– Eu tenho um namorado – deixo claro. Será que ele achou que eu fiz esse convite querendo algo a mais? Penso.

– Você não me disse isso.

– Eu tenho obrigação de dar satisfação da minha vida a alguém que eu acabei de conhecer? – ele abre a boca para falar e eu continuo. – Pessoas decentes perguntam antes, pode parecer indiscreto, mas é a melhor coisa que se pode fazer.

– Me desculpa, eu...

– Vá embora, Gabe – abaixo minha cabeça e a seguro com duas mãos. – Não fale mais comigo.

Eu não vejo sua reação ou ouço sua resposta. Desabo numa cadeira assim que a porta se fecha. Você tem que se controlar para não chorar, minha voz interior tenta me acalmar. Comece pensando pelo que sentiu. Nada, absolutamente nada além de levar um baita susto. E você lidou com ele da maneira correta. É, lidei sim.

Agora é só contar para o Noah. Isso vai ser fácil, não é? Ele vai entender que não fui eu que comecei tudo isso, eu só estava sendo a Callie de sempre. Não vai ser legal da minha parte falar isso com ele hoje ainda. Não confio em mensagens para contar algo assim.

Melhor não fazê-lo hoje ou por telefone ou por mensagem ou por vídeo ou com toda essa distância. Eu contarei a ele quando chegar. Eu preciso que ele saiba de mim, mesmo eu tendo certeza que ninguém viu e contará.

Saio do estúdio e vejo que estão servindo o jantar. Minha mãe me encontra no meio do caminho e me entrega o prato que pegou para si – e nem tocou nele. Agradeço e ela me pergunta se está tudo bem.

– Aham. Por que não estaria?

– Não sei, só estou conferindo. Seus irmãos gostaram da babá e nem estão me dando trabalho – ela sorri. Se ela está sorrindo, é porque bebeu o suficiente para tal. – Eu senti falta de festas assim.

– Então aproveite, mãe, não é todo dia que se tem essa mordomia.

– Se precisar de mim, não me chame – ela me abraça e eu tenho que fazer malabarismo para que ninguém esbarre no meu prato. – A propósito, você está linda.

– Agradeço a genética da nossa família.

– Verdade, né. Quem diria que eu teria filhos tão bonitos – ela se despede de mim e exclama o nome de algum conhecido.

Eu rio ao ver a minha mãe tão feliz desse jeito. Ela merece esse descanso mais que qualquer um. Eu acho um lugar quieto para comer perto do pequeno palco e fico por lá apreciando a boa comida e a música.

Quando os músicos dão uma pausa, eu converso com eles e descubro que eles produzem versões alternativas com músicas famosas. Eu guardo mentalmente o nome deles para pesquisar na internet mais tarde e deixo eles terminarem o show.

Passo perto do piano para pegar o cartão da Suzanne e subo para o segundo andar. Lá já salvo o número dela no meu celular e o nome dos artistas eu deixo em uma anotação. Vejo que Noah me mandou uma mensagem.

Noah: Agora que me toquei. Como assim você tem uma festa e nem me manda uma foto sua produzida? Isso não é justo.

Noah: Quero uma foto da comida também.

Callie: Você não esquece a comida, meu Deus.

Noah: Eu preciso dela para me manter vivo, como esquecer?

Callie: HAHAHA Tudo bem. A foto da comida eu não consigo mais, devem ter devorado tudo lá embaixo. Mas a minha foto pode acontecer.

Noah: Como assim não vai ter foto da comida? :(

Callie: Aceite, Noah, nada de foto da comida para você.

Callie: Mas eu posso dizer que ela estava ótima.

Noah: GOLPE BAIXO!

Callie: Eu sei HAHAHAHA

Noah: Ainda estou esperando a foto.

Callie: Um minuto.

Vou até o espelho de corpo inteiro que tem no corredor e acerto meu cabelo e o vestido. Faço várias poses e tiro muitas fotos para encontrar a que mais me agrada.

Noah: Já acabou seu um minuto.

Callie: Calma, tem muitas fotos.

Noah: Se não tem comida, não vou ter paciência.

Envio a primeira foto que me agrada antes que ele reclame mais.

Noah: UAU! Isso, definitivamente, compensou a falta da comida.

Callie: Pare, por favor, vai me deixar sem graça.

Noah: Você está muito bonita.

Callie: Um elogio!

Noah: Eu vou guardar os outros elogios para quando você voltar.

Callie: Maldade...

Noah: Nunca mais me deixe sem comida! Aprendeu?

Callie: Pode deixar.

Noah: Você sabe que eu estou brincando, não é?

Callie: Bom, talvez.

Noah: Eu te amo mais do que amo a comida da minha mãe.

Callie: E eu te amo mais do que amo a comida da minha avó.

Noah: Eu sou melhor que a torta da vovó, isso sim que é amor.

Callie: Não duvide dos meus sentimentos.

Noah: Nunca duvidei.

Minha consciência pesa quando eu lembro do beijo. Não, agora não é a melhor hora.

Tiro meus sapatos, fecho a porta do quarto e deito. Nem vejo se Noah mandou mais mensagens, meus olhos ficam pesados e eu caio no sono.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro