
5 장
—O que você acha dele? —Namjoon perguntou, andando para lá e para cá pela sua casa, tentando cessar seu sono, pois seu cliente havia, novamente, o ligado de madrugada.
—Ele é ... Legal. Não posso lhe dizer mais que isso pois não o conheço bem o suficiente. Foram meses de convivência, mas ele não fala muito sobre si... Eu nem sei seu sobrenome. —Jungkook resmungou, bufando alto, bagunçando seus cabelos, trilhando o corredor da sua casa com sua cadeira giratória.
—E você fala sobre si?
—Não... —respondeu indiferente, parando por alguns segundos por conta da tontura que sentira.
—Talvez seja por isso. Se você não se abre para o garoto, ele vai se sentir inseguro de fazer isso sozinho.Mas, talvez, falar sobre o passado não seja um bom assunto. Pergunte a ele sobre sua cor preferida, onde ele gostaria de visitar... —ele não lhe deu mais exemplos, apenas esperou o paciente concordar com seu pensamento, mas o Jungkook nada disse.
Apesar de ficar em silêncio, o Jeon sabia que o seu psicólogo estava certo, sem dúvidas. Mas, o Jimin também não fazia estas perguntas para ele. O garoto nunca pensou sobre isso, mas, suas conversas com o outro eram sempre as mesmas: sobre a avó dele, Dinah e seus cachorrinhos. Parecia que, de fato, ele não tinha interesse nenhum em aprofundar aquela amizade, não tinha interesse em saber muito sobre o Jungkook, e nem contar sobre si.
Então ele enfim percebeu que era apenas um ursinho de pelúcia para o Jimin, que servia apenas para abraçar, pois o garoto amava fazer isso. Ele sempre dizia: '' a neve está tão cálida hoje...'', e o outro se sentiu um bobo achando que, de alguma forma, o relacionamento deles já não era de conhecidos. Talvez, ele ache que abraços não tem muita importância, que pode-se se aconchegar a qualquer um, que, talvez, ele não saiba o real significado de '' cálida'', talvez ele interprete essa palavra como '' fria''. Isso fazia total sentido para si.
—Eu acho que... Não devo fazer tais perguntas... —voltou a girar a cadeira, indo agora para a cozinha, pois sentira um vazio enorme no estômago.
—Por que não?
—Saber sobre sua cor predileta pode ser íntimo demais, e ainda não somos amigos.
—Por que disse o contrário de minutos atrás? Acha que ele não lhe considera como um amigo? O pergunte, Jungkook. —disse calmo, bocejando em seguida, mas logo afastou o celular, para o garoto não perceber que estava com muito sono.
—Eu vou a uma lojinha... Me esqueci que não tenho nada para comer na geladeira. —revirou os olhos, suspirando quando não viu nem mesmo um saquinho de chips no armário. Ele realmente se esqueceu que não comprava comida para guardar em casa. —Boa noite.
—Bonne nuit, ami. —respondeu em francês, fazendo o Jungkook rir.
>>><<<
—Sabe o que eu acho, vovó? —direcionou seu olhar a idosa que andava lentamente pelo jardim do asilo. A maior a olhou confusa, esperando o neto dizer logo o que vinha a mente. —Que foi bom eu ter namorado o Sebastian. —disse enfim, suspirando, finalmente seguindo a Dinah.
—Por que diz isso? —parou de repente, arregalando os olhos levemente, amargurada com tal frase dita pelo neto.
—Apesar de ter sofrido muito, eu aprendi muitas coisas. —a idosa continuou com seu olhar confuso e assustado, e o Jimin riu, tentando apaziguar o medo repentino da outra. —Vovó, você não lembra como eu era bobo? Achava que o amor era a coisa mais importante na vida.
—E é! —gritou inconformada. Seu neto havia ficado louco. —Eu te disse que antes devemos estudar e ter um emprego bom e estável, e que, no fim, déssemos espaço para o amor. Querido —segurou suas mãos firmemente, encarando suas orbes profundas, que, mesmo ele sorrindo, trasbordavam angústia. —, o Sebastian te deu apenas um ensinamento: você não deve confiar nas pessoas antes de conhece-la inteiramente. Sabe-se que, deve ficar em alerta a todo momento e jamais se render totalmente aos encantos de alguma pessoa. Mas, por favor, não deixe de amar! —suplicou verdadeiramente, beijando as mãos juntas em seguida.
—Tudo bem, tudo bem. —se rendeu, suspirando pesado novamente, então ambos voltaram a andar pelo jardim.
O Jimin olhava encantado para as flores belas que ali haviam, a primavera era uma dádiva para a paisagem, pois deixava ela magnifica. Seus olhos brilhavam ao ver as cores vermelhas e brancas das rosas em meio a uma grama verdinha. Andando um pouco mais, via-se jasmins, que cantavam com o leve vento, se misturando junto com as margaridas.
Nem todas as flores ali eram adequadas para serem plantadas em uma cidade que estava sempre muito gelada, mas o que realmente importava era que, nessa bela estação, elas cresceram e se tornaram graciosas.
O assunto com a sua avó voltou a mente quando ele avistou os girassóis, tal flores tão belas que podiam-se sair lágrimas dos olhos ao ver tua beleza. Estas flores eram as únicas que o Sebastian, seu antigo namorado, e único, lhe dava. Eram caríssimas, mas ele sempre dizia que o amor não tinha preço. É claro que não tinha, quem rouba não paga.
Jimin suspirou mais uma vez, seguindo a Dinah, que vagava álacre pelo jardim, chegando finalmente no banquinho perto da grande árvore, que, por sorte, não havia ninguém ali. A idosa não saia do asilo a tanto tempo que havia até se esquecido como era gostoso o ar fresco do lado de fora, como era bom sentir a grama em seus pés e ouvir o canto dos passarinhos. Ela colocou seus sapatos no colo e balançou seus pés na grama, os encarando.
—Eu amo a primavera. —Dinah disse de repente, falando com total sinceridade, pedindo com todo seu amor que aquela estação durasse por bastante tempo.
—Eu também. —disse sorrindo, encarando a sua avó, que agora olhava para as flores amor perfeito.
—Sabe o que o nome destas flores significa? —perguntou apontando para elas, olhando para a neta que logo negou, mesmo sabendo o significado do nome de todas as flores que haviam naquele jardim. —Amor romântico e duradouro. —respondeu animada, continuando a balançar seus pés. —Até o final deste ano, alguém lhe dará um buquê cheio delas. Acredite. —riu baixinho, entrelaçando suas mãos no braço direito do neto, que logo deitou a cabeça sobre a sua, também balançando seus pés desnudos sobre a grama.
—Acredito. —respondeu mais baixo ainda, como um sussurro, fechando seus olhos e aproveitando o momento.
>>><<<
Jungkook havia, mais uma vez, tido uma recaída. Ele estava chapado, delirando em seus próprios pensamentos, sentindo-se pisando em nuvens, mas ao mesmo tempo se afogando em uma água extremamente gelada, especificamente a do mar, que a um tempo atrás lhe chamou.
Ele estava com o passo pesado, mal conseguia andar. Seu corpo entortava junto as curvas das ruas. Sua casa não estava longe, na verdade, estava logo ali a frente, mas para ele estava tão distante quanto as estrelas do céu, tão distante quanto os fósseis dos dinossauros, tão distante quanto as profundezas do mar que ele havia desenhado. Tão longe que ele se viu cansado, pregando os olhos em meio a rua escura e vazia, querendo naquele momento apenas uma cama quentinha, ou então, mais alguma droga para amenizar aquele frio repentino que havia sentido.
O garoto se jogou ao chão, ficando de joelhos bem no meio da rua, esperando que ele fosse levado até sua casa pelo vento, que estava tão forte que não podia-se duvidar que isso ocorresse mesmo. Ele poderia ir arrastado por alguma roda de carro, mas estava de madrugada, e grande parte da população já estavam em suas camas quentinhas.
Então ele decidiu se levantar, andando bem devagarzinho até sua varanda. O trajeto foi demorado, mas ele enfim chegou. Abriu a porta com a chave retirada de seu bolço e entrou, encarando seu quadro que agora ele não achava tão bonito quanto antes. Ele deveria acender a luz, mas sabia que seus olhos arderiam, então preferiu ir aos tropeços até seu quarto, porém, alguém havia acendido a luz antes que ele chegasse até sua cama.
—Então essa vai ser minha recepção? Você chapado, de novo?
Era seu irmão, todo trajado em um terno preto, usando uma gravata de borboletas, escorado na parede do pequeno corredor, com os braços cruzados e uma expressão irônica. Jungkook revirou seus olhos, e suspirou exasperado.
—Então você vai me cumprimentar assim? —se virou, com seus olhos fechados, pois ainda não havia se acostumado com a intensidade da luz. —Desliga a luz. —pediu, ou melhor, ordenou. O seu irmão logo fez o que ele disse, deixando a casa, novamente, escura. —O que faz aqui?
—Vim te visitar é claro. Você não sabe o quanto eu te amo! —gritou, chegando até o outro garoto, segurando seu rosto com as duas mãos, dando um beijo no ar ao dizer a última frase.
—Jung-ho... Eu já lhe disse para não vir pedir mais dinheiro. —resmungou, soltando os braços do irmão com extrema força, o ignorando totalmente, entrando no seu quarto. Mas, mesmo assim, ele o seguiu.
—Não quero dinheiro. —mentiu, se deitando junto ao outro, tirando seus sapatos chiques e caros.
A verdade era que, ambos não conseguiam guardar dinheiro. De um lado havia um drogado que não sabia se controlar, e de outro havia um alcoólatra, viciado em jogos e mulheres.
Os Jeon eram para serem filhos exemplares, pois toda a família era. Haviam advogados, escritores, médicos e até mesmo governadores, mas eles eram completamente diferentes, pois não puderam receber a educação adequada, a educação em que todos os seus outros parentes receberam. Seus pais não os cuidaram tempo suficiente, e sua tia não tinha bons modos.
Os dois irmãos podiam-se ser comparados com vulcões: enquanto tem dinheiro, estão felizes, curtindo e não pesando no amanhã, mas, quando o dinheiro acaba eles se tornam homens tristes, rabugentos e loucos, pois não podem se satisfazer com aquilo que são mais viciados, então explodem.
—Você está fedendo a álcool. —Jungkook resmungou, revirando os olhos mais uma vez, se encolhendo na coberta quentinha.
—Mas eu nem bebi. —desta vez, ele havia dito a verdade. Mas, o Jungkook havia se acostumado tanto com o cheiro forte de bebida que ele nem conseguia mais sentir qualquer que fosse o perfume que o seu irmão usava. —Você que está fedendo... Se jogou no lixo? —fez uma expressão de nojo, abraçando o outro mesmo com a insistência de os manter afastado.
—Se eu estou fedendo, por que não sai de perto de mim? Sai logo da minha casa. —pediu já com uma voz chorosa. Ele estava fora de si, de fato, e nenhum sentimento ele conseguia expressar a não ser tristeza, desgosto e angustia.
—Porque eu te amo. —respondeu indiferente. —E é por isso também que eu vou ter dar um banho. —se levantou da cama, puxando o outro para que ele se levantasse também.
Ao entrar no banheiro, ambos ficaram se olhando com uma expressão melancólica. Era sempre assim quando se viam, ambos ficavam tristes, não por odiarem um ao outro, mas sim pelas lembranças que vinham à tona.
O Jungkook estava enfurecido pela visita. Seu irmão havia chegado em um dia péssimo, em um dia em que o garoto só queria chorar, chorar a noite inteira até o bolo da garganta doer, até os olhos se tornarem rios, até seu rosto arder, até seu corpo todo tremer. Mas, com o Jung-ho ali ele não podia deixar sequer uma lágrima cair, pois era vergonhoso demais chorar na frente de alguém em que ele insistia em odiar.
A banheira finalmente ficou totalmente cheia e então os dois garotos entraram nela, sem ter tirado as roupas, estas que pesaram em seus corpos, os esmagando lentamente. A banheira era grande, mas se tornou pequena de repente, como se tivesse diminuído de acordo com o afeto que restou entre os dois.
Os irmãos queriam conversar, queriam brigar um com outro, queriam dizer o que estava os incomodando a tanto tempo e, aquele era o momento certo para isso, mas eles, na verdade, estavam conversando consigo mesmos pelos pensamentos.
O Jungkook fechou seus olhos e começou a imaginar uma grande casa de doces, pôneis com cabeça de tubarões e sapos dançando valsa. Não era uma boa ideia deixar a imaginação tomar conta dos seus pensamentos, mas também não achava que conversar com seu irmão era a melhor opção. Ele só queria que aquela noite terminasse logo e que no outro dia o Jung-ho não estivesse mais ali, mas, o tempo estava demorando passar, as horas estavam tão lentas quanto uma lesma.
FLASHBACK
—Se você prometer dormir comigo todos os dias, eu prometo que sempre te farei sorrir, mesmo em seus dias mais sombrios. —Jung-ho cochichou, enquanto jogava cobertores em cima de um grande colchão.
—Mas e se o seu medo passar? —Jungkook perguntou, incerto se aquela promessa daria certo.
—Faremos outra promessa. Nos tempos mais difíceis, sempre devemos ajudar um ao outro. —beijou a cabeça do irmão, se deitando junto a ele, já entrando em um abraço aconchegante. —Pode apagar a luz agora... —disse baixinho, com tanto medo e nervosismo que poderia derreter.
—Tem certeza? —o encarou, sentindo o outro apertá-lo no abraço cada vez mais forte.
—Sim. Fiz oito anos hoje, conseguirei dormir.
—Se ainda ficar acordado pode me chamar. Nos tempos mais difíceis...
—Sempre devemos ajudar um ao outro. —completou, sorrindo pequeno, fechando seus olhinhos com força quando a luz foi apagada.
FIM DE FLASHBACK
O Jung-ho fez uma careta, por puro impulso, tentando fazer o irmão rir. Eles não se davam bem quanto quando pequenos, mas ele prometeu, e de forma alguma queria quebrar essa promessa.
—Acredita que eu estou usando uma calcinha que achei no hotel pois perdi minhas roupas íntimas e toda a minha mala? —perguntou brincalhão, mesmo com uma expressão melancólica, pois, apesar de ser engraçado a certo ponto, havia sido roubado todas as suas coisas.
O Jungkook riu baixo, fazendo uma expressão incrédula, mas logo ficou sério novamente, se esquecendo de que queria fingir que estava com raiva do irmão. Mas, foi inevitável, principalmente pelo fato de ainda estar chapado e, naquele estado, qualquer coisa o faria rir.
—Eu estava com saudade. —murmurou, fazendo o Jungkook parar de rir de vez. Jung-ho então encarou o seu enigmático irmão, esperando ele retribuir a frase de afeto.
—Meu coração está frágil. Será que dá para cala a boca? —pediu, fazendo, desta vez, ambos rirem.
>>><<<<
—As flores são minhas melhores amigas sabia? —Violet perguntou a Dinah, que a observava de longe brincar com amigos imaginários. —Aceita uma rosa, princesa Cloe? —perguntou desta vez para o ar, fingindo beijar a mão da bela princesa que só podia-se ser vista por ela.
Aquela tarde, de acordo com a pequena criança, estava mais contente que as outras. O sol havia dado um grande sorriso para ela e as nuvens dançaram consigo ao caminho do asilo. Não sabia ao certo o que havia mudado dês da última semana, mas se via ansiosa a todo momento para se encontrar com seus novos amigos.
Uma rotina incansável, ela diria. Não reclamaria nem um pouquinho se o único lugar diferente que ela poderia visitar fosse o asilo. O dia da brincadeira estava chegando, e a Violet não estava se aguentando de felicidade para cancelar a ida ao parque de diversões e ficar o dia inteiro com os velhinhos.
—Não sei o que lhe passa em sua cabeça pequena, mas não deixe que ninguém despreze sua imaginação, não deixe de sonhar e viver em uma bela fantasia. —A idosa disse bem baixinho, indo até a garotinha e se agachando, pegando em suas duas mãozinhas.
Os olhos de ambas brilharam, encantadas com a proximidade, com a beleza que cada uma tinha, com a felicidade estampada no rosto, com os cabelos se balançando ao vento, com o cheiro gostoso das flores, com o momento ao todo. Cada detalhe era importante se lembrar. O dia estava esplendido, e o sol parecia mesmo sorrir, as flores pareciam mesmo cantarem, e as nuvens dançarem.
—A princesa Cloe tem inveja de você, sabia? —perguntou com uma voz suave, dando um leve carinho nas madeixas negras da garotinha.
—Por quê? Isso é ruim? —a Violet perguntou preocupada, mas ao mesmo tempo eufórica para saber porque uma bela moça como a Cloe sentiria inveja de si.
—Princesas tem inveja de rainhas. Mas isso não é ruim! Ela irá se espelhar em si, querer ser tão incrível quanto você.
Um tom vermelho de vergonha tomou o rosto da garotinha e seus olhos foram tomados por uma grande onda de lágrimas. Era exatamente o que ela precisava ouvir para ter certeza que era sim uma pessoal tão especial quanto a princesa da sua imaginação. Ela não se importaria mais se ouvisse das outras crianças que era uma garota estranha, fora de si, e até mesmo louca, pois, nenhuma palavra ofensiva a atingiria com a grande barreira de força e coragem que ela havia criado ouvindo aquela pequena frase.
A Dinah a abraçou, a aquecendo com todo o seu amor, e é claro que a garotinha retribuiu e até mesmo afagou os cabelos da idosa.
Que momento incrível! Que tarde incrível! A Violet gritava em seus pensamentos, em plenos pulmões, sentindo uma grande agitação em seu corpo, querendo sair pulando por ai, dançando e cantarolando, dizendo a todos o quão grande era o amor que sentia por aquela idosa a sua frente.
Enquanto isso, o Jungkook revirava os olhos, as observando pela janela, querendo apenas que fosse criança de novo e que recebesse abraços como aquele sempre. Mas, a verdade era que já havia anos que não recebia um abraço, e os que o Jimin dava não estavam sendo suficientes para suprir sua necessidade de aconchego.
Então, logo quando o Jimin chegou na sala do asilo, procurando por sua avó, ele foi direto até o outro, a dando um abraço forte, tão amoroso quanto o das duas no jardim. Ele precisava daquilo tanto quanto uma pessoa precisa de ar. E, o garoto se tornava um mágico da lâmpada para ele, pois o Jimin podia realizar os desejos estranhos dele, podia o abraçar por longos minutos, e foi exatamente o que ele fez.
Em meio a conversa baixa dos idosos dali, resmungos de outros e enfermeiros cansados, estava o Jungkook e Jimin em seu mundinho, em paz, apreciando os minutos com cautela, sentido o calor que ambos traziam, sentindo o cheiro de lavanda se misturar com mel e leite. Assim como a Dinah e a Violet, que agora brincavam no jardim, conversando com as flores.
Aquele se tornou um dia relaxante para todos os quatro. Em meio as turbulências, era necessário apenas um abraço para acalmar tudo, apenas um sorriso genuíno. Era necessário, acima de tudo, a alegria das flores, para então todos serem felizes também.
—Vamos entrar agora? —Dinah sugeriu a pequena, pois sentira uma dor repentina em sua cabeça.
—Por quê? —a Violet perguntou extremamente confusa, perdendo toda a animação de repente, largando a mão imaginária da princesa Cloe. —Cansou de brincar? —ela não recebeu respostas para nenhuma das suas perguntas, pois a idosa ao menos a escutou. —Está tudo bem? —perguntou preocupada, segurando a idosa com as mãos, pois ela de repente perdeu suas forças.
De fato, a criança não era forte, mas conseguiu manter a Dinah em pé, esta que estava com os olhos fechados com força, tentando sessar a dor, tocando em sua cabeça onde mais doía. Ela de repente havia ficada pálida, com a respiração descompassada. Seus olhos começaram a lacrimejar e a pequena garota se viu em extremo perigo, se viu em desespero, se quebrando por dentro por não saber o que fazer para ajudar sua amiga. Então gritou, tão alto que todo o asilo pôde escutar.
O Jungkook as olhou da janela, e logo quando viu que a Violet ainda gritava, tentando a todo custo manter a idosa em pé, ele correu, correu tão rápido que em poucos segundos já estava ao lado delas. O Jimin veio logo atrás, sendo seguido por outra enfermeira, olhando de relance para trás e vendo todas as outras pessoas olharem curiosos pela janela.
A Dinah queria gritar, gritar de acordo com a dor que sentia. Seu grito seria tão alto que habitantes de um continente inexistente iriam escutar, as estrelas iriam chorar, e todos os outros planetas também sentiram a angustia que ela sentia, a dor insuportável que tomou conta de toda a sua felicidade.
A idosa foi posta na cama tão rápido quanto veio sua dor de cabeça. A ofereceram água e um comprimido para dor, já conhecido por ela. O Jimin olhava assustado pela porta do quarto, sentindo seu coração apertar, extremamente preocupado com a avó. Enquanto a Violet chorava baixinho, tentando não atrapalhar os enfermeiros dali, tentando fazer com que a calmaria permanecesse.
Já o Jungkook segurava a mão da Dinah, pensativo, tentando entender o que poderia ter causado aquela dor de cabeça, e porque ela estava vindo com frequência.
A idosa logo caiu no sono e então todos voltaram a tediosa atividade de não fazer absolutamente nada. Os outros três acabaram por se despedir, indo cada um para casa, pois, certamente, permanecer ali após todo o turbulento acontecimento não seria uma boa ideia.
{...}
ai ai.
oi oi oi, e ai, tudo bem?
é.
pois é.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro