𝐄𝐏𝐈𝐋𝐎𝐆𝐎
FLASHBACK
—Por que não me contou que ia adotar a Violet? —Jung-ho perguntou enfurecido, se sentando em uma das cadeiras da cozinha.
Jungkook havia acabado de preparar um café fumegante para eles. Tinha muito tempo que eles não sentavam juntos, mesmo que fosse apenas para o mais novo dar bronca no mais velho.
—Você não vai acreditar! —cortou o outro, fazendo uma expressão espantada logo em seguida, mostrando o seu entusiasmo com movimentos exagerados com as mãos. —Quando eu fui lá no orfanato, a supervisora me contou tudo sobre a Violet. —se sentou, ficando bem pertinho do irmão, encarando seus olhos curiosos. —Sabia que uma criança que chega sem nome, se chamará Violet ou Victor?
—Então como se diferenciam? A maioria deve ter o mesmo nome.
—Exatamente! As crianças recebem um sobrenome, que é qualquer palavra que faça lembrarem dela. A nossa Violet recebeu o nome '' Flores''. —Jung-ho abriu um grande sorriso, enquanto via o irmão colocar chantilly em seu café com leite. O mais velho tomou um gole demorado da bebida do outro, fazendo este lhe dar um tapa na nuca e logo os dois riram. —Para, eu quero contar a história. —resmungou brincalhão, afastando seu rosto do irmão para evitar mais um tapa. —Violet veio de uma gravidez indesejada por parte do pai. A mulher tentou ficar com a filha e conseguiu... mas, isso foi até o bebê nascer, pois, aos dois anos, o marido disse que não aguentava mais a criança. —constatou incrédulo, agora bebendo do seu café.
Jung-ho descansou sua cabeça em sua mão esquerda, observando o irmão contar a história com uma grande animação, vez ou outra fazendo expressões melancólicas.
—Eu não entendo porque ela ficou quatro anos no orfanato, pois ela é muito fofa! —o mais novo gritou exasperado, indignado com a informação que teve ao realizar seus cálculos.
—É como eu disse, ela não é uma criança fácil de lidar. O pai dizia que ela o dava muito trabalho, e até mesmo uma babá profissional não dava conta. Fora que, eles eram bem ricos, então trabalhavam o dia todo. A única opção que tinham era contratar uma cuidadora. —respondeu, olhando para o seu cachorrinho, de vez enquanto, vendo ele dormindo tranquilamente no sofá cheio de cobertores e almofadas. —Um tempo depois, eles pediram a uma das moças, levar a Violet para algum orfanato. Quando a pequena chegou, ela estava embrulhada em um vestidinho de seda, deitada em uma cesta confortável, usando sapatinhos maiores que o próprio pé. Ela carregava um carta também...
—O que estava escrito? Deixaram você ler? —interrompeu, ajeitando sua postura para colocar mais chantilly na caneca decorada com patinhas de cachorro.
—Elas perderam a carta com o tempo, mas, as palavras foram bem marcantes. Provavelmente, foi apenas o pai quem escreveu. Dizia que a criança era como um redemoinho, que sugava toda a felicidade que tinham, apenas para si. Ou seja, a chamaram de aproveitadora. —disse descontente, sentindo seu corpo se arrepiar, então tomou mais um gole, segurando a xícara tórrida.
Jung-ho olhou de relance para a grande janela da sala, vendo ao longe, envolta das casas com poucas luzes acessas, a grande Lua cintilante, que salvava aquela madrugada sombria. O tempo não estava cálido, e nem mesmo a aura envolta dos irmãos, porém, a anteriormente citada, não o deixou se entristecer.
Violet foi deixada só, carregando um coração cheio, que logo logo foi perdendo a cor que havia juntando para poder espalhar para os entes queridos. Jungkook teve certeza que ficaria com a criança, ao escutar as palavras daquela carta atroz. Mas, não foi apenas por isso, o garoto realmente passou a amar a Violet. Ele finalmente abriu os olhos para que pudesse ver o imenso jardim que ela sempre carregou consigo.
Ele havia cativado àquela criança, e agora ela também era sua responsabilidade.
—Ser pai não é fácil, mas, você vai dar conta. Nós vamos. —Jung-ho disse enfim, depois de fechar a janela pois havia voltado a nevar.
O garoto chegou bem perto do irmão, como ele havia feito mais cedo. O outro se levantou mostrando seu rosto rubro e olhos vermelhinhos, cobertos de lágrimas.
—Eu quero ser bom para ela, de verdade... Pela primeira vez, eu vou me esforçar para fazer alguém feliz. Não, melhor... —deu uma risadinha sôfrega. —Vou me esforçar para trazer felicidade suficiente... para mim também.
Jung-ho sorriu, orgulhoso, já sentindo seus olhos marejados também. Então, seus corpos se juntaram em um abraço aconchegante, que durou por um longo tempo, enquanto a única iluminação era o sorriso da Lua, que os abraçava de longe.
Jeon Jungkook ficaria bem agora... Ele havia ficado maduro... Todos ficariam bem.
—Eu prometo que, daqui em diante, só haverá momentos felizes. —Jung-ho sibilou, ainda segurando seu irmão em seus braços, se afastando só um pouquinho para encarar a extensa constelação que ele carregava em seu olhar. —Você sabe que eu sempre cumpro o que digo com o coração... —sorriu, sentindo o dedo mindinho do mais velho se entrelaçando ao seu.
Eles juntaram os polegares e sorriram mais uma vez. Jung-ho estava confiante, como todas as outras vezes que prometeu ao irmão, pois, de todas as dúvidas que tinha, ele nunca se questionaria se amava mesmo irmão. Ele sempre teria certeza. Jungkook era sua metade, e assim seria até mesmo nas próximas vidas...
FIM DE FLASHBACK
2 anos depois
—Este é mais um momento feliz, né? —Violet gritou do seu quarto, correndo até a sala com um caderninho em mãos.
Jungkook correu até ela, não escondendo sua animação, também pulando no sofá, encarando a filha enquanto ela folheava o pequeno diário, repleto de mensagens fofas e várias fotos.
—Seu pai está muito feliz, então nós também estamos. —o mais velho sibilou, se virando um pouquinho para ver a Dinah rindo com o seu neto, enquanto embalavam biscoitinho recheados em formatos de patinhas de cachorro.
Seria mais uma exposição do Jimin em sua nova floricultura, nomeada de Blizzard. Era um local aconchegante, onde não continha apenas flores, mas, também era rodeado por grandes quadros com significados fofos. As cores escuras das paredes eram pinceladas com vários sorrisos, de toda a família. Tanto da sua mãe Isabel, quanto do Jung-ho e todas as outras pessoas que marcaram sua vida.
Aquela floricultura foi inaugurada ao lado da cafeteria Ami, juntando laços, juntando histórias marcantes, juntando todos os momentos felizes que a Violet nunca esquecia de anotar em seu caderno, também decorado com akitas e samoiedas, que era a raça dos cachorrinhos dos seus pais.
—Espero que a Hilary esteja lá também... —almejou, terminando de escrever nas delicadas páginas, usando uma canetinha rosa.
—Eu liguei para os pais dela, não se preocupe. Vamos, temos que escolher sua roupa. —sugeriu entusiasmado, sendo seguido pela filha, que dava diversos pulinhos enquanto abraçava o seu diário.
—Todos terão que usar boinas. —Jimin ordenou, chegando no quartinho, sorrindo largo, abrindo a cortina, deixando o sol inundar o cômodo, fazendo as diversas cores brilharem e refletirem nos três.
—Eu mesma quem escolhi. —Dinah também se juntou, se sentando na poltrona do canto, jogando os pacotes com o acessório, encima da cama.
Violet correu para pegar sua câmera, tirando fotos dos pais, enquanto o Jimin ajeitava a boina no cabelo escuro do mais velho. Ele sorria tanto que seus olhos se fechavam completamente, sendo engolidos pelas bochechas gordinhas. Ele não podia ver, mas, ouvia a risada gostosa do Jungkook, que contagiava a todos ali presentes.
Jung-ho teria adorado presenciar todos aqueles sorrisos. Assim como o Ami adoraria estar junto ao Blizzard, que brincava com uma borboleta no jardim.
O garoto adoraria ver que, mesmo não estando presente, sua promessa estava sendo cumprida...
AGRADECIMENTOS
sabe quando você se apega tanto a um livro ou a uma série que fica sem acreditar quando acaba? ('' o que eu vou fazer agora? o que será de mim?'')
eu estou exatamente assim! não estou pronta e nunca estarei, para me despedir desses personagens fofinhos e amáveis.
guardo o Ami e o Jung-ho em meu coração, assim como todos os outros, que sentiram emoções diversas junto a mim!
eu tenho certeza que todos ficaram com raiva dessa autora, tanto os protagonistas como os leitores (eu adoro um drama, mas, talvez, eu tenha pegado pesado demais...)
enfim, também queria agradecer aos leitores, ou melhor, aos meus amigos! sou grata por todos os feedbacks, por todos os comentários que me divertiram nos dias melancólicos que passei. vocês não tem ideia do quanto são importantes para mim. são como uma família, sério, eu amo muito vocês!
o Cálida Neve é uma das coisas que ocupam grande parte do meu coração, e eu serei eternamente grata por todos que fizeram parte desse amor afável e sublime.
espero que a Lua esteja orgulhosa de mim...
com muito carinho,
Letícia.
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