os pelos do sr. dickson / pt. II
Aquilo me deu um suadouro. Que pai não passaria por isto, afinal? Ele praticamente me confessava que fazia coisas erradas com o meu rapaz, ainda tão jovem. E eu, que sempre alimentei em casa o hábito de todo homem cristão, achei aquele deboche um absurdo! Não podia ficar daquele jeito! Fiquei nervoso, confesso, mas nunca fui de perder a cabeça. Apenas me desvencilhei do seu abraço, dei uma última olhada em sua nudez deselegante e fui embora.
Entrando em casa, encontrei meu garoto. Estava saindo do quarto. Fiquei constrangido de abordar o assunto com ele assim, logo de cara. Eu deixaria para depois, embora eu já soubesse parcialmente do que acontecia entre os dois. Quando eu cheguei à cozinha ainda pensativo, ouvi:
― Pai, vou ali na casa do senhor Dickson ― avisou-me, já saindo pela porta.
Nem pensei. Na mesma hora larguei as preocupações e o segui. O sangue me subiu à testa de tal forma, que eu só podia pensar em pegá-los em flagrante. Estava pronto para fazer um escândalo! Um circo! Imaginem: o nome de Dickson manchado em todos os jornais e TVs!
Quando, meio minuto depois, entrei por aquela mesma porta, ouvi um gemido plangente ecoar pela mansão. Era a voz do meu filho. Ele... ele parecia estar sentindo dor...
Corri.
Os gemidos vinham lá da mesma sala de ginástica. Entrei pela porta de repente.
O meu rapaz, também em estado de completa nudez, puxava pesos no limite do que podia suportar, deitado sobre um apoio acolchoado. Seus músculos saltavam do peito e dos braços, ele cerrava os dentes branquíssimos e gemia.
Então, era só isso...
Não era bem o que eu estava pensando. Ufa. Só erguia peso, embora sem qualquer roupa. Quase sorri de alívio... até notar meu filho por aquele ângulo curioso. Até fiquei orgulhoso de vê-lo assim, sem a roupa de baixo! Que baita homem estava se tornando! Certamente ele não puxou a mim. Talvez a alguém da família de sua mãe. Lembro-me das vezes que passávamos os Natais em família, eu sempre notava o volume indiscreto nas calças dos irmãos de minha falecida esposa. Meu filhão! Decerto herdou algo dos tios!
Eu já ia me afastando dali quando o senhor Dickson, ainda peladão, como se sabe, me surpreendeu por trás:
― Ora, vejam! Aqui, de novo, senhor Jacob?
Aqui o sangue me ferveu. Imaginei seu corpo viril, nu como estava, junto ao do meu filho. E isto não me agradou. Rebati:
― Exijo saber por que meu filho se comporta de maneira tão liberal em sua casa, senhor Dickson? Por que, justo por aqui, ele anda nu como um naturista selvagem?
O risonho anfitrião, coçando decerto os seus testículos, me enlaçou com um braço e sussurrou algo junto ao meu ouvido com um bafo de calor. Senti todos os pelinhos do seu bigode roçarem na minha orelha.
― Já diziam as ideias dos grandes filósofos antigos, senhor Jacob. Um homem da minha idade só pode saciar-se por completo enrabando um moleque da idade do seu filho. E como ele gosta do que eu tenho a oferecer, não vi maldade em lhe dar isso... todo dia.
Quando terminou estas repulsivas palavras, ele lambeu minha orelha. Eu nem consegui sentir raiva. Estava arrepiado e desconsertado. Ruborizado, na verdade. Ele lambeu o meu rosto. Eu o olhei, talvez meio ansioso. Então ele cerrou um beijo quente em mim enquanto me obrigava a deslizar as mãos pelo seu corpo rijo.
Subindo as mãos para os meus ombros, ele me empurrou para baixo com alguma obstinação e brutalidade. Ajoelhei, afinal. Eu sabia bem o que ele queria, como também sabia que estava tentado a fazer aquilo. Ele então encaixou o seu sexo na minha boca, e lentamente me forçou a babá-lo todo. De mole e salgado, passou a duro e quente. Férvido, talvez. Com aquelas veias enraizadas por toda a sua extensão. Não sei explicar o que sentia ali. Fiz o seu jogo.
Ele me ergueu de pé e me levou para a saleta de ginástica. Lá, me arrancou as roupas com impaciência e, sem nenhum aviso prévio ou coisa do tipo, enterrou o dedo do meio bem no centro do meu traseiro.
Foi inevitável que eu gritasse. Pudera, nunca tinha levado dedada atrás. Depois, senti-me um pouco envergonhado, mas ele, o senhor Dickson, parecia saber com exatidão o que fazia. Não foi difícil me acostumar ao seu dedo. Como também foi fácil me acostumar à humilhação de minha posição.
Ele então me ajoelhou no chão, com o rosto baixo, quase no tapete. Nessa hora, meu filho veio em nossa direção. Descobria e cobria de volta a cabeça rosada do seu sexo. Eu tinha vergonha, mas também senti que ele estava muito excitado com aquilo tudo.
Sim. Chupei o meu próprio filho enquanto, atrás, o senhor Dickson forçava uma cópula comigo. Eu, que nunca havia sentido dor anal, estava submisso à vontade dos braços e desejos de um homem de verdade. Se era maravilhoso, não sei. Mas sei que era novo, e que eu já não podia controlar mais nada.
Ele separava as minhas nádegas com as mãos e, forçosamente, empurrava o seu sexo teso. Centímetro a centímetro eu gemi até sentir o pentelho dele roçar em mim. Meu filho também gemia, com o seu membro no meio dos meus lábios inexperientes. Eu estava assustado. Mas assustado não de um susto que me fazia querer fugir dali. Eu estava apenas surpreso com aquelas tantas reações. Sobretudo, com as minhas.
Depois o senhor Dickson apanhou um pênis postiço que tinha numa gaveta. Era enorme. Uns vinte e tantos centímetros... Ele lubrificou aquilo e fê-lo desaparecer quase inteiro no meu reto, enquanto que com a outra mão, seca e áspera, masturbava o meu pênis.
Meus olhos se esbugalharam ao sentir aquela coisa grossa deslizar para dentro de mim de forma tão desavisada. Entrava e saía, lento, enquanto gemidos suplicantes escapavam-me da boca. Enfim, eu havia me tornado o que era. Havia saído da clausura de uma vida inteira e, agora, estava ali, nu e verdadeiro.
O pênis do meu filho latejou forte nos meus lábios e seis jatos do seu esperma me pegaram desprevenido. Nunca havia sentido nada parecido. Era surreal. Eu estava ali, submisso a dois homens, sugando o sêmen do meu próprio filho. E com tamanha naturalidade.
Senti quando Dickson desentalou aquele pau postiço enorme do meu traseiro e socou o seu pênis lá. A dor não diminuiu, porém. Já meu filho, pegou aquela pirocona de plástico e, enquanto o ricaço me assolava por trás, socou-a na minha boca!
― Bora, pai! O senhor tem que fazer a "garganta profunda" ― dizia ele, empurrando aquilo para o fundo da minha goela.
Mas era uma matemática simples: não entrava. Eu nunca fui um hábil chupador de pintos, tinha a boca muito pequena. Não entrava nem a metade. Meu garoto então pediu pra eu pôr a língua para fora, e quando obedeci, zás! Enterrou aquela coisa enorme até o fundo de minha garganta. Engasguei, e penso ter sentido o vômito subir até a boca. Depois, mesmo sob aquela minha tosse insistente, meu filho me obrigou a fazer o mesmo com o seu pênis. Eu punha para fora a língua medrosa e ele socava tudo na minha goela até onde dava, até seus pentelhos baterem na minha cara, até eu cuspir fora o seu membro todo lambuzado, tentando conter outro acesso de tosse.
Ele então me pediu o rabo, embora eu nem tenha tido o tempo de lhe ceder ou negar. Já foi me virando de barriga para cima, me enchendo as pernas e o traseiro de tapas e impropérios. O vadio sabia bem o ofício de meter numa bunda gorda e desajeitada. O sr. Dickson, agora de frente para mim, se masturbava. Se contorcia a cada sensação. Não demorou para o seu líquido escorrer pela minha cara desprevenida, pelo meu peito arfante, enquanto que entre as minhas pernas, eu ouvia o choque da minha bunda na virilha do meu menino.
O ricaço sorria o prazer do orgasmo, balançando o seu sexo ainda teso na minha frente. Caçou o meu pênis e pôs-se a ordenha-lo. Minha ereção veio logo. Afinal, aquilo tudo também me excitava. Então, foi a minha vez de ejacular como nunca antes, com a vara torta do meu filho enterrada lá atrás e minha mente rodopiando nas estrelas.
Ainda hoje, não consigo esquecer.
Nunca o prazer sexual em minha vida havia sido tão intenso, tão real. Eu nascera para ser o que eu não precisava ter sido, e me escondi a vida inteira sob essa clausura por causa das aparências. Agora eu estava nu, eu estava revelado.
Olhava o teto, extasiado, ainda trêmulo, de pernas pro ar, sentindo o meu nervo expulsar o esperma, e meu ânus reclamar da violência sexual do meu filho. Demorou pouco para eu ouvir a sua respiração acelerar. De repente, urrou. Gozava dentro de mim. Me segurava com força. Eu era, decididamente, um banco de sêmen.
No fim daquela suarenta orgia, enquanto Dickson esfregava o seu pênis já flácido nos meus lábios fechados, meu filho empurrava o seu membro para dentro de mim uma última vez. Terminamos ali. Eu me sentia invadido. A sensação do remorso. Fui embora.
Em casa, sob o chuveiro quente, eu assistia ao filme interminável das minhas reflexões. Será que agora eu entenderia o meu filho? Mas e comigo mesmo, como seria a relação? Será que agora eu me aceitaria? Foram tantos anos escondido sob um casamento normal, uma vida correta e um paletó com gravata, que essa pergunta era inevitável: se eu me olhasse no espelho, enxergaria o quê?
Ainda bem que sempre tive a resposta.
Nunca repreendi nenhum de nós por aquilo. Na verdade, eu passei a frequentar a erótica casa do senhor Dickson toda vez que eu estava sozinho, à noite, acordado ou dormindo, quando as minhas fantasias mais sinceras vinham me transportar para lá.
E toda manhã, quando acordava, eu lançava uma olhadinha por trás da cortina quase sempre deparando com ele lá fora, cofiando o bigode, olhando fixo para a minha janela, despejando um jato de urina no gramado do seu jardim.
FIM | J.B., agosto de 2016
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