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10☕O calor causado pelas aproximações inusitadas demais

Betado por ephemerar


Haeyon chegou ao Instituto de Saúde Infantil com o coração batendo tão forte dentro de seu peito que quase podia ouvi-lo ressoar próximo aos seus ouvidos. Os passos da moça eram pesados e carregavam toda a angústia e desespero que sentia dominando seu interior por completo, desde a ligação da mãe há alguns minutos atrás.

Quando o elevador parou no segundo andar, Jungkook, ao seu lado, precisou segurar levemente seu braço. Ela havia saído do cubículo de metal como um verdadeiro furacão, quase esbarrando nos outros pacientes e pessoas aleatórias ao seu redor.

Ele já havia pedido para que ela ficasse calma desde que passaram pela recepção, mas Hae o tinha ignorado completamente.

— Você sabe onde sua mãe está? — Era a incontável vez que Jeon lhe questionava aquilo só no último minuto, mas, assim como anteriormente, continuava sem obter resposta.

Haeyon não escutava nada que não fosse o timbre suave e doce de Ha Na, em sua mente, pedindo para que ela fosse ao seu encontro o quanto antes. Por isso, a voz de Jungkook parecia estar em frequências sonoras baixas demais para serem compreendidas.

Seu único pensamento era a irmã e apenas ela.

— Mãe! — Hae exclamou, ao passo que virava um corredor e corria até seus pais, sentados em um dos vários bancos esverdeados.

Ambos levantaram-se em reflexo ao ver a filha mais velha. Assim que ela parou à frente dos dois, o pai de Haeyon envolveu os braços ao redor do corpo da mais nova, como se ela fosse apenas uma menininha de seis anos que tivera um péssimo dia na escola. A senhora Kang afagou o rosto da jovem e apoiou a cabeça dela em seu ombro, permitindo que a filha pudesse derramar as lágrimas que tanto se afligiam dentro de si.

Jeon, parado atrás deles, os observou em completo silêncio. Se não fosse pela estranha sensação em seu interior ao ver a forma com a qual Haeyon era tratada pelos pais, ele certamente já teria dado meia volta até o elevador, procurando deixá-los desfrutar daquele momento com privacidade. Mas não era como se ele pudesse simplesmente sair de fininho, sem ao menos saber o que de fato havia acontecido com a irmã de Haeyon. Além do mais, ele tinha se oferecido para acompanhá-la até o hospital, o mínimo que poderia fazer era dar apoio para ela e sua família.

— Querida, sente aqui — a senhora Kang disse à filha, acenando para um lado do banco.

Haeyon retirou os óculos de grau de seu rosto e massageou a têmpora com as pontas dos dedos, enquanto se sentava.

— Desculpa te preocupar, minha filha. Mas a sua irmã só conseguia chamá-la quando a trouxemos para cá e eu não pude negar isso a ela. Eu...

— Tudo bem, mamãe. Não foi incômodo algum, sério. Jungkook me deu permissão para sair mais cedo e você não tem com o que se preocupar.

Assim que o nome do rapaz foi mencionado na conversa, dois pares de olhos castanhos — quase tão belos quanto os de Haeyon — voltaram-se na direção dele com curiosidade.

A senhora Kang parecia calma, afinal já o tinha visto acompanhar Hae até em casa. Entretanto, Jungkook não se atreveria a dizer o mesmo a respeito do marido dela.

Por mais que o semblante do homem fosse neutro à princípio, algo no modo acusatório como ele o fitava fazia Jungkook encolher os ombros e coçar a nuca, desconcertado. O pai de Haeyon o encarava como se pudesse fritá-lo com os próprios olhos, da mesma estranha e vergonhosa forma com a qual se encara o namorado de uma filha adolescente pela primeira vez.

Jeon engoliu em seco, procurando algo decente e coeso para dizer ao senhor e à senhora Kang. Algo que explicasse logicamente sua ida até o hospital com a filha deles.

— E quem é esse aí? — indagou o pai de Haeyon, depois de longos segundos constrangedoramente silenciosos.

— Este é Jeon Jungkook, meu chefe, papai. Ele me acompanhou até aqui para que eu não viesse sozinha.

Hae estava com a cabeça apoiada no ombro da mãe e o óculos de grau estava preso entre seus dedos, agraciando Jungkook com a visão de suas íris castanhas sem qualquer lente que o impedisse de observá-las.

Ele meneou a cabeça, percebendo que os pensamentos eram indevidos no momento, e deu alguns passos à frente, curvando-se em sinal de cumprimento e educação. Por outro lado, o senhor Kang nem do lugar se moveu, seus olhos ainda permaneciam fixos no jovem. Se não piscasse, qualquer pessoa do hospital o confundiria com uma estátua, e a comparação teria feito Jeon rir se fosse em qualquer outro momento.

— Olá, senhor. Eu sou Jeon-

— Você é só chefe dela? — A pergunta direta e áspera causou um erguer de sobrancelhas involuntariamente exagerado em Jeon.

A ênfase notória na palavra "só" e a forma como era analisado deixavam extremamente claro os pensamentos que permeavam a mente do pai de Haeyon no momento.

"E ele está certo", pensou Jungkook, colocando-se no lugar do senhor. Se fosse com sua filha, ele certamente também gostaria de saber quem era a pessoa com ela e o que fazia ali.

— Papai, isso não é hora. — Hae sussurrou antes que ele Jungkook pudesse pensar em responder algo, e ele agradeceu mentalmente por aquilo.

Haeyon estava tão distraída e preocupada que por pouco não notara as bochechas coradas do Jeon pelo questionamento. Ela se lembraria de confrontá-lo sobre aquilo mais tarde, pois agora sua atenção estava voltada para Ha Na.

A Senhora Kang chamou o marido para perto e sussurrou algo em seu ouvido. Em seguida, o homem apertou a gola da camisa que usava, mas seu olhar nunca deixou a silhueta de Jungkook, como se marcasse suas mínimas movimentações.

Jungkook não sabia ao certo o que fazer. A situação toda o deixara às avessas, como um estrangeiro visitando um país sem conhecer o idioma nativo. Não sabia o que falar e tampouco como agir diante da própria Haeyon, apesar de que ela parecia ter, mais uma vez, esquecido completamente de sua existência.

"Não é culpa dela", Jungkook disse a si mesmo, sabendo que o momento estava complicado demais para que a jovem se desse ao trabalho de notá-lo. De alguma forma, sentia que não devia deixá-la, portanto apenas sentou-se em um banco vazio ao lado de Hae, cruzando seus próprios dedos uns nos outros, ansioso.

Senhor Kang girou o pescoço para observá-lo. Entretanto, não era como se Jungkook pudesse fazer algo quando foram os dedos da própria Haeyon que procuraram pelos dele e entrelaçaram-se, deixando até o rapaz levemente atônito.

Os olhos de Jeon procuraram os dela de imediato, mas Hae fitava o chão mecanicamente, sua mente voando longe. Entristeceu-se. Não achou que sentiria tanta falta de encontrar as orbes castanhas dela fixas nas suas, quem sabe até acompanhadas de um meio sorriso que ela sempre esboçava, mesmo sem querer.

— Hae? — Jeon sussurrou e Haeyon virou-se para fitá-lo, pela primeira vez parecendo enxergá-lo ali sentado. — Você quer água? Posso buscar um pouco, se quiser.

Ela balançou a cabeça negativamente, sentindo seu estômago revirar.

— Não, obrigada. Eu não quero sair daqui. O doutor pode chegar a qualquer momento e eu preciso saber como está a minha irmã.

— Ei, vai ficar tudo bem. Você é uma mulher forte, sim? Eu sei que já passou por coisas difíceis na vida, não pode desanimar agora. Sua irmã precisa muito de você, então, nesse momento, seja forte por ela.

Jungkook afagou carinhosamente a lateral do rosto da Kang, cujos olhos brilhavam pelas pequenas lágrimas que ameaçavam cair a qualquer instante. Ele desejou poder limpá-las com a ponta de seus dedos. Mas limitou-se a deixar que, se ela quisesse chorar, que o fizesse. Era um momento dela, algo pessoal.

Além do mais, apesar de as palavras de Jungkook terem sido calmas e reconfortantes, como o pôr do sol após um dia de chuva intensa, Haeyon não conseguia acreditar na veracidade de nenhuma delas. Não estava tudo bem. Ha Na ainda era uma menininha doente que precisava tomar todos os medicamentos corretos a cada mês, a fim de que a doença sanguínea não se transformasse em uma infecção mais grave. Duvidaria que as coisas fossem se resolver de um dia para o outro até mesmo se um médico especialista lhe dissesse algo parecido.

A saúde de sua única irmã estava em jogo. Ela e Ha Na podiam até não possuir o mesmo tipo sanguíneo. Mas de nada importava. Haeyon a amava tanto que, se possível, trocaria de lugar com ela apenas para que a pequena não tivesse de suportar todo aquele inferno.

— Vocês são os pais da Kang Ha Na? — Um homem alto e de cabelos ruivos saiu de um dos quartos.

Ele usava um jaleco branco, uniforme comum de profissionais da saúde, e havia uma prancheta em suas mãos bem como um estetoscópio pendurado em seu pescoço.

Os pais da garota, assim como a própria Haeyon, levantaram-se às pressas, dando passos largos para mais próximo do doutor.

— Somos nós, doutor — a senhora Kang disse, com a voz um tanto vacilante. — Como a minha filha está?

Haeyon cruzou os dedos uns nos outros. E Jungkook contentou-se em ficar a certa distância, mas atento para quais notícias o médico daria até então.

— Sua filha está bem, senhora Kang.

Os ombros dos três familiares abaixaram-se quase ao mesmo tempo. Jeon também sentiu seu corpo ser tomado por um alívio instantâneo.

— O que houve foi apenas em decorrência dos medicamentos que ela não está tomando como deveria. Mas fiquem tranquilos, a Ha Na vai ficar bem e poderá ir para casa dentro de algumas horas.

Assim que o doutor os deixou e adentrou o quarto novamente, o Senhor Kang abraçou a esposa, guiando-a até o banco para que pudesse se sentar e relaxar.

Haeyon fechou os olhos, ainda em pé e com os dedos cruzados. Ela sussurrava alguma coisa para si mesma, Jungkook não conseguia compreender o que era ao certo. Mas, assim como o pai fizera com a mãe de Hae, as mãos do rapaz foram delicadamente de encontro às costas da mulher, levando-a a acompanhá-lo em silêncio absoluto.

Ele foi o primeiro a se sentar, ela ainda estava alheia ao entorno. Ambos ficaram daquela maneira por pouco mais de quarenta minutos, até que tudo finalmente pareceu mais calmo e Haeyon voltou ao mundo real.

Jungkook já havia a abraçado e ouvido-a falar desde quando Ha Na havia sido adotada até a doença da menina. Falar algo do tipo exigia confiança, então se Haeyon havia o feito era pelo simples fato de que o considerava digno daquilo. Ele não pôde lutar contra a sensação boa que cresceu em seu interior.

E a Kang, claro, também era digna de receber todo o apoio emocional do qual necessitava no momento. Foi por isso que, quando ela movimentou a cabeça, procurando experimentalmente o ombro do Jeon, o jovem se permitiu acomodá-la ali — mesmo sob os olhares mortais do senhor Kang, que não deixava nada passar despercebido.

Ele não havia pensado em conhecer os pais de Haeyon de um jeito tão desagradável como aquele. Na verdade, não havia nem sequer pensado na possibilidade de conhecê-los, já que, para ele, aquilo soava de uma forma totalmente estranha e um pouco contraditória.

Os pensamentos vinham até a mente de Jungkook em alta velocidade, deixando-o confuso. Por isso, apenas meneou a cabeça para afastá-los, passando a concentrar-se no cabelo sedoso de Haeyon fazendo cócegas na pele de sua bochecha, assim como seu próprio coração batendo forte dentro do peito.

Tê-la tão perto de si lhe causava emoções singulares, e Jungkook desejou discernir cada uma delas o mais rápido possível.

•••


Acordar atrasada na manhã seguinte não havia sido tão ruim ou surpreendente quanto Haeyon achou que seria, já tinha ciência de que algo como aquilo aconteceria. As horas que passara no hospital lhe deixaram tão preocupada com Ha Na que mal tinha conseguido fechar os olhos durante a noite, ainda que estivesse cansada demais para mover seus pés e mãos.

— Você não vai tomar café? — sua mãe indagou, assim que Hae passou correndo pela cozinha, verificando se todos os seus pertences estavam dentro da bolsa bege que sempre a acompanhava. — Estou falando com você, Kang Haeyon!

Haeyon virou-se para ela, afobada.

— Eu não tenho tempo nem para dizer que tenho tempo de sobra, mãe. — Hae conferiu que seu celular estava guardado. Ela podia finalmente sair. — Vou comer alguma coisa no trabalho, fica tranquila. Eu preciso ir. Beijo. Diga a Ha Na que eu a amo.

A senhora Kang tinha um avental vermelho florido amarrado na cintura e segurava uma forma com diversos biscoitos recém assados. Ela os deixou acima da mesa para que pudessem esfriar antes que Ha Na acordasse. Era a receita favorita de Haeyon, mas ela sequer os poderia saborear devido ao atraso. A mãe resolveu não insistir.

Haeyon prendeu o cabelo em um rabo de cavalo mal feito e colocou o óculos de grau, preparando-se para deixar a casa. Mas, ao girar a maçaneta, prendeu a respiração. Quase gritou de susto ao visualizar Jeon Jungkook parado na soleira de sua porta.

Ele abaixou a mão. Provavelmente estava prestes a tocar a campainha quando a própria moradora da casa surgiu.

Kang franziu o cenho, apertando as pálpebras várias vezes apenas para se certificar de que não estava vendo coisas pela noite mal dormida.

— Jungkook? O que está fazendo aqui?

Jeon sorriu amarelo quando os olhos dela o mediram dos pés à cabeça. A silhueta do rapaz, junto com a paisagem da manhã ensolarada atrás de si, era digna de ser eternizada, era o que ela pensava.

Ele estava dez mil vezes mais bonito trajando aquela camisa azul clara de botões brancos, cuja bainha estava presa dentro da calça de lavagem escura. O cabelo recaía pelas laterais do rosto de forma singela, fazendo Haeyon acreditar que Jungkook superava qualquer definição de beleza já inventada.

— Eu estava em um lugar aqui perto, e como já sei onde fica a sua casa, passei para perguntar se você quer uma carona para a cafeteria. E, hum, eu também queria deixar isso.

Jungkook lhe estendeu uma sacola plástica com a logo de uma drogaria local em suas mãos. Hae a pegou, ainda confusa com a situação.

— O que é?

— Abra — disse ele, somente.

O semblante da Kang tornou-se surpreso de repente, sem acreditar no que seus próprios olhos viam ali dentro. Eram todos os medicamentos que Ha Na precisava, cada um deles, sem exceção.

— Você... Como conseguiu isso?

— Não me leve a mal, ok? — Jeon começou a explicar. — Acontece que um amigo meu trabalha no Instituto Infantil onde sua irmã estava e não foi difícil pedir que ele me desse uma cópia da receita médica dela. Você não me contou, mas eu sei que os medicamentos estavam em falta, e eu estava passando perto de uma drogaria então… Espero que nem você nem seus pais se importem que eu tenha comprado para ela.

Haeyon sentiu um aperto no peito de repente. Ele era tão bom e gentil que não podia ser real.

— Eu não posso aceitar. — Empurrou a sacola até ele, mas Jungkook não a pegou. — Isso é muito caro, Jungkook! Você é louco? São quase quatrocentos reais em medicamentos. Não devia ter feito isso.

— O preço não importa, Kang Haeyon. — Ele cruzou os braços. — Ontem eu vi o amor na forma como você se referiu a sua irmã, mesmo que a circunstância não fosse uma das melhores, mesmo que vocês duas não sejam filhas biológicas da mesma mãe. É a primeira vez que vejo algo assim, verdadeiro. Acredite, é tão importante para mim quanto para você, Haeyon. Por favor, aceite.

Seus olhos brilhavam enquanto a observava. Mesmo percebendo o quanto ela estava hesitante, sentiu-se extremamente grato ao vê-la trazer a sacola para perto dela novamente.

O amor possuía mais valor que o sangue, isso era uma verdade imutável para alguém como Jeon, que prezava a família mais do que qualquer outra coisa. Além de que, por algum motivo, sentia que o que era importante para Haeyon, também era importante para ele, de alguma forma.

Jungkook tinha um único palpite sobre o que aquelas emoções significavam. Apenas um, mas que lhe causava um certo receio em dar o primeiro passo adiante, visto que a última experiência que tivera com aquilo lhe deixara feridas emocionais que ainda não haviam cicatrizado. E apesar de lutar cegamente contra seus sentimentos, tentando cortar suas raízes, Jungkook sabia, lá no fundo, que fazer isso seria uma tarefa árdua que ele não teria êxito. Era tarde demais.

Pois quando Haeyon sorria para ele, era impossível reverter as ondas de calor que tomavam conta de seu interior, serenas e repletas de ternura, únicas. Dizem que o sorriso é a curva mais bela de uma mulher, e com Kang Haeyon o exibindo tão abertamente quanto naquele instante, a tal frase nunca pareceu tão verdadeira em toda a sua vida.

E o ato era retribuído por Jungkook de forma tão involuntária e sincera que podia tornar-se recorrente no dia a dia. Apenas por curvar os lábios suavemente, ela iluminava o mundo inteiro ao seu redor sem ao menos dar-se conta daquilo. Ela podia sentar-se à sua frente e passar o dia inteiro apenas a sorrir, e Jungkook nunca se cansaria de observá-la.

Porque seu coração lhe segredava que a curva nos lábios de Haeyon era como um porto seguro, nenhum problema ou preocupação no mundo inteiro seria capaz de lhe afligir.

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