02☕ Sim ou não
Betado por ephemerar
Quando Haeyon chegou em casa naquela manhã, sua mãe estava sentada no sofá da sala, tão concentrada em passar a escova nos cabelos castanhos de Ha Na que só pareceu notar sua presença no momento em que a porta foi fechada com um baque estrondoso. Não precisava de muito para entender que a senhora Kang estava ansiosa para a chegada da filha mais velha.
Era assim desde o ensino médio quando Haeyon entrou na fase conhecida como "saideira adolescente". A mãe a esperava curiosa naquele mesmo sofá — embora na época o estofamento estivesse menos desgastado e o couro não fizesse um som crepitante sob as costas como agora.
Ensino médio… Isso fez Haeyon se lembrar de seu primeiro namorado.
Ela já desconfiava que Lee Yeong Ho tivesse algum interesse nela, uma vez que sempre o pegava lhe observando nas aulas e intervalo. Apesar de insegura tanto com relação a ele quanto pelo fim do último ano colegial e a faculdade que faria, a Kang decidiu dar uma chance ao garoto — e com o baile de formatura se aproximando não perderia a oportunidade de ir acompanhada.
Yeong Ho era um cara legal, mas apesar de seus pais se darem bem e ela ter acreditado que aquilo poderia dar certo, o namoro durou poucos meses. Haeyon entrou na universidade pública da cidade e Yeong Ho foi aprovado em uma instituição particular. Quando as ligações começaram a se tornar menos frequentes e as mensagens não possuíam mais os típicos emojis apaixonados, ela foi quem pôs um ponto final naquilo e eles continuaram amigos.
Costumavam se encontrar aos sábados no Burket's de Seocho: Yeong Ho a encorajava a não desistir de Arquitetura e Urbanismo, e Haeyon ria alto sempre que o ouvia falar sobre algum livro de espessura grossa que assustava até mesmo os alunos de seu curso de Direito, como se fosse um conto de terror. Quando o Lee parou de ir ao Burket's sem aviso ou explicação, Haeyon ficou somente acompanhada de seus livros, uma xícara de café espresso e uma dúzia de perguntas acerca de sua ausência.
Foi em mais um daqueles dias difíceis que ela conheceu Kim Namjoon. E era ridícula a forma como tudo sempre voltava a ele.
Haeyon despertou de seu transe abruptamente, como se alguém tivesse estalado os dedos perto de suas orelhas mais alto que o habitual. Piscou forte repetidas vezes e sorriu para a mãe e a irmã ao deixar o casaco no cabideiro atrás da porta.
— Unnie! — Ha Na, a garotinha de oito anos, correu para abraçar gentilmente seu quadril.
As íris castanhas da pequena, que pareciam sorrir para Haeyon, aqueceram seu coração. Apesar de tudo, agora que havia se desfeito de alguns fragmentos do passado sua cabeça já não parecia mais tão pesada.
— Oi, meu amor — cumprimentou-a com afeto, passando os braços em volta do pescoço delicado da irmã —, tudo bem com você?
Ha Na segurou a barra da blusa da mais velha, e Haeyon enrolou o dedo indicador nas madeixas macias da garotinha ao analisá-la: seu rosto estava corado, mas mesmo assim aparentava cansaço.
— Eu estou bem, unnie. — A voz infantil de Ha Na era harmônica e suave como as canções de ninar que a pequena tanto gostava de escutar. — Só não exatamente porque você sabe o que...
— Ha Na, vá para seu quarto. — Senhora Kang a interrompeu com olhos semicerrados. — Você precisa fazer a lição de casa antes que fique tarde. Não quero que prejudique sua visão ao anoitecer.
Hana acatou a ordem da mãe com prontidão, marchando até desaparecer pela porta meio aberta no fim do corredor. E Haeyon esperou alguns segundos — certificando-se de que a mais nova não sairia do quarto de surpresa — antes de passar as mãos pelo rosto e fitar a mãe atrás do balcão que separava a sala da cozinha.
— O que está escondendo de mim, mãe?
A senhora Kang engoliu em seco discretamente e virou-se de costas, com a desculpa de que precisava amarrar as tiras do avental cinza em sua cintura.
— Como assim o que estou escondendo de você, Hae? — replicou. — Não tenho nada a esconder, ora bolas! Agora, você viu meus óculos?
Haeyon caminhou até ela, meio impaciente. Sabia que havia algo acontecendo, só não sabia o quê. Ao parar em frente a mãe, retirou gentilmente os óculos de grau que estavam pendurados na gola da blusa vermelha que a Kang mais velha usava.
— Aqui — disse, vendo-a sorrir amarelo.
Os meses anteriores haviam sido difíceis para a família, principalmente no que dizia respeito a Ha Na. Quase todo o dinheiro do último emprego de Haeyon tinha sido usado para os tratamentos da doença rara que a menina tinha no sangue, já que o trabalho do senhor Kang como jardineiro mal dava para pagar as contas da casa. Por mais imatura e desbocada que pudesse ser algumas vezes — mas ora, quem não era? —, Hae faria de tudo para ajudar sua família e nunca deixaria sua irmãzinha viver em uma cama qualquer de um hospital público.
Os ricos precisam apenas efetuar um pagamento num laboratório particular e recebem o resultado na mesma hora, talvez o hospital até lhes dê café da manhã como cortesia ou algo assim. Enquanto aqueles que possuem uma condição financeira mais baixa madrugam na fila do mesmo tipo de exame, passando fome e frio do lado de fora, para no fim ganharem um atendimento de péssima qualidade. É assim que funciona a saúde pública afinal: um descaso sem fim.
Ninguém deveria ter que pagar por um bom tratamento de saúde. O governo deveria proporcionar isso a todos sem qualquer exceção, sem se importar com poder aquisitivo e coisa do tipo. Haeyon pensava dessa forma, mas os "homens" que faziam a política de seu país, não.
Hae observou, de braços cruzados e sobrancelhas arqueadas, a mãe colocar os óculos. Senhora Kang não lhe respondeu nada de imediato, apenas caminhou até o armário antigo e abriu uma das gavetas, retirando um envelope branco com linhas esverdeadas. Hesitante, entregou-o à filha.
— Isso chegou hoje de manhã. Seu pai quem recebeu. Nós já esperávamos por algo assim, mas não podemos pagar todo o valor de uma vez.
Ao ouvir as palavras da mãe, um pequeno tremor percorreu seu corpo. O envelope na verdade era uma carta da companhia de distribuição de água, e avisava de um possível corte caso as dívidas não fossem quitadas. De acordo com o papel, haviam mais de quatro contas acumuladas, todas registrando preços altíssimos. Haeyon pensou se aquilo era algum tipo de piada. Mas não, ela sabia que infelizmente não era.
— Isso é... — começou, buscando as palavras certas — um absurdo! Nunca vamos conseguir pagar tudo isso.
Atirou o envelope em cima do balcão e passou as mãos pelos cabelos, preocupada. Mais um problema? Era sorte demais para uma pessoa e um dia só.
— Eu sei, mas nem tudo está perdido — disse a mãe, embora no fundo não tivesse qualquer resquício de esperança. — Seu pai fará um extra nos finais de semana e eu pretendo arrumar algo para fazer quando não estiver ocupada com Ha Na. Você não precisa se preocupar em trabalhar tão imediatamente, querida.
A maioria das pessoas acredita que se formar na faculdade é sinônimo de trabalho imediato e salário na conta bancária todo mês. Na teoria, sim. Na prática, o buraco era mais embaixo, e Haeyon sabia disso mais do que qualquer outra pessoa. Conseguir um emprego na área da Arquitetura era mais difícil do que ela imaginava.
Acabou por reviver a conversa que teve mais cedo com Namjoon, especificamente a parte relacionada a um possível cargo como arquiteta luminotécnica. Ela não pretendia contar a seus pais sobre ter se encontrado com o ex-namorado, mas mal percebeu quando as palavras deixaram sua boca.
— Eu… Consegui uma proposta de emprego hoje... de Namjoon.
Contou aquilo num fio de voz, enquanto a da senhora Kang ganhava um tom de ânimo ao questionar:
— Um emprego?
— Você foi mesmo se encontrar com aquele homem maldito, Kang Haeyon? — esbravejou o pai da jovem ao chegar na sala num rompante.
Haeyon pensou que ele provavelmente estava no quarto lendo seu costumeiro jornal quando a ouviu mencionar o Kim, um nome quase proibido naquela casa.
— Sim, pai. Mas não se preocupe, eu disse umas boas verdades a ele e duvido muito que Namjoon volte a me procurar — explicou ela. — O senhor acha mesmo que eu iria deixar barato depois de tudo o que aquele cretino me fez? Esqueceu a filha que tem?
Senhor Kang lançou um olhar orgulhoso a ela, embora uma certa preocupação ainda estivesse presente ali.
— De qualquer forma, não aceite esse emprego, querida. Não importa o quão bom ele seja, esqueça. Isso seria como aceitar esmola de Namjoon e eu não quero que você tenha qualquer vínculo com esse homem de novo, me entendeu? Eu confio em você, filha. Sei que vai surgir uma oportunidade ainda melhor.
Os conselhos do pai eram gentis e Haeyon sentiu-se confiante ao ouvi-los, desejando que sim, houvesse uma oportunidade melhor para ela. E que não demorasse também.
— Vou sair para entregar currículo na segunda — disse Hae, voltando até o sofá para pegar a bolsa bege que havia jogado por ali. — Vou espalhar tantos que os RHs ficarão com raiva de ver a minha cara impressa no A4 e irão me contratar. É isso ou eu não me chamo Kang Haeyon!
Hae observou um sorriso torto se formar nos lábios da mãe e o pai sussurrar algo sobre como ela conseguia ser engraçada mesmo em momentos de tensão. O senhor Kang não podia reclamar, afinal de contas Haeyon havia herdado quase noventa e cinco por cento da personalidade de seus pais. Era doce e gentil como a mãe, astuta e corajosa como o pai.
A jovem plantou um beijo rápido no rosto dos dois e deixou o pequeno cômodo.
Na verdade, a casa toda era pequena e simples, composta por uma sala de estar acoplada a cozinha, dois quartos e um único banheiro tão minúsculo que mal havia espaço para chuveiro, pia e sanitário. A tinta das paredes estava descascada em certas partes, principalmente próximas ao teto, a cozinha precisava de reformas e a TV era tão antiga que nem sequer funcionava corretamente.
Haeyon esperava conseguir um bom emprego logo e dar à família todo o conforto que mereciam.
Quando entrou no quarto, sua irmã estava sentada na cama do outro lado do local. A mochila vermelha e temática de algum personagem infantil que ela não conseguia se lembrar estava aberta em cima do colchão. Ha Na parecia imersa em suas próprias atividades, rodeada de cadernos, livros e seu estojo lilás. Hae decidiu não perturbá-la. Guardou sua bolsa, pegou uma toalha no guarda roupa e seguiu direto para o banheiro no corredor, esperando que todas as energias ruins daquela manhã fossem lavadas de seu corpo junto a água do chuveiro.
Alguns minutos depois de concluir seu banho, Haeyon notou Ha Na observando a área externa da casa pela janela, silenciosa — algo que Hae considerava raro.
Franziu o cenho, terminando de secar os cabelos com uma toalha.
— Na? — chamou-a pelo apelido, mas não obteve resposta, aumentando ainda mais sua preocupação. — O que houve? Está triste pelos seus medicamentos? Meu amor, não se preocupe com isso, ok?
Haeyon parou ao lado da pequena Kang, perdendo-se por alguns segundos na paisagem que ela admirava. Do lado de fora, o céu exibia um tom impecável de azul, com nuvens em formas diversas adornando-o na imensidão celeste. Uma brisa reconfortante trespassou as copas das árvores do outro lado da rua e a brecha da janela aberta, afagando os fios ainda úmidos de sua nuca em espirais invisíveis.
— Eu já falei com nossos pais e vamos dar um jeito de comprá-los sem que você precise ficar no hospital outra vez.
— Não é por isso que estou triste, unnie. — Ha Na apoiou os pequenos braços no apoio da janela. — Posso perguntar uma coisa para você?
Os olhos da menor a fitaram com um quê de preocupação por trás de sua cor de chocolate derretido, quase fazendo Haeyon recuar. Em vez disso, puxou uma quantidade significativa de ar para seus pulmões e soltou lentamente, assentindo.
— Eu não sou sua irmãzinha de verdade?
A pergunta veio com tanta inocência que era quase como se apenas tivesse perguntado se ela gostava de doces. Hae crispou os lábios antes de respondê-la.
— Mas que pergunta é essa, Na? É claro que você é minha irmãzinha de verdade. De onde você tirou isso?
Ha Na hesitou.
— Jennie… — murmurou ela, e Haeyon deduziu que fosse alguma criança da sala da menina. — Jennie disse que eu não nasci da mesma mãe que você, por isso você vai me abandonar, porque não sou sua irmã de verdade. — Os lábios da menina tremeram. — Ela… Jennie também disse que meus pais de verdade me abandonaram porque não me amavam e que vocês vão me abandonar também, porque ninguém gosta de cuidar de uma criança doente.
Haeyon suspirou pesadamente, tomada por uma sensação agonizante que chacoalhava seu estômago como uma boneca velha feita de pano. Não conhecia a tal Jennie, mas estava inconformada com sua maldade. Como ela se atrevia a magoar Ha Na daquela forma? Apesar de saber que era adotada, a pequena era jovem demais para entender sobre aquilo e frágil demais para saber se defender de palavras cruéis como aquelas.
— Não dê importância ao que falam para você, Ha Na. Não importa o sangue, e sim o que sentimos aqui — disse, apontando na direção do coração da pequena. — Mamãe e papai te escolheram para fazer parte da nossa família por você ser uma garotinha muito especial. E eu te amo muito, entendeu? Eu nunca vou abandonar você, nem a mamãe e muito menos o papai, eu prometo. Nós vamos ficar juntas para sempre, certo?
Ha Na a abraçou e escondeu o rosto em sua barriga.
— Mesmo se eu virar um anjinho? — Ela ergueu a cabeça minimamente para fitá-la, mas sua voz saiu abafada. Haeyon sorriu. — Eu sei que preciso tomar os remédios, mas como não tenho mais será que vou virar um anjinho ainda criança?
Ha Na era extremamente inteligente para sua pouca idade. Às vezes ela falava coisas que faziam Haeyon até questionar a própria maturidade. Bom, idade não molda pensamentos, mas ainda acreditava que Ha Na era uma adulta em sua mente. E um dos desejos mais utópicos que tinha, mesmo com vinte e quatro anos, era que sua irmã pudesse permanecer criança para sempre, como a história de Peter Pan.
— Isso vai demorar muuito para acontecer — disse ela, mantendo a garotinha no abraço. — Não se preocupe, eu vou cuidar de você para sempre.
Mais tarde, após almoçar e ajudar sua mãe com os afazeres, Haeyon voltou ao quarto em busca do celular, que certamente deveria estar lotado de mensagens dos "amantes de arquitetura" — um grupo que Haeyon havia entrado graças a uma página no facebook — e também de sua melhor amiga.
Mas ao abrir a bolsa, outra coisa atraiu sua atenção, jogado em meio aos documentos que ela carregava consigo.
Observou o papel marrom e branco como se ele fosse uma planta venenosa.
Ela havia dito que não aceitaria a proposta. Porém sua família realmente precisava do dinheiro. Além do mais, a Kang sabia que Namjoon era bastante ocupado como professor de Música, ele não teria tempo e nem razão para se deslocar até o outro lado da cidade para perturbá-la. Seguindo essa linha de pensamento, ponderou se não deveria ao menos tentar a vaga da qual ele havia falado.
Às vezes a vida exige que tomemos decisões nos momentos mais inusitados de nossas vidas, e algumas são responsáveis por nos fazer crescer como pessoas. E Haeyon sabia que aquela era uma dessas decisões.
Só dependia dela. Era sim ou não.
•••
Uma melodia baixa e clássica, quase como jazz, ressoava dentro do bar "La Moon". Luzes alaranjadas iluminavam todo o espaço e o ar climatizado contribuía para formar um ambiente acolhedor. Bartenders preparavam bebidas atrás do balcão onde Haeyon e sua amiga estavam sentadas, acima de banquetas acolchoadas de cor escarlate.
A Kang não era o tipo de pessoa que frequentava lugares como aquele, mas quando sentiu que estava enlouquecendo ela sequer parou para pensar nisso, simplesmente enviou uma mensagem à Lalisa Manoban e pediu para que ela a encontrasse ali. A mais nova aceitou o convite de imediato, era mais familiarizada com bares do que a própria Haeyon.
As duas pediram soju. Bem, na verdade Lisa pediu, obrigando Hae a tomar sob intensos protestos. A tailandesa já estava na metade da segunda garrafa em menos de dez minutos quando indagou novamente:
— E por que você não aceitou logo de uma vez?
Ela sabia de cada acontecimento na vida de sua melhor amiga, e a traição de Namjoon era o pior e mais repugnante deles. Ainda queria nocautear aquele imbecil para ver se ele aprendia a respeitar uma mulher.
Lalisa Manoban era do tipo que defendia seus amigos com unhas, dentes e punhos se fosse necessário. E Haeyon estava no topo daquela lista. Mas a Kang já havia contado tudo — três vezes e em mínimos detalhes —, desde a cara de pau do ex ao chamá-la para aquela cafeteria até a oportunidade de emprego, e Lisa continuava perguntando a mesma coisa.
— Já falei para você, Lisa. — Hae suspirou, cansada. — Namjoon não pode simplesmente me oferecer isso depois de tudo o que ele fez comigo. E meus pais, principalmente meu pai, já deixou bem claro que não quer que eu aceite esse emprego.
— E daí? — A amiga sacudiu os fios loiros da franja e despejou mais da bebida em seu copo de vidro. — Estou esperando um motivo de verdade pra isso, porque tudo o que ouvi até agora foram desculpas esfarrapadas e sem sentido.
Haeyon ainda não queria dar o braço a torcer.
— É mais complicado do que parece. — Deu de ombros.
Lisa arqueou as sobrancelhas, fitando a mais velha com seus olhos castanhos intimidadores sob os cílios grossos de rímel.
— Complicado onde, criatura? Pelo que você me explicou, Namjoon apenas te falou sobre essa vaga na cafeteria. E você nem conhece o dono pra ficar aí, toda esquisitona. Na boa, amiga, eu acho que tu devia aceitar. — Lisa fez uma pausa para virar o soju de uma só vez. O estômago de Haeyon fervilhou só de ver. — Uma oportunidade dessas não aparece duas vezes e, suponhamos que te contratem, você ganharia muito dinheiro e poderia ajudar sua família. Lembre-se da Ha Na.
Ha Na. Racionalmente, Haeyon estava pensando nela mais do que qualquer outra coisa.
— Ainda há a opinião dos meus pais sobre isso — respondeu, suspirando. — Eu não posso ignorá-los, entende?
— Faz assim: vai até esse tal Burket's. Se tu for rejeitada, deixa quieto. Se não, conte aos seus pais. Acho que eles não vão poder fazer nada contra se você garantir a vaga.
Lisa fazia de tudo para encorajá-la, mesmo sabendo o quanto a situação era difícil para a Kang, e Haeyon entendia que era uma forma da loira demonstrar que se importava consigo.
Aquilo a faria contradizer a si mesma, mas era verdade, ela estava recebendo uma ótima oportunidade e não podia desperdiçá-la apenas porque o dono da cafeteria — que ela nunca havia visto em sua vida — era um suposto amigo de Namjoon. O importante era ganhar um salário digno com seu esforço pessoal.
Haeyon estava decidida. Iria até a tal cafeteria em Hongdae já no dia seguinte, se possível. Levaria o folder com o endereço e toda a sua autoconfiança.
A Kang só esperava que não fosse tarde demais.
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