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15. Júlia

Quando eu volto para a cozinha, todos se surpreendem com o meu retorno. Sou quase uma fênix. Não vou abandonar o barco. Não vou deixar meus funcionários na mão em uma sexta-feira.

- Como foi no hospital? - pergunta Maria, parecendo preocupada.

Explico que não fui para o hospital, que precisava apenas comer e que almocei no Braga Burguer. Renata resmunga qualquer coisa e sai da cozinha, irritada. Já Maria ergue as sobrancelhas.

- O Braga estava muito nervoso... Acho que levou um belo susto - ela sorri pra mim. Depois dá um aceno na direção de onde Renata estava: - Não ligue pra ela. Está frustrada porque, pelo jeito, você furou a fila do Braga.

- Não estou na fila... - respondo, mas sem muita convicção.

- É mesmo? Acho que ele discordaria...

Edu, que está cortando as batatas do nosso lado, balança a cabeça para os lados. Maria e Carlos saem da cozinha e vão ajudar Renata no salão de jantar.

- Essas fofocas são maldosas. Seu Miguel é um bom sujeito. Sempre soube que ele era esse tipo de homem.

- Que tipo? - pergunto.

- Que vai te segurar se você cair... - Ele para de cortar as batatas e me olha: - Você não está bem, Dona Julinha.

- Não se preocupe, Edu...

- É claro que me preocupo. Por que não está conseguindo comer?

Não sei responder. Não sei o que está acontecendo comigo. Não quero abrir o jogo com Edu, ele conhece meus pais há muitos anos.

- Acho que estou com alguma infecção alimentar.

Ele parece desconfiado, mas não fala nada. Tento não pensar no dia insano que tive para fazer um bom trabalho. Tento não cheirar nada, nem colocar nada na boca. Não quero voltar para o lixão. O cheiro delicioso do Miguel me acompanha a noite inteira e, quando menos espero, estou pensando nele. Suas mãos no meu corpo, seus beijos no meu pescoço, seu dedo na minha boca.

Maria tem razão. Furei a fila para o Braga. Posso não ter a melhor autoestima, mas é evidente que chegou a minha vez. Se não tivéssemos sido interrompidos na noite anterior, ele teria me levado pra cama dele. E aí eu saberia exatamente sobre o que a cidade inteira tanto fala.

Tento não me irritar com Antonella. Como todo mundo nessa cidade, eu a conheço desde que éramos pequenas. Ela está no meu grupo de amigas do colégio, apesar de não sermos tão próximas. Agora que não estou prestes a desmaiar, me pergunto se fui rude com ela. Com certeza, ela é uma mulher entediada, no meio de uma pandemia, querendo fofocar. Relembrar tempos muito loucos em que ela dava para caras como o Braga dentro de um carro pode ser uma boa distração... Eu só... Não me sinto à vontade ouvindo essas histórias sobre o Miguel. Ainda não tive um relance dessa lenda que a cidade toda fala, desse homem voraz, com a pegada forte e boca suja que te coloca contra a parede e faz coisas inimagináveis.

O movimento no restaurante não é lá grande coisa e eu aproveito para tomar um banho no banheiro que fica no segundo andar do restaurante, onde está o escritório do meu pai. Essa coisa dos cheiros está me deixando obcecada por higiene, como se a água no meu corpo fosse capaz de levar toda a loucura embora. Quando saio, me enrolando na toalha, percebo que eu dominei completamente o escritório com algumas roupas reserva, calcinhas, toalhas, livros de confeitaria e até meus livros favoritos do Marco Gallo.

Me sento no sofá, de frente para a escrivaninha, enquanto seco meu cabelo, lembrando das outras histórias que já ouvi sobre o Miguel, tentando encontrar uma característica em comum com o homem que tinha me socorrido naquela tarde.

O Braga não liga no dia seguinte.

O Braga não dorme com ninguém. É sexo e tchau.

Ele não é o cara que vai perguntar se você chegou bem em casa.

Ele nem vai sair da cama pra te levar na porta!

O Braga não vai te chamar de meu amor.

De repente, me lembro do que ele disse mais cedo, quando tentava se justificar.

"Ela não é o 'meu amor' como ela falou, nem eu sou o amor dela, não sou o amor de ninguém".

Não sou o amor de ninguém. Isso me parece muito triste. Mas, se eu for parar pra pensar, também não sou. Quer dizer... O Hugo às vezes ressurge, querendo dizer que sente a minha falta, que me ama e que deveríamos tentar novamente, mas é tudo uma grande baboseira. O meu namoro com o Hugo foi uma das épocas mais estranhas da minha vida. Nunca me senti tão bonita e ao mesmo tempo tão deixada de lado. Ele amava aparecer comigo. Adorava confirmar eventos juntos, fazer grandes atos, me beijar em público, beijos longos e constrangedores... Mas quando estávamos sozinhos, o seu interesse por mim caía drasticamente. Quase não transávamos. Ele quase não me beijava. Nunca fazia um carinho, ou pegava a minha mão, ou me abraçava. Eu me sentia em uma peça de teatro.

No entanto, mesmo nos piores dias, ele queria tirar uma foto comigo e postar nas redes sociais. Era ridículo, patético. Me lembro de uma vez em que fui para a sua casa e ele passou o dia inteiro jogando videogame. Estava um dia lindo e eu tinha levado biquini, os pais dele não estavam em casa, e nós poderíamos ficar juntos na piscina, mas ele não estava nem aí pra minha presença. Eu acabei pegando meu livro e fui me deitar na grama. Ele logo desceu para ficar comigo, mas apenas tirou uma foto minha e voltou para o quarto. Não aguentou cinco minutos ao meu lado na grama... Adormeci e acordei horas depois, quando o sol já estava quase saindo. Fiquei toda vermelha. Ele continuava no quarto. Fiquei tão irritada que peguei minhas coisas e fui embora sem me despedir.

Ele só notou no final da noite. Ele só percebeu a minha falta depois do jantar. Se eu tivesse sido devorada por um bicho, ele não saberia.

De repente, me pego lembrando do dia horrível em que terminei com ele e um arrepio percorre a minha espinha, sendo seguido por uma onda de vergonha, humilhação, arrependimento. Odeio pensar nesse dia, odeio pensar no Hugo. Coloco a minha roupa decidindo afastar esses pensamentos que não levam a nada.

Os funcionários estão indo embora e eu já estou terminando de fechar o caixa. Meu estômago está cheio e satisfeito, não preciso de mais nada. Se eu conseguir evitar o cheiro do lixo, vou conseguir uma boa noite de sono. Na verdade, vou acabar pensando no Miguel a noite inteira, já que o cheiro dele continua no meu nariz.

Do outro lado da rua, a luz do Braga Burguer se apaga. Quero que o Miguel venha até aqui, que nem fez nas outras noites. Lembro que nos despedimos com um "te vejo mais tarde", e sinto um frio na barriga. Mas, ao mesmo tempo, não quero elevar minhas expectativas, nem criar uma realidade paralela na minha cabeça. Miguel está sendo muito gente boa comigo, não posso negar, mas ele ainda é o Braga e, apesar dos mal-entendidos, ele é o cara mais sacana dessa cidade.

Não é à toa que uma mulher bateu na porta da casa dele no meio da madrugada.

Vejo que ele está caminhando para cá e me esforço para não sorrir que nem uma idiota. Seus passos são decididos e ele traz as mãos nos bolsos. Uma jaqueta está apoiada no seu ombro. Quando ele entra, não fala nada. Joga a jaqueta na primeira cadeira que vê pela frente. Eu murmuro um 'oi' que nem eu consigo ouvir, levantando os olhos do caixa por apenas um segundo.

- Já estou fechando aqui – digo. Ele vem até mim, dá a volta no balcão e passa os braços pela minha cintura, me envolvendo por trás. Sinto seu nariz na minha nuca, bem embaixo do meu rabo de cavalo. Ainda bem que estou na última etapa, porque não estou conseguindo raciocinar.

- Miguel... Não estou conseguindo pensar – confesso.

Ele solta uma risada baixa no meu ouvido, mas me ignora completamente. Suas mãos me apertam, seus braços estão firmes ao redor da minha cintura. Tento mirar a tela, mas sua barba roça a minha nuca, ele beija a base do meu pescoço. Sua mão entra por baixo do meu suéter, sinto seus dedos espalmados na minha barriga, subindo devagar...

- Pensei em você o dia inteiro – ele sussurra no meu ouvido.

Desisto. Fecho a tela. Quando a luz se vai, ele me vira tão rápido que quase fico tonta. Suas mãos estão nas minhas costas, ele me apoia contra a bancada. Ele não está sendo gentil e isso faz um arrepio tomar meu corpo.

Ele está sendo o Braga e agora vai rolar.

Passo a mão pelo seu peito, deslizo os dedos por dentro da sua blusa preta. Ele abre um sorriso safado. Ele sabe que eu quero que ele tire a blusa, ele sabe que é gato pra caralho e estou passando mal de desejo.

Estou prestes a levantar a sua blusa, quando ele se abaixa, me ergue pelas coxas. Miguel anda comigo até os fundos do restaurante, para na última mesa, e me coloca em cima. Seu olhar sobre mim é feroz. Tudo começa a acontecer muito rápido. Ele tira meus tênis, um depois o outro, joga para o lado de qualquer jeito. Suas mãos abrem o botão da minha calça jeans. De repente, me vejo de calcinha em cima da mesa. Ainda estou de suéter vermelho e blusa branca, as golinhas saindo para fora. Meu cabelo está meio molhado, bagunçado e preso de qualquer jeito e não sei qual calcinha estou usando. Peguei qualquer uma sem prestar atenção na cômoda lá em cima... Essa insegurança espreita por alguns segundos, mas logo se esvai.

Miguel está olhando para mim e seu olhar é a coisa mais sensual que já vi. Sua respiração está irregular, seu pescoço está vermelho. Ele coloca uma mão em cima da minha, pressiona a minha contra a mesa. Ele se inclina sobre mim e fala no meu ouvido: - Quero te levar pra minha casa, quero ter um novo encontro com você, do início ao fim. Tudo bem?

Como assim "tudo bem"? Estou de calcinha em cima da mesa. Está mais que tudo bem.

Ele se afasta um pouco, sua outra mão segura meu queixo e ele olha nos meus olhos: - Mas, agora, preciso saber. Estou desesperado pra saber. Tudo bem?

Não sei do que ele está falando, mas não consigo responder. Ele abre um sorriso malicioso, dá um beijo suave nos meus lábios, faz um carinho na minha bochecha. Então, ele se afasta e se ajoelha. 

Sua barba roça a parte inteira da minha coxa, seus dentes estão mordendo a minha perna. Ele se aproxima, suas mãos percorrem meu quadril, encontram a minha bunda. Ele me levanta um pouco, seus dedos me pressionam. A voz de uma garota que eu conhecia na faculdade passa pela minha cabeça como um relâmpago. "O Braga destruiu minha calcinha, não sobrou nada". Tento afastar esse pensamento indesejado.

Não sei que calcinha estou usando, não consigo lembrar, o suéter tampa a minha visão, mas ele chega mais perto e esqueço completamente esse detalhe. Sinto sua barba na minha virilha. Ele se ergue um pouco, seus dedos estão nos meus quadris. Percebo que estão tremendo. De repente, suas mãos estão úmidas e geladas, como as de um garoto nervoso. Ele olha nos meus olhos, sobe o suéter e a blusa até o meio da minha barriga. Sigo seu olhar quando ele dá um beijo suave no lacinho minúsculo da calcinha branca com bolinhas pretas que me cobre. Me sinto envergonhada por não estar usando algo mais sensual para o famoso Braga.

Seus dedos afastam a minha calcinha, ela desliza pelas minhas pernas, chegando aos meus pés. Com cuidado, ele pega a calcinha e coloca no bolso. Ele fica de pé e se aproxima, suas mãos descem pelas minhas coxas, seus polegares fazem carinhos circulares pelas minhas pernas, ele dá um beijo na minha boca. Não estou conseguindo pensar, passo minhas pernas pelo seu tronco, sua língua encontra a minha. Meus dedos entram mais uma vez por baixo da sua blusa. Estou quase nua e ele está tão vestido... Quero tocá-lo, mas ele se afasta. Beija a minha bochecha, beija a minha testa. Solto um resmungo de protesto. Ele ri, enquanto continua acariciando minhas coxas. Estou ardendo de desejo, me sinto úmida e preparada, estou quase perdendo a cabeça. Seus lábios estão na minha testa e percebo que todo o seu corpo está tremendo.

- Quero te beijar. Tudo bem? – ele pergunta.

Você está de sacanagem?, quero responder.

Afasto minha cabeça pra trás, oferecendo minha boca pra ele, mas ele abre um sorriso malicioso.

- Isso é um sim?

- Sim – murmuro, inebriada demais pelo seu cheiro e pela sua proximidade pra conseguir falar qualquer outra coisa.

- Vou aceitar essa resposta.

Mas ele se afasta. Penso que quer me ver implorar, mas ele se ajoelha, com um olhar tão profundo que paro de respirar. Desconfio que entendi sua pergunta errado. Desconfio que não era esse tipo de beijo. Pela diversão no seu sorriso, ele também desconfia. Tenho certeza quando a sua língua me encontra.

Sua língua é quente entre as minhas pernas e sinto o pânico espreitando quando percebo que qualquer resquício de sanidade se foi. Ele fecha os olhos, sua voz está carregada de desejo quando ele sussurra meu nome. Uma fraqueza toma conta das minhas pernas e eu apoio meus pés nos seus ombros. Ele me beija devagar, com a língua, os dentes, os lábios. Sinto sua barba entre as minhas pernas, sinto sua língua dentro de mim, estou me desmanchando completamente, não consigo pensar, deixo meu corpo relaxar sobre a mesa. Estou delirando, quando ele sobe um pouquinho e para. Ele está me olhando e eu estou olhando pra ele. Seu lábio inferior roça em mim, meu corpo inteiro estremece em resposta. Sua mão sobe por dentro da minha blusa. Seus dedos são grossos e ásperos e param bem em cima do meu coração.

Meu coração bate tão forte que quase dói no meu peito. Sua língua desliza em mim, se mexe devagar, mas me pressiona com intensidade. Meus olhos estão revirando, mas tento mantê-los fixos no Miguel. Passo os dedos pelos seus cabelos. Ele parece gostar disso e fecha os olhos também. Tento puxar a sua camisa, tento puxar os seus cabelos, quero que ele entre em mim, estou desesperada por ele. Um gemido escapa dos meus lábios e eu sinto a sua outra mão envolvendo meu tornozelo com força. Percebo que ele está se controlando, que ele quer me experimentar até o fim, que ele não vai transar comigo aqui.

Mais um gemido escapa e ele aperta meu tornozelo com mais força, mas sua língua em mim ainda é suave e insistente. Mais uma frase ridícula de uma amiga passa pela minha cabeça, estragando meu momento. "O Braga me fez gemer até ficar rouca".

Não quero, não quero, não quero, começo a pensar.

Não posso perder a dignidade, ele é meu vizinho, vou ver esse homem todos os dias da minha vida, não posso... Se vamos transar, tem que ser de igual para igual.

Puxo a sua camisa com mais força, ele me ignora. Estou me debatendo. Meu corpo todo está contraído, estou ardendo de dentro para fora, sua mão está pesada sobre o meu coração e estou consciente de cada batida descompassada.

- Miguel, pare – consigo dizer. – Vem aqui...

Ouço sua risada rouca e sinto seu hálito quente me envolvendo. Sua mão gira um pouquinho no meu tornozelo, seu dedão acaricia a minha pele.

- Quer que eu pare? – ele sussurra contra mim. A pontinha da sua língua me lambe, mas é pouco, é muito pouco e já me arrependi. Não lembro por que eu queria manter a dignidade, só quero senti-lo entre as minhas pernas. Qualquer parte dele.

- Quer que eu pare, Júlia? – ele pergunta de novo. Não consigo responder. Estou dividida entre o racional – O que ele vai pensar de mim se eu gemer pra ele que nem uma das várias mulheres que ele já pegou? Como vou encará-lo enquanto estiver tomando meu café amanhã de manhã? – e o meu corpo, que já é totalmente dele.

- Eu disse que ia te beijar, Júlia. E você disse que sim... – sei que ele está se divertindo, sei que ele sorri antes de passar a língua lentamente em mim. Quando ele encosta de novo em mim, não consigo reprimir um gemido que mais parece um soluço. Vejo uma sombra nos seus olhos. Vejo sua mão se fechar em volta do meu tornozelo. Ele parece determinado: - Vou interpretar isso como um sim...

Sua língua agora não me deixa mais, ela se movimenta muito pouco, mas é tudo o que eu preciso.

Cada investida em mim é como se uma camada de dignidade fosse para o espaço, porque me vejo tremendo, me ouço chamando seu nome, me sinto queimando. Não ofereço nenhuma resistência, não tento mais nada, estou completamente entregue. Minhas costas arqueiam contra a mesa, os dedos dos meus pés se contraem, minhas mãos puxam seus cabelos e sei que perdi a cabeça, quando meu corpo inteiro estremece. Estou extasiada e sei que se eu pudesse me desmanchar, teria me desmanchado aqui nessa mesa.

Estou pulsando contra a sua boca quando ele me suga, passa a língua em mim, como se eu fosse a sua sobremesa favorita, como se eu fosse a coisa mais deliciosa que ele já provou. Ele está falando meu nome e talvez eu estivesse falando o dele se eu conseguisse articular palavras. 

Ele dá um último beijo em mim, me fazendo soluçar de prazer, então me pega no colo. Uma mão segura minha cabeça, a outra segura as minhas coxas. Tento imaginar o que ele vai fazer comigo agora, mas ele se senta no sofá. Minhas pernas tremem loucamente e eu estou em cima dele. Miguel entrelaça as mãos às minhas, enquanto se aproxima. Seu nariz roça o meu, seus lábios encontram os meus. Sinto que ele está duro por baixo da calça, vejo sua respiração ofegante, mas ele não avança.

Tento tocá-lo, mas ele segura a minha mão. Olho pra ele e sei que meus olhos estão cheios de dúvidas. Ele abre um sorriso sem graça, meio culpado: - Não tenho camisinha.

Ah.

- O que você queria saber? – pergunto, lembrando das suas palavras enigmáticas.

Ele segura meu queixo com uma mão, a outra desce entre as minhas pernas. Ele me toca e eu suspiro. Seu dedão faz uma carícia em mim e percebo que não consigo manter os olhos abertos.

- Seu gosto, estava desesperado pra saber seu gosto – ele diz pra mim. Minhas bochechas queimam, sei que estou vermelha por mais motivos do que posso listar. Ele parece ver a minha insegurança. Ele continua me tocando, sinto a excitação voltando, o calor subindo pelo meu corpo, sei que vou me desmanchar de novo em seus braços. – Quer saber o que achei?

Não, que vergonha, penso imediatamente. Ele parece perceber que está me matando de vergonha enquanto me toca de forma enlouquecedora. Miguel vê o conflito que está causando em mim e aproveita cada momento da minha tortura.

- Você não faz ideia, não é mesmo? – ele sussurra.

- Do que você está falando?

- Você vai ficar mais vermelha se eu disser o que eu pensei sobre ter você na minha boca? – ele pergunta. Seus dedos em mim são insistentes, e fazem uma carícia deliciosa. Meu corpo está despertando novamente, cada trecho de pele se arrepia com essas palavras. Miguel tem um olhar misterioso e abre um sorriso tão cafajeste que penso que estou perdida.

Ele me vira em seus braços, me coloca de costas pra ele, passa as pernas por cima do sofá e me abraça. Me apoio contra o seu peito, enquanto seus dedos descem e me acariciam, sua barba pinica meu ouvido. A cada frase que ele fala no meu ouvido, seus dedos ficam mais rápidos, mais intensos, meus músculos se contraem involuntariamente.

- Pensei que você é deliciosa, pensei que ia perder o controle, pensei que nunca provei...

Ele hesita e meu coração quase para. Não quero que ele diga mais nada, não quero que ele diga que sou a melhor que ele já provou, porque seria uma mentira, e ele não precisa mentir pra mim. Sei quem ele é, sei que já teve mais mulheres do que pode lembrar. Sei que sou mais uma em seus braços, assim como todas dessa cidade, mas esses pensamentos escapam da minha mente, quando me vejo novamente em súplica, minhas pernas tremendo, meus olhos se fechando. Agarro suas coxas com força quando uma onda de calor sobe pelo meu corpo, levando as tensões dos meus músculos, levando qualquer preocupação, vergonha ou medo. Desabo em seus braços.

Ainda estou respirando com dificuldade, quando viro meu rosto pra ele. Seus olhos estão sedentos, sua mão repousa sobre mim, me cobre completamente e eu sinto a minha pulsação contra a palma da sua mão. E isso diz muito sobre mim. É como eu estou, na palma da sua mão, completamente refém dele. Ele retoma o raciocínio: - Pensei que...

Quero que ele pare, não quero mentiras nesse momento tão perfeito, não quero que ele amenize nada, mas ele está me olhando de um jeito tão franco e suas palavras me desconcertam completamente: - nunca provei algo tão meu.

Não faço a menor ideia do que ele está falando, mas ele beija meus lábios com delicadeza e decido decifrar suas frases enigmáticas mais tarde. Ele sorri pra mim, arruma a minha franja.

- Está com fome?

Que pergunta é essa?

- Miguel, acho que eu comi por uma semana no seu restaurante – consigo responder.

- Quer dormir comigo hoje?

Como é? O que aconteceu com "O Braga não dorme com ninguém"?      

- Quero – respondo com sinceridade. É o que eu mais quero.

Ele tira a minha calcinha do bolso, sai de trás de mim, se abaixa na minha frente, passa a calcinha pelas minhas pernas com muita gentileza.

O que está acontecendo aqui? Acho que o Braga rasgador de calcinha é um mito.

- Está doendo? – ele pergunta.

Não sei do que ele está falando. Nada está doendo. Estou nas nuvens. Pisco pra ele sem entender.

- Acho que apertei seu tornozelo.

Ah.

- Acho que nem percebi...

Ele ainda está abaixado e dá um beijo no meu tornozelo: - Desculpa. É que você...

Eu o quê?

Acho que meus olhos são dois pontos de interrogação, porque ele sorri. Pega a minha calça jeans e meus tênis.

- Ainda não faz a menor ideia, né?

- Do que está falando?

Ele balança a cabeça, começando a colocar minha calça, como se eu fosse uma criança. Começo a me vestir e ele fica parado me olhando.

- Do que está falando, Miguel? – pergunto, enquanto calço meus tênis.

- Nada não – ele diz, coça a cabeça. Seus olhos brilham e ele parece meio envergonhado. Não estou reconhecendo esse cara. Não tem nada a ver com nada do que eu ouvi a minha vida inteira.

- Agarrou meu tornozelo... E é algo misterioso que não pode dizer... É porque eu tenho chulé? – pergunto, rindo, mas fico preocupada. Não sinto cheiro de chulé, eu não saberia se tivesse.

Isso faz o Miguel gargalhar e ele bagunça a minha franja, quando se levanta. Fico de pé também. Ele encosta a testa na minha.

- É que você é muito linda, Júlia – ele diz, olhando pra mim, e quase caio pra trás. Por sorte, ele não fica muito assim. Pega minha mão, minha bolsa, e quando vejo estamos na rua. Ele passa o braço pelos meus ombros. – Vamos lá pra casa.

~*~

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