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12. Miguel

Que azar do caralho.

Não estou acreditando nessa merda.

Quais as chances de acontecer algo assim?

Bem, pra ser sincero, não são tão baixas assim. Três vezes em um ano? Talvez quatro? Cinco?

Acontece às vezes. Não é culpa da Carla. Minhas exs sempre souberam que seriam bem-recebidas caso batessem à minha porta no meio da madrugada. Não é a primeira vez que a Carla faz isso. Nem a segunda, nem a terceira. Ela é um caso antigo, uma garota gente boa e eu sou uma foda certa.

Era, porra.

Eu era.

Não quero mais ser isso.

Às vezes, elas me mandam nudes. Às vezes, são mensagens. Às vezes, me ligam. Mas tem aquelas, mais antigas, que sabem minha rotina, sabem que eu fico acordado até tarde e, se bobear, batem aqui. Se colar, colou. E sempre colava.

Nunca aconteceu de uma ex aparecer quando eu estava acompanhado. Nunca! Aí, logo quando eu estou com a Júlia...

Que azar do caralho.

Primeiro, eu fiquei muito puto. Eu falei pra Carla que ela não podia mais sair aparecendo assim, que eu estava com uma garota, mas ela estava meio bêbada e não estava entendendo nada.

Aí, quando ela entendeu que tinha outra garota, ela só disse assim: - Ah, tranquilo, Braga! Volto amanhã?

Não, porra.

Que inferno.

Agora eu estou na minha cama, muito puto, encarando o teto. E pior: estou triste pra caralho.

A Júlia chorou. Sei que ela chorou, percebi na sua voz.

Mais uma vez, estou fazendo ela chorar.

Sou mesmo um babaca, não mereço essa garota. Sou um idiota.

Pego meu celular. Ela não quis falar comigo... Será que eu mando uma mensagem? Não sei... Se eu mandar, vou ser um desses homens insistentes e tóxicos?

O que a Lorena diria sobre isso? Ou a Sam... Tá muito tarde pra falar com a Lorena, talvez a Sam... Mas quando eu entro no whatsapp, vejo que a Sam não está online há horas.

Decido que vou esperar o dia amanhecer e vou mandar uma mensagem... Ou então, ela vai estar na varandinha dela, com café. Eu vou bater na porta dela. Eu vou me explicar. Vai dar tudo certo.

Não consigo dormir. Só consigo lembrar do beijo na Júlia, do jeito que ela passou as mãos nos meus cabelos, de como a língua dela reagiu à minha, meio tímida, meio insegura, tão delicada... Merda. Assim não vou dormir nunca.

Fecho os olhos, tentando não pensar, mas parece que a pele da Júlia ainda está na ponta dos meus dedos, lisa, macia, me queimando por dentro.

Preciso consertar isso.

Não durmo. Cochilo. Sonho com a Júlia a noite inteira. Sonho com a Júlia no meu sofá, no meu colo, tiro o vestido, ela se deita nas almofadas, ela sorri pra mim, seu sorriso é doce e nervoso, beijo a sua barriga, beijo o seu umbigo, vou descendo...

Acordo cinco horas da manhã. Não dá pra dormir. Meu corpo dói. Meu pau está duro. Estou puto pra caralho, frustrado demais.

Entro no chuveiro. Não posso mandar mensagem cinco horas da manhã. E ainda não tenho a opinião da Lorena, nem da Sam. Hoje tem feira. Será que a Júlia vai estar lá? Posso, casualmente, encontrar a Júlia na feira e dar fim à minha agonia. Vou explicar tudo, vou me humilhar se for preciso. Vou fazer a Júlia entender que posso ser confiável, que posso ser um cara legal...

Três horas depois, estou na feira que nem um idiota. O Seu José já está começando a recolher os peixes. A Júlia não apareceu.

- Tá perdido, Miguel? – pergunta Seu José.

Não sei o que responder.

- Ela não vem hoje, Miguel – cantarola Seu José. Lanço um olhar assassino pra ele.

- Podia ter me avisado mais cedo, né? Estou aqui a manhã inteira.

- Ué, quem sabe eu te convencia a comprar uns peixes... Já que você estava aí sem fazer nada... – O velho ri da minha cara.

Estou bufando de raiva quando volto pra casa, totalmente derrotado, exausto e fedendo a peixe. Júlia não está na varandinha. Pelo menos, já posso ligar pra minha irmã.

Lorena fica em silêncio por longos minutos depois que eu conto tudo pra ela.

- Lô? Dá pra falar qualquer coisa, por favor?

- Deixa eu ver se eu entendi... Finalmente, você resolveu correr atrás daquela menina da faculdade, a famosa Júlia, e aí chegou uma mulher na sua casa?

- É isso.

- Você chamou outra mulher?

- Claro que não, porra.

- Ela apareceu do nada?

- Isso.

- DO NADA? A mulher brotou?

- É, porra, brotou uma mulher aqui.

- Caramba, Miguel.

- Uhum...

- Que azar do caralho.

É o que estou repetindo há horas.

- Eu fui até a casa dela, mas ela não atendeu... Mando uma mensagem? Ligo? Espero pra falar pessoalmente? Eu vou no restaurante dela? O que eu faço?

- Calma aí, estou pensando...

Apoio os cotovelos na bancada, seguro a cabeça... Estou nervoso, irritado, Lorena está demorando...

- Essa é A Garota, né? Aquela Júlia de sempre?

- É, porra.

Ela ri. De repente, está gargalhando. Quero jogar meu celular na parede, quero me afundar no sofá.

- Desculpa, mas é que é muito azar e, ao mesmo tempo, meio que bem-feito...

- Bem-feito???

- Por você ser tão galinha, Miguel. Bem-feito, cara. Mas vou te ajudar.

- Isso aí, manda uns conselhos de mulher, qualquer coisa.

- Não vou te dar conselho nenhum...

- Você tá de sacanagem, Lô?

- Não, calma. Vou ser sincera. Vai dar tudo certo, Miguel. Por tudo que você contou e pelo que ela já ouviu de você, talvez ela não estivesse pensando em se apaixonar por você nem nada assim...

- Porra, Lô, quer acabar comigo?

- Calma, isso pode ser bom! Me deixa falar... Às vezes, ela só queria saber sobre o que a cidade inteira fala...

- Tá e daí? Não quero ser uma fantasia na cabeça dela, Lô.

- Então, só estou dizendo que, talvez, ela não esteja tão abalada. Com certeza, foi uma noite frustrante, mas ela já esperava que você fosse ser meio babaca.

- Mas eu não fiz nada, porra.

- Dá pra parar de ser tão raivoso? Estou te ajudando aqui! Ela não espera grandes coisas de você, Miguel. Nenhuma mulher dessa cidade espera. Então, você só tem como surpreender, tá? Só cuidado pra não assustar a garota. Ela deve estar tentando não se apaixonar por você.

- Por que você acha isso?

- Porque é o que eu faria, se eu fosse sair com um cara com a sua fama.

- Tá, então, eu faço o quê? Não entendi nada.

- Não leva isso muito a sério. Não dá importância. Vai até ela, com esse seu sorriso cafajeste, explica mais ou menos, não explica muito não, e você vai ver... Ela deve estar mais constrangida por ter chorado do que irritada com você.

- Tá... Mas depois eu faço o quê?

- Como assim?

- Como eu mostro que ela pode... Você sabe...

- Não sei não, me fala.

- Porra, Lô.

- Fala em voz alta o que você quer, Miguel. Estou te ouvindo falar sobre essa mulher há alguns anos. Tenha coragem.

- Como eu faço pra ela se apaixonar, então? Pra ela saber que posso ser legal e confiável?

- Só tem um jeito, Miguel. Pra mostrar pra ela que você é legal e confiável, você vai ter que ser essas duas coisas. Seja isso pra ela. E ela vai entender. Tá bom?

- Tá... Obrigado, Lô. Só pra você saber, seus conselhos são uma merda.

Ela ri disso, o que me deixa ainda mais irritado.

- Vai dar tudo certo. Aposto que você vai trazer a Júlia aqui já na próxima vez que vier nos visitar.

- Tomara...

- Estou feliz por você, Miguel.

- Feliz? Deu tudo errado. Eu estava no encontro perfeito...

- Estou feliz, porque você teve coragem. Deu azar, mas foi corajoso... Sem coragem, não se conquista nada.

***

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