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7 • Descasados em Veneza

n/a: música do capítulo é FACE do BROCKHAMPTON e está na mídia!

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Descasados em Veneza

Veneza, 12 de setembro de 2022.

Myoung era sempre linda, é claro, mas eu não me lembrava desses lábios tão desenhados e avermelhados, ou de seus olhos tão brilhantes como hoje. Afinal, ela não costumava a usar maquiagem, saltos e vestidos com decotes. Não que ela precisasse de tudo isso, eu só não estava acostumado com toda essa produção ou com esse uísque caríssimo envelhecido sei lá quantas décadas em barril de carvalho. Mentira, com isso eu estava acostumado e, inclusive, era uma das poucas "ostentações" que eu fazia questão de bancar. O mesmo eu não poderia dizer sobre Taehyung que acabou de deixar sua festa de casamento para viajar em lua de mel em uma Ferrari vermelha conversível com a sua esposa vestida dos pés a cabeça de Chanel ou por algo do mesmo naipe.

Contudo, eu nem fui capaz de prestar atenção na noiva ou na decoração cara, todas as luzes brilharam na direção dela e eu tinha certeza que isso transparecia na minha cara de idiota. Não é à toa que Jin se aproximava com aquele sorriso debochado, enquanto exibia Mina, sua esposa belíssima e gravidíssima de quase nove meses. Eu, realmente, não era muito ligado nessas coisas, mas eu tinha certeza que, pelo tamanho da barriga, o sucessor da linhagem "Worldwide handsome" nasceria a qualquer momento, ainda que a modernidade já tenha agendado data e hora para o momento. Enquanto isso, eu só me questionava se, de fato, o universo estava pronto para um segundo SeokJin.

— Às vezes eu até me esqueço que você é todo coração mole. — cheguei a me ajeitar na cadeira, eu não era coração mole. E eu também não era o tal pisciano típico como costumava dizer Hoseok, copiando os "saberes" em astrologia da namorada, típico. Às vezes bate uma saudade daquele tempo em que ele só me perturbava devido a minha falta de coordenação e habilidade para dança e não tentava se enveredar em áreas em que ele era um completo leigo como, por exemplo, Direito, signos, culinária e relacionamentos. — Mudou de ideia sobre aquela coisa de... Você sabe...

Casamento, eu sei.

Aparentemente, todos eram experts sobre o relacionamento alheio, no caso, sobre o meu. Jin bateu a mão no meu ombro, as três batidinhas clássicas de quem se achava em uma posição de aconselhar querendo dizer com o toque da mão que já havia passado por tudo isso. A questão é, nenhuma história é igual a outra e nenhum deles havia passado por nada do que passamos. Ao menos, não por tudo.

Contudo, ele soube exatamente o momento de parar de falar e mudar de assunto, se sentando na cadeira vaga ao meu lado, quando Miyoung chegou e toda a luz da festa se deslocou para o meu lado, finalmente.

Yoongi-ah, prova o bolo, está uma delícia! — sua voz estava discretamente arrastada e meio tom acima, indicando que talvez o champanhe estivesse fazendo efeito. Sorrindo discretamente, parte da nossa simulação, como se nada tivesse acontecido, ela me estendeu uma garfada do doce e uma parte da sua franja, antes presa no coque, caiu sobre a lateral da sua testa, passando pelo canto da sobrancelha, e parecia que o penteado tinha sido milimetricamente calculado para ser daquela forma, perfeitamente bagunçado, como nós. — Aceitam?

Ela estendeu o prato aos demais que educadamente recusaram. Jin disse acertadamente que bolo não combinava com uísque, mas prometeu provar depois, enquanto sua esposa explicou que estava com diabetes gestacional, então precisava controlar muito bem o nível de glicose. Miyoung sorriu compreensiva e achei que a luz fosse brilhar mais tempo para mim, mas ela logo foi integrar o grupo de "namoradas e esposas" que ganhou uma terceira integrante quando Hoseok sentou ao meu lado em volta da mesa redonda adornada com arranjos de flores e vários copos abandonados pelos seus donos. Bem clima fim de festa.

— Meu senhor, eu bebi demais. — disse o bêbado confessional como se precisasse mesmo e não estivesse transcrito nas suas bochechas vermelhas e nos olhos caídos. Hoseok me distraiu por instantes, fazendo eu e Jin rirmos do habitual efeito Cinderela: meia noite a carruagem do Hoseok virava abóbora e era melhor ir pra casa antes que ele perdesse o sapatinho de cristal, vulgo, dormisse apoiado sobre a mesa e tivesse na sequência ser carregado por Jungkook, caso esse já não estivesse tentando impedir que Jimin acabasse com a bebida da festa.

Se bem que era mais provável que a essa hora Jimin estivesse bem casado com uma das madrinhas, enquanto seguiria com a sua missão de esgotar o estoque de Champagne da festa. E, por sorte, Jungkook estaria livre para carregar Hoseok. Afinal, no meu estado, eu não poderia dizer que levantar seria uma tarefa simples, quanto mais carregar alguém.

Eu conseguia ouvir Jin e Hoseok conversando, mas minha atenção estava toda direcionada a mulher de vestido vermelho longo e ombros expostos, no quanto ela apagava qualquer outra pessoa que estivesse ao seu lado. Nem mesmo minha visão duplicada pelo álcool chegava a me incomodar, ao menos eu podia ver duas Miyoung's e quem sabe uma das duas fosse capaz de me perdoar.

Dei mais um gole no uísque e só consegui diluir minha atenção quando Hoseok gritou ao meu lado que precisaria de um guindaste para levantar, fazendo com que Jin risse e já adiantou dizendo que não se responsabilizaria.

— Hoseok, para de drama, senão vou te largar aqui. — a sua mulher puxou sua mão, como Hoseok gostava de dizer só para ouvir Hana lhe dando um baita esporro, afinal, não se fala esse tipo de coisa para um feminista interseccional (como ela mesmo se declarava, depois de uma longa palestrinha sobre por que o feminismo liberal era insuficiente e blá, blá, blá, tendo como apoiadores Namjoon e Hoseok, o segundo quase babando). Quando chamou pelo bêbado confessional, porém, seu tom de voz indicava raiva, mas, ainda assim, conseguia ser fofo de uma forma bem curiosa que por mágica fez meu amigo se levantar sem ajuda de Jungkook ou de um guindaste.

Busquei os olhos da minha namorada, mas ela parecia muito entretida conversando com Mina algo relacionado a gravidez, pois os olhos dela de tempo em tempo se direcionaram para a barriga da outra demonstrando até certo encantamento, ou era só alucinação alcoólica, quem sabe. Mesmo porque essa não era a mesma Miyoung que discutiu comigo mais cedo, não podia ser.

— Meu deus... — há poucas horas, já maquiada no quarto luxuoso de hotel que Taehyung reservou para os padrinhos, ela caminhava de um lado para o outro, segurando uma sacolinha de plástico. — Yoongi, nós precisamos conversar.

Ela se virou de frente para mim e me olhou de uma forma quase acusadora, mesmo que eu só estivesse deitado na cama relaxando como o padrinho de casamento que era, esperando pela hora de colocar o terno e descer. Eu não estava nem nervoso, nem empolgado, afinal, eu não era o maior fã de festas do universo, além de que esse já era o segundo casamento do Taehyung e algo me dizia que não seria o último, mas eu não queria ficar gorando a união alheia mesmo antes que ela acontecesse. Arqueei a sobrancelha e me resumi a deixar o celular na bancada, o que, aparentemente, foi a pior coisa que eu poderia ter feito.

Céus, com essa sua proatividade, se um tsunami atingir Veneza, vamos ser os primeiros a afundar. — pelas minhas experiências prévias, sabia que o melhor era ficar em silêncio e me levantar, mostrando que eu poderia ser "proativo". — Olha, eu acho que posso estar grávida.

Quando eu ouvi aquele conjunto de palavras meu coração deu um salto, eu tinha tomado um susto, mas estava feliz. Bem feliz, na verdade.Não estava exatamente nos nossos planos, mas já estávamos juntos há tanto tempo e eu nunca pensei em ser pai com outra mãe que não fosse ela, mesmo que isso raramente cruzasse meus pensamentos. Por outro lado, a expressão de Miyoung dizia totalmente o contrário. Seus olhos estavam marejados e arregalados, uma expressão beirando o pavor.

Jagiya, isso é... Incrível... — disse um pouco incerto sobre qual seria a resposta "certa", afinal, o seu olhar parecia estar me avaliando.

Não, isso não pode acontecer... — apertei os olhos sem muito entender, mas preferi continuar em silêncio. — Eu nem acabei o mestrado ainda, não tenho um trabalho fixo, eu não tenho nada, não construí nada. Eu não posso ter um filho agora!

Como não tem nada? — questionei, de certa forma, magoado por não ter entrado no seu cálculo.

Você não entende... Um colar de diamantes não vai resolver minhas questões existenciais, eu não quero ficar a vida toda dependendo de você. Você sabe o quanto é humilhante saber que eu não posso pagar nada dessa viagem? — engoli a seco incapaz de responder.

Eu não pretendo resolver suas questões com um colar de diamantes. — disse tentando elaborar algo, mas minha cabeça parecia ter dado curto. — Eu não tenho nenhum problema em ter um filho com você, aparentemente, muito diferente do que você pensa.

— Não é ter um filho com você, é o momento. — eu estava magoado e nervoso. Talvez esse pudesse não ser o melhor momento, mas, de longe, não era o pior. E ela sabia. No fundo dos seus olhos, eu sabia que ela se lembrava muito bem de quando suspeitou que estava grávida alguns meses antes que eu fosse escalado para servir no exército. Tínhamos acabado de terminar pela milésima vez e de brinde eu ainda havia acabado de assinar mais uma renovação contratual com a BigHit. O ano de 2020: minha vida em meio a um furação. Aquele não era o momento. Por sorte, não foi. Ainda que abandonar Miyoung jamais tenha sido, efetivamente, uma hipótese.

A discussão não teve tempo de se estender, pois Hoseok bateu na porta avisando que já estava quase na hora da "reunião dos padrinhos" e eu estava longe de estar pronto.

A festa toda não passou de uma simulação, tentando ao máximo compartilhar da felicidade do casal e fingir que estava tudo bem entre nós, o que parecia ser exatamente o que Miyoung fazia, muito melhor do que eu, inclusive. Por outro lado, eu nunca me senti tão encantado por aquela mulher quanto nessa noite. Talvez a possibilidade real de estarmos unidos por um laço mais forte do que só um contrato civil ou alianças caras tenha despertado sentimentos antes desconhecidos. E eu realmente não estava com medo de todas as consequências disso, como já estive em outras circunstâncias. Talvez eu pudesse dizer a ela que estava pronto. Será que adiantaria algo? O que ela precisava de mim, afinal?

Terminei o uísque que ainda restava no copo e tentei buscá-la novamente com o olhar e, felizmente, ela me deu atenção quando fiz o sinal de que queria ir embora. Nos despedimos dos demais e atravessamos o salão de festas que em dias comuns era o pátio de um museu de arte renascentista, detalhe a partir do qual já é bem possível imaginar o quão belo era o local.

Viramos à direita no portão de entrada e ao final da rua estreita encontramos o canal e uma ponte que dava para o nosso hotel, ao menos era o que eu esperava. Afinal, meu senso de direção estava bastante prejudicado pelo álcool ingerido.

Veneza... Isso é tão Kim Taehyung. — ainda que ela caminhasse na minha frente, só de ouvir sua voz já senti como se tivesse voltado a respirar depois de segurar o ar por minutos, apreciando aquela cena de filme: seu vestido vermelho longo sendo segurado por uma das mãos, os saltos caminhando com cuidado por entre as pedras cinzentas que beiravam o canal que atravessava toda a cidade. — Isso é tão louco, que às vezes acho que estou sonhando...

— Também... — era a minha primeira vez em Veneza igualmente, mas não era disso que eu estava falando.

— Yoongi, o teste deu negativo. — ela se virou e, mesmo pela luz fraca que servia as ruelas de Veneza, eu podia ver as lágrimas iluminando suas bochechas. Fiquei confusa se eram de felicidade ou tristeza e, independente disso, apressei meus passos para ficar próximo o suficiente para que ao menos ela pudesse dividir todo o peso que esteve carregando nos últimos dias.

— Ei, — me aproximei e, sem muito saber o que dizer, a abracei forte e senti que ela soluçava baixo apoiada sobre meu ombro. — Independente de tudo isso, eu estou aqui.

— Eu sei... — ela disse baixo enquanto eu secava com cuidado suas lágrimas. — Me desculpa por mais cedo, é que eu tenho tanto medo de ser um peso pra você, de não ser nada.

— Você é tudo. — levantei seu rosto para que ela olhasse diretamente em meus olhos. — Não é por que você escolheu outra carreira que o que você faz não tem valor, mesmo que a sociedade não veja dessa forma. Eu te conheço antes de tudo isso, de todas essas coisas que o dinheiro pode comprar, "experiências", carros, viagens. E eu odeio ser clichê, mas o dinheiro não compra isso. — apontei o indicador para nós e ela assentiu com a cabeça. — Você vai terminar o seu doutorado, fazer pesquisas incríveis na psicologia social, se tornar professora universitária e eu vou estar aqui durante tudo isso. E quando você quiser, vamos ter o nosso filho.

— Chega ser absurdo o quanto eu te amo. — eu vi o sorriso de Miyoung antes que ela puxasse o meu pescoço e unisse os nossos lábios. — Olha, sobre o que eu disse mais cedo, eu só não queria que isso atrapalhasse o que finalmente estamos vivendo, sabe? Depois de tudo... Parece que não temos trégua... — era riu fraco e dei um beijo em sua bochecha. — Mas, depois conversando com a Mina, eu fiquei pensando nessa coisa de filho de tudo mais e... Eu quero muito um filho nosso, Yoongi.

Absurdo era tudo isso. Miyoung e eu, o filho que não tivemos ainda, abraçados em Veneza sonhando com um futuro juntos.

— Eu também quero e vamos, mas quando você estiver pronta. — ela me abraçou apertado antes de descolar nossos corpos, antes abraçados, agora caminhando lado a lado por outra rua estreita que daria no hotel.

Talvez eu fosse mesmo coração mole ou um típico pisciano.

— Eu fico feliz em saber que você está aqui pra tudo. — senti ela entrelaçar seus dedos por entre os meus e levantar minha mão até seus lábios e deixar um beijo delicado, algo que deixou uma marca invisível, tatuando em gesto o que era o amor.

Certamente eu era coração mole e um típico pisciano.

— Vamos tomar um expresso! — ela surgiu com essa ideia inusitada em meio ao silêncio da madrugada e, se eu não a conhecesse tão bem, poderia dizer que a empolgação era efeito do álcool, mas não só. — Afinal, estamos onde o expresso foi inventado...

— Você quer beber café às quatro da manhã? — disse conferindo as horas no relógio de pulso e ela sorriu amplamente, querendo dizer que sim, com certeza. — Assim a gente não vai conseguir dormir...

— Quem disse que eu quero dormir... — seu olhar era, no mínimo, insinuador. Interessantemente insinuador. — Não é todo dia que você está de smoking, estamos hospedados em Veneza em uma suíte presidencial...

—Você tem um ponto. — ela apertou minha mão e chegou a saltar de empolgação. Essa mulher me tira do sério, sorte a minha. — Vamos beber o expresso.

Afinal, qual seria a graça de tomar um expresso às quatro da manhã em Veneza sem Miyoung?

☕️


Veneza, a capital da região de Vêneto, no norte da Itália, é formada por mais de 100 pequenas ilhas em uma lagoa no Mar Adriático. A cidade não tem estradas, apenas canais (como a via Grand Canal), repletos de palácios góticos e renascentistas. Além de reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, a cidade é conhecida por ser um dos lugares mais românticos do mundo. (Fonte: Wikipedia)

feminismo interseccional e liberal: são duas vertentes dentro do movimento feminista. Em síntese, a primeira acredita que as opressões sofridas pelas mulheres não tem ligação apenas com o gênero feminino, mas consideram questões como classe social, etnia, orientação sexual, etc. Já o feminismo liberal tem relação com o liberalismo político, que defende a não intervenção do Estado (no caso, sobre as mulheres), buscando por direitos universais de igualdade entre homens e mulheres. (BEM básico, ok? Quem quiser mais infos, me diz que eu posso indicar artigos e leituras!)

café expresso é um método de preparar o café através da passagem de água quente (não fervente) sob alta pressão pelo café moído. Foi criado e desenvolvido na Itália desde o início do século XX , mas até a década de 1940 era preparada sob pressão de vapor. Sua invenção é atribuída ao milanês Luigi Bezzera em 1901, mas o termo "espresso" (expresso) surgiu por volta de 1946 com a comercialização das máquinas do inventor Achille Gaggia e a popularização deste processo de extração do café. (Fonte: Wikipedia)

☕️

Hello amores!

E aí, estavam com saudade do POV do Yoongi?

Espero que tenham gostado! Aguardo pelos votos e comentários, eles são essenciais para incentivar a autora.

Se cuidem!

Beijos da Maria ❤️

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