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14 • Badbye

Música: over and over, sky
{a música está na playlist "Café com Suga" no Spotify}

• 14 •
Badbye

"SE FÔSSEMOS INFINITOS
Fôssemos infinitos
Tudo mudaria
Como somos finitos
Muito permanece."

(Bertolt Brecht)

Hongdae, Seoul, maio de 2017

Eu não sabia exatamente o que estava bebendo, mas tinha certeza que essa era a melhor escolha alcoólica disponível no quesito custo-benefício: a bebida mais barata e que me deixaria bêbada mais rápido. A música alta me incomodava um pouco e preferia evitar pensar no quanto eu detestava as luzes fortes, ou mesmo fazer julgamentos muito severos sobre a boate como um todo e concluir, de uma vez por todas, que eu não servia para festas. Ao menos, eu estava tentando.

Sem mencionar o quanto estar cercada por todas essas pessoas e ingerir essa bebida de gosto esquisito me davam uma vontade absurda de pedir um cigarro para qualquer pessoa, o mais aleatória que fosse, e mais uma vez, anular os esforços dos últimos meses de abstinência.

— Miyoung, não esperava que você viesse. — esse era um dos meus colega de classe sorrindo simpático, me recepcionando na rodinha de pessoas que dançavam, quando voltei do bar com a minha bebida em mãos. Talvez eu pudesse pedir um cigarro para ele, será?

Beberiquei mais algumas vezes a bebida colorida de qualidade duvidosa e ensaiei alguns movimentos que deveriam combinar com a música animada que tocava no fundo, enquanto recebia os cumprimentos de outras pessoas que, da mesma forma, estavam surpresos com a minha presença na festa organizada pelo curso de Psicologia. Bem, se servia de consolo para  todos que estavam ao meu redor, eu também não esperava vir, mas estava aqui.

Eu demorei um bom tempo me arrumando e desarrumando, em um dilema interno sobre sair ou não de casa. E, horas depois, em um impulso, ignorando o fato de nenhuma roupa me agradava e que eu não estava satisfeita com absolutamente nada em mim, desde o cabelo sem corte, o rosto pálido, as bochechas fundas, as olheiras que desafiavam o corretivo, eu decidi que viria. Ao menos essa noite, eu não precisava ser a antissocial da turma.

Terminei o drink que tinha em mãos mais rápido do que o planejado e calculei que, felizmente, ainda teria dinheiro para mais uns dois daquele, uma água mineral, e reservei, é claro, o valor da passagem do ônibus noturno. Após fazer essas contas rápidas, decidi voltar ao bar para comandar mais um drink e afastar a minha vontade de ir embora ou de ter que acender um cigarro para conseguir ficar.

Consultei no cardápio e notei que eu bebia vodka e rum misturados com qualquer saborizante colorido artificial. Fiquei um pouco preocupada com os prováveis efeitos deletérios desse combo no meu corpo no dia seguinte, mas decidi relaxar, pois amanhã seria domingo, meu dia de folga.

Observava curiosa aquele ambiente apertado e de luzes coloridas, pensando que ao menos não teria que encarar no dia seguinte o restaurante do Lee, a barulheira da cozinha, o cheiro de fritura e os clientes chatos, só esperando o líquido mágico que o barman preparava, ansiosa para que ele me fizesse esquecer outras coisas, quando senti meu telefone vibrar na minha bolsa. 

Miyoung-ssi. — ouvi do outro lado da linha, sem conhecer o número no identificador de chamadas ou a voz do interlocutor.

— Gostaria de falar com quem? — disse alto, temendo não ser ouvida por conta da música que tocava na boate.

— Aqui é o Namjoon. — franzi imediatamente o cenho, me questionando se aquilo não era uma pegadinha de mal gosto do universo. Inevitável não revirar os olhos com a sua apresentação. — Você pode falar?

— Olha, eu estou um pouco ocupada, como deve parecer. — ri anasalado, mas não obtive qualquer sinal de descontração do outro lado da linha. Mala.

— É importante. — ele foi categórico.

— Ok, só um minuto... — disse contrariada e só aguardei o barman me entregar a bebida para procurar algum lugar mais silencioso, se é que isso existia dentro de uma boate. E, sem muita opção, tive que me esconder em uma das cabines do banheiro feminino. — Pronto, pode falar.

Aproveitei para beber um gole grande da bebida colorida horrível, diga-se de passagem, um pouco apreensiva aguardando o "importante" pronunciamento de Kim Namjoon, palavras suas.

— Olha, desculpa te ligar esse horário é que o Yoongi... — meu coração errou a batida com a menção do seu nome. — Ele não está bem... Então, você poderia vir até aqui? — ele disse de forma um pouco robótica e supus que talvez ele tivesse ensaiado cada palavra que diria pra mim antes de decidir me ligar. 

— Você diz, ir até o dormitório de vocês? Em Hanan? — ri incrédula com o pedido, no mínimo, absurdo e bebi mais um gole do drink.

— Sim, se você preferir eu posso pedir um táxi para você... — ele disse simplista. Cara de pau.

— Não tem nada a ver com o valor do táxi, Namjoon. — mais um gole generoso da bebida desceu rasgando por minha garganta, quase tão amargo do que eu estava prestes a dizer. — Você deve saber que eu e Yoongi terminamos há quase um mês, já que você era um grande entusiasta da ideia. — disse debochada e procurei me manter concentrada em beber o drink barato.

— É, talvez eu seja mesmo. — agora foi a sua vez de ser debochado comigo. Tive vontade de xingá-lo, mas respirei fundo. — O que eu estou dizendo é que o Yoongi não está legal. Ele está apagado aqui, misturou calmante com bebida e fica choramingando o seu nome. Por essa razão, eu estou te ligando. Obviamente eu preferia chamar qualquer outra pessoa, todos sabemos, mas eu conheço Yoongi há tanto tempo quanto você pra saber que ele precisa te ver.

Encostei a minha cabeça na porta da cabine, respirando fundo, enquanto ouvia as palavras de Kim Namjoon, me recusando a acreditar no que ele dizia e, ao mesmo tempo, muito preocupada com que ele acabara de relatar. Com Yoongi.

— Ok, estou indo. — disse, enfim, sabendo que não teria muita escolha ou que o meu coração que batia acelerado não me deixaria dizer outra coisa. Seria muito ilusório achar que eu seria capaz de apagar quase cinco anos de relacionamento em um mês. Aparentemente, Yoongi também não tinha sido.

Fiz um esforço sobrehumano para terminar rapidamente a bebida e chamar qualquer táxi encostado na porta da boate para me levar até Hanan. E se antes eu havia sido cuidadosa e calculado cada centavo gasto, agora eu mal me importava em ter que passar o meu cartão de crédito e ver minha conta universitária no vermelho só para chegar até Yoongi o mais rápido possível.

Sequer me preocupei em me despedir dos meus colegas. Ninguém sentiria minha falta, de qualquer forma, e eu não dizia isso feliz. Na verdade, era um pouco triste admitir que eu tinha feito poucos vínculos na faculdade e que a lista de pessoas que eu poderia chamar para uma simples comemoração de aniversário não fechavam uma mão. Amigos? Nem pensar. Afinal, eu estive muito ocupada nos últimos anos deixando todos os meus espaços vagos para que Yoongi pudesse preencher menos que um terço deles quando tivesse tempo.

Não que ele tivesse me pedido expressamente para não fazer amigos. Essas coisas não são ditas e talvez não fosse de propósito, certamente não era. Por outro lado, o seu jeito de nunca marcar nada com antecedência e, da mesma foram, furar centenas de vezes comigo, me fez desistir de outros compromissos, já que eu preferia estar com ele do que com qualquer outra pessoa.

Minha vida já era metade faculdade, metade trabalho, e nas lacunas estava Yoongi e sua falta de disponibilidade e organização. Por razões óbvias, tudo piorou no último ano. E enquanto o BTS ascendia como um dos grupo de k-pop mais famoso da indústria, após finalmente ganhar o seu primeiro prêmio realmente importante, o nosso namoro decaía.

Por várias razões, mais emocionais do que racionais, eu tentava ignorar o fato de que éramos um casal de intervalos. Eu queria estar com ele sempre que possível, mesmo que isso significasse muito pouco para qualquer casal "normal".

O resultado era uma Miyoung socialmente isolada no curso de Psicologia. Não era como se eu não soubesse me comunicar e eu também não ficava sem grupo para os seminários, é só que eu não estava disponível ou, realmente, aberta para conhecer pessoas novas.

E estava tudo bem. Eu não fazia muito drama sobre isso, afinal, nunca fui uma pessoa de muitos amigos ou extrovertida, então, de certa forma, ficar esperando por Yoongi e não ter que me expor à socialização universitária para além dos grupos de apresentação era um lugar muito confortável para mim.

Não seria fácil delimitar exatamente quando ou por que esse lugar confortável se tornou insuportável, tal como a deflagração de uma guerra. Os motivos são vários, mas geralmente uma ação específica e, às vezes, nem tão "relevante" acaba iniciando um conflito de proporções inimagináveis. Na nossa pequena guerra, Yoongi me deixou plantada no meu aniversário esperando em casa sozinha por uma comemoração que não aconteceu.

É possível depreender da minha personalidade que eu também não sou uma grande entusiasta de aniversários e, justamente por isso, o meu plano para o dia 28 de abril era voltar para casa e ficar com a minha mãe. Eu estava com saudade de casa e, de forma absolutamente extraordinária, havia conseguido uma folga estendida no restaurante. A ideia era aproveitar a proximidade do fim de semana para pegar ônibus no horário do almoço para Taebaek. Yoongi, por outro lado, insistiu que eu passasse o  dia 28 com ele. Ele tinha grandes planos, queria me levar em uma série de lugares e, pela forma que contava empolgado pelo telefone, parecia ter organizado tudo, ao menos era o que eu achava.

A grande verdade é que Yoongi, por conta do BTS, não tinha controle sobre a própria agenda. Isso sequer estava em suas mãos, já que essa agenda era elaborada levando em conta, no mínimo, a vida de outras 6 pessoas, sem mencionar toda a equipe que trabalhava com o grupo. Ele não tinha controle de nada e eu já sabia disso, mas decidi dar um voto de confiança e adiei todos os meus planos para, no final, não fazer absolutamente nada.

No dia 28 de abril, Yoongi chegou bêbado e com a camisa manchada de vinho às onze horas da noite na minha casa, sem presente de aniversário, sem bolo, sem nada, só com a sua ilustre presença e um punhado de desculpas que eu não aceitei. Naquele dia, coincidentemente, ele estava comemorando o lançamento da primeira música que produzia para algum artista fora do Bangtan e que tinha alcançado o top #1 em vários charts. Eu pouco me importava com os charts, a camisa suja de vinho, ou a cantora bonita que era dona da voz que emplacou o hit.

Ou, quem sabe, talvez por me importar tanto com aquilo é que eu me sentia tão desimportante em comparação a tudo que cercava a sua vida. Por isso, naquela noite, eu decidi que não queria mais ocupar aquele lugar de backup plan na vida na sua vida e que, portanto, nossa guerra seria travada sem brigas ou discussões intermináveis, mandando-o embora da minha casa. Eu queria que o Yoongi desaparecesse da minha frente junto com todos os sentimentos que eu nutria por ele.

As coisas não são tão simples, eu sei. Admito que a forma que conduzi o término havia sido um pouco repentina para quem esteve em um relacionamento por 5 anos. E, por essa razão, aceitei quando Yoongi insistiu em me levar até o seu novo lar no dia seguinte, para exibir todo o "kit-festa" que tinha esquecido no dia anterior, bolo de aniversário, balões, e até presente.

A minha resposta, porém, foi a mesma. Pela forma que assentiu com a cabeça, ele parecia ao menos concordar comigo ou, talvez, pensasse que eu mudaria de ideia ou que suportaria seu pequeno deslize, como se tivesse sido um acontecimento inédito e não a repetição de vários outras ocorrências. E eu não estou só falando dos beijos que ele nega ter trocado com a tal cantora, eu estou falando de cinco anos plantada aguardando uma vaga na sua agenda lotada.

Talvez todos soubéssemos, desde o início, que aquele namorinho que começou nos fundos de um restaurante chinês decadente teria que terminar na frente desse conjunto de casas elegantes, no bairro mais caro da cidade. A ascensão meteórica do status social e profissional do Yoongi era só uma das provas de que já não éramos compatíveis. E eu tive ainda mais certeza enquanto esperava minha entrada ser liberada na portaria chique, com o porteiro entrando em contato com a "Casa 12-B" enquanto analisava o meu documento de identidade.

Seguia pela calçada larga, buscando moderar meus passos ansiosos. Entre meu nervosismo previsível, tentava ao menos me permitir sentir no rosto o vento discreto e o cheiro de primavera que exalava dos jardins elaborados das casas caras pelo caminho.  Um riso fraco escapou quando encostei na lateral da entrada da nova House of Bangtan e me lembrei que meus planos para essa noite eram totalmente diferentes. Eu estava tentando, mas, aparentemente, já havia falhado.

Miyoung-ssi!  —  Hoseok exclamou antes de se curvar, ao abrir a porta de madeira larga. Ele parecia aliviado com a minha presença, talvez até feliz, ainda que eu não conseguisse ler muito bem o que havia por trás do seu sorriso amplo.

Noona! — por outro lado, era visível a empolgação de Taehyung que veio literalmente correndo ao meu encontro, me apertando em um abraço que chegou a me desconsertar. — Que saudade, My! Que bom que você veio salvar o hyung.

Ri sem humor com as suas palavras e logo meus olhos encontraram a expressão séria de Namjoon, sentado no sofá da sala de estar, no meio daquela bagunça característica de final de semana. Pantufas e mais pantufas, jogos de tabuleiro, livros, revistas, joysticks, halteres, todos dispostos aleatoriamente na sala, formando o habitual caos do Bangtan.

— Quer comer algo, noona? Pedimos comida, tem bastante coisa. — neguei com a cabeça e agradeci a Taehyung, enquanto me aproximava sem graça de Namjoon que, em resposta, se levantou caminhando em minha direção.

— Você transformou Yoongi em um bebê chorão. — ele soltou e, mesmo que tenha soado cômico, não havia um pingo de humor na sua voz. Eu poderia dizer em resposta que, na verdade, quem havia mexido com o equilíbrio emocional de Yoongi tinha sido o BTS e toda aquela loucura que era a sua vida profissional, mas preferi deixar essa conversa para outra hora.

— Bom te ver também. — me protegi com uma ironia e pude ouvir a risada de Taehyung ao fundo. Namjoon, por outro lado, só negou com a cabeça e caminhou silencioso em direção ao corredor que levava aos quartos.

— Yoongi está dormindo agora, eu acho. — ele disse parando na entrada do quarto, fazendo um sinal com as mãos e, em pouco tempo, SeokJin surgiu com um sorriso amplo pela porta entreaberta.

— Boa noite, Miyoung-ssi. — me curvei simpática em resposta a sua recepção educada, como de costume. — Yoongi está dormindo, coloquei dois travesseiros pra apoiar a cabeça dele, por precaução... Mas ele chamou por você não tem dois minutos. — ele riu sem graça, apertando os olhos. — Fique tranquila que vou dormir em outro quarto.

— O que, exatamente, aconteceu? — perguntei um pouco inconformada com as informações rasas. Eu havia mudado todos os meus planos para essa noite,  tinha direito de saber.

Moonie, você não ia conversar com ela? — Seokjin se virou para Namjoon que estava de braços cruzados, com as costas apoiadas na parede do corredor. — Vocês dois tem que aprender a conversar, Yoongi pode esperar um pouco.

Ele disse sem muita paciência e, aparentemente, aquela foi a deixa para nos deixasse para que "aprendêssemos a conversar". Revirei os olhos e cruzei meus braços em uma recusa corporal a qualquer conversa mais demorada com Namjoon. O garoto a minha frente bufou antes de pedir que Jin ficasse e, consequente, ser ignorado. Como bônus, ainda fomos chamados de crianças, enquanto o homem de moletom rosa bebê descia pelo corredor. 

— E, então... — encostei na parede oposta a que estava Namjoon, me recusando a olhar dentro do quarto por enquanto.

— Miyoung, o Yoongi está péssimo... —  tudo na sua voz e expressão indicavam que ele realmente estava preocupado. — Isso desde que vocês terminaram e ele se convenceu de que não tem volta. — meu coração doeu e tentei não deixar transparecer. — E não que eu concorde com isso, porque, sinceramente, acredito que a nossa carreira não deixa espaços para essas coisas... Mas acho que o namoro de vocês é com um pêndulo que equilibra o Yoongi. Não entendo muito bem, nunca senti isso, então...

— Olha, é complicado... — suspirei fundo sem saber o que dizer ou sem conseguir fazê-lo quando se tratava de Namjoon. Nunca escondemos nossas discordâncias e eu não estava acostumada a conversar com ele sem soltar respostas afiadas.

— Não é como se eu estivesse pedindo pra vocês voltarem, sei que não é justo e que não tenho nada com isso. Mas vocês, certamente, tem alguma coisa que deve ser pesada e levada em conta. — eu estava pronta para agradecer a sua "consideração", as palavras irônicas estavam na ponta da minha língua, mas me segurei, enquanto tentava elaborar algo para dizer.

— Não é fácil pra mim também... Nunca foi e eu tenho pesado durante todo esse tempo quanto vale o meu tempo e se eu quero mesmo usar ele pra esperar o Yoongi... — respirei fundo, tomando o fôlego para as minhas próximas palavras. — Eu não quero dar o braço a torcer e dizer que você está certo, mas talvez você esteja. Essa profissão de vocês... Ela suga você e todo mundo que tenta ficar por perto e olha que eu sou bem teimosa.

Ele riu fraco, deixando que as covinhas se fizessem visíveis nas suas bochechas, quando ouvi meu nome soar pelo dono da voz rouca, de dentro do quarto.

— Mas, o que aconteceu hoje? — questionei antes de deixar o corredor.

— O Yoongi tem tomado alguns remédios. As prescrições mudaram no último mês e o psiquiatra disse que ele não deveria beber, ao menos por enquanto... Mas ele se trancou no estúdio depois do ensaio e notamos o sumiço dele e da garrafa de uísque que fica na dispensa quando fomos aprontar a janta. — ele explicava baixo, certamente temendo ser ouvido por Yoongi. — E é isso. Ele quase acabou com a garrafa, passou mal e... fica chorando e te chamando desse jeito.

Com desse jeito ele queria dizer a forma que Yoongi havia acabado de balbuciar de dentro do quarto mais uma vez, "eu quero a Miyoung". Assenti com a cabeça em agradecimento a explicação de Namjoon antes de passar pela porta do quarto. Não hesitei em fechá-la antes de focar meus olhos nele, o os cabelos escuros bagunçados, o corpo encolhido sobre a sua cama vestido com uma camiseta branca amassada e uma calça de moletom escura.

Ei, como você está? — me sentei na beirada da cama e os olhos de Yoongi se arregalaram quando focaram em mim. Era inevitável que meu coração se agitasse só de ter seus olhos sobre mim.

— Droga, eu sou patético. — as palavras saíram emboladas e ele apertou os olhos. — Quem... quem te chamou?

— Achei que você que estivesse me chamando. — tentei soar bem humorada, mas quis chorar quando vi lágrimas transbordarem pelos olhos fechados de Yoongi.

— Eu sou um inútil... — secou com violência as lágrimas com as costas da mãos e virou de costas para mim na cama. — Desculpa te fazer vir, eu não...

A sua frase morreu no silêncio do quarto e depois de algum tempo decidindo o que fazer, toquei seu braço em um carinho tímido. Eu não sabia o que fazer ali, incerta se este seria mesmo um bom momento para repensar sobre o que estive tão decidida nos últimos dias.

Eu queria, mais que tudo, virar essa página e viver outras coisas. Eu tinha certeza de que era só uma questão de tempo para que eu o esquecesse mas, ao mesmo tempo, a única coisa que fazia meu coração bater eram nossas memórias. As boas e as ruins. E eu ainda fechava os olhos e via os olhos de Yoongi, seu sorriso tímido. Todos os dias.

Ainda era cedo para desistir dele? De nós?

— Eu fiquei preocupada... Eu quis vir. — quebrei o silêncio e ouvi-o fungar baixinho, antes que ele se virasse de volta, me cercando mais uma vez com os olhos inundados.

— Namjoon disse que eu pareço um bebê chorão... — eu quis rir da sua fala claramente bêbada, que se deu entre fungadas, mas me segurei. — É que ele não sabe como é jagiya... Como é amar alguém.

Engoli à seco e senti meu coração batendo desesperado dentro do peito, como de quem sabia sim.

Eu não fui capaz de dizer nada e respirei fundo antes de pedir um espaço ao seu lado para me deitar, tomando a iniciativa de apagar as luzes nos interruptores na lateral da cama. Seu corpo envolveu o meu de forma quase natural e pensei que talvez estivéssemos nos entendemos em silêncio.

— Miyoung, você me perdoa? — a voz de Yoongi irrompeu a escuridão do quarto e eu apertei os olhos, querendo impedir as lágrimas que arriscavam cair. Assenti com a cabeça apoiada sobre seu braço e senti seus lábios tocarem minha bochecha em um beijo delicado.

— Amanhã de manhã conversamos, tá? — respondi tentando administrar minha voz, emocionalmente afetada pelas suas palavras e por nossa proximidade, inegavelmente, reconfortante. — Agora vamos dormir um pouco...

— Miyoung... — a voz de Yoongi soou rouca e arrastada, ainda mais fragilizada que a minha. — Eu te amo.

— Eu também, Yoongi, eu também...

☕️

Hello amores!

Suuuper ansiosa para saber o que estão achando!  E aí, a Miyoung deu o braço a torcer ou não? Só eu que acho que ela é a  "garota fria?" haha

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Obrigada por acompadrem até aqui. Próximo capítulo é o último da nossa storyline, mas não será o último
☕️🍂

Beijos da Maria ❤️

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