02. Ele está ferido
03 de janeiro de 2016
O impetuoso sopro sacode intensamente os pelos do meu corpo, arrepiam do primeiro fio até o último. Sinto a grama remexer entre a pele, e a lama grudenta entrando em contato.
Com a incerteza de estar no quarto, abri os olhos. Como isso é possível na minha primeira noite de volta a cidade?
Em volta deparei-me com a imensa floresta que girava conforme a tentativa de ficar de pé, quanto mais fazia frio, mais abraçava-me sentindo o tecido fino do vestido branco. Começo a caminhar olhando para o chão tentando encontrar indícios de rastros anteriores, um sentimento de alívio surgiu quando encontro pegadas na direção esquerda, sigo as pegadas dos pés descalços que terminaram quando vejo a estrada, havia um ponto de ônibus no outro lado da rua e do lado da saída da floresta pude ver um cemitério abandonado.
Antes de atravessar paro no meio do asfalto, escuto alguém chorando, o som agudo vinha do cemitério. Esse choro deixara meu coração angustiado e agitado, de repente ansiava chorar junto.
Por impulso corri na direção do choro, passei pelos túmulos ao ver outro local escondido pelos galhos, afastando os galhos secos pude ver o amanhecer surgindo pela vista de um penhasco. É nesse exato momento que vejo alguém de capuz que estava de pé sobre a Penha, enquanto balançava a cabeça.
Senti uma precisão de segurar seu braço, agarrei.
— Não faça isso.
Embora não o conhecia, no entanto era inevitável controlar as lágrimas que transbordara de uma forma nada sútil. Então vi o garoto que continuara de cabeça baixa.
— Que diabos é você? Por que escutar seu choro faz querer de repente continuar a viver? — Ele foi andando de costas, com cabeça abaixada em um gesto confuso. Mas parou de andar. — Não é a primeira vez que venho aqui tentando encontrar respostas para as perguntas confusas que rodam na minha mente, e do nada você veio como uma resposta em código.
— Vou esperar que decifre.
01 de Janeiro de 2018
Continuava correndo na mesma direção que suspeito tinha cruzado, cansada parei na entrada do cemitério olhando em volta para todos os caminhos possíveis que ele poderia ter cruzado. Mas não consegui encontrá-lo, absolutamente nada, nem uma alma penada apareceu.
Abaixei a cabeça tentando restaurar o fôlego, coloquei as mãos no rosto com toda frustração acumulada de desespero.
— Bosta! — Soltei um grunhido, revoltada.
—Catherine? — O fato de estar desprevenida deixava imune a verificar a voz, congelei de medo por ser desatenta, não consegui virar meu corpo para ver quem estava atrás. — Aqui está congelando.
Ele colocou algo em mim, notei que é um capuz.
De tão alto o meu coração batia sentia que até lá na China poderia ouvir o desespero que gritava dentro de mim, estremeci ao identificar aquela voz idêntica de Derek. Poderia ser qualquer outro som saindo dos seus lábios, quem dera semelhante a Charlie Brown Jr de uma banda brasileira ou dos Beatles... mas não, tinha que ser do meu namorado. Mesmo que negasse a aceitar de quem era a voz, no fim nada pode enganar o coração.
— Não quero. — Derrubei no chão e me virei para encarar quem estava realmente falando comigo. —Bru-no?
Quando escuto as palavras proferidas por ele, preciso ter certeza que não é uma ilusão de Derek, no fim das contas poderia está alucinando.
—Quem você pensou que fosse? — Pegou o seu capuz o limpando. — Não lembra de ter falado boa noite para mim?
—O que está fazendo aqui? Está brincando comigo? — perguntei afastando-me em dois passos para trás.
—Do que você está falando? Apenas vim visitar meu pai. —Ele baixou a cabeça e encarou seus pés.
—No cemitério? Não minta! Veio bagunçar minha vida aparecendo do nada.
A raiva estava fervendo como um vulcão em erupção.
—Ele está morto! Falso em que garota? Não tenho motivos para mentir. —Ele subiu os três degraus da escada e passou pelo pequeno portão, entretanto parou no meio do asfalto.
Apenas tinha pensamentos possíveis de que poderia ser ele, mas não foi certo acusá-lo sem provas concretas.
— Admito que exagerei quebrando seu celular e sendo grossa, mas desde que chegou na cidade sinto a cada minuto a chance de enlouquecer como se estivesse doente mentalmente. Vendo você no mesmo lugar e na mesma hora invadindo meu tempo espaço me faz criar paranoias envolvendo Derek.
Subi o pequeno degrau que havia na entrada, Bruno continuou no meio da estrada. — Duvidei e continuo duvidando de alguém que talvez tenha nada a ver... Então, eu te imploro fique longe de mim! Todos desse maldito lugar acha que sou um ser humano detestável que fez o namorado se matar por não suportar está comigo. Acredite, é melhor evitar qualquer aproximação.
— Deve ser difícil para você lidar com a morte do namorado, entendo que esteja confusa pois afinal sou um estranho. Não tenho direito de te julgar, e você tão pouco de me dizer o que fazer... Estarei na sua cola esperando o concerto do celular — olhou para o carro estacionado a poucos centímetros, só faltava atravessar por completo para chegar no veículo.
De repente o barulho de buzina soava alto, então Bruno parou e encarou o farou do carro que iluminara seu rosto, o idiota colocou o braço na frente e semicerrou os olhos com a intensidade da luz. Corri em sua direção e puxei-o para o lado, com sua altura e peso diferenciado seu corpo descontrolado caía para cima de mim, sem controle vou vacilando para trás. Há tempo Segurei em sua cintura e o rodopiei para longe da estrada até caímos no mato próximo do portão.
—O quê? Ele ia mesmo passar por cima?
Caiu em cima de mim enquanto seus braços apoiavam em minha cabeça para evitar bater no chão.
— Ficou parado feito idiota no meio da estrada — O encarei enfurecida.
Começo a chorar, simplesmente é difícil entender o motivo de estar emotiva perto dele.
—Você me distraiu... P-por que você está chorando?
Em silêncio esperava que respondesse sua pergunta, se ao menos soubesse a razão. Espera! Ele está me culpando?
—A culpa não é minha, é sua! — falei.
Tentei bater no seu abdômen, entretanto os braços estavam presos no pequeno espaço entre o chão e sua musculação.
— Calma mulher, não foi minha intenção.
Bruno tinha a voz serena como se nada houvesse acontecido, calmo dessa forma com jeito de bonzinho irritava tanto quanto Derek, por que tem que ser a esse ponto? Mas o admirando chegava a conclusão que nada sei.
De repente começou a chorar.
—Nunca vou entender o motivo dele morrer por suas próprias mãos, fiz de tudo para agradar, mas no final acabei sendo insignificante para um pai. Sempre apresentei boas notas, sempre obedeci regras. Ele não tinha motivos... não tinha motivos para morrer... — Fechou os olhos enquanto suas lágrimas molhava minha bochecha.
Encontrar certas palavras para consola-lo era a tarefa difícil, Bruno parecia com Derek sendo o melhor aluno, bom em todas as áreas, entretanto agora parecia comigo com a frustração de não saber a razão da morte de alguém que amava. Nosso choro se juntara em sincronia.
Lembrei que o pai de Derek morreu em alguns anos, e sua mãe se casou com outro homem. Bruno abriu os olhos atentos a cada fisionomia do meu ser, lentamente com seus braços fortes nos levantou como um só
—Te levo pra casa. — Baixou o rosto enquanto limpava as lágrimas. — Seu pé está sangrando. —Reviro os olhos, o branquelo segurou-me pela cintura, em seguida jogou-me sobre seus ombros, apenas vejo suas costas.
—Isso não é jeito de carregar um dama... Se você olhar minha bunda, eu peido na sua cara. Entendeu? — Gritei, batendo na suas costas com punhos fechados.
—Só estou carregando você até meu carro, calma aí.
Escuto a risada divertida, e revirei os olhos novamente. Agora pouco estava chorando, e nesse momento rindo da minha cara, uma grande ideia surgiu na mente, estiquei o braço para puxar sua cueca branca.
—Nem pense nisso! — Ele chacoalhou-me para os lados. —Sabia que magoou meus sentimentos? Dizendo que sou falso, e além de tudo não fiz nada.
Dessa vez Bruno olhou para o trânsito, atravessou quando encontrara livre para passar. Chegando no carro o vejo abrindo a porta e subitamente me colocando com delicadeza na poltrona da frente.
— Já pedi desculpas...
Bruno observou o machucado que havia criado desde cedo em casa, de forma gentil tirou alguns cactos que entraram profundamente na pele com uma pinça desinfetada pelo álcool, antes de limpar para desinfectar é claro, e usou uma lente de aumento que estava perto da caixinha branca. Logo depois usou o algodão para limpar o sangramento e a envolveu com gazes.
Mas era impossível não doer, essa merda doía demais. Segurei firme no seu ombro apertando agressivamente, ele gemeu de dor.
Suspirei fundo soltando o ombro, em seguida o vi massageando o local com uma careta.
Ele fez de um jeito tão eficaz que fiquei curiosa se já tinha feito várias vezes.
Meio constrangida fitei os CDS, peguei olhando cada um analisando seu gosto musical parecido com o de Derek, arregalei os olhos por outra semelhança. Encaro-o em êxtase.
—Por que está encarando tanto? Esses olhos grandes assusta. — Perguntou.
—N-nada... nada!
Meu Deus, ele inclinou seu corpo todo para cima de mim, o empurrei fazendo-o bater a cabeça na parte lateral do veículo. Enquanto tentava se recompor da dor causada pelo empurrão, o mesmo encarou o lado da janela e continuou encarando até que resolvi ver o porque da insistência, estreitei os olhos em notar o item fundamental da segurança.
Coloco o cinto do assento do automóvel, Bruno constrangido girou a chave, começou a dirigir.
—Esse é meu preferido. — Ele diz vendo o CD que segurara após alguns instantes, coloco para tocar.
A música começou a comandar a trilha sonora do nosso tempo junto, comecei a esbanjar um sorriso alegre, essa música sempre foi a minha preferida.
—Quando me sentia triste, confuso, e vazio por dentro essa melodia invadia o meu consciente tanto quanto abraçava a solidão dos meus dias. Aí depois de tanto escutar procurei na internet e nunca mais parei de ouvir, realmente faz efeito para alegrar meu dia— falou sorrindo de lado.
Exatamente sentia o mesmo. Finalmente após algum tempo chegamos na minha casa, Bruno estaciona o carro.
—Obrigada. — Saí do carro abrindo a porta e antes de fechar a mesma, o garoto com aqueles olhos escuros chamava constantemente com a mão, inclinei o rosto na sua direção. — O que foi?
—Boa noite, —Ele beijou no canto da boca, congelei e parece que não fui a única.— Ruiva.
Quando ouvi essa última palavra, a lembrança de Derek aparecia na minha mente como um flash.
Depois do encontro com Derek, Saí do carro sorrindo feito uma boba incurável. Confesso que gostei.
" Ei" ele chamou com um lindo sorriso.
"O que foi?" Abri a porta novamente, inclinando o rosto para dentro.
"Boa noite," Aproximou e beijou no canto da boca, ambos congelamos naquele momento. Prosseguiu a dizer: "Loira"
Voltando a realidade saí correndo para dentro de casa.
Dia seguinte
O passado persegue o presente a todo instante, as vezes desejava que o tempo desse uma linda travada. Aquele dia torna-se exatamente hoje, e o futuro é duvidoso e misterioso. Receio encontrar as respectivas respostas para o que virá.
Pensando em ontem sem parar, raiva por compara-lo. Parei no corredor da escola ao ver Débora a irmã de Derek, com certeza voltou da Inglaterra, e conversava animadamente com Bruno.
Acidentalmente nossos olhares se cruzaram, sorriu vindo em minha direção, estava tão diferente em seu jeito de vestir com essa saia curta e um decote bem vulgar, mas não crítico sua falta de tecido. Entretanto seu rosto era o mesmo, olhos cinzentos, cabelos brancos totalmente lisos.
—É você mesmo? Que mudança! Deixou de ser loira burra para despojada, dizem que as ruivas são atrevidas.
Ela está diferente com arrogância, não foi só o visual que mudou e sim seu coração inocente.
— É você amiga? Tenho bastante tecidos de roupa, não se preocupe são de marca de primeira qualidade. — respondi igualmente.
—Sabe o meu motivo de odiar você? — ela diz, chamando atenção dos alunos que se encontrara ali. Fiquei surpresa com suas palavras.
—Por que de repente me odeia? —Meu coração batia rápido feito uma metralhadora com o medo de sua resposta.
— Você traiu meu irmão! —Ela ficou descontrolada. — Esse era o motivo de Derek se matar, você o matou com sua traição.
As pessoas ficaram olhando e se aproximaram para escutar a conversa, alguns pegaram o celular para obviamente gravar ou tirar fotos.
Débora bateu o pé no chão com raiva, depois entregou um "lindo" tapa na minha cara.
— Eu... não o trai.— Passei a mão no rosto marcado.
— MENTIRA! Eu vi quando você beijava um garoto na biblioteca no dia do suicídio de Derek. —Ela demonstrara ódio em suas palavras, todos que escutavam ficaram de boca aberta, o tumulto foi se formando com muitos surpresos.
Aquele dia ainda era vivo na minha memória, impossível não lembrar.
Onde você está? Estou esperando você em nosso lugar. 17:00
Espera, só vou pegar aquele livro que você gostou. 17:00
Minha loira sempre lembra de mim. Vou esperar. 17:03
Okay, amor. Não deixa-me! 17:03
Nem se minha vida estivesse em risco, não saio daqui por nada. 17:03
Não fale coisas assim, se aparecer um maluco, corre. 17:04
Vou te esperar. 17:04
Desligo o celular entrando na biblioteca, preciso encontrar logo o meu namorado, sorrio ao encontrar o livro que tanto queria, mas alguém pega primeiro.
— Tomás? O que faz aqui essa hora? Devia está com Sophia. — Perguntei, pegando o livro de suas mãos.
— Cather, não consigo esconder mais que eu... esses anos todos sou louco por você!— falou desajeitado, assustada derrubo o livro no chão.
O que porra é essa?
Tomás nunca declarou-se para ninguém, nunca namorou alguém. Ele agarrou minha cintura tão rápido e beijou-me bruscamente, minha boca estava imóvel enquanto ele fazia os movimentos. O afastei quando consegui obter uma reação.
—Como pode? Você é como um irmão! —nervosa, peguei o livro e saí correndo da biblioteca. Alguém corria do lado oposto do corredor, resolvi olhar para frente.
Sei que um dia seus sentimentos vão mudar.
Foi difícil pegar um táxi por causa do garoto que pegou o primeiro, o importante é ter chegado no lugar que vou encontrá-lo, mas a polícia estava aqui. Sabe quando parece que o coração vai sair pela boca? É quando o desespero grita mais alto, atordoada tento encontrar meu namorado.
— Cadê você, Derek? DEREK? DEREK!
— Alguém acalma esse garota!
O policial ordenou.
—Cadê meu namorado? — Solucei com um pressentimento ruim. —Ele disse que estaria esperando por mim.
— Morreu, sinto muito... Não sei se pode ser ele, mas o nome é esse que você gritava, essa é a carteira encontrada e um papel escrito. —Ele mostrou os item de Derek, comecei a ler e ficar incrédula, e as lágrimas surgiam cada vez mais. Era uma despedida.
— Eu não acredito! — Pus as mãos na boca para conter o choro, mas só piorava. Andei até o penhasco, aquele lugar que devia ser relaxante para curtir a natureza da cidade. Uma determinada altura que causava morte, inclinei a cabeça para olhar e muito em baixo pude ver o corpo caído entre as rochas cinzentas.
O reconhecia de longe, mesmo seu rosto todo ensanguentado. Os homens com cuidado estavam retirando Derek do local.
Paralisei olhando a pessoa que mais amava, naquele estado. Morto.
Não pode ser que esteja acontecendo isso pois estava tudo bem antes, conversei com ele alguns minutos atrás.
—N-não! Não pode ser ele! —Exclamei agarrando-o quando conseguiram trazê-lo para cima, aqueles homens fardados me tiraram a força levando-me para longe de Derek, enquanto tentava voltar para perto dele observei o sangue quente escorrer por minhas mãos.
Então foi aí que tudo começou a girar, as pernas fraquejam e o mundo cai a ladeira baixo.
—Quem era o garoto? —Débora perguntou chegando mais perto, não atrevi a meter o Tomás no meio, além de ter sido rejeitado.
— Sou eu.
Olhei para o dono da voz, apareceu no meio da roda afastando os alunos, é Bruno chegando mais perto de nós. —Conheci Catherine... fiquei apaixonado, então a seguir até a biblioteca em busca de declarar meus sentimentos, e sem pensar beijei-a. Ela ficou sem reação, em segundos me rejeitou dizendo que já tinha um namorado e que eu parecia um perseguidor. A ruiva não tem culpa do meu amor doentio.
—Todos para sala. —O diretor apareceu, o clima ficou tenso.
— Obrigada, mas você não precisava fazer isso. — Sibilei.
—Não há de quer, ruiva. O que está feito já está feito —ele colocou a mão em cima da minha cabeça, cariciou.
Sua fala me fez lembrar de Derek "Não precisa se preocupar, loira. Simplesmente aconteceu"
Tomás entrou na sala olhando fixamente para mim e abaixou a cabeça passando direto.
—Desculpe, fui egoísta. —Sua voz foi tão baixa que quase não escuto.
—Culpe as estrelas.
Citei o seu romance preferido.
As pessoas na sala só falavam do ocorrido mais cedo. E desde cedo tento manter a calma.
—O novato? Ele ficou com Catherine e Derek descobriu! Logo depois disso se matou...
Elas olharam para Bruno com olhar acusador, antes conseguia ignorar o falatório. Entretanto, cansei.
— Dizer tão despreocupadamente da vida de outras pessoas não cansa suas rugas de velhice? Melhor você cuidar bem do que profere.— Levantei-me e bati as duas mãos na mesa, faço um barulho alto e os alunos tornaram-se todos como plateia.
—Catherine, somos amigas. Não deve defender esse garoto que fez Derek praticar suicídio — Ela levantou-se com raiva.
— CALA A BOCA! Se você realmente fosse amiga não falaria da minha vida como se tivesse lendo uma revista de fofocas. Tentei mesmo segurar a vontade de acabar com sua...
Aproximo dela e levanto o punho carregado de raiva acumulada, entretanto alguém segura o braço no ar. Olhei para o lado onde Bruno segurava firme a mão que logo abri surpresa.
—Ruiva, fique calma...
Pousou a outra mão no ombro esquerdo enquanto baixava a direita, pude sentir seu olhar penetrante.
Lembrei dele" Loira, violência jamais será a solução para os problemas... então não se altere." Derek segurou meu braço que quase avançava em uma garota.
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