Capítulo XXXVI - Surto de Fúria
" Vlad: Não consigo me controlar, meu corpo não corresponde aos meus comandos. Espero que um dia a Luciana possa me perdoar...."
.... Vlad narrando....
... 4 horas depois...
Desliguei a televisão, Luciana havia caído no sono, estava com a cabeça deitada no meu peito, e eu a acolhia em meus braços. Ela parecia tão serena dormindo. Fitei seu calmo semblante por alguns instantes, a ternura com que ela respirava, a calmaria e leveza em seus ombros. Era de fato, algo diferente de vê-lá no dia a dia em que ela fica sempre em estado de alerta, com os ombros rígidos e um pouco de seu medo que transparece as vezes com seus mais simples gestos. Eu estava a admirar a singela beleza de Luciana enquanto ela dormia quando de repente senti um aperto no peito, não um receio ou pressentimento, mas uma dor profunda que começou a se intensificar. Ajeitei calmamente Luciana na cama, a tirando de meu peito e cobrindo-a na cama. Me levantei e passei os dedos sobre o coração a dor estava aumentando. Respirei fundo mas não adiantava ficar parado, a dor só aumentava. Peguei um casaco no guarda roupas e sai do quarto. Tranquei a porta e fui para rua. Talvez o que eu precisasse fosse um pouco de ar puro.
Depois de meia hora perambulando pela rua, a dor no peito não havia passado, eu me sentei em um banco de praça, eu não estava tão longe do hotel, apenas treze quadras distante, assim que me acomodei uma jovem de cabelos loiros, que estava encostada na parede de uma boate, do lado de fora da festa começou a me lançar olhares, não me interessei por ela, era uma menina muito nova, devia ter dezoito anos, mas por mais que eu me virasse para os outros lados e desviasse o olhar ela sempre arranjava uma maneira de fisgar minha atenção novamente. Quando eu estava prestes a ir embora ela cessou aquele jogo e se sentou ao meu lado.
- O que procura americano - Indagou ela e seu sotaque francês ressoou com elegância - Para estar sozinho numa noite dessas?
- Refrescar os pensamentos - Respondi hesitante, eu não gostava de garotas loiras, lembravam a minha mãe, minha mãe que me batia, que eu amava, e que Bang matou. Esbocei um breve sorriso para não demonstrar meu desconforto e a garota se aproximou cruzando as pernas, sua saia branca subiu e ela declinou um pouco o pescoço dando vista para seu decote vulgar.
- Não quer se destrair um pouco? - Sussurrou em meu ouvido e eu desviei os olhos dos seios da garota. Isso estava passando dos limites, eu não estava afim dela, eu estava afim da Luciana, eu queria tomar a Luciana nos meus braços e fazer com ela exatamente todas as coisas perfidas que essa menina loira estava pensando. Mas Luciana não cedia tão fácil quanto está garota e por isso eu ficava cada vez mais atraído por Luciana e não por uma menina adolescente que mal saiu das fraldas.
- Eu acho que podemos chegar a algum acordo... - Sorri de volta pra ela, minhas entranhas se retorceram contra minha atitude, mas eu acho que merecia isso, me divertir um pouco, já fazia um tempo que eu não matava ninguém.
A menina loira me arrastou para um beco, quando tentou me beijar eu a coloquei contra parede, a dor no peito sumiu, ela dava risadinhas enquanto eu passava a língua em seu pescoço, menina tola, se soubesse que eu só estou provando o cheiro do sangue dela já teria gritado pra Deus e o mundo ouvir. Ela realmente não faz ideia que sua vidinha infame estava por um fio.
- Você não quer tirar a minha roupa? - Sugeriu a garota com os lábios vermelhos de batom e eu sorri.
- Antes de fazer o que pretendo fazer querida, gostaria de saber o seu nome? - Falei e ela se aproximou, sussurrando contra minha boca.
- Margo... - Alarguei meu sorriso e a rendi, a impedindo de ter chances de fugir.
- Margo, espero que na sua próxima vida não seja tão trouxa a ponto de caminhar até sua própria morte. - Falei e ela gelou nos meus braços, pude ouvir seus batimentos acelerando e sua respiração ficando descontrolada.
- Você é um assassino? - Indagou a menina e na sua voz perplexidade e temor eram eminentes.
- Não - Respondi e senti ela relaxar dentre meus braços - Eu sou pior que isso. - Assim que escutou minha resposta ela ficou rígida, e não estava uma noite tão fria para ela estremecer e arrepiar, porém, mesmo assim ela o fez. Não esperei ela gritar, tapei sua boca com a minha mão e rasguei seu pescoço com as minhas presas. Ela chorou, soluçou e se debateu um pouco, tentando inutilmente salvar sua vida, mas eu não deixei que ela escapasse de mim, seu sangue espirrou e sujou minha regata branca, encharcou minhas mãos e sujou minha boca. Nunca fiz tanta lambança. Depois que a menina loira parou de resistir e que seu corpo começou a ficar gelado eu a larguei. Ela caiu no chão sem vida, os olhos mortos brilhando com aquele ar monótono. Seus cabelos estavam manchados de seu sangue vermelho, foi uma boa distração. E algo na minha cabeça dizia que o que eu fiz era errado, mas eu não queria ouvir minha consciência! Me fechei em meus pensamentos e abandonei o corpo da garota ali, para que todos soubessem que tem um monstro pelos arredores da cidade do amor. Ri comigo mesmo por tanta ironia carregada em meus pensamentos.
Vinte minutos depois eu já estava de volta ao hotel, mas não dava para entrar pelas portas de vidro por que eu estava todo sujo de sangue, era melhor entrar pela sacada. Subi a escada de incêndio até chegar no andar do meu quarto, quando finalmente encontrei, pulei pra dentro, meus pés bateram no chão fazendo barulho e eu perdi o equilíbrio caindo contra as portas de vidro da sacada escancarando-as. Eu estava me sentindo um pouco zonzo. Minha entrada acidental fez um tremendo barulho que levou Luciana a acordar sobressaltada na cama.
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