Capítulo XXXII - Acidente em Alto Mar
" Lucy: O mar está em fúria e meu coração assustado...."
Eram cerca de seis horas quando deixamos o cais, agora era sete da noite e eu estava com fome e o iate ainda estava em percurso pra chegar até a praia pra só então chegarmos no hotel. Eu estava na barra de proteção do iate, observando a selvageria como o mar coordenava suas ondas, era tão belo e parecia tão mortal, na água estava um reflexo da lua, grande e pálida, figurando o céu como um fantasma. Era bonito, e eu estava feliz de poder estar ali observando a água. Vlad estava abraçado comigo, estávamos lado a lado olhando pra água, entretidos e tranquilos. A brisa gelada arrepiava minha pele, eu estava ficando com frio. Acho que Vlad percebeu isso, ele se afastou e foi buscar uma manta azul bem quentinha, ele me cobriu e me abraçou novamente, aninhei minha cabeça em seu peito.
- Vlad - Susurrei levantando a cabeça para olhar em seus olhos e Vlad abriu um sorriso e acariciou o meu rosto.
- Sim?
- Eu to ficando com fome. - Falei e Vlad soltou uma risada.
- Por que não me disse antes? - Perguntou e então me deu um beijo na testa. Eu me sentia tão baixinha perto dele, ainda bem que existe salto alto! Pensei aliviada e Vlad pegou na minha mão para me levar pra cabine do iate - É só me dizer o que quer, bolo, sorvete, chocolate, doce, salgado.... - Vlad parou de falar e ficou paralisado me puxando pra trás de seu corpo, foi quando avistei o problema que apareceu, na porta da cabine, com os olhos brilhando e sorrindo largamente, estava Rive.
- Dá pra tirar essas suas mãos sujas da minha garota - Se pronunciou Rive e começou a avançar. Vlad me puxou mais pra trás e a manta caiu dos meus ombros para o chão.
- Dá pra parar de nos perseguir! - Protestou Vlad, o que aconteceu depois foi repentino, Rive partiu pra cima de Vlad que me empurrou pra trás para que Rive não chega-se perto o suficiente. Os dois começaram a se esmurrar e eu quase cai no chão, cambaleei pra trás e me segurei na barra de proteção do iate, Vlad e Rive caíram, rolando pelo chão enquanto se enroscavam em golpes altos e baixos. Foi então que o homem que dirigia o iate ao ver o Rive sendo derrubado por Vlad, largou a direção do iate, e foi ajudar Rive. Procurei por algo pra tentar ajudar, dois contra Vlad seria um problema, nesse momento vi uma barra de ferro no chão, só que estava do outro lado do iate, larguei a barra de proteção e atravessei o convés correndo, destinada a pegar a barra de ferro, quando consegui chegar do outro lado, perto o suficiente da barra de ferro o motorista do iate me alcançou e me deu uma rasteira, o impacto contra o chão levemente me atordoou, mas mesmo assim não me contive e estiquei o braço alcançando o barra de ferro, o motorista olhou pra mim e fez menção de chutar minha mão para que eu solta-se o ferro, sem esperar sua reação bati a barra de ferro na parte inferior de suas pernas com força e ele cambaleou me dando tempo suficiente de me levantar. De pé eu nem esperei o homem se recompor, desferi diversos golpes com o ferro na cabeça e no corpo do homem, incrivelmente ele aguentava as pancadas e aos poucos ia me fazendo recuar pra trás, até que finalmente consegui atravessar a barra de ferro no peito dele, eu matei ele. Ele cuspiu sangue amaldiçoando, meu coração estava batendo muito rápido, olhei pro lado por um instante e Vlad estava se levantando disferindo socos na face de Rive, quando olhei de volta pro antes condutor do iate, ele abriu um sorriso e me deu um chute que me empurrou pra trás, gruni, meus pés deslizaram no chão molhado e eu escorreguei, caindo pra trás, pra fora do iate e pra dentro da água, só deu tempo de gritar. Quando meu corpo se chocou com a água eu afundei instantaneamente, a água estava muito gelada, e eu não conseguia subir, acabei engolindo água salgada, eu não conseguia respirar, bati os pés e os braços e quando consegui alcançar a superfície uma onda brusca me atingiu com força, acabei engolindo mais água, eu precisava respirar! Eu precisava! Bati os pés de novo me forçando a subir pra cima, mas antes de chegar a superfície outra onda me arrastou pra baixo, estava muito gelado, eu não estava sentindo meus dedos e minhas pernas estavam ficando cada vez mais pesadas, eu precisava de ar! Minha cabeça estava a mil, meu coração estava muito disparado, quando eu não estava mais conseguindo nadar pra superfície senti braços firmes agarrarem meu corpo e começar a me puxar pra cima, quando senti que estava fora d'água comecei a tocir, minha garganta ardia muito, minha visão estava embaçada, aos poucos ia melhorando, quando consegui enxergar com mais clareza avistei Vlad me puxando no embalo das ondas para um bote amarelo, respirei fundo e quando chegamos no bote Vlad me jogou pra dentro e depois subiu. Eu estava tremendo e tocindo e Vlad que parecia inabalável pegou os temos e começou a rezar de volta pro iate, que agora estava sem um condutor.
- Vlad e o Rive? - Perguntei preocupada que ele ainda estivesse no barco e Vlad negou com a cabeça. E só agora que reparei que a testa dele estava sangrando, a roupa dele estava grudada no corpo e o cabelo preto molhado estava escorrendo água.
- Ele me deu um soco e fugiu, nem me pergunte como, eu não entendi o que ele fez. - Respondeu Vlad ofegante e o bote bateu no casco do iate, Vlad prendeu os ganchos nas cordas e começou a puxar até que chegassemos lá em cima. Eu temia muito, estava com muito frio. De volta ao iate Vlad me pegou no colo, recolheu a manta do chão e me levou pra cabine de controle, me cobriu e tomou a frente pra controlar a direção do iate, eu nem sabia e ele sabia dirigir isso. Me enrolei bem na manta, eu estava tremendo tanto e Vlad não, ele estava pálido, com o semblante sério e a boca roxa, mas não parecia estar com frio.
...30 minutos depois...
Me sentei no chão do quarto pra não molhar a cama, eu ainda estava com a manta do Vlad, e Vlad parecia exausto agora, o bom era que a saúde dele não piorou, seja lá o que o Jeff tenha feito estava sendo muito bom pro Vlad. Vlad pegou o telefone do quarto e pediu alguma coisa pro serviço de quarto, eu não entendi direito estava cansada demais.
.... Rive narrando....
Eu estava ouvindo a voz daquele moleque, mas eu podia escutar a respiração dela, os doces suspiros cansados, ela estava tão linda naquele vestido preto todo molhado, ele ficaria lindo todo manchado de sangue.... Um sorriso começou a se formar no meu rosto, uma hora o babaca do Vlad vai ter que sair do quarto pra resolver o negócio do corpo do condutor que está no iate, e então eu irei entrar no quarto pra ter uma conversa muito agradável com Lucy.... Minha doce Lucy..... Tão doce quanto seu sangue......
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro