Capítulo LVIII - Lamento dos Mortos/ Parte 1
Dedicado à jeniferfang...
Aproveitem cada pedaço do pecado invadindo seus corações puros...
- Como posso dizer isso de uma maneira que você entenda...? - Falei pensativa já me preparando, sentindo meu corpo ficar tenso e a adrenalina invadir minhas veias, eu me sentia assim toda vez que ia entrar em uma briga contra algum meliante - Eu vou te por na cadeia! - Retruquei e Bang avançou, assim que eu vi o que ele pretendia fazer eu impedi seu braço com o meu e torci seus punhos, ao mesmo tempo que lhe dava um chute no meio das pernas, ele fechou as pernas antes que eu conseguisse concluir o golpe com a perna e me empurrou contra a cama, me fazendo cair no colchão. Ele veio pra cima de mim com a seringa, pronto pra me furar com a agulha e eu aproveitei que estava deitada e chutei seu abdomem com meu pé descalço o empurrando pra trás, foi com força o suficiente pra joga-lo dois metros longe, por um triz a injeção não caiu no chão. Eu queria que tivesse caído e quebrado!
Bang colocou a seringa em cima da cômoda com serenidade, como se nada demais estivesse acontecendo, nem a respiração dele não estava acelerada. A minha estava. Num pulo eu me levantei da cama e me preparei, Bang veio pra cima de mim de novo. Dessa vez suas mãos conseguiram me alcançar, ao invés de tentar apenas me conter, Bang me pegou pelos braços e tentou me virar, eu escapei de seu alcance e dei um murro em seu nariz enquanto torcia um de seus braços. Bang jogou seu corpo contra o meu e tentou me prensar na parede, eu senti uma leve tontura quando tentei rebater contra a força dele, e isso foi suficiente para que ele tirasse vantagem da situaçao. Bang se pôs atrás de mim e tentou puxar meus pulsos pra trás, como se fosse me algemar. Ele conseguiu me segurar com os braços pra trás. Sem pensar duas vezes eu me impulsionei pra trás com todo o meu peso e fiz ele perder o equilíbrio, ele bateu as costas na parede e diminuiu a força com que me segurava, foi suficiente para me soltar das mãos dele, dar cotoveladas em seu abdomem e trocar os papéis. O forcei a virar rapidamente e rendi ele, pondo seus braços pra trás, o obrigando a por a cara na parede gelada. Ele forçou os pulsos tentando se soltar e eu segurei com mais força olhando ao redor do quarto. Eu precisava de alguma coisa pra prender ele antes que ele me escapasse.
Tarde demais.
Bang se soltou me dando uma cabeçada, eu fiquei zonza por um instante, e cambaleei pra trás, foi só então que eu me lembrei que já tinham mais de horas que eu não dormia e nem mesmo me alimentava, isso significa que minha força estava limitada. Eu precisava prender o Bang antes que ele conseguisse me vencer. Bang me pegou pelo pescoço e me colocou contra parede com brutalidade me fazendo arquejar. Abaixei a cabeça para ele não ter tanta mobilidade para enforcar meu pescoço. Minhas mãos estavam livres, sendo assim não perdi tempo e soquei suas costelas o fazendo grunir, soquei de novo, de novo e de novo, diversas vezes até eu sentir que estava zonza, murros continuos até os nós dos meus dedos doerem e ficarem brancos de tanto eu cerrar as mãos em punhos fechados. Bang não estava mais me enforcando, estava usando as mãos pra segurar meus braços, tentando me fazer parar de soca-lo, eu senti um filete de sangue escorrer pela minha testa, devia de ser por causa da cabeçada que Bang tinha me dado a poucos minutos atrás. Peguei o rosto de Bang nas minhas mãos, furei seus olhos com meus polegares, mesmo sentindo meus dedos dormentes e puxei sua cabeça pra baixo, dando uma joelhada em seu rosto, foi então que Bang caiu. Não exatamente caiu, seu corpo perdeu força e ele cambaleou pra cima de mim com seu peso. Me prençando na parede. Seu corpo colou no meu. Seu nariz estava sangrando e havia um corte em cima da sobrancelha direita dele.
- Você é durona. - Disse ele ofegante e sua respiração descompassada confrontou o meu rosto, sua testa estava encostada na minha. Eu podia sentir o calor corporal dele atravessando o fino tecido de roupa e aquecendo minha pele, como se fosse fogo. Bang parou de apertar meus braços, suas mãos escorregaram pra minha cintura e segundos depois ele me puxou pro seu corpo.
Os lábios gelados dele tocaram os meus. Não senti calor como quando eu beijava Zelo e nem mesmo entusiasmo que senti quando dei meu primeiro beijo. Senti medo. Um medo aterrorizante e incapacitante que me fazia gelar, e ao mesmo tempo um desejo ardente que me impulsionava a aceita-lo. Passei meus braços por cima de seus ombros ao redor de seu pescoço, extasiada e confusa, eu queria me afastar, mas lá no fundo eu queria continuar. Uma eletricidade invadia minhas veias e meu coração parecia que ia explodir literalmente dentro do meu peito. Bang escapou da minha boca e mordeu meu lábio inferior me fazendo arfar. Neste momento meu coração falhou uma batida, em seguida disparou, batendo tão forte que eu podia senti-lo ficar apertado dentro da minha caixa toráxica. Bang me puxou com mais força contra seu corpo, como se pudesse fundir nossos corpos em um só, minha pele arrepiou, minha mente estava uma confusão. O que eu estou fazendo é errado! O Bang é um criminoso, eu devia prende-lo e não beija-lo! Eu arquejei quando ele me jogou na cama, quando ele veio pra cima de mim eu não o chutei como a poucos minutos atrás, eu o aceitei. Um frio aterrador se espalhou pelo pé da minha barriga. Bang abraçou minha cintura e voltou pra minha boca, me beijando ferozmente, ele estava tão ofegante quanto eu. Passeei minha mão em seu peito e pude sentir seu coração batendo nos meus dedos, tão rápido quanto o meu. Bang desceu sua boca pelo meu queixo até a clavícula e mordiscou a pele. Meu coração falhou de novo. E eu achei que teria um ataque cardíaco. Gemendo.
O que está acontecendo comigo? Por que eu não consigo reagir? Por que eu o quero? O desespero subiu pelo meu peito explodindo em emoções embaralhadas formando um nó na minha garganta.
Foi neste momento, em que eu gemi outra vez quando Bang mordiscou meu pescoço, que eu senti a dor da traição, a agulha da seringa perfurou a minha barriga. Eu gelei na mesma hora. Perplexa. Tentei segurar sua mão na falha tentativa de impedir, mas já era tarde demais. Eu já estava sentindo o líquido ardente entrando na minha pele. Bang olhou nos meus olhos friamente. O líquido todo já havia sido injetado na minha barriga, eu não fazia ideia de como ele tinha pego a seringa sem que eu vê-se, e pior ainda, eu não fazia ideia do que ia acontecer depois que aquele líquido chegasse nas minhas veias e começasse a fazer efeito.
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