O encontro

Olhou para o céu.
O vento gélido tocando sua pele negra como a noite.
Viu no brilho das estrelas o reflexo de sua propria luz.
Sentiu sua imensidão na abóbada celeste.
Enxergou sua beleza naquela penumbra de mistérios.
Aquele potencial onde tudo pode acontecer.
Lágrimas deslizaram por sua face.
Seu silêncio ecoou pelo universo.
Na fusão de instantes pode perceber sua pequenez e vastidão, a eterna finitude do ser.
Sonhadora apaixonou-se por sua companhia.
Musa da escuridão, a lua, exibia-se cheia, inspirando poemas e desejos.
Um toque de mágia e sortilégio na liberdade de ceder a sua vontade.
Não havia ali certo, errado...
O tempo parou.
Conseguiu naquele olhar encontrar-se.
Viu suas fases, sua transformação, agradeceu seu crescimento, renovação.
Inspirou o doce perfume da solidão.
Tornou-se sua.
Seu próprio caminho, sua aprovação.
Amou-se.
O amor mais forte e puro que precisava.
Naquela noite conseguiu, dentro de si, o colo, o consolo, a direção.

Eduarda Duarte.