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01 .ᐟ PRIMEIRO ENCONTRO

Essa fic é um teste de um novo projeto, peço que me ajudem a decidir se deve ir para frente ou não. ── .✦ Cherry

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Às 18h SEUNGMIN fechou o laptop. Fim de expediente. Ele esticou as costas e checou seu relógio de pulso enrolando ao máximo que poderia, em uma defesa quase inconsciente do seu dito compromisso para aquela noite. Convenientemente naquele dia não havia serviço extra, reunião de última hora, sermão, cliente, nada, por ironia do destino.

Ele se levantou empurrando suas coisas para dentro da gaveta de sua mesa e pegou o paletó estendido acima da cadeira, colocando-o sem pressa, enquanto seu rosto, que em qualquer outro dia pareceria aliviado, se encontrava em uma careta desgostosa e desfalecida.

— Nossa, você parece doente. — Alguém comentou a ele, também deixando o local.

—... Quase isso. — Ele murmurou. Sua garganta arrastou um ruído cansado. E ele sentia que a sola de seus sapatos também parecia pesada e se movia com exaustão, como um caramujo.

Ele definitivamente prefiria ir direto para casa assistir séries e se deliciar com um restante de bolo de aniversário que havia guardado no freezer e não ir a um maldito encontro às cegas.

Um encontro às cegas! Agora ele já tinha idade para essas coisas! Seungmin até se perguntava, se realmente, a velhice o estava dando as caras, mas isso era obviamente, um exagero.

A verdade era que ele havia sido tapiado. Dificilmente Seungmin se abria para seus amigos pois ele não era de muitas palavras e prefiria mais ser um observador pacato das adversidades da vida, contido, na boa, e blasé.

Mas em uma das recentes resenhas em que participou, acabou bebendo um pouco para além de seus limites por uma pequena decepção no trabalho e choramingou, despretensioso, sobre o que sentia de sua rotina. O estresse o lembrou o cansaço, e o cansaço o lembrou a tristeza, e a tristeza o lembrou que ele se sentia nada mais que o mito de sisifo, rolando uma pedra eternamente sob uma montanha sendo assistido por deuses sádicos, que riam, riam de sua bunda.

O cansaço e suas dores capitalistas foram, ênfase, ridiculamente interpretados como falta de muito sexo e beijo de língua por seus amigos que, do contrário dele, tinham vidas muito animadas com seus parceiros. Ele tentou a todo custo expressar que não era este o caso por mais que fosse meia verdade mas seu ódio (medo) de pessoas era bem maior que seu ódio ao sistema, mas não adiantou de muito pois seus camaradas logo já se reuniram em assembleia para discutir aquela causa.

Jisu, a amiga profissional do amor lésbico e tradicionalista que se afiliava aos bons clichés saficos e era a maior das românticas, foi a percursora do tópico e fez o favor de abrir o debate sobre a existência de aplicativos de pegação gay onde a maioria dos usuários nem utiliza foto de perfil e sim rolas. Seungmin se horrorizou com a deselegância.

Hyunjin, o amigo profissional bi sex uau, sabiamente salientou que deveriam utilizar outro aplicativo no caso do amigo introvertido, como exemplo algum que tivesse o foco em relacionamentos sérios pois conhecia da natureza do mesmo. Seungmin achou sensato, embora ainda não tivesse se agregado a ideia.

Jeongin, o amigo profissional gay, mais novo porém o mais maduro, pontuou que eles deveriam tomar a frente da operação e construírem um planejamento estratégico para o cadastro do amigo nos aplicativos de namoro, com as melhores características possíveis para atrair pessoas do gênero masculino que não tivessem desvio de conduta. E Seungmin acenou com a cabeça, pois namorar gente normal era belo e moral.

Jisu concordou com os mesmos na proposta de assumirem o caso pois possuía certeza que se Seungmin construísse sua bio sozinho ele seria mal interpretado por ter zero habilidades sociais e ser muito sincero. Seungmin discordou totalmente.

Mas, naquela noite, ele somente os ouviu, descrente, terminando seu copo e aproveitando a melancolia da noite. Pois confiava que aquilo tudo não se passava de uma conversa de bar qualquer e que quando fossem todos para suas respectivas casas nada daquele assunto seria levado realmente à sério. Todavia, os dias se passaram e na tarde do dia de hoje ele havia sido encurralado com várias mensagens em seu grupo chat informando-o que seu cadastro tinha sido realizado e que, terrivelmente, ele havia dado match com vários indivíduos (Seus amigos fizeram por ele).

Ele, sendo um ansioso e pessimista nato, prontamente disse que não faria parte da engenhoca armada pois tinha mais o que fazer de sua vida. Mas foi covardemente humilhado por aqueles que outrora lhe davam as mãos e a vida, dizendo-lhe que não, ele não tinha mais o que fazer. Não depois do expediente.

Sentindo-se atropelado pelas ofensas, ele puxou a sua melhor carta da militância moral e digitou-lhes que eles estavam impondo romances cisnormativos para um homem trans assexual e que eles deveriam se sentir envergonhados de suas atitudes problemáticas. Foi então que Jeongin o refutou, dizendo que eles se calariam somente se ele prometesse manter-se quieto e sem opiniões nos próximos roles em que os amigos estivessem reunidos com seus possíveis parceiros.

Seungmin se viu cercado.

Ele teria de admitir, as vezes, somente as vezes, debaixo de cinco palmos do chão e próximo do núcleo da terra, ele sentia vontade de ter um amor, mas obviamente nunca diria uma palavra sobre o fato. Mas, de alguma forma seus amigos namorudos o convenceram a trocar sua comida de delivery e solidão, por um sujeito date com alguém depois de quase 10 anos.

E atualmente, ele se encontrava nesta mesma situação.

Saindo do uber até um restaurante minimamente convencional e próximo de seu apartamento (no caso de ser tudo péssimo e ele poder se levantar e ir embora) para aguardar o seu encontro completamente blindado e cego no qual ele só era ciente do nome e algumas características básicas que os amigos mencionaram, como: bonito, alto e inteligente.

Quantos caras não eram bonitos, altos e inteligentes? Ele se perguntou, sentindo-se completamente perdido e ansioso. Por seus problemas com controle, ele obviamente foi orientado pela assembleia de seus amigos que deveria ser quem escolheria o local, alugaria uma mesa e chegaria primeiro (dessa forma eles também garantiam que ele já se tornasse confortável para a ocasião e menos suscetível em dar meia volta e desistir.) No entanto, Seungmin não se imaginou fazendo qualquer coisa de diferente. Somente a ideia de dar a liberdade a um estranho para calcular o date, o apavorava.

Nervoso, suas mãos suaram enquanto ele se sentava no lugar que escolheu, sendo guiado pelo garçom. Uma mesa oculta, atrás de algumas plantas, mas com fácil acesso para a porta caso precisasse fugir, porém discreta para que ninguém os vissem na hipótese de alguma vergonha alheia.

Nota-se, que ele não calculou a probabilidade do evento dar certo.

Após passarem os minutos. Ele começou a olhar novamente o seu relógio do pulso e pensou em tirar o paletó pois estava suado e se sentia sujo, impregnado, não passou em casa para tomar um banho. Logo estava se arrependendo de não ter levado tão a sério aquele encontro pois não queria que um estranho o achasse fedido ou desleixado. Ele pegou o celular, enviando um palavrão para o chat da assembleia, e rapidamente fechou-o, pois não queria ser pego despercebido e não queria que pensassem que ele é um viciado em trabalho.

Ele é.

Com o pescoço já suado. Ele sentia o tempo passar rápido e calculava a possibilidade de sua fuga perfeita. Começou até a imaginar que os funcionários e outros clientes estavam o encarando e julgando como um velho acabado e abandonado, cuja tag era "liberdade ou solidão?" Ele olhou o relógio de novo e se passaram mais uns poucos minutos. Ele se lembrou que nem sabe quem é a pessoa, e que nem planejou aquele encontro, então relaxou um pouco e deu por ombros, havia sempre a possibilidade de mentir e omitir fatos, mas se acaso levasse ghosting, não seria sua primeira vez comendo fora sozinho, todavia não deixava de ser humilhante.

Ele riu sem humor, imaginando a situação hipotética onde o estranho chegasse, o olhasse de longe, desse as costas e fosse embora. Talvez fosse o que ele desejasse que acontecesse.

Em um misto de tudo um pouco, ele se permitiu um suspiro tedioso.

De repente, surgiu uma movimentação entre as mesas e um funcionário se moveu acompanhando um homem em direção a ele e seus lamurios. Seungmin tomou nota que certamente poderia ser para lhe indicar ao indivíduo onde ficava o banheiro da casa, obviamente.

Todavia não foi o que ocorreu.

Uma pessoa tão inimaginavel parou frente sua mesa, e ele se pegou pensando na ridícula situação. O garçom não havia nem se dado ao trabalho de anotar-lhe o pedido, mas já havia trago consigo a sobremesa.

(Seungmin acrescentou a nota mental que sentiu-se constrangido da piadinha e lamenta o desconforto de seus espectadores).

Aquele não era um homem bonito, alto e inteligente, conforme a descrição sem imagens que haviam lhe passado. Aquele era um homem gostoso, não exatamente o tipo midiatico de um gostoso padrão, mas era um grande de largura, coberto de tatuagens retro de linhas grossas nos braços, relativamente baixo em estatura e certamente, alguém que ele duvidasse realmente que fosse selecionado baseado nos seus gostos. O que diabos seus amigos pensaram ao avaliá-lo?

Ele se pegou questionando veemente.

Não se parecia com nenhuma pessoa que ele havia namorado, literalmente nenhuma.

— Chang Bin? —  Ele murmurou sem saber muito como reagir. O outro sorriu e acenou ao garçom, como se dissesse que este era o indivíduo certo.

Talvez desse tempo de fugir.


As 18H CHANGBIN encerrou seu show e começou a guardar o equipamento, observando com bom humor alguns convidados continuarem a dança mesmo sem o som. Era um evento de mais classe, não muito seu estilo, onde ele se via mais fixo na apreciação dos clientes para satisfazer seus gostos baseado na playlist que o ofertaram, com algumas alterações. Mas estava satisfeito.

Embora, eventos tão chiques não fossem seu hype, ao menos ele havia sido pago. Ele pretendia pedir um carro de aplicativo para deixar os pertences em casa em casa, seu pequeno studio.

Suas pernas e coxas doíam, mas ele sentiu que poderia ser por um nervosismo básico.

Antes de partir se despediu rápido de um dos irmãos da anfitriã da festa, quem o indicou e realizou o contrato. Algo no cumprimento expressava malícia do cliente, um ex caso seu, mas Changbin só soube sorrir e se esquivar de qualquer outra proposta, pois não desejava fazer barulho no quarto de ninguém. Não naquele dia, ou nunca mais.

Ele era muito, diga-se, suave, com muitas coisas, principalmente as amorosas ou os investimento. Seu trabalho exigia que ele fosse dessa forma, sendo o mais superficial possível.

Ele era bastante acostumado a dormir com pessoas diferentes, à ouvir palavras de amor saindo por de trás de sorrisos falsos e olhares vazios. Era o mundo em que ele estava acostumado a se esquivar, pegar e largar e estava ótimo dessa forma.

Mas não era o que seus amigos e terapeuta concordavam.

Nas madrugadas agitadas, em seu grupo de amigos ele ria por entre cigarros e histórias, até que as primeiras lágrimas caíssem. Ele não sabia explicar bem o motivo delas, mas alegava que talvez se tratassem de faltas. Faltas do que? Bangchan, seu amigo conselheiro mais próximo, sempre o perguntava, e ele não sabia explicar. Changbin nunca soube explicar.

Felix, seu amigo inspirador de sua carreira atual, dizia que ele precisava parar com os hábitos de desapego, pois desapego não tem apego e sofrer pelo que não se apegou não era desapego, era apego e do mais doloroso. E nisso Changbin por vezes concordava.

Minhe, sua amiga desapegada, soprava em sua cara e dizia o quão gay ele era, chorando e sofrendo como um adolescente de dezoito anos por algum hetero, sendo ele já em seus 31 anos. E Changbin se lamentava.

Foi por este motivo que depois de algumas sessões, ele disse a sua analista que tentaria algo diferente: Usar um aplicativo de namoro para além de um noite, ou um dia, ou um hora. Com pessoas que também desejassem um compromisso. Mas era difícil sair da zona de conforto.

Ele era, incrivelmente, habilidoso em escolher pessoas fúteis.

Changbin geralmente se atraia por pessoas que, como dizia Felix, inventaram a bandeira vermelha. Que num geral "não prestavam" ou eram problemáticas, estúpidas com ele, numa forma quase indireta dele não conseguir se apegar, não se machucar e manter o seu bloqueio emocional intacto. Todavia nada disso impedia-o de: se apegar, se machucar e sofrer.

Por isso, obviamente, foi muito difícil escolher alguém sozinho.

Então antes de decidir por si próprio, em mais uma noite com os amigos, ele decidiu engolir suas lamurias com bebida, e entregou seu celular aberto para Christopher, que estava um pouco mais são e disse-lhe para que ele próprio desse match em qualquer um por ele. Dando um discurso lindo sobre amizade e companheirismo enquanto dançava com o mesmo em um canto próximo do banheiro.

Mas era uma falsa desculpa, pois ele somente acreditava que o amigo era mais sensato por já ter sido casado. Todavia, Bangchan deu-lhe uma gargalhada, balançou os ombros e aceitou a missão, começando a procurar gente com cara de descente para seu amigo DJ. E no final da noite o deixou em casa, pois ele já não se encontrava em si.

No outro dia, quando ia para outro job, no caminho Changbin checou as mensagens que haviam para ele e marcou alguns encontros. Dentre eles, dois no mesmo dia. Um imendando um trabalho, no aniversário da irmã de um cara rico que deu match, e outro com um homem com rosto de cachorro que parecia ok, embora a instabilidade de humores entre suas conversas.

E no dia dos encontros, o primeiro ele não soube julgar se deu exatamente certo, mas sentiu o mesmo que sentia com seus encontros casuais, bloqueio. O homem o queria novamente, mostrava que queria novamente, mas Changbin não conseguiu sentir nada além de repulsa. Pegar e largar.

Então, à caminho do segundo encontro do dia ele já não estava tão animado. Sentia um apertar no peito, mas ao menos ele iria jantar e não trabalhar, o que era um acalento ao momento.

Um pouco atrasado do combinado, ele chegou ao restaurante, muito longe de sua rota, importante frisar. Somente o percurso já havia o feito xingar horrores o bendito cara de cachorro. Mas, por outro lado era chique, elegante, o que o preocupava, mas que o trazia para o tópico: procurar uma pessoa séria e que estivesse pronta para um relacionamento sério. E para ele, só o fato do cara optar por um local desses, fez Changbin associa-lo como alguém de compromisso.

E ao se situar no local, ele logo se apresentou à recepção procurando o dito, sentindo-se um pouco mal vestido a ocasião tão formal, embora não ligasse tanto para isso.

— Eu estou à procura de Kim Seungmin. — Ele expressou. E foi gentilmente guiado.

O dito "cara de cachorro" no aplicativo não tão era enquadrado em suas fotos, estas que já eram poucas, mas algo na descrição tão eloquente do que procurava e suas preferências, chamou sua atenção. Era quase como uma propaganda comercial, mas em questões visuais, quase não revelava muito de sua personalidade. Todavia, na maioria delas ele vestia-se de social, sorrindo com um ar de inocência, com olhos grandes e fotos, como um cachorrinho, logo, Changbin não esperava realmente a expressão severa do homem quando estiveram frente a frente.

Inconscientemente ele sorriu desacreditado, prevendo que ele também não se apegaria nele. À noite estava ganha. Talvez o sujeito fosse mais um daqueles fetichistas ou sigilosos de uma noite, que tinham uma esposa ou duas e no off comiam quem julgavam.

Eles se cumprimentaram um pouco desajeitados, brevemente, e o garçom os deixou a sós. E eles permaneceram sob olhares inquietantes.

Até que Changbin, sentindo que deveria ser quem tomasse a iniciativa, coçou sua garganta puxando o cardápio da mesa enquanto puxava algum assunto.

—Er, eu estou morrendo de fome! Que tal a gente pedir? — Um pouco alto e afobado, ele exclamou.

O que se chamava Seungmin, pouco expressivo, o respondeu curto.

Pode ser.





SEUNGMIN SE ajeitou em sua cadeira, sentindo-se desconfortavelmente sem jeito. Ele encarava o outro homem como se o desafiasse para uma espécie de duelo imaginário que só se passava em sua cabeça. De fato, para si, eles duelavam o melhor status, o melhor estado de higiene, o menos acabado entre ambos, já que o mesmo não conseguiu ignorar o perfume que exalava de Changbin, com o cheiro mais cafajeste que ele já havia sentido em sua vida. Este que estava arrumado, o cabelo parecia úmido, recém lavado.

Seungmin pensou consigo mesmo que ele veio certamente na intenção de janta-lo. Ele sentir-se humilhado e atropelado pelas verdades.

O seu misterioso do aplicativo pausou sua busca pelo cardápio acompanhando-o em suas encaradas, era provável que com sua falta de discrição, ele o tenha notado, mas se o fez, fingiu elegantemente para evitar um constrangimento.

Seungmin achou isso um sinal minimamente íntegro, mostrava que ele carregava em si um pouco de empatia ou estivesse se preparando para fugir, como havia previsto.

Changbin, embora disfarçasse bem, pareceu expressar em comportamento que, sim, sabia que estava sendo observado furtivamente, e coçou a garganta um pouco.

O Kim finalmente pareceu entender, o garçom os aguardava. Ele, constrangido, pediu pediu preces para que ninguém tivesse notado suas orelhas vermelhas e  sem mais demora, se juntou ao outro nós pedidos.

Mas para as bebidas, Seungmin no entanto, solicitou algo consideravelmente inusitado.

— Uma... cachaça de Jambu, por favor! — Ele disse calmo e baixou sua vista para o seu aparelho celular sob a mesa. Não captando o olhar curioso do funcionário da casa, tão pouco Changbin arregalando o seu.

Quem conhecesse Seungmin diria que certamente isso foi um plot twist de sua parte, pois ele, um jovem senhor, não costuma explorar iguarias tão exóticas, especialmente uma bebida que era conhecida por suas propriedades trimiliquentas e estímulos afrodisíacos.

E embora não fosse santo, neste assunto específico, sim. Ele era um verdadeiro leigo.

Porém, o mesmo realmente fez esse pedido porque ouviu muito por cima, uma colega de trabalho dizer que ela e seu marido haviam usado um outro dia e adoraram, então ele achou que Cachaça de Jambu fosse a versão regional do vinho, e que dessa forma estaria sendo romântico.

— ➻ O que faço se ele quiser algo
a mais comigo hoje?

Rapidamente, Seungmin digitou em seu aparelho, claramente sendo devorado por sua própria ansiedade.

A assembleia surgiu em seu socorro com palavras de encorajamento. Hyunjin respondeu ao chat

Você já ouviu falar na palavra 'não'?

Jeongin também contribuiu:

Ele sabe sobre sua orientação,
então seja sincero, bobo!


E Jisu, por algum motivo, começou a falar sobre receitas de lasanha, e o assunto se perdeu no meio do desespero do pobre coitado.

Enquanto choramingava baixo, ele percebeu que Changbin flagrava seu drama, então rapidamente guardou o celular no bolso e posturou-se, tentando puxar algum assunto muito similar as entrevistas que por vezes prestava para as revistas de sua editora.

— Você gosta de música, bem? — Perguntou Seungmin seguindo de um suspiro.

O outro, um pouco distante também, pareceu surpreso por sua iniciativa abrupta, e o respondeu rápido.

— Ah! Adoro. É claro, eu trabalho com isso, né? Sou DJ, e é a minha vida, a música. Mas você não detalhou muito sobre seu serviço no app. Com o que você trabalha mesmo? — Changbin disse, sorrindo com naturalidade.

Subitamente uma postura emergiu nas costas de Seungmin em menção ao emprego, aquele era o tipo de papo que ele era bom & familiarizado.

— Eu sou produtor editorial. Trabalho com publicidade. —  Ele o respondeu elegantemente, sentindo-se orgulhoso.

— Oh! Nossa, eu nunca diria. — Changbin acrescentou balançando sua cabeça, ele não pareceu pensar muito no que disse.

Seungmin piscou.

— É? Por quê?

A questão pareceu embaraçar o outro, levemente. Talvez por ter notado o tom um pouco inconveniente que usou ou talvez pela postura mais séria do Kim, que parecia confortável nesta posição.

— É que, sei lá, os publicitários que eu conheço são bem... extravagantes? Não que uma coisa tenha a ver com a outra, a profissão e tal, e não que você não seja, já que talvez, você está aqui comigo né. Mas, são pessoas meio... animadas? Não sei explicar. — O DJ o respondeu com dificuldade.

— Hmm, eu sou formado nessa área, bem... - Seungmin começou, pousando o palmo em seu rosto, rindo um pouco, e acrescentou sua fala, indagando-o. — Você me chamou de sem graça?

Changbin parecia desconsertado.

— Não! Não é isso. É que seu jeito, sei lá, é mais sério. Eu pensei que fosse contador ou advogado.

O clima mesclou-se, vezes pesado, tenso, vezes estranho, era engraçado e esquisito. Mas aliviou-se levemente quando a risada de Seungmin soou alta a mesa.

— Ai,ai... — Seungmin assentiu sorrindo sem saber exatamente o que dizer, sentiu-se uma pururuca, enquanto Changbin parecia fritar de embaraço.

Sua mão buscou o celular e ele digitou novamente para o grupo de amigos.

Eeeee, ele me acha sem sal.

Impossível,

Respondeu Jeongin.

O cu dele,

Respondeu Jisu.

Cansado, Seungmin levantou a cabeça novamente e percebeu que o restaurante estava lotado. Então ele olhou para o relógio e percebeu que estavam fadados a um verdadeiro inferno até que aquilo acabasse. E percebeu que havia desperdiçado tempo e bolo de aniversário congelado.

Por que ele havia aceitado tal proposta? Por que se submetia a certas coisas?

Entediado, ele tentou resgatar o date do lugar nebuloso da sem gracisse, ou ao menos tentou, tentar era uma grande habilidade sua.

Ele perguntou: — Você trabalha com música então... Que tipo de trabalho é esse, bem? Eu sei, DJ e tals, mas, como é?

Changbin pareceu se iluminar, e respondeu.

— Ah, agitado! Diria que cansativa mas eu gosto de mudanças e variar um pouco minha vida, sabe? Gosto de movimento. Inclusive acabei de sair de um trabalho!

Diferente dele, Seungmin achou que a profissão de DJ se encaixava perfeitamente em Changbin. Ele tinha muitas tatuagens, piercings, um corte de cabelo moderno com uma franja tingida em verde, e se vestia com muito estilo, a camiseta do piu-piu drogado era certamente atraente.

Ele não era o tipo de Seungmin, que nem tinha um tipo, mas, não era uma ofensa aos olhos.

— Legal... Então, tipo... Changbin... O que você busca em um relacionamento? — Seungmin disse, sua diversão pessoal, ele se imaginou virando sua cadeira e voltando a mesa como um entrevistador editorial. O simples pensamento engraçadinho o havia relaxado um pouco, o deixando de lado com sua postura tensa.

— Eu, cara... acho que busco o que todo mundo busca, né? — Changbin disse, rindo. Seungmin mal reagiu.

A escolha da mesa mais afastada também era interessante exatamente pela sonoridade, embora cheio, eles eram mais próximos dos jardins, o que os dava brisa natural e uma sensação menos claustrofóbica. Seungmin ao menos, anotava tudo mentalmente, este seria seu ponto estratégico para toda a sua vida.

— E o que todo mundo busca, bem...? — Ele insistiu mirando suas próprias unhas.

Changbin torceu o nariz, parecendo pensar.

— Namorar, criar conexão, casar, ter filhos? Não sei, sei lá?

As respostas de Changbin incomodaram Seungmin tanto quanto revisar textos tirados da pouca expressão chula de algumas celebridades, alegando coisas tão genéricas que por vezes os jornalistas as colocavam de maneira mais complexa e aprofundada, para ao menos, desta forma, os fãs continuarem a imaginar seus ídolos como pessoas muito longe de serem vazias e pouco entusiastas.

Hm. — Ele o murmurou de volta, cruzando os braços.

— E você? O que você quer? — O outro o perguntou.

Houve um suspiro. Uma pergunta talvez já muitas vezes pensada, ou não.

— Olha, bem, acho que só busco companhia. Talvez seja isso que eu queira. — Seungmin disse sério.

O DJ mudou um pouco sua postura, sua coluna voltou-se para trás, descansando agora totalmente na cadeira, enquanto seus braços o abraçaram, era quase uma barreira indivisível ou tatuada, que os dividia.

— Complexo. Você é bem diferente do que eu imaginava que seria, quando conversamos antes.

— Expectativas se quebram né? Mas não era... bem eu nas mensagens. Meus amigos orquestraram tudo e só me disseram para comparecer. — Seungmin disse sinceramente.

— Oh. Foi mais ou menos a mesma coisa comigo! — O outro o respondeu e estalou os dedos — Um amigo deu match com você por mim. Ele estava procurando alguém sério.

O editor acenou

— Hm. Se fosse você, não teria dado match comigo, né?

— Bem... Sim. Não! Quero dizer, não é que eu não esteja gostando e tal, é que...— Changbin se enrolou ao responder e seu sorriso tremeu levemente.

— Fala a verdade, bem... — Seungmin o disse, ele não parecia puto, ele não parecia triste, ele não parecia nada, apenas se escorava em seus braços sob a mesa, aguardando resposta com um rosto entediado.

O Seo demonstrou confusão e continuou insistindo — O que? Eu não... não é bem assim, Seungmin... Você não é desagradável, mas não está, meio que, entre nós, rolando... Sabe? — Com a voz baixo ele disse.

Transportado à sua própria neurose em  dificuldade de frustrar o outro.

— Entendo perfeitamente, querido. Sendo bem franco, você é completamente diferente de mim, nós não temos nada em comum, então isso provavelmente não vai dar certo. Mas fico feliz que pelo menos não tenha me dado um ghosting, é muito difícil encontrar alguém hoje em dia. —  Seungmin o respondeu, sorrindo amplamente.

Changbin ainda parecia um pouco preocupado.

— Eu sei. Parece que ninguém tem saco pra mais nada. Sinto muito mesmo... — Ele o disse culposo.

— Nada não, bem, esquenta com isso não, tá de boas. No seu caso eu não sei, mas eu particularmente não tenho saco mesmo..."O que você faz da vida?", "Quais são seus hobbies?", O que é isso, um cadastro? Não tenho paciência e jeito pra isso. Eu prefiro pular o obvio, e é obvio que, a janta nem chegou ainda e estamos quase dormindo de tédio. Nada contra você, inclusive!

— Claro, sem problemas. Acho que eu também não ajudei, né? Fiz umas perguntas sem sentido. — O outro disse.

Mas Changbin sentia algo ali, culposo e desconhecido. Aquilo era diferente.

— Fez mesmo, mas eu também fiz, né? Nossa, mas que demora para essa comida chegar, eu vim do trabalho direto pra cá, estou morrendo de fome!

Aquilo foi diferente. Changbin se viu perdido, ao menos sentia-se dessa forma, geralmente ele se sentia ao controle, sabia o que os outros queriam dele, era fácil. Agora, o que o "Cara de cachorro" queria, ele não teve a menor ideia.

—  Você também? Eu meio que comi, mas queria ter tido tempo para descansar as pernas. —  Ele comentou casualmente.

— Ah, mas você pelo menos está arrumado, bem! Eu nem tive tempo de tomar um banhinho, estou um verdadeiro desastre! — Seungmin lamentou rindo novamente, parecendo um pouco mais confortável a mesa.

— Que isso, você está bonito, eu nem iria reparar se não tivesse falado, está todo arrumadinho. — Changbin o acompanhou.

—  Para, né, eu? Estou só o pó, hoje eu tive que lidar com uma situação desagradável na editora, não, hoje não, a semana inteira. Pensei que vindo aqui talvez me ajudasse a espairecer a cabeça.

— Eu acho que é nossa comida chegando ali. — O outro disse olhando ao longe, mas prosseguiu — Mas me diz, o que houve? Com o trabalho, eu digo.

— Ah, você não vai querer ouvir isso...

Vendo-o mais descontraído, Changbin se pegou divagando: Será que realmente Seungmin queria companhia? Mas por que ele parecia tratá-lo como qualquer amigo? E por que Changbin sentia que só pór isso ele queria ficar? Por pirraça? Por cansaço? Pelo que? Permaneceu-se em dúvida.

O pedido deles chegou após eles desenvolverem mais as conversas quando perceberam que realmente não desenvolveriam as supostas pegações prometidas no aplicativo.

O encontro as cegas só os rendeu uma troca de números de contato profissional, em prol de aumento de referências e Seungmin pagou a conta, por ser quem havia organizado o encontro, para o alívio de Changbin, mas também pediu-lhe o uber para casa.

E eles se despediram da mesma maneira desajeitada que se encontraram naquela noite. Não houve nem beijo e como teria? Não havia de ter, ou talvez.

Pareceu uma falta, outra falta à ser preenchida.

Dessa forma, Changbin acabou em um bar depois de tudo, o mesmo bar de sempre, lamentando suas faltas. Felix o cumprimentou com sorriso estranho, talvez porque sabia de seu compromisso da noite e era realmente estranho que nestas ocorrências ele tivesse tempo para ir ali e não estivesse em casa ou em qualquer lugar.

Como era previsível, como era cômodo. Transar com um filha da puta com a conveniência desculpa para não se apegar. Só que, naquele momento, o DJ se encontrava pensativo, seu cérebro tentava trabalhar a todo custo, mas não parecia certo. Nada pareceu certo.

Ele balançou sua cabeça em frustração, apoiando o rosto em seu palmo contra o balcão. Em sua mente só se lembrava da língua trêmula pela cachaça de jambu usada unicamente como um drink, que nem ao menos ataca batizado. E era engraçado, que este havia sido o ápice de sua noite.

Um pouco mais bêbado, ele se lembrou de salvar o número, mesmo ciente de que não haveria outro encontro. Havia sido interessante aquele algo entre embaraços.

────🥃🌱────

Me contem o que acharam 👀...

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