A festa estava lindíssima; o que havia sido destruído tinha voltado ao seu lugar habitual após os professores utilizarem magia, e a barreira havia sido reestabelecida. As Winx passeavam por ali tranquilas, adorando a festa e, ainda mais, a nova fase que se iniciaria. O moreno agarrou a cintura da loira e a puxou para si, logo sorrindo para ela.

— O que acha de namorar comigo? — ele perguntou, fazendo-a pensar por um instante.

— Ah, Brandon, todo mundo sabe que Stella é louquinha por você — Aisha falou brincalhona, e a loira tentou agarrar a amiga, mas foi impedida tanto pelos braços de Brandon ainda a segurando quanto pela figura de Nabu, que havia sido posta ali por Aisha, sem ele nem mesmo perceber.

— E quando vocês vão se casar mesmo? — Bloom debochou, olhando para Aisha, que negava, mal acreditando que Bloom estava realmente dizendo aquilo. — O quê? Stella tem o direito de aceitar um pedido, e você deveria se casar logo.

— O que será de nós sem vocês aqui? — Flora disse triste, agarrando o pescoço de Bloom e Aisha.

— Flora, não vamos morrer, apenas passaremos menos tempo por aqui — Bloom explicou, rindo da amiga, que parecia realmente triste por não ter o grupo completo.

— Bloom tem razão, Flora, e nós ainda poderemos visitá-las — Tecna sugeriu, recebendo um aceno positivo das três fadas princesas.

Elas se uniram em um abraço em grupo e ficaram por longos minutos em silêncio, apenas apreciando aquele contato. O crescimento era doloroso e, podia-se dizer, tudo mudaria de forma drástica, mas elas teriam que se acostumar porque agora aquela vida seria a suas vidas.

Ao longe dali, as cinco observavam as jovens fadas. Elas eram tão novas e já haviam passado por tanto; estavam prestes a assumir responsabilidades muito maiores do que poderiam aguentar, mas necessitavam.

— Como foi a infância de vocês? — Kimmie perguntou de repente, olhando para as amigas, que abriram sorrisos nostálgicos. Algumas haviam sido melhores que outras, mas definitivamente, estavam satisfeitas de terem chegado ali.

— Eu passei boa parte da minha vida na floresta, e o primeiro ser mágico que eu vi depois de anos foi o Duman. Digamos que ele não foi tão gentil assim, e eu me sinto satisfeita em ter visto ele recebendo aquele soco do Jared e do Chris — Lilian disse rindo, mas logo ficou séria. — Eu não tive uma infância normal, não tive uma adolescência normal. Eu vivia fugindo, vaguei entre mundos e reinos, conheci muitas pessoas e vi muitas coisas, mas nenhuma delas me preparou para o fim de toda a perseguição.

— Fomos obrigadas pelo destino e realmente não tivemos tempo de nos sentirmos normais, mas... se tudo isso não tivesse acontecido, não seríamos as pessoas que somos hoje — Sasha disse sorrindo. Sentia gratidão pela sua história e estava feliz por aquele momento finalmente ter acabado.

— Vamos parar com a melancolia e aproveitar o primeiro dia das nossas vidas — Amália disse, fazendo suas amigas estranharem sua escolha de palavras. Ela riu ao vê-las de cenho franzido. — É hoje que realmente podemos viver livremente, sem caçadores, sem Ogron, sem vingança, apenas nós, nossas escolhas e o nosso próprio destino.

Elas sorriram e assentiram; aquilo fazia sentido.

— Me concede a honra, milady? — Christopher estendeu a mão para Sasha, que sorriu e pegou na mão dele, indo dançar.

Uma a uma, elas foram convidadas para dançar. Philipe arrastou Kimmie, Dean levou Lilian — aqueles dois tinham alguma coisa —, Alice e Adhan deram um perdido e já estavam na mesa dos doces. Jared se sentou ao lado de Amália, e os dois observavam seus amigos com tranquilidade.

Bloom surgiu na frente do casal, com seu marido ao lado. Eles se entreolharam confusos e voltaram a olhar para os recém-chegados.

— O que quer, ruivinha? — Amália perguntou com os olhos semicerrados.

— Bom... — ela sorriu tímida e olhou para Sky, tendo a confirmação dele. — Eu quero que seja minha conselheira.

Amália franziu o cenho, olhou para Jared, que deu de ombros, não fazendo ideia do que era aquilo, e voltou a olhar para a ruiva que ainda esperava uma resposta, mesmo que aquilo não tenha sido um pedido, mas sim um desejo.

— Você vai me dar trabalho, não vai, criança? — Amália retrucou como uma mãe prestes a dar um sermão na filha e viu Bloom assentir empolgada, sem vergonha de assumir aquilo. — Eu aceito.

Bloom deu pulinhos de alegria, abraçou Amália e se virou bruscamente, mas a cor do seu rosto desapareceu, seus olhos se arregalaram e suas pernas tremeram. Os três estranharam a reação dela, e Sky foi quem a segurou firme para não cair.

— Princesa, o que foi? — ele perguntou carinhosamente, mas Bloom parecia ter perdido a habilidade de falar. Ela parecia ver um fantasma. Bem, talvez ela realmente estivesse.

Amália se levantou junto a Jared ao ver aqueles rostos conhecidos passarem pela porta. Eles mal acreditavam que aquilo era real; não podia ser, certo? Mas por que todos pareciam estar vendo a mesma coisa?

— Daphne — Bloom murmurou. Ela não havia conhecido a irmã mais velha, mas havia quadros de Daphne por todo o castelo de Domino. — Como? Como é possível?

Amália parou imediatamente e olhou para o braço. Seria possível que aquilo estivesse acontecendo? A tatuagem em seu braço, no formato da constelação de Orion, brilhava como nunca havia brilhado antes.

— Amália... — Jared parecia perdido.

— Eles saíram... a dimensão ômega se abriu e os caçadores foram libertados — Amália disse em voz alta.

Eles viram quando Dean passou correndo e abraçou a mãe com força, o mesmo acontecendo entre Christopher, Roxy e Morgana. Bloom não demorou em correr para Daphne e abraçá-la; mal podia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

— O que isso significa? — Jared perguntou confuso, recebendo a atenção de Sky, que também estava curioso em descobrir, e sabia que apenas as caçadoras tinham a resposta.

— Significa que Atlantis está de volta, significa que nós temos o nosso lar de volta — os olhos de Amália se encheram de lágrimas enquanto olhava para Kimmie, Lilian, Sasha e Alice. — Significa que cumprimos o nosso destino e agora somos oficialmente as novas Caçadoras de Orion.

Fim.