1
A Chevy preta avançava em alta velocidade. Para Suzana, aquele era terra de ninguém.
— Onde fica essa fazenda? — perguntou ela pela milésima vez.
— Agora estamos bem perto — respondeu Gilmar, sem tirar os olhos da estrada.
Ele tinha conseguido um emprego na Fazenda Amarela, e sua função seria cuidar das vacas, algo no qual tinha experiência. Só não gostava de acordar de madrugada para tirar o leite, mas, fora isso, fazia o trabalho com certa facilidade — embora vacas, às vezes, fossem teimosas. Desde os 10 anos, era apaixonado por gado. Seu pai lhe ensinara tudo: como ordenhá-las, alimentá-las de manhã, levá-las ao cocho para comer ração, depois conduzi-las ao pasto para passar o dia e, por volta das seis da tarde, trazê-las de volta ao curral para dormir. Desde pequeno, ele seguia essa rotina e amava o que fazia.
A caminhonete finalmente parou. Antes mesmo de Gilmar desligar o motor, Suzana já estava fora do carro, observando as vacas que pastavam com as cabeças para fora da cerca.
— Eu não sei por que você gosta desses bichos. Para mim, eles só são úteis no prato — resmungou ela.
Gilmar desceu do carro e bateu a porta com força, ignorando a esposa. Aproximou-se da porteira e bateu palmas.
— Ô de casa! Seu Eduardo!
Não demorou para um homem se aproximar. Ele tinha a pele negra e usava um grande chapéu de cowboy. Vestia botas de couro, calça jeans e estava sem camisa, suado pelo trabalho árduo.
— Boa tarde, Gilmar! Fico feliz que tenha chegado.
Ele abriu a porteira e explicou:
— Estou assim porque, como despedi o último vaqueiro, sou eu quem está cuidando do gado. Por isso, estou feliz por ter você aqui. Ah, e peço desculpas à jovem senhora — disse, beijando a mão de Suzana.
Enquanto isso, Gilmar entrou com a caminhonete e dirigiu para dentro da fazenda.
Ele estacionou, desceu do carro e ficou admirando o rebanho. Para ele, não existia criatura mais magnífica e gloriosa do que uma vaca.
— O que acha?
Gilmar, tão entretido com os animais, nem percebeu que seu Eduardo estava ao seu lado.
— Perdão, seu Eduardo, não ouvi o senhor.
O homem riu.
— Eu estava falando do serviço. Um rebanho desse tamanho vai te dar trabalho. Pelo que ouvi, você nunca lidou com mais de trezentas cabeças de gado.
— Realmente, nunca trabalhei com um rebanho tão grande como este. Mas amo vacas. Acredito que não será tão difícil cuidar, mesmo que fossem mil.
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Suzana resmungava na cama, se revirando, enquanto Gilmar desligava o despertador. Enquanto ele se trocava, ouviu a esposa reclamar:
— Malditas vacas, filhas da puta!
Ignorando os xingamentos, ele saiu para seu primeiro dia de trabalho.
Às 2h17, chegou ao curral.
— Bom dia, meninas! Já vou levá-las para o pasto, mas antes preciso tirar o leite.
Uma das vacas mugiu ao seu lado, e ele sorriu. Logo, começou a encher os baldes, mas desistiu de contar ao chegar no número 666. Seu Eduardo havia dito que só precisava encher os recipientes e tampá-los, pois os rapazes da fazenda viriam buscá-los com a carreta.
Às 9h24, levou o gado para o enorme pasto e ficou observando. Vacas e bois pastavam tranquilamente, enquanto bezerros corriam felizes.
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Suzana acordou, tomou banho e vestiu um short jeans — que, segundo ela, a deixava sexy — e um top amarelo. Depois, calçou os tênis e saiu para correr pela fazenda. Escolheu a direção oposta ao pasto, pois não queria ver Gilmar. Para ela, era absurdo o marido acordar às duas da manhã e, pior ainda, acordá-la junto.
Correndo pela propriedade, avistou a casa de seu Eduardo. Sempre gostava de conhecer melhor os patrões do marido, então foi até lá.
— Bom dia, seu Eduardo!
O homem arregalou os olhos ao vê-la. Estava bem mais gostosa do que no dia anterior. Para disfarçar, continuou sentado e tirou o chapéu, colocando-o no colo.
— Bom dia, senhora! O que faz por aqui?
— Fiz um bolo de cenoura com cobertura de chocolate e queria saber se o senhor gostaria de comer comigo lá em casa.
— Talvez mais tarde...
Suzana deu de ombros, virou-se e começou a se alongar, empinando a bunda de propósito.
— Sabe, seu Eduardo, eu realmente gostaria que você provasse o bolo. É divino...
— Aposto que sim — respondeu ele, tentando controlar a vontade de dar um tapa naquela bunda linda.
Suzana se virou e se aproximou.
— Talvez, se eu entrasse ali na sua casa, encontrasse algo bem gostoso para comer...
Ela removeu o chapéu do colo dele e acariciou a frente do jeans.
— Senhora Suzana, isso não é certo. A senhora é casada.
Ele tentou resistir, mas a verdade é que sempre fazia isso com as esposas de seus vaqueiros. O problema foi que, com o último, a mulher não cedeu, e ele teve que forçá-la. Quando ela ameaçou denunciá-lo, ele "resolveu" o problema de outra forma, eliminando os dois. Agora, no entanto, Suzana estava se oferecendo de bom grado.
Ela entrou na casa, e, segundos depois, Eduardo foi atrás. No chão, encontrou as peças de roupa dela espalhadas: o top amarelo, o short jeans e uma calcinha de renda preta. Ele enlouqueceu e correu para o quarto, onde a viu nua, de pernas abertas, sorrindo.
Suzana deslizou um dedo pela própria intimidade.
Ele arrancou as roupas e avançou. Ela gritou de prazer ao senti-lo dentro dela.
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Às 6h51, Gilmar tinha prendido todas as vacas no curral.
— Até amanhã, meninas.
Ficara o dia inteiro admirando o rebanho. Sabia que não era necessário, mas sempre passava horas observando as vacas, simplesmente porque era prazeroso.
Quando entrou em casa, viu um bolo de cenoura sobre a mesa. Nenhum sinal de Suzana.
— Suzana?
— Estou no chuveiro, amor!
Ele sorriu e foi até o banheiro, mas franziu a testa ao ver a porta trancada.
— Posso tomar banho com você, amorzinho?
— Você só pode estar maluco! Ficou o dia inteiro fedendo a vaca. Não quero!
Gilmar bufou. Havia meses que não conseguia sequer beijar a esposa. Ela sempre reagia assim. Voltou para a cozinha e, faminto, começou a comer o bolo.
Algum tempo depois, Suzana saiu do banheiro, vestindo uma calça de moletom e uma camiseta amarela.
— Larga esse bolo!
— Mas eu estou com fome. Você não fez a janta.
— Faz você! Esse bolo era para seu Eduardo. Agora terei que fazer outro porque você comeu tudo!
— Por quê?
— Para agradecer pelo emprego e pela casa.
Gilmar revirou os olhos. Sem paciência para discutir, fritou alguns ovos e foi dormir. Ao deitar na cama, viu que Suzana estava nua. Tentou acariciá-la, mas recebeu um corte seco.
— Para com isso, Gilmar!
Ele virou de lado e chorou até pegar no sono.
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